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Levanta-se suave brisa
sobre o soturno que se abate
Levanta-se um ar quente
na tremura do silêncio
E quando se estende
no espaço
Deixa-me solto, suspenso
neste embaraço
Mais tarde o céu ficou turvado
Nuvens serenas se deleitam
por engano
Quem levanta este desalinho
Deixa o azul sozinho
Entre o sagrado e o profano
Quem sofre de inquietações
Interroga-se perante a virtude
Se o silêncio não é profano
Então fica a quietude
Na áurea do ser humano
Assim se levanta no horizonte
As dúvidas do ser humano
Entre o sagrado e o profano
Quando me encontrar
Regressarei ao meu refúgio
Para sentir a brisa passar
Rendilhada de raios de luz
Tecidos nas ondas do mar
De espuma branca bordada
Como dorso dum animal
Franco e leve, branqueado
Aroma fresco acidulado
Com cheiro e sabor a sal
Voltarei então para sentir
O que mal entendia
mas pensava
O que apenas sonhava
e sentia
O que o vento sussurrava
e dizia
Que na encosta da vida ficava
Mas voltarei ainda a tempo
Para me saciar da vida atento
Há um caminho para seguir
Num vale que não conheço
Por que estou e por que vou?
Num rio largo que encheu
E nos contornos se perdeu
Somos feitos desse caudal
Desse movimento sem fim
Por momentos estancou
E logo tudo se renovou
Porque ficou dentro de mim
Há um princípio e um fim
Numa longa caminhada
Mas se o fim nos redime
Há sempre quem se afirme
Por tudo, que se reduz a nada
Mas é no caminho que tudo
se resume
Onde tudo se devora na chama
do lume
No cais de súbito vazio
Vens na hora do entardecer
Chegas com graça ou estigma
Envolta de luz ou enigma
Não sei bem como entender
A luz e um busto vazio
Se espero vem o entardecer
Se avanço foge a proa do navio
Recebo a luz com agonia
No cais das despedidas
Soltam-se ais nos desenlaces
No cais de todas as partidas
Tudo é sentido como esperastes
São ventos, ais e vago arrepio
Depois, silêncio e quietude
Ausência de tudo… enorme vazio
Na luz dum verso te vejo
navegar
Nos sons das palavras
afagas o rosto
Nas mãos fechadas aqueces
o tom
E atrás dos montes deixas
o sol-posto
Esgueira-se assim o sol
doutro dia
Cai a noite na renda do luar
Procuro-te na penumbra
perdida
E encontro o vazio do teu lugar
Lembro-te na nesga do sol
brilhante
Luz dum olhar distante
Guardo na mão que agarro
A luz do verso que te amarro
De quantos sois já me libertei
Mas foi na luz que te encontrei
Debulham-se as árvores
em fim de estação
Ar fresco vai silenciando
A penumbra do anoitecer
Olhar triste que assim
acontece
No deslumbramento
da tarde
Que a pouco se esquece
Esconde-se o sol no horizonte
Laivos de fogo pintam o céu
Manchas de escarlate
se desenvolvem
Fundo negro escurece
Trovões que trovejam
e fogem
E o inesperado acontece
Bátegas de água se derramam
Riachos correm de aflição
Tudo se aconchega
e reverdece
Depois se desenvolve
e cresce
E tudo de novo acontece
Este céu que nos cobre
de graça
Esta terra que nos sustenta
de nada
Este amor que nos alimenta
de afago
Esta vida onde tudo arde
e não se apaga
São chamas dum fogo novo
Que aos poucos se incendeia
Onde se procura o sopro divino
Alimentado em cadeia
Numa turbulência em desatino
Tão instável quanto inquieta
Tão intensa quanto insegura
No rumo certo que se procura
Seiva que a custo alimenta
A haste dum ramo quase seco
Ânsia que tudo atormenta
Aqui junto ao vale
no fundo do mundo
Ou no cimo da montanha
perto do céu
Ouçamos o murmúrio das águas...
Deixemo-nos invadir
Pela bruma da quietude
Que se abate sobre nós
Como um bálsamo de frescura
De isolamento ou... de virtude
Ouçamos o pulsar da vida
Na presença do silêncio
Perfume inquietante
Pulverizado pelo vento
Inalado suavemente
Transformado na cor
mais cambiante
Mesclado e temperado pelo tempo
Depois... perante
O mais profundo do nosso ser
Ouçamos a voz que aqueceu
O mais íntimo sentimento
Perante si, a serra e debaixo do céu
Quem vibrou o primeiro som
O primeiro bramido lento?
Quem foi que libertou
As amarras ao vento
Das caravelas no mar
E sofreu as ameaças do tempo?
Quem foi que sentiu
O gotejar dos beirados
Em desfile, longa sonolência
Quietude que nos interroga
de espanto
Linguagem da chuva
Soletrada com eloquência
Esbarram assim mistérios
de interrogações
Nas dúvidas que na frente
se levantam
Trazem embaraços de espanto
Fogem apressadas ilusões
E deixam novas inquietações
Fui água tumultuosa no teu rio
Em hora de maré vazante
Fui a tremura do teu frio
Quando o Inverno esmorecia
E a água descia... descia
Como onda quebrada na areia
Em noite de luz apagada
Dobrei os joelhos, perdido
Cheirei a maresia
Na fímbria da madrugada
Quando a água sumia... sumia
Depois fui tempestade de vento
Num dia de muito frio
Transbordei o teu rio
Envolto de serras que subiste
Contornei as fazes de brio
Depois fui vento que não sentiste
Se o mar marcasse o nosso
ritmo
E as ondas gritassem a nossa
vontade
Os ventos seria a nossa
voz
Nós seríamos a tempestade
De onda em onda aumentávamos
a voz
E nas marés o grito subiria de tom
Seria impiedoso quando cheia
Baixava lentamente na vazante
Mas a calma seria inquietante
Porém longe vai a embarcação
Onde seguimos nova viagem
Em busca de ventos de feição
A rota, passa pela saudade
A fúria levou-a a tempestade
Mas o caminho... é a inquietação
Ser ligeiro e agreste como
o vento
Eco duma voz que ressoa
Do grito que se prolonga
no tempo
E vagueia na serra
Como voz de qualquer pessoa
Sentir sede de conhecimento
Que se escapa na encosta da vida
E se esconde…
entre veredas e escombros
Como se fosse apenas… um momento
Sentir o crepitar dos enigmas
Na opacidade dos tempos
Como o fogo-fátuo
Senti-los, vivê-los e mastigá-los…
Como se fossem alimentos
É sentir-se na vaga dos ventos
Como no fluir das águas
Que se libertam das margens
que as apertam
e acossam
Desaguando na foz do tempos
Numa manhã de sol radioso
Que entra pela porta aberta
Pode ser a neblina silenciosa
Quem sabe se a coisa certa
Um sorriso quente gracioso
Que se abre bem desperto
Pode ser a suave magia
O despertar para doutro dia
Quem sabe se a coisa certa
Um olhar manso distraído
Energia em campo aberto
Pode ser uma abertura
Com toda a sua candura
Quem sabe se a coisa certa
Pode ser o pouco que me dava
A mão amiga que me afaga
Margens que se afastam
e se tocam
Memórias que se esbatem
e caem
Lastro terroso e profundo
Donde saltam lavas do fundo
Que nos tocam, marcam e saem
São águas que se enrolam
no leito
Em murmúrios se levantam
do rio
São memórias que se retraem
no frio
Angústias que afloram ao peito
São trilhos seguidos na vida
Com marcas vivas de alguém
Primeiro vincadas, sofridas
Depois esbatidas, escondidas,
Sombras repetidas de ninguém
As lembranças seguem o tempo
Com luz solta no pensamento
Há rios dentro de nós
Gravados na pedra perfeita
Numa ordem onde tudo
se ajeita
Tem na forma o estilo
e o saber
Tem versos todos no infinito
Que só as águas sabem ler
Tem sinais vogais e consoantes
Tem a rima emparelhada
E no eco dos sons distantes
Tem a palavra desencontrada
Tudo se altera nas enchentes
E nas águas descontroladas
Tudo são memórias lembradas
Sonhos vividos bem presentes
Águas de ontem rumores de hoje
Águas serenas ou galopantes
Velhos murmúrios, inquietantes
Como será a cor da sede
Quando no cárcere a gota
se derrama e escorrega
Nos sulcos do baço ladrilho
Onde apenas ressalta o brilho?
Como será a cor da voz
Quando as sílabas saltam
duma língua trepidante
E os lábios soltam palavras
À míngua dum sorriso delirante?
Solta-se o esboço da sede
Na longa montanha
duma nuvem fogosa
Afaga cristais dum nevão
Resgatada, vertiginosa visão
A sede tem desvarios
Que as palavras não conhecem
Numa escalada de todos os rios
Paira o cheiro da erva molhada
Pela encosta do soalheiro
No cume do monte cimeiro
Solta-se um fogo que arde
E nos olhos vai caindo a tarde
Soltam-se os dias e o tempo passa
Num espaço leve e sereno
Assim a vida se vai gastando
Mas como, onde e quando
Se o cantinho é tão pequeno?
Minha terra minha doce lonjura
Meu espaço de breve lembrança
Longe, tão longe, ficou a criança
Perto, tão perto se estende
brancura
Bordada pelo fumo da distância
Verde, tão verde breve ficaste
Num tempo em que tudo mudou
Tudo mas tudo se esfumou
Na mente e na gente que criaste
De silêncio em silêncio
Chego ao murmúrio das águas
Ao som que deixou brado
Às serras vales e fragas
Num tempo morno acabado
Longe do tempo segue a brisa
Em busca das vagas do sonho
São luzes de vagos sinais
Vêm de perto ou de longe
E perdem-se nos vendavais
Perto bem perto soa o clarim
Dum tempo já acabado
Mas o murmúrio do riacho
Lembra-me o som doutro lado
De silêncio em silêncio
Lentos, vazios, caminhamos
Sem sabermos… para onde vamos
Na erma solidão da terra
Os que não morrem
velam
Os que velam testemunham
amanhã
Os que cheiram a passagem
do tempo
Levam consigo o pensamento
Somos deste tempo confidentes
Desta chama fogo trepidante
Deste nefasto murmúrio
complacentes
Ouvidos calmos e tolerantes
Somos produto mal tratado
Dum tempo que não se contém
Quando vai não se despede
Anuncia-se logo, quando vem
Ficamos assim mal tratados
E dum tempo desapossados
Solta-se a brisa e o mar rebenta
Solta-se areia em bancos
de espuma
Solta-se a manhã de cinzenta
bruma
E na crista da onda tudo se esfuma
Solta-se o brado numa onda
de fúria
Solta-se uma vaga nebulosa
E um olhar vago se descuida
Numa face condoída
A crista da onda vitoriosa
Assim se rasga novo espanto
Na cor do céu contemplativo
No rosto aberto vem encanto
Entre céu e mar fica o sentido
Nada mais cabe neste horizonte
Apenas mar, serra, vale e monte
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