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A Laranja Mecânica é um paradoxo. Pode ser visto do lado de lá (o mais fácil, o dos brutos) ou do lado de cá. É, de longe, o filme da minha vida. Nunca olhei para ela pelo redutor buraco da fechadura de quem espreita a violência gratuita − e só uma besta que busca um espelho (ou alguém desatento) o pode ver como tal. Não vejo no Alex a troika que ora nos atenta (mas vejo), não vejo no Alex um proto-fascista (mas vejo). E essa é a magia que dela emana; esta aparente contradição − não foi à toa que coloquei o de somenos entre parêntesis. Imagino que muita da vilanagem que nos atenta, tivesse ela tempo para ver o filme entre a colagem de cartazes e o esmagamento do povo, o veria como um hino ao statu quo. Eu sempre vi na obra-prima de Kubrick uma metáfora da opressão que urge ser extirpada. A parte da Laranja Mecânica (nem de propósito) é deles, já o conduto que não se desvela em letras de título é todo nosso. A Laranja Mecânica não se ensina, nem se vende. Vive-se. E não vejo ali a ultra-violência que o próprio realizador usou como mote. Há o imediato e há o mediato. Esta cena que escolho e encima o post é a minha ideia do que Kubrick realmente quis dizer (e ainda que não). E não adianta dizer que estou errado; trata-se da minha Laranja Mecânica. Relembrar-me a cena da violação (que estética e realmente me arrepia e enoja) não me demove (vejo-a não como a violação da mulher e do homem, mas como uma violação da burguesia; e não me interessa o que o realizador foi, quis ou pensou -- deixou de ser dele assim que lhe saiu das mãos). A Laranja Mecânica é nossa, não é deles. Não se trata aqui de saber quem é o dono da criatura, ou do que pretendeu o criador, mas de quem consegue ver além das cruas imagens. A Laranja Mecânica é um paradoxo objectivo, concedo nisso. E, por isso mesmo, é o meu filme. E este sujeito assim o vê. Assim o vi sempre (e imagino que ninguém me veja nos sapatos do Alex criatura ou do Alex criado). A violência, ali, não é a agressão ao mendigo, não é a violação de uma mulher. Tudo se encaminha para uma “reabilitação” forçada e frustrada. E essa é a pedra de toque. Mas o mau não pode reabilitar o péssimo. E o Alex demonstrou-o. O filme, para quem não o consiga ver direito, deve ser visto às avessas. A Laranja mecânica é um filme de violência – e não me contradigo – em que o mau não deve ser visto como o vilão, mas como um placebo (e já concedo na ausência medicamentosa) reactivo à maligna sociedade activa. O homem nasce bom ou nasce mau? E é desviado ou educado pela sociedade? O Alex é apenas o Alex. E a cena que encima este cadáver é a única parte óbvia do filme. E não é por acaso que assim é. É um filme de guerra e paz. Assim o vejo, como de guerra e paz me vejo a mim. Esta é a minha Laranja Mecânica, não é a vossa. Por lógica não admitiria o contraditório, e nem publicaria esta coisa. Mas escrevi-a e, naturalmente, vou publicá-la. “Welly, welly, welly, welly, welly, welly, well. To what do I owe the extreme pleasure of this surprising visit?” Esta pantomina de letras é dedicada ao meu grande e velho amigo de sempre, João Bernardo, a quem a Laranja Mecânica que é a vida ousou tentar roubar o sublime riso; riso que ele, com a sua majestosa gargalhada, já logrou recuperar. Ou não fosse a vida uma Laranja Mecânica.
Coelho,
Desta vez vou tratar-te, não como o estupor que és, mas como alguém que não joga com o baralho todo, que não tem os cinco alqueires bem medidos, alguém que ensandeceu perigosamente. Não sei se percebeste o que disse, até agora. Basicamente é um prólogo de um fecho que não virá longe, porque tenho mais que fazer do que estar a explicar-te ao que venho e qual é o meu estado de espírito.
Não sei, de resto, se à medida que te vai caindo cabelo não se te irão também desprendendo pedaços do resto de cérebro que eventualmente ainda encarceres nesse espaço entre as duas orelhas que te amparam o crânio. Em suma, para além do que os teus actos revelam, uma demência para além de qualquer dúvida — além de uma maldade constitucional que mesmo nos insanos se revela —, nem sequer sei se ainda saberás apreender um texto, ainda que to soletrem ao ouvido.
A cena é esta, pá.
Desde que te colocaram onde estás (até parece mentira que sejas primeiro-ministro), já disseste e fizeste todo o tipo de asneiras e inanidades. Já mimaste o povo que te elegeu com todo o tipo de insultos. E sim, e isso dá-me ainda mais liberdade — toda a liberdade — para te tratar como deves ser tratado. De resto, neste caso, não me incomoda que a minha liberdade atropele a tua, desde logo porque tu e os teus donos e as tuas doninhas me atropelam e ao meu povo todos os dias.
Disseste agora que “quem mais contesta o Governo é quem mais tem”. No momento em que te ouvi senti uma raiva que não mereces que alguém sinta por ti — porque és reles coisa e porque está fora das tuas capacidades perceber a gravidade do que vomitaste. Tive receio de que mo tivesses dito na cara, sabes? E tenho receio que muitos dos que mais têm motivos para contestar o teu governo de marionetes tenham sentido igual receio.
Muitos dos que mais têm vêem os filhos passar fome e, desempregados por causa das tuas políticas de terra queimada e das ordens que tens para dizimar, estraçalhar, plantar-eucaliptos-e-derrubar-sobreiros; — dizia, desempregados por tua causa, se sentem na obrigação, no dever, de roubar para pôr pão na mesa. Para que os filhos, que são dos que mais têm, não morram à fome. Para que possam crescer sem morrer e chegar a ter idade comprar um bilhete de comboio e fazer-te a vontade: desaparecer deste país. É isso que tu fazes a essas crianças, que mendigam para comer. Pões-lhe dor no olhar. Ódio no agir. São as sementes que plantas, os frutos que vais colher. Pode ser que te saio o tiro pela culatra. Pode ser que percam o comboio.
E, voltando aos pais, aqueles que são dos que mais têm. Estão como estão porque se eclipsaram as empresas onde trabalhavam, continuando, porém, estas, após lançarem milhares de famílias, das que mais têm, no desemprego, a ser das (empresas) que mais têm.
Tudo malta de posses como vês! Quando te ouvi roncar aquelas palavras, depois de olhar para o meu filho, depois de sentir o que senti, depois de gritar bem alto o que tu és em forma de palavra que não quero que o meu filho oiça, sabes no que pensei? Nas crianças que desmaiam nas aulas. De fome canalha! São das que mais têm? Das que não vão à escola porque não têm como. São das que mais têm? Das que não chegam a ver a luz da vida porque os pais, que são dos que mais têm, já não têm possibilidades de as ter. Lembrei-me daqueles que se enfiam dentro dos contentores do lixo à procura de algo para comer. Para dar aos filhos. São dos que mais têm? Daquelas famílias que dormem dentro do carro porque perderam o emprego e, para não roubarem, perderam a casa. São das que mais têm? Das que dormem ao relento. São das que mais têm? Lembrei-me de quantos velhos e menos velhos já terão morrido por causa da puta da tua austeridade. Nos hospitais onde já não há compressas. Onde se doseia o que não deve ser doseado. Onde os teus especialistas querem que se tratem as pessoas em função da esperança de vida. Dois meses de vida? Deixa morrer! São dos que mais têm? Melhor; eram dos que mais tinham?
Lembrei-me dos velhos que morrem em casa. De fome, de frio, sem cuidados médicos, sem dinheiro para comprar os remédios que o estado social que tu destróis lhes garantia. A pensão miserável que lhes roubas e para a qual eles trabalharam de sol a sol a vida inteira.
E tudo porque não há dinheiro. Há dinheiro para os teus boys, há dinheiro para tapar os buracos marginais dos da tua laia, há dinheiro para manter em colchão o que os bancos talvez precisem, enquanto pagamos juros usurários aos prestamistas a quem prestas vassalagem. Há dinheiro para tudo. Mas não há dinheiro para dar ao povo aquilo que é do povo por direito. Os tais direitos adquiridos e que tu saqueaste. Adquiridos ao longo de séculos, de evolução da espécie, pá. Olha o ridículo! Adquiridos em Abril. Nesse mesmo Abril que tu teimas em destruir, canalha.
Estes que emigram, estes que passam fome, estes que não nascem, estes que estão doentes, estes que morrem. Por tua causa! Não são estes os que mais têm, pois não?
Os que mais têm são aqueles que, ainda que passando fome, têm força para erguer o punho e a voz para te contestar? Aqueles que, ainda que inventando formas de viver, cortando onde não deviam cortar, te colocam em causa, a ti e às tuas políticas assassinas? São esses os que mais têm? São os milhões que se reúnem aos milhões e inventam formas para te mandar bardamerda? Nos 15 de Setembro? Nos 14 de Novembro? Aqueles que amanhã, em frente à AR e por todo o país, vão contestar o teu OE que, se o teu cúmplice de Belém promulgar, e enquanto o TC não o deitar abaixo — se ousar! —, vai diminuir o número dos que mais têm?
Era aí que queres chegar, não era? Há que diminuir o número dos que contestam! Há que diminuir o número dos que mais têm! Nem que para isso lhes cortes as pernas! Lhes apliques dose reforçada do mesmo que deste aos outros que já eram. Era isso que dizias, sim! Tu e os teus donos.
Para teres mais paz e poderes mais à-vontade fazer o teu serviço de corsário e salteador, de abre-latas aos vis, retalhando e despovoando o país, para entretanto e após o venderes ao preço da uva mijona.
Como vez, fiz como tu fizeste com as tuas promessas. Tratei-te, não só como o estupor que és, mas também como o alienado perigoso que também és. Ora lê lá a primeira frase. Foi isso não foi? Cumpri ou não cumpri? Pois…
Até amanhã, infame! Não passarás!
Último segundo de jogo.
Guarda-redes contra guarda-redes.
Empurrada pela cabeça de um, lá vai a bola, parada à velocidade da luz, embater ao de leve (como tinha de ser) na mão do outro (do nosso). O suficiente para não ser golo e tudo acabar bem.
E, A., tendo olhado o jogo a pensar em vocês -- como praticamente tudo o que tenho feito nos últimos tempos --, aqui te deixo, neste momento épico, naquela mão salvadora, a metáfora do que vai ser. Do que tem de ser! Do que só pode ser!
Porque é impossível que seja doutra forma. O querer pode muito!, pode tudo!
Não ter vivido segundo as suas próprias escolhas ou não ter alcançado algum objectivo importante na vida é, o maior arrependimento de quem está a morrer.
Por medo ou por excesso de segurança, as mais das vezes tomam-se decisões que não estão de acordo com a nossa mais profunda forma de estar na vida ou que se não adequam ao que gostamos de fazer ou de experimentar. Os homens, em especial, lamentam muito terem passado a maior parte da vida a trabalhar e não terem acompanhado como gostariam o crescimento dos filhos.
Das melhores coisas que fiz na vida foi ter acompanhado a vida escolar do meu filho. O cheiro dos lápis e dos livros novos acendiam a minha memória de criança, lembrava-me da minha escola e dos meus colegas, do nervosismo no inicio das aulas. Outra opção que tomei foi na vida profissional. Nunca estive mais de cinco anos em cada empresa ou função. Sempre necessitei de fugir da rotina.
Mas não consegui fazer o que verdadeiramente gostaria de ter feito. Ser desportista profissional e mais tarde ser treinador . A verdade é que no meu tempo de estudante era muito dificil mudar de um curso para outro sem perda de anos de estudo.
E, claro, lembro-me de todas as mulheres bonitas que vi e que não consegui namorar. Mas esta é comum a todos os homens, salvo os que conseguiram viver uma vida completa de paixão com a mulher que escolheram. Muito raro!
Voaste sobre árvores sem folhas
Junto dum fio de água sem luz
Aprendeste que pouco
é quase nada
Numa terra que tudo produz
Agora sabes que tens braços
para abraçar
Olhos que alcançam horizontes
Narinas p’ra aroma dos montes
E uma voz em surdina
Que canta mesmo sem rima
Teus braços vão além do tempo
Tua garganta eleva a voz
Feitos foram p’ra outros sonhos
Teus sonhos desataram nós
Dos laços apertados, risonhos
Quantos nós se desataram
e se fecharam…
para que sós se libertarem
Os meus pais querem que eu viva sozinho, mas recusam-se a sair de casa!
Quino, o famoso criador de Mafalda dá-nos aqui uma lição de vida!
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