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Quando abordamos um qualquer problema difícil, uma forma de começar consiste em verificar o que é que as autoridades nessa área dizem a tal respeito. Ora, o Livro do Génesis diz-nos que Adão foi feito a partir do barro e que Eva foi depois feita a partir duma costela de Adão.

Independentemente do que cada um pensar a este respeito, é claro neste ponto que estamos perante a descrição de processos de criação a partir de matéria pré-existente, ou seja, criação ex materia.

Então e o resto? O mundo, os céus infinitos e as estrelas do firmamento, foram feitos a partir de quê? Neste ponto, e para não descartarmos os benefícios do método adoptado, a única coisa que podemos afirmar é “. . . a fonte citada é omissa”.

O que, por sua vez, levanta imediatamente a questão . . . omissa porquê? Duas respostas razoáveis ocorrem quase imediatamente ao nosso espírito, a mais curta das quais é que, pura e simplesmente, o assunto não nos diz respeito. Não seria difícil imaginar Moisés, no cume do Sinai, fazendo tal pergunta, apenas para obter aquela resposta. Igualmente razoável, é que o espírito humano seja demasiado limitado para abarcar um tal assunto. Em ambos os casos, Moisés pegaria nas Tábuas da Lei e iria à sua vida.

Acontece que todas as religiões reveladas têm dogmas implícitos, mais importantes do que os explícitos, um deles sendo que a Revelação é completa. Completa, como, de forma mais literal ou de forma mais simbólica, é assunto que pode ser discutido ad aeternum. A completude da revelação não, pois levantaria imediatamente a dúvida sobre o que mais não teria sido revelado, o que imediatamente colocaria em causa o poder dos assistentes profissionais ou adventícios das diversas divindades, logo, aquela primeira resposta é completamente inaceitável.

Outro desses dogmas implícitos é o da inteligibilidade: a revelação é inteligível; de forma mais simbólica, ou de forma mais literal, de novo, pode sempre ser discutido. A inteligibilidade não, porque isso transformaria imediatamente a revelação em terapia ocupacional para atrasados mentais, inutilizando aquele poder profissional, já anteriormente referido.

Foi por tudo isto que os teológos chegaram a um consenso absolutamente inusitado (embora só ao fim de discussões furiosas, claro): o resto, o mundo, os céus infinitos e as estrelas do firmamento foram criados ex nihilo. Literalmente, a partir do nada. Mas se o consenso é inusitado, não é menos curioso que tal concordância tenha sido decidida ser de ocultar do comum dos mortais. No fim de contas, que ser humano, em seu perfeito juízo, iria aceitar que algo possa ser criado a partir de rigorosamente nada?

O facto simples, é que o senso comum está errado. Tudo o que é realmente importante no Universo, é criado ex nihilo. Como é criado o conhecimento? Resposta: a partir de informação. Mas estamos apenas a alongar o problema: como é criada a informação? Resposta: a partir de comunicação, e voltámos rigorosamente ao ponto de partida. Como é criado o dinheiro? Vamos quebrar o círculo vicioso: Como é criada a entropia? Resposta: ex nilhilo, é o resultado da própria textura do Universo e temos que concluir que este é um Universo interessante.

A resposta à pergunta “o que é o dinheiro e como é criado?” é que se trata apenas de entropia. E esta resposta mais não é do que trivial, interessante apenas para tentar responder à pergunta O que é a inflação? Lá iremos, a seu tempo. Para já, o facto simples é que estes assuntos nos colocam perante uma escolha essencial, escolha essa que ninguém irá fazer por nós e que nós fazemos, mesmo se ou quando escolhemos não escolher. P.W. Atkins, tal como citado em [12, Leff, 1999], chamou- lhe “Severidade e Flacidez”:

Tal é a severidade do critério que a ciência estabelece para si própria. Se formos honestos, temos que aceitar que a ciência só poderá reclamar sucesso completo, se conseguir aquilo que muitos considerarão impossível: explicar e emergência de tudo a partir de absolutamente nada. Não “quase-nada”, nem sequer de uma poeira sub-atómica, mas absolutamente nada. Nada de nada. Nem sequer espaço vazio.

Veja-se como isto difere da suave flacidez do argumento não-científico, o qual normalmente não possui qualquer critério externo de sucesso, para além do aplauso popular ou a resignação da aceitação não-pensante. Um argumento tipicamente adiposo, no seu arqui-antireducionismo, poderá ser que o mundo e as suas criaturas foram criadas por algo chamado Deus e que isso é tudo o que há para dizer. Veja-se que a afirmação pode ser verdadeira e não tenho como provar que não é. Contudo, não passa de uma paráfrase da afirmação ‘o universo existe’. Para além disto, se lermos naquela explicação um papel activo para o tal Deus, então é uma explicação excepcionalmente complexa, embora pareça simples, pois implica que tudo ou quase tudo (mesmo que o Deus não tenha fornecido mais do que electrões e quarks), teve que ser produzido inicialmente.

Por isso, caro leitor, faça a sua escolha: severidade ou flacidez?

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publicado às 14:14

Gostaria de convidar os leitores a deterem-se nas poucas páginas deste capítulo. Em toda a minha vida, é a primeira vez que encontro uma formulação matematicamente correcta daquela ideia a que, há milhares de anos, se calhar desde sempre, chamamos liberdade. A configuração dos "três produtores" é a mais simples que permite a sua existência; liberdade económica, mas feita esta precisão, não necessitamos de a repetir. Consideremos a configuração imediatamente anterior (com cardinalidade imediatamente inferior): é a proverbial condição de Robinson Crusoe e do Sexta-Feira, sozinhos na sua ilha isolada. Atente-se que é completamente irrelevante que vivam numa condição de igualdade absoluta ou que um escravize o outro. Para que qualquer troca económica possa ser levada a cabo, quer seja o acto de pescar, a recolha de frutos ou de água potável, ou a confecção das refeições, têm que estar sempre de acordo e de acordo quanto ao papel que cada um desempenha nessa troca mútua. É igualmente irrelevante que ambos existam num estado de satisfação psicológica com a sua própria condição. Nenhum deles tem realmente, de facto, qualquer alternativa (para além da míngua e do desespero, claro). A condição circular dos "três produtores" pode na realidade englobar todos os cidadãos da mesma zona económica (por conveniência de exposição, deixemos para já de lado os círculos que se fecham pela importação ou exportação, através de duas ou mais zonas económicas), mas esse facto não lhe adiciona qualquer complexidade extra. Esta complexidade ocorre «no tempo», com a substituição de gerações. É neste aspecto que a pergunta de Thomas Paine se torna essencial. Recordemo-la, pois:

Aqueles que já deixaram este mundo e aqueles que ainda não existem, estão à maior distância uns dos outros que a imaginação humana pode conceber: que possibilidade de obrigação poderá existir entre eles?

Que regra ou que princípio pode ser formulado para que de dois seres imaginários, sendo que um deixou de existir e o outro ainda não existe, e que nunca poderão encontrar-se neste mundo, um possa dominar o outro até à consumação dos séculos?

«Os Direitos do Homem» 1791
Thomas Paine (1737–1809)
Uma vez que uma qualquer comunidade tenha sido capaz de estabelecer a necessidade de uma moeda comum, apesar dos seus desacordos fundamentais quanto àquilo a que os seus membros atribuem valor ou não, fica por resolver um problema fundamental para a definição dessa moeda. Reduz-se à resolução do problema espácio-temporal dos três produtores que se enuncia da seguinte forma:

X, Y , e Z, produzem respectivamente os valores Vx, Vy e Vz.
X pretende obter Vy, Y pretende obter Vz, e Z pretende obter Vx.



Constatamos de imediato que as trocas não podem ser feitas bilateralmente, mas apenas de forma circular. Como, aliás, é perfeitamente possível que X não atribua qualquer valor a Vz, Y a Vx, e Z a Vy (princípio de relatividade), nenhum dos bens ou serviços produzidos pode servir como medida comum. Este é o ponto fundamental, que implica que a moeda tenha que ser definida numa base independente dos valores produzidos por cada um deles.

O problema existe também no domínio do tempo, no qual os indivíduos, os seus produtos e as suas necessidades evoluirão ou mudarão de natureza, e serão progressivamente levados a desaparecer ou a serem substituídos por outros. Continua a ser indispensável manter, em todas as circunstâncias, a possibilidade de trocar de forma conveniente, a produção duns e doutros, a fim de satisfazer as suas necessidades, elas próprias em evolução.

Portanto, «ao longo do espaço» (para um tempo de evolução curto « dt»), os valores não são reconhecidos ou aceites pelos seus produtores de forma bilateral, e impõem a necessidade de trocas circulares, mas igualmente, «ao longo do tempo», os indivíduos e os valores que eles produzem alteram-se por completo.*



Verifica-se que, para um período de tempo suficientemente curto, podemos constatar uma certa estabilidade. Existe, contudo, uma evolução contínua dos parâmetros económicos, logo da moeda que pretendemos definir, o que permite aos produtores, presentes em cada instante e pelo menos durante esse período de tempo curto, estarem de acordo a respeito do seu instrumento de troca circular.

Igualmente, e como iremos demonstrar de seguida, por forma a sermos coerentes com os fundamentos propostos, apenas uma quantificação puramente matemática das trocas, independente de todo e qualquer bem ou serviço de referência, é aceitável para os actores do problema dos três produtores.

Este resultado não diminui em nada o valor da moeda, pois, embora de natureza puramente matemática, a sua quantidade total continua limitada em cada instante. O poder de compra que representa, continua assim limitado pelo preço para além do qual os produtores não poderiam trocar os seus produtos, por falta de dinheiro em circulação.

Uma vez o problema formulado, iremos agora analisar as soluções convencionais e os problemas que essas soluções geram, antes de abordarmos a solução relativista propriamente dita.

*Recordemos que espaço designa o conjunto dos cidadãos duma zona económica, activos durante o respectivo período de vida, e tempo designa a sucessão das gerações.

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publicado às 14:27


Teoria Relativista do Dinheiro — Nota Prévia

por Licínio Nunes, em 10.01.14
Now I am become Debt
The destructor of worlds
Bhagavad Gita — Paráfrase da citação de J. Robert Oppenheimer

Este é um livro publicado ao abrigo de uma licença de código Aberto, GNU V3 (cf. 19). À partida parece uma ideia absurda (“. . . código aberto tem a ver com software de computadores. . . ”) e foi assim que a encarei inicialmente.

Acontece que são as ideias absurdas, uma vez levadas à prática, que criam novas realidades. Foi isso que o Stéphane Laborde fez e a afirmação anterior dispensa qualquer demonstração: doutra forma, eu não estaria a escrever estas linhas. De qualquer forma, esta é uma experiência nova para mim e no sentido de orientar o leitor, adoptei como método, restringir as minhas contribuições a este capítulo e à Nota Final, bem como às notas de pé-de-página e finais, visto que o autor original não faz uso das mesmas.

Esta nota prévia tem dois propósitos. O primeiro é o de detalhar o conceito de agregados monetários, assunto que é apresentado de forma algo violenta, logo nas primeiras páginas. O Banco Central Europeu define os agregados M1, M2 e M3, tal como consta da tabela seguinte...(ver Agregados Monetários BCE).

O segundo propósito é o de esclarecer o tema central de todo o livro, isto é, o conceito de valor. Ora, assuntos como este, são propensos a criar uma grande confusão. No fim de contas, a confusão centra-se numa única palavra: lei.

É que existem dois tipos de leis. O primeiro diz respeito às regularidades que podemos observar – ou deduzir – à nossa volta (incluindo em nós próprios). Não dependem da nossa opinião, nem sequer do nosso conhecimento a seu respeito, pois não é pelo facto de alguém desconhecer, e.g., as leis do movimento de Newton, ou as leis do electromagnetismo de Maxwell, que está menos sujeito a elas.

O segundo tipo de leis diz respeito ao conjunto de normativas, formais ou informais (hábitos, tabus sociais) que regulam o funcionamento das nossas sociedades. A diferença essencial, é que as leis do primeiro tipo não dependem de nós, enquanto que as do segundo tipo só dependem de nós.

Karl Popper, [17, capítulo 5 e notas], chamou a esta distinção, a transição dum estado de monismo mágico – característico das sociedades fechadas ou tribais, em que as leis naturais são confundidas com as normativas sociais – para um estado de dualismo ou convencionalismo crítico.

Ao contrário das “leis naturais”, as normativas formais e informais, são apenas decisões, e nenhuma decisão pode ser deduzida a partir de um qualquer facto, ou conjunto de factos. Popper acabou por adoptar a formulação dualista de proposições e propostas. As primeiras podem ser afirmadas (ou declaradas); podem ser verdadeiras ou falsas, e só os terminalmente tolos as confundirão com o facto da sua declaração. As propostas são adoptáveis e, como resultado duma decisão individual ou colectiva, podem ser adoptadas; de novo, o facto da sua adopção não pode ser confundido com o facto que a proposta é. Concluindo: “. . . as propostas não são redutíveis a factos . . . embora lhes digam respeito”.

Esta distinção é essencial. Confronta-nos com a nossa própria liberdade, mas também com a nossa responsabilidade. Hoje em dia, neste continente mais uma vez mártir, e, por maioria de razão nos países como o meu, que se encontram na linha da frente da mais recente ofensiva contra a liberdade, os adoradores de Shiva dizem-nos que não existem alternativas àquilo que apenas são as suas próprias propostas*. Esquecem que, em última análise, existe sempre pelo menos mais uma: a alternativa de Oppenheimer. Pela sua insistência no que, por vezes, parece genuinamente ser apenas a ausência da faculdade de pensamento competente, o tribalismo mágico dos dívidocratas está apenas a tornar a violência mais provável.


Penso que é muito difícil elaborar uma ideia mais antropomórfica do que a contida na palavra “valor”. Mas também será difícil encontrar alguma outra ideia que, com tanta frequência, tenha sido sujeita a distorções monistas. Iremos apenas – e de forma muito breve – analisar duas, que designarei por “naturalismo mágico” e “positivismo totalitário”.

A “teoria do valor” de Marx (ou talvez, pelo testemunho de Engels, de David Ricardo), afirma o carácter objectivo do valor, definido como o número de horas de trabalho, socialmente necessárias, para produzir uma unidade de um qualquer bem ou serviço. O núcleo da afirmação, de que apenas a actividade humana gera valor é verdadeiro. Trivial e banalmente verdadeiro, pelo seu carácter antropocêntrico. Acontece apenas que Marx (e os outros naturalistas) esqueceram que trabalho é, em última análise trabalho físico e que este tem dimensões de energia. Logo, o “valor de troca” de Marx teria as dimensões [W] = ML2T-1, em vez das habituais [W] = ML2T-2. †

Pode-se objectar à minha crítica, afirmando que o assunto não tem a dignidade suficiente para uma análise detalhada. Veja-se que, se aceitássemos aquela noção de “valor de troca”, teríamos que concluir que, sendo o trabalho socialmente necessário para produzir uma tonelada de ouro de lei e uma tonelada de ouro dos tolos igual, então o seu valor seria igual. Creio que foi A.J. Toynbee quem afirmou que “. . . a liberdade foi muitas vezes vítima de ataques directos, mas com mais frequência ainda, vítima de falsas ideias”. E de falsos profetas, acrescentaria eu.

A postura dos positivistas (em boa medida, a posição hoje dominante) é ainda mais brutal, pois sendo que só os factos têm significado, apenas a situação real tem significado, sendo todas as alternativas meras “construções verbais”. Creio ser óbvio que se trata apenas da defesa, pretensamente erudita, do status quo, nada mais necessitando ser dito.

A Teoria Relativista do Dinheiro afirma a condição do indivíduo como único decisor válido do valor. Pelo que atrás ficou dito, penso ser claro que podemos defender esta afirmação como quisermos, mas em última análise nunca a poderemos deduzir de um qualquer conjunto de factos ou proposições, temos que a propor. E pugnar pela sua adopção:‡

Princípio do Valor 0.1 O indivíduo é o único decisor válido do valor e a sua liberdade
só pode ser restringida na medida em que conflitue com a liberdade de outros indivíduos, incluindo os que ainda não nasceram.

É razoável pensar que a paráfrase inicial é excessiva, no fim de contas, Oppenheimer estava a falar da arma atómica, a arma final. A História, aqui no sentido preciso de “história registada”, mostra-nos que, pelo contrário, talvez a citação original fosse exagerada. No fim de contas, podemos afirmar com uma certeza razoável que a ameaça nuclear é controlável. A destruição pela dívida não. Isto porque a criação monetária por privados, implica sempre uma dívida: o dinheiro tem que ser «. . . borrowed into existence . . . ».§

O resultado são os ciclos periódicos de “abundância de dinheiro barato”, seguidos de ciclos de destruição (!) monetária, sempre acompanhados pela devastação do tecido económico e social. Pelo sofrimento. Foi por isso, [6, por exemplo], que todas as sociedades e todas as religiões do Levante instituíram jubileus periódicos da dívida; um novo começo, uma nova oportunidade, como uma tela em branco. No presente, a única dúvida é até quando iremos tolerar a repetição ad nauseam das transfigurações de Shiva. Porque, metáfora à parte, dependem apenas de nós.

“Assim, resta-nos enfrentar lucidamente a questão, por muito difícil que nos pareça. Se sonharmos com um regresso à infância, se nos deixarmos cair na tentação de delegar nos outros aquilo que nos compete para encontrar a felicidade, se nos furtarmos à incumbência de carregar a cruz que nos pertence, a cruz da humanidade, se nos falhar a coragem e abandonarmos a luta, então teremos que tentar fortalecer-nos na compreensão clara e simples da decisão tomada: o regresso à bestialidade. Pois o caminho da humanidade é só um, o da sociedade aberta, e implica um salto no desconhecido, na incerteza, na insegurança, implica recorrer à razão como meio de planear, o melhor que soubermos, a nossa segurança e a nossa liberdade.”[17, Popper, op. cit.].


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publicado às 11:36


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