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Volta a ideologia ? pergunta Stefan Kornelius em A Grande Coligação Europeia.
"Quais são os limites da capacidade de consenso da União? A Europa precisará de alternativas, de confrontos, de ideologia? Quando François Hollande se lançou na campanha eleitoral com os seus cavalos de batalha socialistas, a chanceler não foi a única a mostrar o seu desagrado. Seria preciso a crise resultar num confronto em torno do credo político da direita? Estariam mais uma vez de regresso os "camaradas" e as suas ideologias cobertas de pó: os socialistas, os neoliberais, os defensores do controlo estatal e os partidários da redistribuição da riqueza?
Ao despertar os desejos de ideologia, o novo Presidente apontou involuntariamente o dedo àquilo que fazia falta na Europa: a liberdade de escolha, a polarização, o debate democrático – e, portanto, a paixão que leva as pessoas a envolver-se na política. O instinto de François Hollande provou que a paixão permitia vencer eleições.
Mas sejamos prudentes: a Europa não está suficientemente forte para acolher esse debate. Ainda não. François Hollande dar-se-á em breve conta, no seio do clube dos poderosos, de que os grandes problemas que o continente europeu enfrenta requerem grandes coligações. Realista como é, não tardará a tornar-se um mestre do consenso, ao lado da chanceler alemã. Mas, sendo como é também um idealista francês, não deveria abandonar a sua fibra ideológica. Se fossem suficientemente fortes, a Europa e as suas instituições seriam capazes de suportar a virulência política."
No outro dia um amigo nosso que muitas vezes é publicado aqui na PEGADA e que constituiu um grupo de reflexão com economistas , sociólogos e políticos de esquerda, dizia-me desiludido:" não aparecem medidas concretas!" São as mesmas pessoas que estão a fazer a "Auditoria Pública à Dívida", mas não serão todos.
Neste tabuleiro, neste modelo de sociedade, com os mesmos princípios é, claro, que os resultados são os mesmos. Outra coisa seria se mudássemos de modelo.
E, com outro modelo, podíamos dizer a quem estivesse em má situação. Vocês agora que estão numa situação difícil, congelem a dívida, párem a contagem dos juros e vamos fazer o que há a fazer para saírem dessa situação. Precisam de tantos milhões para injectar na economia, é necessário fazer reformas no sentido de tornar os "sistemas" sustentáveis e, quando estiverem com a cabeça fora de água, pagam o que devem conforme as possibilidades.
Isto é o que qualquer um de nós faria a um semelhante, a um amigo, a um familiar. Com a garantia que seria mesmo ressarcido.
Para que esta abordagem fosse possível, seria necessário que fossem os governos a terem o poder na mão e o usassem a bem dos cidadãos e os bancos centrais a serem a "última instância soberana" e a ditar as regras do jogo.
Algo que estivesse muito mais perto do "socialismo de rosto humano" do que o "capitalismo predador"! E se assim fosse não havia crise, nem sequer tinha começado!
Eu bem compreendo a minha gente que diz com convicção que há caminho alternativo. Haver há, o que não há é vontade política!Veja-se o que se experimenta na Grécia, uns e outros a verem até onde podem ir. Muitas das coisas que não passarem na Grécia não vão chegar aqui.
Enfim, a eterna luta por uma sociedade mais solidária, mais justa e mais democrática!
Dizia uma das cabeças mais lúcidas de Espanha:
"
El razonamiento del ilustre economista tiene sentido, y es verdad que hasta ahora -salvo en el caso del negociado del ministro Montoro- ha habido más ruido que nueces. Es como si en España el único problema fuera el del sector público. Pero lo cierto es que a medida que pasan las semanas la crisis se hace más insostenible. Los datos de desempleo que se avecinan (el día 27 se publicarán las cifras de la EPA y una semana más tarde los del paro registrado de enero) dirán, en todo caso, las verdades del barquero, y es muy probable que a partir de esa constatación la presión de la opinión pública haga saltar por los aires tanto tacticismo gubernamental.
El país está abierto en canal y sólo la resignación explica la paz social, pero no es descabellado pensar que tanto estoicismo tiene sus límites. Y a medida que España se vaya acercando a los seis millones de parados oficiales -desgraciadamente la cifra no es descabellada- se irá diluyendo las dosis de credibilidad de este Gobierno, todavía intactas, salvo el rebote que tienen muchos compañeros de viaje irritados por una subida del IRPF que no entienden.
Lá como cá.
Mário Soares é o que é, goste-se dele ou não, esteve sempre do lado certo, como o tempo veio a demonstrar. Diz: sou a favor de uma economia de mercado, desde que regulada com princípios éticos que não dê lugar a negociatas facilitadas por paraísos fiscais.
Uma economia de mercado e não sociedades de mercado!
Com efeito são as sociedades de mercado que estão a destruir os estados, mas os governantes devem metê-los na ordem e regulamentá-los. Socialista sem suportar o socialismo de Estado que deu lugar à tirania comunista. Pela Liberdade e pelos Direitos Humanos, pelos Estados de Direito regulados por Constituições como leis fundamentais, tendo como objectivos, a paz, a justiça social, o bem estar dos cidadãos e a luta contra as desigualdades, pela realização de conquistas sociais como as pensões, os serviços nacionais de saúde e a educação tendencialmente gratuitos.
O pluralismo político, a independência da imprensa no diálogo social entre sindicatos e associações patronais e em Estados sem gorduras, mas com as responsabilidades que a Constituição lhes atribui.
Socialista como outros estados que se autoapelidam de social-democratas ou trabalhistas tudo a mesma realidade.
Tudo o que eu próprio subscrevo. E vem tudo a propósito das privatizações que Mário Soares considera serem um perigo e uma grande responsabilidade deste governo, sem consulta aos parceiros sociais e às populações, vendendo "as Jóias da Coroa" a grupos estrangeiros.
Não há muitos caminhos e mesmo o que trilhamos é estreito e perigoso!
PS: na Visão de 29/12.
BEM-VINDO: O EMPRÉSTIMO ONLINE ENTRE PESSOAS GRAVE...
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