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Temos os tribunais de primeira instância, temos a Relação e temos o Supremo Tribunal de Justiça. E depois temos a SIC, que está a reapreciar em meia-dúzia de minutos, todo um caso que terá levado meses a julgar. O programa chama-se "A Prova". E a prova que o programa criteriosamente escolher, para vender o infame produto, é a que fica a valer. O povo quer? A SIC dá. Trial by newspapers no seu "melhor". Levante-se o povo. A sentença está prestes a sair. Em horário nobre.
SIC(K)
Há muitos anos, num típico Reino distante, o Rei mandou contratar um Sábio para entreter o seu povo, mandando construir um palco na praça principal.
O Sábio depressa se tornou numa referência para o povo, não só ensinando, mas também entretendo. A praça enchia-se a qualquer hora para ver e ouvir o Sábio, que trazia novidades do Reino e de outras províncias distantes, informava sobre todos os assuntos pertinentes e entretinha como ninguém.
O Rei, já velho e perto da morte, via o Sábio como uma forma de manter o povo sereno, e, pensando no seu sucessor, decidiu contratar outro Sábio. Mandou montar outro palco ao lado do primeiro, um pouco mais pequeno, e ordenou ao novo Sábio que desse a conhecer ao povo outros assuntos que o primeiro não dominava, como as artes, a cultura ou a actividade física.
Quando o Rei morreu, fez-se a sucessão, e o novo Rei não largava o palco do primeiro Sábio, dando ele próprio as informações sobre o Reino ao povo. Passado uns anos, os nobres da corte resolveram afastar o novo Rei, mandando-o para o exílio, e tomaram conta do Reino e dos palcos dos dois Sábios, explorando ao máximo a visibilidade que aquele lugar permitia.
Os novos governantes, fascinados com o poder dos Sábios, mandaram construir mais dois palcos, deixando-os para dois outros Sábios, um enviado pela Nobreza e outro pelo Clero. O povo, já um pouco saturado dos dois Sábios anteriores, começou a frequentar os novos palcos, deixando assim os antigos às moscas. O Sábio mais velho, receando a morte, decidiu imitar os dois novos opositores, e com isso conseguiu recuperar alguns dos seus fiéis, mas o Sábio mais novo, que permanecia interessado na cultura, na arte e no desenvolvimento cívico, começou a pregar para as próprias moscas.
Com o enriquecimento dos restantes nobres, outros palcos foram montados numa zona mais afastada da praça principal, e vieram Sábios de todo o mundo, para enriquecer a cultura do povo, a troco de dinheiro.
Num dia, após uma discussão acesa com os seus conselheiros, o governante ordenou a um dos seus ministros que apurasse quantas pessoas assistiam às prestações dos Sábios, e o resultado não foi muito agradável. Os dois primeiros, pagos pelo Governo, não tinham afluência necessária para serem influentes no Reino. Então, o governante mandou fazer umas alterações nos quatro palcos da praça, às quais chamou de TDT, mas ninguém percebeu o motivo.
Após meses de obras, os quatro palcos brilhavam, cheios de novas engenhocas, e davam um ar moderno ao Reino. Pouco depois de estrearem os novos palcos, os dois primeiros Sábios tiveram uma desagradável surpresa. No primeiro palco ergueu-se uma jaula que prendeu o Sábio mais velho. Surpreendido, o mais novo olhava para o velho companheiro, temendo o que lhe poderia acontecer. Enquanto isso, cai uma corda de forca sobre o segundo palco, penetrando a cabeça do Sábio Nº2. Os outros dois Sábios, o Nº3 e o Nº4, olhavam bastante assustados, mas continuaram a sua pregação, com receio de represálias por parte dos governantes.
No momento em que escrevo isto, o Primeiro Sábio continua na jaula, enquanto vários mercadores, do Reino e de fora, vão licitando o Sábio, que se tornou assim num escravo, à espera do próximo dono. O mais novo não teve tanta sorte. Continua com a corda ao pescoço, chorando desalmadamente, esperando que tudo não passe de um sonho. Em todos os contos e mitologias, há sempre um salvador de último minuto, que liberta o escravo e corta a corda, mas desta vez não acontecerá nada disso, pois já está escrito no oráculo que a venda de um e a morte do outro são garantidas.
No meu post anterior passei por isto como cão por vinha vindimada.
Não fiz de propósito, é certo (o tema era outro), mas, não vá a coisa passar desapercebida, vou repetir-me num post dedicado. Ontem, durante o discurso do pequeno líder no Pontal, num directo da SIC, ouvia-se em fundo um buzinão. Para quem não saiba, a rentrée dos laranjinhas tem sido na marginal da Quarteira; este ano foi num parque aquático ali por perto. Não fosse o diabo tecê-las e algum desvairado começar a assobiar o grande jotinha. Ou um sniper aparecer a cuspir caroços de azeitona; nunca se sabe.
Adiante.
Ouvia-se, pois, o buzinão em fundo, enquanto vexa esgalhava um discurso same o' same o'. Mais um escarro na cara do pessoal made in troika; nada de novo, portanto.
A novidade veio durante a transmissão em directo, na SIC, em que os carros pararam todos de buzinar ao mesmo tempo. Nem uma buzinadela, nem um pisca-pisca, ao menos. Num exacto momento -- num exacto segundo! -- acabou-se o buzinão.
Duvidando da sincronia, ainda perguntei à minha mulher: "(não) ouviste isto?" E também ela não ouviu mais aquilo.
Ora, o jornalismo, como o vejo, num directo ainda para mais, deve retratar fielmente o acontecimento (digamos que um directo não é uma crónica de opinião).
Ontem, em directo do parque aquático, apagaram-nos parte da realidade. Eu, por exemplo, estava a achar o buzinão bem mais interessante do que o discurso do moço de recados da Merkel.
De sentido em sentido, lá os vamos perdendo todos. Ontem, deu-se o caso de eu ter perdido metade da audição. O que se segue? Vão-me arrancar a língua?, cortar os dedos?, arrancar-me o nariz? Vão-me enfiar garfos nos olhos e fazer carrossel?
SICK...
(imagem via Paulo Querido)
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