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A questão da Madeira está a ser analisada por todos os ângulos mas, há um, importantíssimo, que está a ficar para segundo plano. É , o mais importante porque é o único problema político, enquanto os restantes são problemas financeiros, de controlo e de rigor.
Refiro-me à Regionalização do continente. Com isto que estamos a ver morre de vez?
Antes de tudo devo dizer que sou firmemente a favor de uma ampla e efectiva descentralização, com transferência para as entidades locais ou regionais dos meios de decisão e instrumentais, financeiros, humanos e técnicos necessários. Com os direitos e deveres inerentes. Tudo isto assente nos actuais órgãos eleitos autárquicos.
Mas não creio que a criação de uma classe política intermédia seja boa ideia. Os custos financeiros seriam insuportáveis e o poder regional, longe de ser um complemento do poder central, rapidamente, se transformaria, ainda mais, numa oposição pela oposição.O caso da Madeira é demonstrativo desse perigo e o dos Açores também.
Tive contactos muito próximos com governos regionais em Espanha onde existem, (ao contrário de cá) todas as razões para haver regionalização mas, o que vi, não passa de um namoro que por enquanto interessa ao poder central e ao local. Logo que se reúnam as razões suficientes, o problema em Espanha voltará com mais força.
A regionalização já foi derrotada em referendo nacional e tudo indica que está agora a ser derrotada mais uma vez. Não creio que quem assiste a este "bailinho" alguma vez vá estar a favor da regionalização.
Enquanto o conceito de impossível se liga ao resultado do chumbo num referendo (o que é patético! - pelos vistos uns referendos são filhos da mãe e outros são filhos da puta), o Interior vai continuar a morrer (que morra!). Os centros de decisão hão-de mover-se para (mais) outros litorais. Aqui, troca-se Lisboa por Lisboa e Coimbra. Uma regionalização assim limita-se a dividir o país em cinco, mas no sentido errado. Se não fosse caso para chorar, atenta a pequenez do absoluto, daria vontade de rir. Saudades!
Acho piada aos maus ares soprados por esta coisa da mudança da Red Bull Air Race do Porto para Lisboa. A mesma piada, neste caso ainda mais amarga, que acho à regionalização na horizontal proposta pelo PS. Tenham calma, não se inclinem tanto, que qualquer dia tombamos todos no Atlântico. E sim, a Beira Interior é a minha praia.
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