Ó Senhores das autoridades (i)responsáveis por manter a lei e ordem neste país ou pelo menos nesta terra em que habito e que dá pelo nome genérico de Azeitão embora se componha por quatro localidades de seus nomes Brejos de Azeitão, Vila Nogueira de Azeitão, Vila Fresca de Azeitão e Vendas de Azeitão,
Mas que raio de prioridades são as vossas? É facturar, assim em modos de cobrador-da-farda do estado ou de facto cumprir função, missão e, presumo, ambição pessoal, de garantir a segurança das populações?
Claro que a resposta certa é a primeira: gerar receita para o estado, que se lixe a criminalidade que diz que isso até pode ser perigoso.
Eu compreendo. O País precisa de dinheiro. Os criminosos também. Eu também. E o pessoal das forças de segurança tem que trabalhar, fazer qualquer coisa, mas coisas que não aleijem, claro. Afinal, não é para isso que se forma um Corpo de Intervenção. Um tal unidade serve, precisamente, para passar as noites de sexta e sábado a caçar perigosos prevaricadores de bares com irregularidades nos alvarás, que não só rendem ricas multas - só a minha amiga Madalena, por não ter um alvará para karaoke, apesar de ter alvará para musica ao vivo e de o "karaokista" ter alvará para o ser e ter toda a música legal, pagou 500€ de multa e depois teve que fechar e deixou de pagar impostos ao estado, mas claro que "isso agora não interessa nada" - como ainda resultam em bonitos espectáculos cénicos nocturnos, tipo flash-mob (e creio que a parte "mob" nunca me terá soado tão adequada) com laivos hollywoodescos quando vocês fazem aquela coisa de fechar as ruas com as carrinhas cheias de grades ameaçadoras (o que alguém vos devia dizer que é ilegal, talvez alguma autoridade policia... ah, não, espera... mas alguém, que vos explicasse que não se pode cercar, encurralar, prender em recinto fechado, por motivo nenhum, cidadãos que não são suspeitos de nada) e se plantam de G3 a olhar para nós, pessoas que ali estamos/estávamos a beber um copo (se calhar enquanto a nossa casa estava a ser assaltada, mas "isso agora não interessa nada).
Não que eu pense que havendo uma suposta força de elite no distrito e aparentemente com uma relação afectiva muito próxima com Azeitão, como é o caso do Corpo de Intervenção da GNR de Almada, que havendo uma PJ em Setúbal, uma PSP que conhece bem os "submundos" do distrito, que a combinação destas entidades, o trabalho em conjunto, uma decente e honesta orientação para o combate ao crime, protecção ao cidadão e, em última análise, aquilo que todos apenas queremos, a segurança, sejam mais importantes do que andar a fazer recolha fácil de fundos para o estado, na caça à multa nocturna, nas mega-magníficas operações stop em que me revistam o carro e metem lá cães, fazendo de mim um suspeito "de algo" (até que o nariz do cão e do guarda provem o contrário).
Essa poderá continuar a ser a vossa função.
Mas assim sendo, decerto não levarão a mal que eu, e se calhar mais alguns que aos poucos se irão fartando, comecemos nós a tentar evitar que andem a explodir bancos ou a roubar cobre à hora a que vocês estão ocupados a verificar alvarás; a assaltar pessoas e lojas em plena luz do dia ou a brincar ao carjacking enquanto vocês estão a multar pessoas por não terem um colete com a norma PQP numa Mega-Fantástica-Operação-Stop.
É que são coisas que maçam. E como vocês não estão para se maçar com coisas que maçam e eu não vos quero maçar, podiam só fazer um favor?
Uma vez que só cá vêm para chatear, podiam deixar de vir e nós começávamos a tratar da coisa?
É claro que eu não vou tratar de nada - receio que vocês não entendam uma metáfora - e nem vale a pena alertar para os perigos sociais que a vossa (não) actuação enquanto forças de Segurança e não de Cobrança geram na sociedade. Vocês - chefias e governantes - vão perceber quando começarem a ler "Justiça Popular" nas capas dos jornais.
Autoria e outros dados (tags, etc)
Uns movimentos mais visiveis e umas queixas mais exuberantes levaram o director-geral a uma entrevista em que dizia que tal como o povo, também os agentes se sentiam "traídos" pelas medidas de austeridade. Se o povo as sente e protesta porque não os agentes da autoridade?
Como pode constatar seguindo os links ninguem sabe nada sobre as razões que levaram à exoneração. Há, no entanto, algumas suposições mais ou menos óbvias que pode ver e ouvir aqui no vídeo.
É melhor estar atento a esta notícia porque isto não vai ficar por aqui. Não esquecer que apareceu uma "reclamação" subscrita por dezasseis dos vinte e dois superintendentes nacionais a protestarem contra a falta de meios e contra o corte nas carreiras...um documento a escaldar. É, claro, que se o director nacional não conseguiu conter o "papelinho", mante-lo no cargo, seria como dar-lhe cobertura e o ministro não podia fazer uma coisa dessas. Sindicatos e agitação na rua são esperados. Reacções de solidariedade?
Como cenário geral estão os roubos violentos, a violência de que a comunicação social dá eco. As Forças da Ordem vão longe demais quando deixam escapar, como velada ameaça, que não cumprirão o seu dever, juntando-se ao (seu) povo, se a agitação social explodir
Esperam-se os próximos capítulos!
Autoria e outros dados (tags, etc)
Como é que estão as televisões de câmaras atentas no local do "crime" meia hora antes de chegar a polícia? Adivinhação? Telepatia? Milagre? Nada disso.
Faxes, mails, telefonemas...não? É o que vem aí no jornal com fotografia e tudo.
Os únicos que acreditam em milagres somos nós os que já achamos isto tudo normal. Difama-se, faz-se um circo onde devia haver descrição, é tudo por acaso e não há promiscuidade nenhuma. A polícia "caça" ladrões e os jornalistas investigam.
Assim é que é! Caros amigos de jornada!
"O porta-voz da Direcção Nacional da PSP, comissário Paulo Flor, enviou a meia dúzia de jornalistas amigos um amável e-mail com timbre oficial. "
Autoria e outros dados (tags, etc)