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Valsa Scherzo, de Tchaikovsky

por António Filipe, em 20.09.13
No dia 20 de Setembro de 1878, realizou-se, no Palácio do Trocadéro, em Paris, a estreia da Valsa Scherzo, para violino e orquestra, do compositor russo Pyotr Ilyich Tchaikovsky. O violinista polaco Stanislaw Barcewicz foi o solista e Nicolai Rubinstein dirigiu a orquestra.

As origens da Valsa Scherzo, op. 34, em dó maior, são algo misteriosas. Parece que foi escrita em Janeiro e Fevereiro de 1877, como relata uma carta escrita por Iosif Kotek a Tchaikovsky. Kotek era um violinista e anterior aluno de Tchaikovsky, no Conservatório de Moscovo. Graduou-se em 1876 e é quase certo que os dois se tornaram amantes por essa altura. A Valsa foi dedicada ao violinista, na sua primeira publicação, em 1878, com arranjos para violino e piano, feitos pelo compositor. A parte orquestral foi publicada no mesmo ano. A partitura completa só foi publicada em 1895, dois anos depois da morte de Tchaikovsky.
Nalgumas cartas de Kotek para Tchaikovsky, é mencionado que o violinist fez a orquestração da Valsa Scherzo, pelo menos, parcialmente. Mas na correspondência de Tchaikovsky não existe nenhuma menção a este facto.
Embora de curta duração, esta peça exige uma grande técnica por parte do solista.

Valsa Scherzo, de Tchaikovsky

Violino: Vadim Repin
Orquestra Filarmónica de Berlim
Maestro: Mariss Jansons

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Seiji Ozawa - Maestro japonês

por António Filipe, em 01.09.13
No dia 1 de Setembro de 1935, nasceu em Shenyang, na China, quando a cidade se encontrava sob ocupação japonesa, o maestro Seiji Ozawa, filho de pais japoneses e mais conhecido pelo seu trabalho como maestro da Orquestra Sinfónica de Boston, durante 29 anos.

Quando a família regressou ao Japão, em 1944, começou a estudar piano, dedicando-se, principalmente às obras de Johann Sebastian Bach. Depois de completar o liceu, Ozawa torceu um dedo, num jogo de rugby, o que o impediu de continuar os estudos de piano. Dedicou-se, então, à direcção de orquestra.
Uma década depois, ganhou o primeiro prémio no concurso internacional de maestros, em Besançon, na França. Isto levou a que Charles Münch, director musical da Orquestra Sinfónica de Boston, o convidasse a frequentar o Berkshire Music Center (hoje, Tanglewod). Em 1960, ganhou o prémio Koussevitzky, o mais importante daquela instituição, e recebeu uma bolsa para estudar com Herbert von Karajan, em Berlim.
A convite de Leonard Bernstein, Seiji Ozawa foi nomeado maestro assistente da Orquestra Filarmónica de Nova Iorque e, enquanto desempenhava essa função, apareceu pela primeira vez em público, como profissional, em 1962, dirigindo a Orquestra Sinfónica de S. Francisco. A partir de 1964, dirigiu várias orquestras, até que, em 1973, foi nomeado director musical da Orquestra Sinfónica de Boston, onde se manteve durante 29 anos.
Desde 2002, tem sido maestro principal da Ópera Estatal de Viena e continua a desempenhar um papel importante, como professor e administrador do Tanglewood Music Center, em Massachusetts. No dia 7 de Janeiro de 2010, Seiji Ozawa anunciou que iria cancelar todos os seus compromissos para se submeter a tratamentos, devido a um cancro do esófago, que, segundo o seu médico, tinha sido detectado numa fase inicial.


Valsa, da Serenata para cordas, de Tchaikovsky
Orquestra Filarmónica de Berlim
Maestro: Seiji Ozawa

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Carmina Burana - Cantata de Carl Orff

por António Filipe, em 08.06.13
No dia 8 de Junho de 1937, na Casa da Ópera de Frankfurt, estreou-se a cantata “Carmina Burana”, de Carl Orff, compositor alemão que viveu entre 1895 e 1982.

Carmina Burana é uma cantata cénica de poesias latinas medievais composta por Carl Orff em 1935 e 1936, baseada em textos extraídos de uma colecção de mais de duzentos poemas do final do século XIII. Estes poemas, numa espécie de mistura entre um alemão arcaico, francês, grego e latim, foram escritos por um grupo profano de errantes chamados Goliardos. Eram monges e menestréis que passavam o seu tempo deliciando-se com os prazeres da carne. A obra é descrita pelo compositor como "a celebração de um triunfo do espírito humano pelo balanço holístico e sexual".
Na época em que estes poemas foram escritos, a influência da música religiosa – principalmente o canto gregoriano –, no Ocidente, era muito forte. O que caracteriza os poemas utilizados por Carl Orff são temas do quotidiano onde a parábola presente é a da roda da fortuna, em que o azar e a sorte são o dia-a-dia do ser humano em todos os momentos da vida.
Apesar de moderno em algumas de suas composições, Orff soube capturar o espírito da era medieval na sua trilogia e, em particular, no tema “Fortuna Imperatrix Mundi”, o principal e mais célebre trecho de Carmina Burana.


“Fortuna Imperatrix Mundi”, da Cantata “Carmina Burana”, de Carl Orff
Orquestra Filarmónica de Berlim
Maestro: Sir Simon Rattle

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Sinfonia nº 3, de Dvorak

por António Filipe, em 29.03.13
No dia 29 de Março de 1874, Bedrich Smetana dirigiu a Orquestra Filarmónica de Praga na estreia da Sinfonia nº 3, do compositor checo Antonin Dvorak.

Não se sabendo exactamente a data da sua composição, a Sinfonia nº3, op. 10, em mi bemol maior, de Dvorak, foi provavelmente composta em 1872 e talvez não tenha sido orquestrada até ao ano seguinte. O compositor rasurou, com um navalha, a data que tinha escrito na primeira página.
Esta sinfonia, com apenas três andamentos, foi revista por Dvorak entre 1887 e 1889 e só foi publicada em 1912, já depois da morte do compositor, por N. Simrock, em Berlim.

Sinfonia nº 3, de Dvorak
Orquestra Filarmónica de Berlim

Maestro: Rafael Kubelik

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Erno Dohnányi - Pianista e compositor húngaro

por António Filipe, em 09.02.13
No dia 9 de Fevereiro de 1960 morreu, em Nova Iorque, o pianista e compositor húngaro Erno Dohnányi. Tinha nascido no dia 27 de Julho de 1877, em Pozsony, na Hungria, hoje Bratislava, capital da Eslováquia.

Inicialmente estudou música com o pai, que era professor de matemática e violoncelista amador. Em 1894, ingressou na Academia de Budapeste, onde estudou piano e composição e foi colega de Béla Bartók. Tendo obtido notável domínio do piano, apresentou-se como concertista em vários países, tornando-se um dos mais famosos pianistas húngaros. Em 1949 emigrou para os Estados Unidos, onde exerceu as actividades de professor e maestro.
Como compositor, Dohnányi foi influenciado por Brahms, mas as suas obras para piano mostram uma virtuosidade em tudo semelhante a Liszt.


Minutos Sinfónicos, de Erno Dohnányi
Orquestra Filarmónica de Berlim
Maestro: Iván Fischer

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Concerto para violino, de Beethoven

por António Filipe, em 23.12.12
No dia 23 de Dezembro de 1806, no Theater an der Wien, em Viena, aconteceu a estreia do Concerto para violino, de Ludwig van Beethoven. Ao que parece, sem ter tido nenhum ensaio.

A estreia do Concerto em ré maior, op. 61, para violino e orquestra, de Beethoven esteve longe de ser aquilo a que se poderia chamar um grande sucesso. Consta que Franz Clement, o violinista na estreia, mal teve tempo para estudar o concerto, terminado por Beethoven pouco tempo antes, tendo mesmo tocado a parte solo sem nunca a ter ensaiado. Além disso, os 3 andamentos foram tocados separadamente e nos intervalos, para entreter a audiência, Clement exibiu alguns dos seus dotes como, por exemplo, tocar com o violino de pernas para o ar...
O concerto foi composto por Beethoven para o violinista Franz Clement. No entanto, a 1ª edição impressa, em 1808, foi dedicada a Stephan von Breuning, amigo do compositor. Não foi um sucesso imediato e, na verdade, só voltou a ser executado mais uma vez durante a vida de Beethoven. Devemos a sua redescoberta a Felix Mendelssohn que, em 1844, dirigiu uma interpretação com o famoso violinista Joseph Joachim. Na verdade, este concerto já tinha sido tocado em 1834 por Vieuxtemps, que tinha, na altura, 14 anos. Mas esse facto passou desapercebido.
Contrariamente à atitude prevalecente na época, este concerto de Beethoven é, realmente, um concerto para violino e orquestra e não apenas um concerto para fazer brilhar o solista, com uma orquestra subserviente e secundária. Desde a interpretação de Mendelssohn, passou a ser uma das peças mais executadas do repertório de violino.


Concerto em ré maior, op. 61, para violino, de Beethoven
Violino: Itzhak Perlman
Orquestra Filarmónica de Berlim
Maestro: Daniel Barenboim

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Zoltán Kodály - Filósofo e compositor húngaro

por António Filipe, em 16.12.12
No dia 16 de Dezembro de 1882 nasceu, em Keckskemét, na Hungria, o filósofo e compositor Zoltán Kodály.

No dia 16 de Dezembro de 1882 nasceu, em Keckskemét, na Hungria, o filósofo e compositor Zoltán Kodály.

Confundida durante muito tempo com a música cigana, a autêntica música popular húngara teve em Kodály, ao lado de Bartók, um dos seus maiores estudiosos e codificadores. A partir de 1903, Zoltán Kodály dedicou-se ao estudo da música popular do seu país. Conheceu Bartók em 1906, com quem passou a colaborar nas pesquisas sobre o folclore musical dos Balcãs. Resultou daí a publicação de numerosas canções populares comentadas.
Kodály compôs durante toda a sua vida. Chegou a recolher mais de 100 mil canções, peças, trechos e melodias populares húngaras, as quais aplicava nas suas composições com singular perfeição técnica. As pesquisas folclóricas de Kodály deram-lhe ainda o melhor da ópera.
Morreu em Budapeste, no dia 6 de Março de 1967.


Excerto de “Danças de Galánta”, de Zoltán Kodály
Orquestra Filarmónica de Berlim
Maestro: Iván Fischer

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Sinfonia nº 1, de Brahms

por António Filipe, em 04.11.12
No dia 4 de Novembro de 1876, em Karlsruhe, na Alemanha, aconteceu a estreia da Sinfonia nº 1, de Johannes Brahms. O maestro foi um velho amigo do compositor: Felix Otto Dessoff.

Os primeiros esboços da Sinfonia nº 1, em dó menor, op. 68, de Brahms, datam de 1854. O próprio compositor admitiu que a composição desta obra demorou 21 anos. Uma das razões desta demora é que havia uma expectativa de que Brahms continuaria a obra de Beethoven, o que Brahms sentia que não conseguiria realizar, devido à enorme reputação de Beethoven.
Muitos disseram que existe uma grande semelhança entre esta sinfonia e outras de Beethoven, principalmente a 5ª e a 9ª. Isto irritava Brahms, que via nesta afirmação uma acusação de plágio. Brahms sabia destas semelhanças, mas encarava-as como sendo uma homenagem a Beethoven. A Sinfonia nº 1, de Brahms, é muitas vezes referida como a décima, de Beethoven.


Excerto da Sinfonia nº 1, de Brahms
Orquestra Filarmónica de Berlim
Maestro: Simon Rattle

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David Oistrakh – Violonista russo

por António Filipe, em 30.09.12

No dia 30 de Setembro de 1908 nasceu, em Odessa, o violinista russo David Oistrakh,

considerado um dos mais importantes intérpretes do violino do séc.XX – tão importante que ficou conhecido como “o rei David”.
Ilustres contemporâneos seus, como Khachaturian e Shostakovich, dedicaram-lhe os seus concertos para violino; e Prokofiev fez para ele um arranjo da sua sonata para flauta, convertendo-a na segunda sonata para violino e piano.
Tendo iniciado os seus estudos musicais aos 5 anos, David Oistrakh obteve a formatura no Conservatório de Odessa em 1926 (tinha então 18 anos) e debutou como concertista em 1933, em Moscovo. A partir de 1934 repartiu a sua actividade musical de prestigiado professor, director de orquestra e concertista de afanosas tournées, que começaram pelas diversas repúblicas da então União Soviética.
Em 1937, David Oistrakh ganhou em Bruxelas o 1º prémio de interpretação do Concurso Rainha Isabel. Desde então, o seu impecável estilo e a sua técnica perfeita colocaram-no entre os maiores intérpretes do violino em todo o mundo. A partir de 1951 fez intermináveis digressões pela Europa e pela América, com a maior admiração de todos os críticos.
Gravou discos interpretando as mais importantes obras para violino e com as melhores orquestras. Foi considerada insuperável a gravação do Concerto para 2 Violinos, em Ré menor, de Bach, que fez com seu filho Igor Davidovich. E ficou célebre a gravação que fez, numa autêntica equipa de luxo (com o pianista Sviatoslav Richter, o violoncelista Mstislav Rostropovich e o maestro Herbert von Karajan) do Triplo Concerto de Beethoven.
David Oistrakh faleceu, em Amesterdão, no dia 24 de Outubro de 1974.


Concerto para violino, violoncelo e piano, de Beethoven
Violino: David Oistrakh
Piano: Sviatoslav Richter
Violoncelo: Mstislav Rostropovich
Orquestra Filarmónica de Berlim
Maestro: Herbert von Karajan

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No dia 15 de Setembro de 1876 nasceu em Berlim, na Alemanha, Bruno Walter, um dos mais reconhecidos maestros do séc. XX. Estudou no Conservatório Stern, na sua cidade natal. Filho de uma família judia da classe média, começou a estudar piano aos oito anos e aos nove deu o seu primeiro concerto em público. Muito cedo, também, tomou a decisão de fazer carreira musical, mas não no piano…
Em 1889 – tinha então 13 anos – Bruno assistiu a um concerto de Van Bülow em Baureuth e traçou o seu próprio destino: queria ser maestro. Cinco anos depois fazia a sua estreia a dirigir a orquestra da Ópera de Colónia. Meses mais tarde ingressou como maestro de coro na Ópera de Hamburgo, onde trabalhou ao lado de Gustav Mahler.
Depois de ter actuado, como maestro, em várias cidades alemãs, Gustav Mahler convidou-o para maestro assistente da Ópera Estatal de Viena, cargo que Bruno Walter aceitou e onde se manteve até 1912, quando assumiu o cargo de Director Musical da Ópera de Munique. Teve a sua estreia nos Estados Unidos em 1923. Entre 1925 e 1929 foi Director Musical da Ópera Municipal de Berlim e apareceu no Covent Garden e no Festival de Salsburgo.
Depois, foi maestro dos Concertos Gewandhaus, em Leipzig, de 1929 a 1933. Nessa altura, Bruno Walter foi obrigado pelos nazis a deixar a Alemanha. Regressou à Ópera de Viena em 1935, mas teve que sair em 1938, quando os nazis ocuparam a Áustria. Em 1939 foi para os Estados Unidos e tornou-se cidadão daquele país. Foi maestro do Metropolitan Opera de Nova Iorque, da Orquestra Sinfónica da NBC e da Orquestra Filarmónica de Nova Iorque. Walter foi especialista nas interpretações dos clássicos alemães e austríacos e era amigo de Gustav Mahler, cujas obras interpretou como nenhum outro. Faleceu no dia 17 de Fevereiro de 1962, em Beverly Hills, na Califórnia.


4º andamento da Sinfonia nº 40, de Mozart
Orquestra Filarmónica de Berlim
Maestro: Bruno Walter

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Barbara Bonney – Soprano norte-americana

por António Filipe, em 14.04.12

No dia 14 de Abril de 1956 nasceu em Montclair, Nova Jersey, a soprano norte-americana Barbara Bonney. Começou a estudar piano aos cinco anos de idade, mudando para o violoncelo três anos mais tarde. Todos lhe auguravam uma grande carreira de violoncelista, especialmente depois de aos 13 anos, por ocasião de se ter mudado com a família para o Maine, ter ingressado na Orquestra Sinfónica Juvenil de Portland. Mas 2 anos mais tarde entrou na Universidade de New Hampshire para estudar Música e Alemão e esse foi só um passo para a Áustria. Na Universidade de Salzburgo, onde estudava alemão, trocou o violoncelo pelo canto. Fez o programa vocal do Mozarteum e tornou-se solista de vários grupos corais de Salzburgo. Aí aconteceu o ponto de viragem da sua vida.
Apresentou-se, como solista, em vários agrupamentos corais e durante quatro anos, participou em quase todas as produções da companhia de Ópera de Darmstadt, interpretando cerca de 40 papéis. Na temporada de 1983-84, colaborou com a Ópera de Frankfurt, seguindo-se uma rápida sucessão de importantes estreias com prestigiados maestros.
Em 1984 Barbara Bonney representou no Festival de Verão de Munique, sob a direcção de Carlos Kleiber, seguindo-se a Royal Opera House, Covent Garden, com Sir Georg Solti. Estreou-se no Scala de Milão, como Pamina, e na Metropolitan Opera, em 1987, sob a direcção de James Levine. Em 1987, apresentou-se, pela primeira vez, na Ópera de Viena.
Barbara Bonney recebeu Doutoramentos Honoris Causa pela Universidade de New Hampshire e pela Royal Academy of Music de Londres e é membro da prestigiada Academia Sueca de Música.


Excerto do Requiem Alemão, de Brahms
Soprano: Barbara Bonney
Orquestra Filarmónica de Berlim
Maestro: Claudio Abbado

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No dia 5 de Abril de 1908 nasceu, em Salzburgo, o maestro austríaco Herbert von Karajan. Vindo de uma família da alta burguesia, foi um prodígio no piano desde muito cedo. Começou a aprender o instrumento em 1912. A partir de 1916, e durante dez anos, estudou no Mozarteum de Salzburgo, onde foi encorajado a estudar direcção de orquestra. Depois ingressou na Escola Técnica de Viena e na Escola de Música e Artes de Viena, onde se graduou como maestro.
Regeu durante 60 anos, 35 dos quais à frente da orquestra que, com ele, mais prestígio granjeou entre todas: a Filarmónica de Berlim. A associação da sua pessoa aos alemães (era conhecido como “o mais alemão” dos maestros) vem do seu carácter e da ligação com a grande orquestra de Berlim. Em 1933, estreou-se no Festival de Salzburgo e, no ano seguinte, dirigiu pela primeira vez a Orquestra Filarmónica de Viena. Ainda em 1933, no dia 8 de Abril, tornou-se membro do Partido Nazi. Posteriormente, judeus como Isaac Stern, Arthur Rubinstein e Itzhak Perlman recusaram-se a participar em concertos com Karajan.
Em 1946, realizou o seu primeiro concerto depois da guerra, em Viena, com a Orquestra Filarmónica, mas foi banido de futuras actividades pelas autoridades da ocupação soviética. Após ter participado anonimamente no Festival de Salzburgo, no ano seguinte foi autorizado a voltar à actividade de maestro.
No dia 16 de Maio de 1968 dirigiu a Orquestra Filarmónica de Berlim no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Ao concerto assistiu o então Presidente da República, Almirante Américo Tomás. À margem da sua actividade artística, Karajan era um grande apaixonado por carros. Em privado, afirmava que a mais bela sinfonia do mundo era produzida por um motor de doze cilindros. Morreu em Anif, perto de Salzburgo, no dia 16 de Julho de 1989.
Embora tenha interpretado muitos outros compositores, Herbert von Karajan é muitas vezes indicado como o grande intérprete de Beethoven – e a verdade é que merece essa honrosa referência.


1º andamento da Sinfonia nº 6, de Beethoven
Orquestra Filarmónica de Berlim
Maestro: Herbert von Karajan

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Pierre Boulez – Compositor e maestro francês

por António Filipe, em 26.03.12

No dia 26 de Março de 1925, nasceu, em Montbrison, na França, o maestro e compositor Pierre Boulez, uma das maiores figuras da música do Século XX. É um dos líderes do modernismo musical do pós-guerra. As suas composições têm uma cultura musical rica e a defesa que fez da música moderna e pós-moderna tem sido decisiva para muitos.
Inicialmente, estudou matemática em Lyon, antes de se dedicar à música no Conservatório de Paris, sob a direcção de Olivier Messiaen. De 1976 a 1995, ocupou a Direcção de Criação, Técnica e Linguagem na Música no prestigiado Collège de France. Como investigador, fundou o Instituto de Pesquisa para a Coordenação Acústica-Música. Em 2002, foi agraciado com o célebre Prémio Glenn Gould, pelo seu contributo para a música moderna.
Mas o nome de Pierre Boulez é mundialmente famoso, acima de tudo, como maestro. Clareza, precisão, agilidade rítmica e respeito pelas intenções do compositor anotadas na partitura são as características do seu estilo de conduzir – sempre sem batuta e apenas com as mãos. Particularmente distinguido como intérprete de grandes clássicos do séc. XX (Débussy, Mahler, Schonberg, Stravinsky, Bartók), incluíu no seu principal repertório igualmente Beethoven, Berlioz, Schumann e Richard Wagner. E estendeu a sua atenção pelos modernos ao próprio Frank Zappa…
Dirigiu a maioria das grandes orquestras sinfónicas do mundo, desde os finais dos anos 50. Na década de 70 foi ao mesmo tempo Maestro Principal da Orquestra Sinfónica da BBC e Director Musical da Filarmónica de Nova Iorque. Já no séc. XXI é o principal Maestro Convidado da Orquestra Sinfónica de Chicago, de que é Dirigente Emérito.


Excerto do Concerto nº 20, K. 466, de Mozart
Orquestra Filarmónica de Berlim
Maestro: Pierre Boulez
Piano: Maria João Pires

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No dia 18 de Março de 1844 nasceu, em Tikhvin, Novgorod, o professor e compositor russo Nikolai Rimsky-Korsakov. Membro de uma família aristocrática, manifestou talento musical desde muito cedo: aos 6 anos de idade começou a ter aulas de piano e, aos 9 já compunha. Aos 12 anos, ingressou no Colégio Naval Imperial Russo de São Petersburgo e, posteriormente, na Marinha Russa. Foi membro do nacionalista Grupo dos Cinco, ao lado de Balakirev, Borodin, César Cui e Mussorgsky.
Apesar de ser autodidacta, em 1871 é nomeado professor de composição e orquestração do Conservatório de São Petersburgo. Entre os seus alunos figuram nomes como Glazunov, Liadov, Prokofiev, Respighi e Stravinsky. Durante os anos seguintes, estuda assiduamente instrumentação, harmonia e contraponto. Torna-se no mais sábio músico russo da sua geração Entre 1874 e 1881 desempenha o cargo de director de concertos do Conservatório Livre. Em 1883 e 1894 trabalha com Balakirev na Capela da Corte, onde estuda a música da Igreja Ortodoxa Russa.
Rimsky-Korsakov também gostava de praticar desporto. Dedicou-se à natação, que gostava de treinar no Verão dos mares siberianos. Apresentou-se como maestro por toda a Europa, incluindo Paris, durante a Exposição Universal de 1899. Em 1905 foi demitido das funções pedagógicas, depois de publicar uma carta de protesto, em que criticava as autoridades que administravam o Conservatório. Este acto gerou uma série de demissões imediatas, como as de Liadov e Glazunov. Com o escândalo, a instituição é completamente reorganizada sob o comando de Glazunov, que foi readmitido para dirigir o novo Conservatório de São Petersburgo.
Nos anos seguintes causa nova polémica com a publicação da ópera “O galo de ouro”, em que critica a monarquia russa de tal forma, que a ópera só pôde ser apresentada em 1909, após a morte do compositor. Korsakov também era famoso pelos seus hábitos excêntricos, como jogar futebol, no auge do inverno russo, nos lagos congelados de São Petersburgo. Vítima de angina, veio a falecer em Lyubensk, no dia 21 de Junho de 1908.
Rimsky-Korsakov renovou a grande música russa a partir do espírito do folclore nacional. Mas, embora rejeitando a “ocidentalização” de famosos compatriotas seus, como Tchaikovsky, não foi um nacionalista “fechado”: duas das suas maiores obras, o poema sinfónico “Sheherazade” e o Capricho Espanhol, op.34 traduzem bem o universalismo da sua composição.


Capricho Espanhol, op. 34, de Rimsky-Korsakov
Orquestra Filarmónica de Berlim
Maestro: Zubin Mehta

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No dia 29 de Fevereiro de 1792 nasceu, em Pésaro, o compositor italiano Gioachino Rossini, que compôs 39 óperas, assim como diversos trabalhos para música sacra e música de câmara. Recebeu as suas primeiras lições musicais do pai, que tocava trompa e trompete na orquestra local. O pai de Rossini simpatizava com a Revolução Francesa e deu as boas-vindas às tropas de Napoleão quando invadiram o norte da Itália. Isto tornou-se um problema quando os austríacos restauraram o antigo regime, em 1796. O pai de Rossini foi preso e a mãe foi para Bolonha com o filho, onde ganhava a vida como cantora nos diversos teatros da região.
Aos catorze anos, Rossini matriculou-se no liceu musical da cidade e apaixonou-se pelas composições de Haydn e Mozart, mostrando grande admiração pelas óperas de Cimarosa. Estudou violoncelo no Conservatório de Bolonha. Em 1807 é admitido nas aulas de contraponto do padre Stanislao Mattei.
Em 1810 abandonou o conservatório e seguiu para Veneza, onde estreou a sua primeira ópera, “La Cambiale di Matrimonio”. A visão de Rossini sobre recursos orquestrais não é geralmente atribuída às regras de composição estritas que aprendeu com Mattei, mas aos conhecimentos adquiridos independentemente, ao seguir as sinfonias e quartetos de Haydn e Mozart. Em Bolonha, era conhecido como "il Tedeschino" ("o alemãozinho") por causa da sua devoção a Mozart. Instalou-se em Paris em 1855, onde a sua casa era um centro da sociedade artística. Faleceu na sua casa de campo em Passy numa sexta-feira, 13. No mês de Novembro de 1868.


Abertura da ópera “Guilherme Tell”, de Rossini
Orquestra Filarmónica de Berlim
Maestro: Herbert von Karajan

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