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"A clemência de Tito", de Wolfgang Amadeus Mozart

por António Filipe, em 06.09.13
No dia 6 de Setembro de 1791, estreou-se no Teatro Nacional de Praga a ópera “La Clemenza di Tito”, de Wolfgang Amadeus Mozart.

"A clemência de Tito", K.621, a última ópera de Mozart, foi encomendada para a coroação do imperador da Boémia, Leopoldo II. É uma ópera séria em dois actos, baseada num texto de Pietro Metastasio. Relata a história de um governante justo e bondoso para com o povo, mesmo perante uma tentativa de assassinato preparada por Vitelia e levada a cabo por Sexto, seu amigo.
O empresário Domenico Guardasoni, que vivia em Praga e a quem tinham pedido uma nova obra para a coroação de Leopoldo II como Rei de Boémia, cerimónia que teria lugar o 6 de Setembro, deslocou-se a Viena, e tentou primeiro contratar Antonio Salieri, que estava muito ocupado e declinou a oferta. Foi então que encomendou a Mozart a composição de uma ópera séria.
Embora estivesse absorvido na criação da ópera “A flauta mágica”, Mozart não hesitou em aceitar, pois Guardasoni ofereceu-lhe o dobro do que normalmente lhe pagavam por uma ópera em Viena. Abandonou a composição de “A flauta mágica” para se dedicar à “Clemência de Tito”.
A estreia da ópera não teve grande sucesso. O rei Leopoldo preferia um estilo mais italiano, em vez do germânico pelo qual Mozart era conhecido. Não se sabe o que Leopoldo pensava desta ópera composta em sua honra, mas conta-se que a sua mulher, María Luísa, se referiu a ela como "porcaria alemã".


Final da ópera “A clemência de Tito”, de Wolfgang Amadeus Mozart
Tenor: Michael Schade
Mezzo-soprano: Vesselina Kasarova
Soprano: Dorothea Roschmann
Mezzo-soprano: Elina Garanca
Soprano: Barbara Bonney
Baixo: Luca Pisaroni
Orquestra Filarmónica de Viena
Maestro: Nikolaus Harnoncourt

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No dia 10 de Agosto de 1788, Mozart termina a composição da Sinfonia nº 41, conhecida como Sinfonia “Júpiter”.

A Sinfonia nº 41, em dó maior, também conhecida por “Júpiter” foi terminada nos primeiros dias de Agosto de 1888 – ou seja, poucos dias após Mozart ter concluído a Sinfonia nº 40.
Estrearam ambas em 1791, precisamente o ano da morte do compositor.
Mozart compôs praticamente em simultâneo as suas últimas 3 sinfonias, as nºs 39, 40 e 41.
Acerca da vertiginosa velocidade com que Mozart escrevia as suas composições, já se tem dito que, numa época em que boa parte da música se fazia por encomenda, o compositor de Salzburgo fazia produção em série.
Mas estas suas últimas sinfonias demonstram que a razão dessa facilidade de criação era outra: o genial talento de Mozart.
Na Sinfonia nº 41, Mozart combina o rigor da técnica do contraponto, característico do período barroco, com uma linguagem própria, nova, que faz já lembrar o que Beethoven viria a fazer depois, em plena época clássica.
Daí se diz que, na Sinfonia Júpiter, Mozart baseia-se na tradição para rasgar as linhas do futuro.


Sinfonia nº 41 “Júpiter”, de Mozart
Orquestra de Câmara Europeia
Maestro: Nicolaus Harnoncourt

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No dia 2 de Agosto de 1937, nasceu em Berlim, na Alemanha, a soprano austríaca Gundula Janowitz, uma das sopranos mais famosas do século XX, que atingiu o auge da carreira nas décadas de 1960 e 1970.

Estudou no Conservatório de Graz, na Áustria. Tornou-se cidadã austríaca e começou a cantar no final da década de 1950. Em 1959, o maestro Herbert von Karajan escolheu-a para o papel de Barbarina, na ópera “As Bodas de Fígaro”, de Mozart, na Ópera Estatal de Viena, companhia da qual Gundula Janowitz se tornou membro permanente em 1962. Nas décadas de 1960 e 1970 foi uma das cantoras mais populares a nível internacional e fez muitas gravações de obras, desde Johann Sebastian Bach a Richard Strauss, em cooperação com os mais destacados maestros, como o seu mentor Karajan, Otto Klemperer, Eugen Jochum, Leonard Bernstein, Rafael Kubelík, Karl Böhm, Georg Solti, Carlos Kleiber, entre outros. Em 1978, ganhou o prémio de Música Joseph Marx, do estado da Styria, na Áustria, do famoso compositor Joseph Marx.
Janowitz fez muito sucesso no Festival de Salzburgo, o que deu um grande impulso à sua carreira. Além da sua carreira como cantora, foi, também, professora. Em 1990, foi, por algum tempo, directora da ópera de Graz, na Áustria.
Janowitz cantou em muitos dos grandes palcos mundiais, incluindo o Festival de Ópera de Glyndebourne, os Festivais de Páscoa de Salzburgo, o Metropolitan Opera de Nova Iorque, a Ópera de Paris e a Royal Opera House.
A sua despedida dos palcos realizou-se no dia 18 de Maio de 1990, na Ópera Estatal de Viena, interpretando o papel principal, na ópera “Ariadne auf Naxos”, de Richard Strauss. Continuou, no entanto, a cantar recitais de Lied até 1997, ano em que se retirou completamente dos palcos.


Ária "Porgi Amor", da ópera “As Bodas de Fígaro”, de Mozart
Soprano: Gundula Janowitz
Orquestra da Ópera de Paris
Maestro: Georg Solti

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Don Giovanni, de Wolfgang Amadeus Mozart

por António Filipe, em 01.08.13
No dia 1 de Agosto de 1977 estreou-se na Kleines Festspielhaus de Salisburgo, a ópera “Don Giovanni”, de Wolfgang Amadeus Mozart.

Don Giovanni é uma ópera em dois actos, da autoria de Mozart, com libreto de Lorenzo da Pontem, que relata as peripécias de um nobre depravado que seduz as donzelas prometendo casamento, mas que, depois, as abandona.
A estreia absoluta desta ópera realizou-se no dia 29 de Outubro de 1787, em Praga, onde o maestro foi o próprio compositor. Devido ao sucesso, no ano anterior, com a sua ópera “As Bodas de Fígaro”, o director do Teatro Nacional de Praga, Pascoale Bondini, encomendou uma nova ópera a Mozart, que voltou a chamar o libretista Lorenzo da Ponte, com o qual voltaria a trabalhar em Così Fan Tutte.
O libreto de Da Ponte foi denominado de “drama giocoso”, termo que denota uma mistura de drama e comédia. Mas Mozart catalogou a obra como sendo uma ópera buffa, significando ópera cómica. Seja como for, é, na realidade, uma mistura de comédia, drama e, até, elementos do sobrenatural. Em 1979 foi feita uma adaptação para o cinema da ópera Don Giovanni, pelo realizador Joseph Losey.


Abertura da ópera Don Giovanni, de Mozart
Orquestra Filarmónica de Viena
Maestro: Herbert von Karajan

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O Rapto do Serralho, de Wolfgang Amadeus Mozart

por António Filipe, em 16.07.13
No dia 16 de Julho, de 1782 estreou-se, no Burgtheater, em Viena a ópera “O Rapto do Serralho”, de Wolfgang Amadeus Mozart.

"O Rapto do Serralho", K. 384, é uma ópera, em três actos, composta por Mozart, com libreto de Johann Gottlieb Stephanie.
Konstanze, uma nobre espanhola, a sua criada inglesa Blondchen e Pedrillo, noivo de Blonde e criado de Belmonte, foram raptados por vários piratas turcos. O Paxá Selim comprou-os para o seu harém, que também é uma casa de campo. A ópera então começa com a chegada de Belmonte ao harém, para raptar a sua amada e também os criados.
Mozart recebeu o libreto no dia 29 de Julho de 1781. Tinha tido poucas oportunidades de compor, profissionalmente, durante o Verão, e, por isso, começou a trabalhar imediatamente e com entusiasmo. Numa carta que escreveu ao pai, Mozart indica que estava muito entusiasmado com a perspectiva de ter uma ópera sua interpretada em Viena.
Inicialmente, Mozart pensava que só tinha dois meses para terminar a ópera, pois havia a intenção de a encenar na altura da visita, em Setembro, do Grande Duque da Rússia, filho de Catarina, a Grande e herdeiro do trono. Mas, por fim, foi decidido que seriam interpretadas óperas de Gluck, o que deu mais tempo a Mozart.
A estreia de “O Rapto do Serralho” foi um sucesso. As primeiras duas interpretações renderam 1200 florins, três vezes mais que o salário de Mozart no último emprego que tivera em Salzburgo. A obra foi repetida, várias vezes, durante a vida de Mozart, em Viena e em todos os sítios da Europa, onde se falava alemão.
Embora esta ópera tenha permitido a Mozart elevar substancialmente a sua reputação junto do público, como compositor, não fez com que enriquecesse, uma vez que só foi pago um preço fixo de 450 florins, sem nunca ter recebido mais pelas interpretações que se seguiram à estreia. “O Rapto do Serralho” chegou a Paris, em 1801, encenada no Théâtre de la Gaîté e continua a ser uma ópera frequentemente interpretada nos dias de hoje.


Abertura da ópera “O Rapto do Serralho”, de Wolfgang Amadeus Mozart
Orquestra Filarmónica de Viena
Maestro: Fabio Luisi

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Elizabeth Harwood – Soprano inglesa

por António Filipe, em 21.06.13
No dia 21 de Junho de 1990 morreu, de cancro, em Fryerning, Essex, com 52 anos, a soprano inglesa Elizabeth Harwood. Tinha nascido em Barton Seagrave, um subúrbio de Kettering, a 27 de Maio de 1938. Cresceu Yorkshire.

Depois de frequentar uma escola de música, teve uma carreira operática que durou mais de duas décadas. Trabalhou com importantes maestros como Colin Davis e Herbert von Karajan. Foi uma das poucas sopranos inglesas da sua geração a ser convidada para cantar em produções no Festival de Salzburgo, no La Scala de Milão e no Metropolitan Opera.
Depois de algumas actuações em Glyndebourne e cinco anos na Companhia de ópera Sadler's Wells, na década de 1960, Harwood cantou no Covent Garden, em Londres, e na Ópera Escocesa, antes de atingir reputação internacional na década de 1970.

O reportório de Elizabeth Harwood era extenso, mas ficou particularmente conhecida pelas suas actuações em óperas de Mozart e Richard Strauss.
Em salas de concerto, representou oratórias e, nos últimos anos, concentrou-se mais em recitais de Canções (Lieder).


Ária "Porgi amor", da ópera “As Bodas de Fígaro”, de Mozart
Soprano: Elizabeth Harwood
Orquestra Sinfónica de Queensland
Maestro: Werner Andreas Albert

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Frederica von Stade - Mezzo-soprano americana

por António Filipe, em 01.06.13

No dia 1 de Junho de 1945 nasceu em Somerville, New Jersey, a mezzo-soprano americana Frederica von Stade, conhecida, entre os amigos e fãs, como “Flicka” e que o New York Times descreveu como “um dos melhores artistas e cantores da América”.

Depois da sua estreia em Nova Iorque, iniciou uma brilhante carreira internacional, na Ópera de Paris, em 1973, interpretando o papel de “Cherubino”, na ópera “As Bodas de Fígaro”, de Mozart. Destacada intérprete de Rossini, Massenet e Debussy, Von Stade cantou nos principais teatros do mundo e nos festivais de Glyndebourne e Salzburgo.
Von Stade começou a sua carreira quando, em 1970, assinou um contrato com a Metropolitan Opera de Nova Iorque. Foi com esta companhia de ópera que interpretou quase todos os papéis importantes da sua vida artística. Em 1983 Frederica von Stade foi homenageada na Casa Branca, pelo presidente Ronald Reagan, em reconhecimento pela sua contribuição para as artes e, em 1998, o governo francês atribuiu-lhe o prémio mais importante no mundo das artes, nomeando-a Oficial da Ordem das Artes e Letras.


Ária "Non so più", da ópera “As Bodas de Fígaro”, de Mozart
Mezzo-soprano: Frederica von Stade
Orquestra do Metropolitan Opera de Nova Iorque
Maestro: James Levine

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Giulietta Simionato - Mezzo-soprano italiana

por António Filipe, em 12.05.13
No dia 12 de Maio de 1910 nasceu em Forli a mezzo-soprano Giulietta Simionato.

Em todo o século XX poucos artistas foram tão respeitados e estimados pelos auditórios, colegas e críticos como Giulietta Simionato. Desde a consagração de carreira, em 1930, até que se retirou em 1966, foi uma das grandes vozes do palco da ópera. Durante mais de 3 décadas, o mundo inteiro dispensou-lhe os mais rasgados elogios, não só pela beleza da sua voz e a sua superlativa musicalidade, mas também pela graciosidade e afabilidade do seu carácter. Já neste século, conservou o seu enorme prestígio, como produtora e professora, com extraordinária vitalidade mesmo após os 90 anos de idade.
Exibindo um desempenho vocal e interpretativo ao nível do excelente, Giulietta Simionato impressionou pela qualidade e pelo à-vontade com que igualmente brilhava nos papéis dramáticos como na ópera cómica, em canto lírico e no mais pesado repertório. Manteve uma relação da maior cordialidade com as grandes “imperatrizes” do século, Maria Callas e Renata Tebaldi e foi aclamada em todos os grandes palcos da ópera mundial, incluindo o Scala, o Metropolitan, Covent Garden e o Teatro Nacional de São Carlos, onde actuou em 1954.

Giulietta Simionato faleceu em Roma no dia 5 de Maio de 2010, uma semana antes de fazer 100 anos.


Ária “Voi Che Sapete”, da ópera “As Bodas de Fígaro”, de Mozart
Mezzo-soprano - Giulietta Simionato

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Keith Jarrett – Pianista norte-americano

por António Filipe, em 08.05.13
No dia 8 de Maio de 1945 nasceu em Allentown, Pensilvânia, o pianista americano Keith Jarret, que, talvez mais conhecido no mundo do jazz, também se distingue pelas suas interpretações dos clássicos.

Foi um prodígio musical. Aos três anos começou a ter lições de piano, aos sete apresentou-se como solista e compôs peças para aquele instrumento. Aos dezassete, estudou com a famosa professora Nadia Boulanger, em Paris. Em 1966 integrou o quarteto de Charles Lloyd, com o qual fez uma digressão no Extremo Oriente e na União Soviética. Em 1969, passou a fazer parte do grupo de Miles Davis tocando piano eléctrico.
Quando deixou Miles Davis, Keith Jarrett deixou para sempre os teclados eléctricos. Em 1972 iniciou a sua famosa série de concertos improvisados da qual resultaram gravações que se tornaram populares. Nos anos oitenta do séc. XX, Jarrett interpretava tanto o clássico como o jazz, mas nos anos noventa passou a gravar exaustivamente a sua série "Standards Trio", com o baixista Gary Peacock e o baterista Jack DeJohnette.


Concerto nº 27, para piano e orquestra, de Mozart
Piano: Keith Jarrett
Orquestra de Câmara de Estugarda
Maestro: Dennis Russell Davies

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No dia 5 de Maio de 1927 nasceu em Nova Iorque o pianista, teórico musical e autor norte-americano Charles Rosen.

Pianista virtuoso, tem aparecido por todo o mundo em numerosos recitais, a solo e com orquestra. Tem gravado várias obras, a convite dos próprios compositores, como Igor Stravinsky, Elliot Carter e Pierre Boulez. É também autor de vários livros sobre música.
Começou a ter lições de piano aos quatro anos, depois frequentou a Juilliard School, dos sete aos onze. Nos seis anos seguintes foi aluno de Moriz Rosenthal, que tinha sido aluno de Franz Liszt. Quando Rosenthal morreu, em 1946, Rosen continuou os estudos com a viúva, Hedwig Rosenthal.
Estudou teoria musical e composição com Karl Weigl e, na Universidade de Princeton, licenciou-se em História da Música e Línguas Românicas. Obteve a licenciatura em 1947, o mestrado em 49 e o doutoramento em 1951, ano em que se estreou, como pianista, em Nova Iorque.
Além de dar concertos, Charles Rosen foi professor de Línguas Modernas, no MIT, de 1953 a 1955. Em 1971, regressou aos serviços académicos, como professor de música, na Universidade de Nova Iorque, em Stony Brook. Nos anos de 1976 e 77 foi também professor de música na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Também, exerceu funções na Universidade de Harvard e foi professor convidado, em Oxford. A partir de 1986 foi professor na Universidade de Chicago, até que se reformou, em 1996.
Charles Rosen morreu, de cancro, em Nova Iorque, no dia 9 de Dezembro de 2012.


Rondo, da Sonata para piano, K. 331, de Mozart
Piano: Charles Rosen

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O Rei Pastor, de Mozart

por António Filipe, em 23.04.13
No dia 23 de Abril de 1775, estreou-se, no Palácio do Arcebispo, em Salzburgo, a ópera “Il Re pastore”. O compositor, Wolfgang Amadeus Mozart, tinha apenas 19 anos de idade.

Para esta “serenata teatral”, em dois actos, Mozart trabalhou com um libreto de Pietro Metastasio, autor de grande prestígio na época. O Rei Pastor conta a história de Aminta, pastor que se recusa a sacrificar o seu amor pela ninfa Elisa e que, no final, é coroado rei. Embora só tivesse 19 anos, Mozart já era experiente no género lírico, com cerca de uma dezena de obras no seu currículo.
Esta ópera, que Mozart levou seis semanas a compor, foi encomendada pelo arquiduque Maximillian Franz, filho mais novo da imperatriz Maria Teresa de Salzburgo. O libretista da ópera escreveu o libreto em 1751, baseando-se numa obra de Torquato Tasso, chamada Aminta.


Ária "L'amero saro costante", da ópera “O Rei Pastor”, de Wolfgang Amadeus Mozart
Soprano: Leontyne Price
Orquestra Filarmónica de Nova Iorque
Maestro: Zubin Mehta

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No dia 14 de Abril de 1789 realizou-se a estreia do Concerto nº 26, para piano, de Mozart. O próprio compositor foi solista.

O Concerto nº 26, K. 537, em ré maior, para piano e orquestra foi completado por Wolfgang Amadeus Mozart no dia 24 de Fevereiro de 1788 e é, geralmente, conhecido como “O Concerto da Coroação”. Este nome deriva do facto de Mozart ter interpretado este concerto, aquando da coroação de Leopoldo II, em Outubro, de 1790, em Frankfurt am Main. Nessa ocasião, Mozart interpretou, também o seu Concerto nº 19.

A estreia do Concerto nº 26 realizou-se no Royal Saxon Court, em Dresden, no dia 14 de Abril de 1789. Há uma característica pouco usual neste concerto: além de omitir a indicação do tempo em dois dos andamentos, Mozart não escreveu nenhuma nota para a mão esquerda do piano em grande parte dos compassos. É o caso do solo de abertura e de todo o 2º andamento. A Enciclopédia Britânica refere-se ao K. 537, como sendo um concerto “brilhante, mas superficial”.


Concerto nº 26, K. 537, para piano e orquestra “Concerto da Coroação”, de Wolfgang Amadeus Mozart
Piano: Friedrich Gulda
Orquestra Filarmónica de Munique
Maestro: Friedrich Gulda

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Jennifer Vyvyan – Soprano inglesa

por António Filipe, em 13.03.13
No dia 13 de Março de 1925 nasceu, em Broadstairs, na Inglaterra, a soprano inglesa Jennifer Vyvyan.

Entrou para a Academia Real de Música em 1941, onde começou por estudar piano. Um dos membros da faculdade convenceu-a a prosseguir a carreira de cantora e iniciou os estudos como mezzo-soprano. Nos últimos dois anos e meio do conservatório estudou com Roy Henderson, que a treinou no repertório de soprano. Depois da graduação, em 1947, Vyvyan foi para Milão, para continuar os estudos. Em 1951, ganhou o Concurso Internacional de Canto, de Genebra.
Embora tenha cantado um amplo repertório, Jennifer Vyvyan é particularmente recordada pela sua ligação às obras de Benjamin Britten, nomeadamente interpretando papéis criados para ela, em estreias mundiais de várias óperas com o Grupo de Ópera Inglesa. Mas também foi uma grande intérprete de compositores do período barroco, como Haendel e Purcell. Fez várias actuações pela Europa e Estados Unidos e durante as décadas de 1950 e 60 era presença habitual na Royal Opera House.
Jennifer Vyvyan nunca abandonou os palcos, até que morreu, com 49 anos, no dia 5 de Abril de 1974.


Ária, "Ch'io mi scordi di te ? . . . Non temer amato bene", K. 505, para soprano, piano e orquestra, de Mozart
Soprano: Jennifer Vyvyan
Piano: Peter Wallfisch
Orquestra Haydn Orchestra
Maestro: Harry Newstone

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Nellie Melba - Soprano australiana

por António Filipe, em 23.02.13
No dia 23 de Fevereiro de 1931 morreu, em Sydney, Nellie Melba, a primeira soprano australiana a obter reconhecimento internacional e cuja voz ficou célebre pela sua pureza e flexibilidade. Tinha nascido no dia 19 de Maio de 1861, em Doonside, hoje um subúrbio da cidade de Melbourne.

É uma de somente duas cantoras que tem um busto de mármore no átrio da Royal Opera House, Covent Garden, em Londres. Devido à sua íntima ligação com o Conservatório de Melbourne, esta instituição mudou o nome para Conservatório Memorial de Melba, em 1956. O anfiteatro da Universidade de Melbourne é conhecido como o Anfiteatro de Melba.
Canberra tem um subúrbio chamado Melba em que todas as ruas têm nomes de compositores e outros notáveis da música australiana. A actual nota de cem dólares australianos apresenta a imagem do rosto de Nellie Melba. O chefe de cozinha francês Auguste Escoffier criou quatro pratos com o nome desta cantora.


Ária "Porgi, amor", da ópera “As Bodas de Fígaro”, de Wolfgang Amadeus Mozart
Soprano: Nellie Melba
Gravação de 1904

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Edith Mathis – Soprano suíça

por António Filipe, em 11.02.13
No dia 11 de Fevereiro de 1938 nasceu, em Lucerne, na Suíça, a soprano Edith Mathis.

Recebeu educação musical no Conservatório da sua cidade natal e estudou com Elisabeth Bosshart, em Zurique. Em 1956, estreou-se como o 2º rapaz, na ópera “A Flauta Mágica”, de Mozart. Depois do início de carreira em Lucerna e Zurique, ingressou na Ópera de Colónia, em 1959, tendo nesse período sido diversas vezes intérprete convidada da Ópera de Hamburgo. Em 1963 integrou o elenco da Ópera Alemã, em Berlim e, a partir daí, cantou nas principais casas de ópera do mundo, tais como a Royal Opera House, Covent Garden, o Metropolitan Opera, em Nova Iorque, a Ópera Estatal de Viena e a Ópera de Paris.
Juntamente com a sua carreira na ópera, Edith Mathis tem um extenso repertório de Canções e Oratórias e as suas actuações incluem digressões pelo Japão, Estados Unidos, Austrália, Rússia e Israel. Recebeu inúmeros prémios pelas suas interpretações, incluindo a Medalha Mozart, do Mozarteum de Salsburgo, o Hans-Reinhard-Ring da Sociedade Suíça para o Teatro, o Prémio das Artes, da cidade de Lucerne e o Prémio Mundial do Disco. Edith Mathis casou com o maestro e pianista Bernhard Klee, com quem vive actualmente, na Suiça. Nos últimos anos tem-se dedicado ao ensino.


Ária “Non so più cosa son, cosa faccio”, da ópera “As Bodas de Fígaro”, de Wolfgang Amadeus Mozart
Soprano: Edith Mathis

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No dia 2 de Fevereiro de 1944 nasceu, em Ashridge, no condado de Hertfordshire, o pianista, cravista, organista e maestro inglês Andrew Davis.

Frequentou o Liceu de Watford e a Academia de Música Real. Quando adolescente, trabalhou, como organista, no Teatro Palace, em Watford. Estudou órgão na Royal College of Music, em Cambridge, onde se graduou, em 1967. Mais tarde, estudou direcção de orquestra, com Franco Ferrara, em Roma.
A partir de 1970, Andrew Davis ocupou o cargo de maestro associado da Orquestra Sinfónica Escocesa da BBC e, em 1975, ocupou o lugar de maestro principal da Orquestra Sinfónica de Toronto. Abandonou o cargo em 1988, mas permaneceu junto da orquestra, como maestro laureado. Nesse mesmo ano, tornou-se director musical em Glyndebourne, onde conheceu a soprano americana Gianna Rolandi, com quem veio a casar.
Em 1989 foi nomeado maestro principal da Orquestra Sinfónica da BBC, cargo que ocupou até ao ano 2000, ficando com o título de maestro laureado. Logo a seguir, trabalhou com a Ópera Lírica de Chicago, como director musical e maestro principal. O seu trabalho em Chicago incluiu o “Ciclo do anel”, de Richard Wagner, em 2005, e a primeira produção da ópera “The Midsummer marriage”, de Michael Tippett.
Em 2005, Andrew Davis assinou um contrato de três anos, como assessor musical da Orquestra Sinfónica de Pitsburgo. Mas, em Outubro de 2007, renunciou ao contrato, por mútuo acordo, devido à crescente falta de tempo de Davis.
Embora com um repertório muito extenso e gravações para várias etiquetas, das quais se destacam a Teldec e a Deutsche Grammophon, Davis dedicou se, principalmente, à divulgação da música contemporânea inglesa, em especial, a de Michael Tippett. Actualmente, Andrew Davis vive, com a sua mulher, em Chicago.


Concerto nº 4, para violino e orquestra, de Wolfgang Amadeus Mozart
Violino: Hilary Hahn
Orquestra Sinfónica da BBC
Maestro: Andrew Davis

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No dia 26 de Janeiro de 1790, no Burgtheater, em Viena, estreou-se a ópera “Cosí fan tutte”, de Wolfgang Amadeus Mozart.

“Così fan tutte” (“Assim fazem todas” ou “A escola dos amantes”) é a antepenúltima ópera de Mozart e o libreto é de Lorenzo da Ponte. É a terceira e última ópera de Mozart para a qual da Ponte escreveu o libreto (as outras duas colaborações tinham sido “As bodas de Fígaro” e “Don Giovanni”). A composição desta ópera foi sugerida pelo imperador austríaco José II. O libreto foi originalmente destinado a Antonio Salieri, compositor contemporâneo de Mozart, mas o compositor italiano só escreveu algumas partes do 1º acto e desistiu do trabalho.
A ópera “Cosi fan tutte”, concebida por Mozart em 1790, é uma acesa crítica aos costumes do seu tempo. "Assim fazem todas" - diz Don Alfonso a Ferrando e Guiglielmo ao apostar com eles que não existe mulher capaz de ser fiel. Com a ajuda da criada Despina, resolvem disfarçar-se e testar as raparigas, ficando cada um com a namorada do outro, o que resulta numa grande confusão.


Terceto “La mia Dorabella”, da ópera “Così fan tutte”, de Wolfgang Amadeus Mozart
Tenor: Anson Austin
Barítono: Thomas Allen
Baixo-barítono: Frantz Petri
Orquestra Filarmónica de Londres
Maestro: John Pritchard

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Sinfonia nº 38 “Praga”, de Mozart

por António Filipe, em 06.12.12
No dia 6 de Dezembro de 1786, Wolfgang Amadeus Mozart terminou a composição da sua Sinfonia nº 38.

A Sinfonia nº 38, K. 504, em ré maior, é conhecida como a Sinfonia “Praga”, porque, durante muito tempo, se pensou que Mozart a tinha composto para a sua primeira estadia em Praga, em Janeiro de 1787. Mas a verdade é que a sinfonia data de 6 de Dezembro de 1786, enquanto o convite para Praga, com o fim de dirigir uma representação da ópera “As Bodas de Fígaro”, foi posterior. Em qualquer caso, a primeira execução pública realizou-se no Teatro da Ópera de Praga, no dia 19 de Janeiro de 1787.
A sala estava completamente cheia e a estreia teve a calorosa recepção que Mozart esperava dos habitantes de Praga. Com esta sinfonia, Mozart põe fim à época dos grandes trabalhos de inspiração haydiana e lança os alicerces para as suas últimas composições, determinando o modelo que, mais tarde, Beethoven seguiria, no início das suas composições sinfónicas.


3º andamento da Sinfonia nº 38 "Praga", de Wolfgang Amadeus Mozart
Orquestra Filarmónica de Viena
Maestro: Karl Böhm

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Géza Anda – Pianista húngaro

por António Filipe, em 19.11.12
No dia 19 de Novembro de 1921 nasceu, em Budapeste, o pianista húngaro Géza Anda. Fantástico intérprete do repertório clássico e romântico, particularmente conhecido pelas suas gravações e interpretações de Mozart, foi, também, um óptimo intérprete de Beethoven, Schumann, Brahms e Bartók.

Estudou com alguns professores de nomeada do séc XX e foi aluno de Dohnányi e Zoltán Kodály, na Academia Franz Liszt, em Budapeste. Em 1940, Géza Anda ganhou o prémio Lizt e, no ano seguinte, ficou conhecido internacionalmente pela sua interpretação do Concerto nº 2, de Brahms. Nesse mesmo ano, também estreou com a Orquestra Filarmónica de Berlim, dirigida por Wilhelm Furtwängler, que o intitulou de “o trovador do piano”.
Em 1943, Géza Anda radicou-se na Suíça, assumindo a cidadania daquele país, em 1955. Em meados da década de 1950 deu masterclasses no Mozarteum de Salzburgo e, em 1960, assumiu a posição de director das masterclasses de Lucerne, sucedendo a Edwin Fischer. Foi, também, um notável intérprete da música de Schumann. O Novo Dicionário Grove cita a sua “leitura carismática de Bartók e Schumann”. Na verdade, era considerado o principal intérprete de Bartók, da sua geração.
Em 1965 foi nomeado Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras e, em 1970, tornou-se membro honorário da Royal Academy of Music. Géza Anda morreu no dia 14 de Junho de 1976, com, apenas, 55 anos, em Zurique, na Suíça. Embora, no princípio da carreira, tocasse muito pouco Mozart, foi, mais tarde, muito respeitado pelas suas interpretações daquele compositor. De facto, foi o primeiro pianista a gravar o ciclo completo dos concertos para piano de Mozart, o que aconteceu entre 1961 e 1969, dirigindo, ele próprio, a orquestra, a partir do teclado.


Concerto nº 16, para piano e orquestra, de Mozart
Orquestra de Câmara Inglesa
Maestro: Géza Anda

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Lucia Popp – Soprano austríaca

por António Filipe, em 12.11.12
No dia 12 de Novembro de 1939 nasceu na Eslováquia, a soprano Lucia Popp. Atingiu grande destaque nas décadas de 60 e 70,principalmente interpretando óperas de Mozart.

Depois de terminar a escola, estudou medicina durante dois anos. Começou a sua carreira como actriz, até que uma professora de canto, ao ouvi-la cantar numa peça de Molière, se ofereceu para lhe dar lições de canto. Decidiu, então, estudar música nos Conservatórios de Brünn e Praga. Frequentou a Academia de Música de Bratislava, durante quatro anos. Começou os estudos como mezzo-soprano, mas, de repente, a sua voz desenvolveu-se para um registo mais alto.
Aos 23 anos, Lucia Popp estreou-se em palco, como cantora, na Ópera de Bratislava, interpretando papel de Rainha da Noite, na ópera “A Flauta Mágica”, de Mozart. Em 1963, Herbert von Karajan ouviu-a cantar e contratou-a, imediatamente, para integrar o elenco da Ópera do Estado de Viena. As suas primeiras actuações tiveram um sucesso tão grande que lhe foi oferecido um contrato de três anos naquela companhia de ópera. Tornou-se famosa da noite para o dia, interpretando a Rainha da Noite, um papel no qual era considerada inultrapassável.
Estreou-se no Covent Garden, em Londres, no ano de 1966 e, em Fevereiro de 1967, cantou, pela primeira vez, no Metropolitan Opera de Nova Iorque. As audiências do La Scala de Milão só tiveram oportunidade de a conhecer em 1976.
Trabalhou com maestros famosos como Leonard Bernstein, Lorin Maazel, Neville Marriner, Charles Mackerras, Rafael Kubelík, Bernard Haitink e Georg Solti e participou em produções na Áustria, Alemanha e Inglaterra.
Muitas das suas gravações receberam prémios internacionais. A Filarmónica de Viena atribuiu-lhe a “Rosa de Prata”, uma honra da qual se sentia, particularmente, orgulhosa.
Lucia Popp também obteve grande sucesso na sua carreira em recitais e concertos. As “Lied” ocupavam um lugar especial no seu repertório. Deu recitais na América, Austrálias, Israel, África do Sul, Grã-Bretanha, Áustria, Suíça, Itália e Alemanha.
Estava, sem dúvida, no auge da sua carreira quando faleceu, prematuramente, de cancro do cérebro, no dia 16 de Novembro de 1993, em Munique, na Alemanha.


Ária da Rainha da Noite, da ópera “A Flauta Mágica”, de Mozart
Soprano: Lucia Popp
Maestro: Otto Klemperer

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