"Não quero ser emotivo mas este é um dos grandes momentos da minha vida." Nelson Mandela, a propósito do seu encontro com as Spice Girls
"Uffh! O preto já morreu" Grande Líder Laranja, mestre em Docinhas
Cada país tem as suas Spice Girls, as nossas são as Docinhas e como todas, nunca conseguem perceber qualquer ironia. O meu primeiro contacto de ontem com as Docinhas, ocorreu na rtp, quando o Zé Manel, o inigualável, o único, verdadeiramente nosso, Durão, tirou os óculos com que tinha conseguido ver as provas da existência das armas de destruição em massa de Saddam, para permitir que uma maquilhagem lacrimosa debitasse por ele a primeira (para mim) eulogia de Nelson Mandela.
Muitas outras se seguiram, mas podem ser classificadas em duas grandes categorias: as outras e as Docinhas. Tal é o poder do Homem que, até na hora da morte, conseguiu expor o vazio absoluto destas últimas. Do João de Deus a meter os pés pelas mãos, com a, imagine-se, iniciativa de algum embaixador, na origem ao voto de Portugal na Assembleia Geral da ONU; do habitual Cavaco, sempre serventuário de todos os poderes percebidos, com a habitual vergonha na cara, de lesma, que tanto quanto eu sei nem cara têm. Do mestre em Docinhas da S. Caetano à Lapa que nem conseguia concluir o comentário, tantos eram os considerandos necessários para ocultar a sua reacção instintiva.
A respeito dos outros, muito haveria e haverá a dizer; talvez começar por notar que, morto, Nelson Mandela representa uma ameaça ainda maior do que vivo. Para já, fica o espectáculo inigualável das Docinhas. Há duas em falta, mas até ao funeral de estado ainda sobra tempo. Uma é a muito nossa Docinha do Caldas que, ou eu me distraí, ou ainda não aproveitou a oportunidade única para fazer o que faz melhor, isto é, exibir publicamente o seu cinismo. A outra, o Grande Prémio, a super-Spice, ocorrerá quando o George W. elogiar Mandela. Nesse dia, o Mundo rejubilará. Até lá, Ubuntu, Madiba!