pegada

"Face a solicitações de vários órgãos de comunicação social sobre a atribuição do prémio Nobel da Paz deste ano, o PCP divulga o seguinte:

A decisão da atribuição do Prémio Nobel da Paz a Liu Xiaobo – inseparável das pressões económicas e políticas dos EUA à República Popular da China - é, na linha da atribuição do Prémio Nobel da Paz de 2009 ao Presidente dos EUA, Barack Obama, mais um golpe na credibilidade de um galardão que deveria contribuir para a afirmação dos valores da paz, da solidariedade e da amizade entre os povos".

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No dia de Natal de 2009, muita gente escreveu isto. Neste início de Outono lemos como um regime monstruoso reage à notícia da atribuição de Nobel da Paz. É continuar a dizer o seu nome: Liu Xiaobo.

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Os prémios Nobel da Literatura e da Paz são os únicos que verdadeiramente me interessam (sejamos sinceros: são os únicos cuja justeza eu me sinto capaz de avaliar). Os deste ano dispensam comentários. Vargas Llosa é Vargas Llosa, nada a dizer, a não ser que já veio tarde. Não renegando o que disse há um ano atrás a propósito do Nobel atribuido a Obama, a verdade é que o Nobel da paz deste ano foi verdadeiro dinamite (olha a piadola).  Liu Xiaobo é uma barra de dinamite atirada aos ignóbeis líderes chineses que pretendem fazer marchar o ocidente ao som da chantagem dos cifrões. E todos vinham marchando, obedientes e receosos. Haja Oslo que os afronte, que eles é que estão fora de mundo. Deste mundo onde não imperam mas querem mandar. A esta hora, Liu Xiaobo não saberá que é Nobel da Paz, amanhã talvez estranhe as papas azedas não lhe serem atirada à cara (há que parecer, não vá o diabo tecê-las). Do lado de cá, revisita-se Tiananmen. Para durar, espero. E para dizer já basta a esses marcianos endinheirados.

PS - Se eu fosse chinês e vivesse na China, a esta hora já não estaria aqui. Este é o ponto.

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