Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]


Convidei o Licínio Nunes para participar na pegada por causa de um post que li dele algures no facebook e que me encheu as medidas. Não me questionem qual foi o post, o que dizia ou onde o li. Sei que o sacana do post me berrava: “convida o gajo”. E assim foi. Tal como a minha avó me ensinou. Convidei. E ele, incauto e quase às cegas (visto deste lado, imagino que não do lado dele), aceitou.

No dia 9 de Julho do ano passado, o Licínio publicou A Nave dos Loucos. Desde então muitos se seguiram e, a cada dia, dei por mim a abrir a pegada na expectativa de ver se lá vinha nova carta em forma de palavras e imagem e som -- os posts do Licínio são quase sempre assim, nessa forma "tridimensional".

Para quem, como eu, anda nisto dos blogues há quase dez anos, a forma do Licínio se exprimir, de construir os posts, era uma novidade. Uma forma de estar distinta e distinta (não me repeti). Comecei a dizer aos meus mais próximos para ousarem entrar naquela forma de interagir com o mundo, ciente de que as muitas letras, nestes espaços de ler-e -partir, poderiam afastar quem gostaria de ler do que tinha de ser lido. Durante todo o tempo em que compartilho este espaço com o Licínio, e já lá vai quase um ano, por teimosia minha, nunca entrei no perfil dele. Queria manter intacta a voz da rádio. Não por receio de me desiludir – impossibilidade manifesta --, mas porque me dava gozo ler aqueles posts sem saber pormenores acessórios -- quem és, donde vieste, como chegaste aqui.

Nunca lhe perguntei e, obviamente, ele nunca me respondeu; nem nunca se deu à resposta.

Hoje, achei chegada a hora e fui ver dele. De algo pré-pegada que me matasse a curiosidade que subitamente (o tanas) me atacou;  um ano são quase sempre 365 dias e, em cima disso, na blogosfera e no facebook, a medição do tempo não se guia pelo relógio.

E apenas posso dizer que, não lamentando a minha forma e feitio de agir – neste caso particular --, estou a modos que a maldizer o fim-de-semana que me atrasará a chegada do “Deus Não É Para Aqui Chamado(wook e Chiado Editora).

Assim como mato a barriga de misérias (falo da curiosidade), ouso reproduzir os perfis públicos reproduzidos pela Chiado Editora (que valem o que valem – não li o livro mas já li o autor) do Licínio e do Livro (cuja capa podem ver em imagem).

Licínio Nunes

Tirou bilhete para o inferno...mas de ida e volta.
Mestre e doutorando em Engenharia Mecânica e programador de Tecnologias de Informação, teve um percurso profissional ligado ao sector Naval, antes de enveredar pelo mundo da Informática, onde se destacou no desenvolvimento de vários web sites e na administração de sistemas.
Em determinada altura do seu percurso o seu potencial e capacidades ficaram ofuscados pelo vício e inerente afastamento dos padrões de uma "vida normal".
Acabou por cair nas teias de uma organização que usa a reabilitação como um meio de escravatura num negócio de milhões. Acreditou que aquilo não era o "fim da linha" e tentou agarrar-se, no meio de uma vigilância apertada, a uma instituição que o "libertou" e lhe proporcionou o contacto com um mundo novo de oportunidades.
A AMI foi a tábua de salvação e acabou por fazer a ponte para um programa que visa a reinserção social, designado por "Vida Nova", onde voltou a ganhar confiança nas suas capacidades, entretanto, novamente, no mercado de trabalho e escrevendo "Deus não é para aqui chamado", uma história que relata o pesadelo dos que, como ele, procuram a salvação e encontram uma nova forma de pesadelo.

Deus Não É Para Aqui Chamado

Um missionário evangélico americano recebe um chamamento Divino, para partir para Espanha e aí salvar os jovens perdidos no flagelo da droga.
Armado com as suas certezas inabaláveis, os obstáculos transformam-se em vantagens e as ameaças em oportunidades. A obra nasce, o juízo Divino mantém-se em suspenso. Os destinatários da salvação, esses buscam a esperança e encontram o esquecimento. O Mundo já não existe para eles, pois já não o conhecem.
E as outras pessoas, nesse tal Mundo?
Essas, muito provavelmente, dormem melhor, à noite. Quando chegar a sua vez, já niguém falará por elas.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 00:41


Tragédia e Farsa [Licínio Nunes]

por autor convidado, em 02.07.12

«A História repete-se sempre, pelo menos duas vezes.», afirmou Hegel. Karl Marx acrescentou «...a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa...»

Marx reparou numa coincidência: de acordo com o antigo calendário republicano, dois Bonaparte, tio e sobrinho, ascenderam ao poder através de golpes de estado levados a cabo no mesmo dia do mês. O título, contudo pode levar a uma pergunta, ou seja, onde reside exactamente a farsa? Não nas consequências dos factos, que fique claro. Na posse das mais recentes realizações da industrialização da guerra, Luís Napoleão espalhou ainda muito mais tragédia à sua volta do que o seu tio. A diferença está toda no carácter dos personagens, entre o trágico Napoleão e o seu sobrinho farsante.

Vivemos na actualidade, mais uma destas repetições da História, tragédia e farsa, mais uma vez. Seria bom que esta imagem conseguisse transmitir a sensação do abismo que descreve.

Abismo da AusteridadeO autor quis colocar lado a lado dois dos principais protagonistas da farsa actual. Com origens diferentes, a semelhança com a actualidade é patente, sobretudo no que respeita aos "méritos" da moralidade austeritária, mas apenas para quem se preocupar com os factos, algo que só preocupa quem se preocupa com a possibilidade de estar enganado. Para estes, como por exemplo, para o cronista do Finantial Times e do Der Spiegel, Wolfgang Münchau, a repetição da História, hoje como então, mostra o caminho do Inferno e a falência crítica da social-democracia do norte da Europa. Mas a farsa, essa, onde é que fica?

Talvez a reconheçamos, se conseguirmos imaginar a sra. Merkel contemplando o anel dos Nibelungos, enquanto chora a morte do seu amado Siegfried. O crepúsculo dos deuses, esse, anuncia-se tão destruidor como sempre.

Licínio Nunes

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 11:59


A Voz da Energia [por Licínio Nunes]

por autor convidado, em 22.06.12

De todos os génios do mal que nos chegam hoje em dia, de além-Reno, o Ordoliberalismo germânico é o mais presente na nossa consciência. Poderá ser suplantado, nos seus efeitos maléficos, pelo Génio da Energia Alemã. Noticiou o Expresso que aquele número -- 22 mil MegaWats.hora -- é o equivalente à produção de 22 centrais nucleares. As centrais nucleares são boas para um único propósito: fazer contas de cabeça; um reactor nuclear igual a um GigaWatt de potência. Logo, se o total de produção foto-voltaica alemã foi de 22 GigaWatt.hora, num período de 24 horas, isso significa que a produção foi sensivelmente igual ao que um único reactor nuclear teria produzido durante o mesmo período de tempo.

A Europa precisa, desesperadamente, de reganhar a capacidade de inventar o futuro que a definiu e fez grande. As mentiras alemãs, financeiras e não só, levam-na ao desastre. Atente-se nos números: o preço de combate do foto-voltaico, na actualidade, é o chinês. Cerca de 1 200 dólares por KW de potência. Uma central foto-voltaica produz cerca de 12 horas por dia -- valor médio, equinocial -- logo, 1 KW de potência estável, disponível 24 horas por dia, requer o dobro da potência nominal, ou seja, 2 400 dólares por KW. Acresce que é necessário compensar a natural variabilidade diária e climática, pelo que o número real se aproxima dos 3 500 - 3 600 (e podemos escrever já, euros) por KW de potência fiável. A «grande ideia» ordoliberal consiste em subsidiar a produção de energia renovável. Nada de errado, excepto nos montantes: cerca de 1.7 cêntimos por KW.hora para a energia eólica, 15 cêntimos por KW.hora para o foto-voltaico. Preços assegurados pelo prazo de 25 anos, pelo que, contas feitas no final desse prazo, a solução alemã será cerca de vinte vezes superior ás alternativas mais razoáveis. Note-se que a margem de erro é a mesma que naquela noticia do Expresso. Não ficarei surpreendido, se algum economista demonstrar que a margem de erro nos cálculos financeiros que atormentam o nosso presente, é da mesma ordem.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 15:33


página facebook da pegadatwitter da pegadaemail da pegada



Comentários recentes

  • mariamemenez

    BEM-VINDO: O EMPRÉSTIMO ONLINE ENTRE PESSOAS GRAVE...

  • Endre

    Você quer pedir dinheiro emprestado? se sim, entre...

  • Endre

    Você quer pedir dinheiro emprestado? se sim, entre...

  • Endre

    Você quer pedir dinheiro emprestado? se sim, entre...

  • DAVID

    Saudações da temporada, eu sou David e sou um hack...

  • Welty Jeffrey

    MARTINS HACKERS have special cash HACKED ATM CARDS...

  • sandra

    I wanna say a very big thank you to dr agbadudu fo...

  • DAVID

    Olá senhoras e senhores!O ano está acabando e esta...

  • Maria

    God is great i never thought i could ever get loan...

  • edwin roberto

    I am Edwin Roberto and a construction engineer by ...


Arquivo

  1. 2014
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2013
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2012
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2011
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2010
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2009
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2008
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D

Pesquisar

Pesquisar no Blog