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25 de Abril, no Fundão. SEMPRE!

por António Filipe, em 25.04.13
Todos os anos, no dia 25 de Abril, se comemora, um pouco por todo o lado, o Dia da Liberdade.

O Fundão não é excepção. Normalmente, as comemorações iniciam-se pelas 21 horas do dia 24 e, à meia-noite em ponto do dia 25, realiza-se uma arruada, que passa por algumas artérias do Fundão, durante a qual os participantes cantam o “Grândola, Vila Morena”, acompanhados por uma banda filarmónica da região.
São quase sempre os mesmos que aderem a estas comemorações. Mas há um fenómeno que sempre me desperta a atenção: de quatro em quatro anos, há sempre mais uma dúzia de pessoas a engrossar a manifestação. Uma grande parte dos candidatos às eleições autárquicas só se lembram desta data em ano de eleições! (não sei porque é que pus um ponto de admiração no fim da última frase, acho que é o meu teclado que tem uma mente própria). Depois, nos três anos seguintes, tenham ou não sido eleitos, só se lembram do 25 de Abril, porque (ainda) é feriado. Ou, porque tendo sido eleitos, vão às comemorações que se realizam na Assembleia Municipal, para receberem a respectiva senha de presença. Vale mais a pena do que ir à arruada, onde, pensam eles, não se ganha nada. E, no ano seguinte, lá estão eles novamente, se forem candidatos. A maior parte destes infiltrados nem canta, porque nem a letra sabe. Só lá vão porque pensam que poderão ganhar uns votinhos nas eleições desse ano. Mas enganam-se, porque o pessoal que, desde o segundo 25 de Abril, participa, todos os anos, nesta arruada já os conhece de ginjeira.
Seja como for, são bem-vindos. Pelo menos, fazem número. Mas o meu voto não apanham eles.
Aqui fica o filme deste ano (de eleições).

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publicado às 23:45


Há um Abril a morrer em Portugal

por António Filipe, em 24.04.13
Roubaram-me Abril. De mansinho e a pouco e pouco foram-me roubando Abril. Aquele Abril que eu e tantos outros ajudámos a construir, a pouco e pouco, até ao dia do cravo na ponta da espingarda. E que dia aquele foi!

Não fora o cravo a entupir o cano, estaríamos agora a celebrar mais um ano de liberdade, de igualdade e de justiça social. Se, há 39 anos, estes valores eram um sonho, hoje não passam de um pesadelo. Porque não sabemos quanto mais tempo vão durar. Não sabemos o futuro. Mas o futuro (ainda) está nas nossas mãos. Desde há alguns anos que nos têm vindo a roubar alguns dos sonhos que, naquela madrugada de Abril, o povo tornou realidade. Tudo por causa do cravo que entupiu o cano da espingarda. Tivéssemos usado uma rosa, sem pétalas mas cheia de espinhos, e tudo teria sido diferente. Lembro-me de ter avisado, na altura.
Aqueles por quem tivemos tolerância hibernaram durante algum tempo. Esconderam-se mas não desapareceram. Nos últimos anos regressaram e são intolerantes. Vieram para destruir a democracia e o estado social. E a liberdade. Sim, a liberdade, porque as pessoas já têm medo de falar contra eles, mesmo sabendo que são maus, porque, se falarem, eles têm mil e uma maneiras de retaliar. E as pessoas sabem que, à primeira oportunidade, eles são implacáveis. Não nos prendem, mas roubam-nos o trabalho, roubam-nos os direitos, roubam os ordenados e as pensões a quem (ainda) os tem. Roubam-nos a liberdade. Não são ditadores, são pior que isso. Sabem ao que vêm e nós sabemos ao que eles vêm. Prendem-nos sem nos encarcerarem, para que, nas próximas eleições possamos votar neles. E nós votamos. Sempre neles. Sempre nos mesmos, há quase quarenta anos. Tal como votámos nos ditadores antes deles, durante mais de quarenta anos.
Quisemos ser heróis e fazer uma revolução sem sangue. O Miguel Portas, que faleceu há um ano e que sempre foi um defensor dos ideais de Abril, um dia escreveu ou afirmou que “as grandes lutas se fazem com pessoas normais, não com heróis”. E, como sempre, tinha razão. Pessoas normais teriam disparado primeiro e, só depois, entupiriam, com cravos, o cano da espingarda. Armámo-nos em heróis e saímos derrotados. Armámo-nos em povo de brandos costumes e eles vingaram-se. E continuam a vingar-se do bem que lhes fizemos (ou do mal que não lhes fizemos). Agora, querem fazer pactos de regime para tornar a vingança mais democrática. E nós, espantosamente, deixamos!
Há 39 anos o povo saiu à rua. Éramos milhões. Ouviam-se gritos à liberdade e à democracia. Ouviam-se palavras de ordem contra o regime fascista, que dava o último suspiro. Ouviam-se palavras de ordem contra as potências estrangeiras que, quais abutres, pairavam sobre Portugal, prontos a atacar à primeira oportunidade. “Nem NATO nem Pacto de Varsóvia, independência nacional!” - gritavam milhões de pessoas. Quase quatro décadas depois, é fácil verificar que de independência nacional pouco ou nada nos resta. Os abutres poisaram e estão-nos a devorar. Os nossos governantes são lacaios dos mercados e dos países mais poderosos, que os controlam. Abril está cada vez mais longe.
Mas esta escalada contra as conquistas de Abril (ainda) pode ser interrompida. Assim o povo queira. Assim o povo se decida a lutar, como fez há 39 anos. Eles estão-nos a roubar Abril e, para a semana, é Maio.
E que ninguém se iluda. Os cravos, a serem usados, é na lapela. Para o que falta, usemos rosas sem pétalas e com muitos espinhos.
De aço.

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publicado às 20:40

Aqui vos deixo o filme (em 4 partes) da Vigília e Arruada Pela Liberdade, Contra o Conformismo e o Situacionismo, organizadas pelo blog “Pegada”, nos dias 4 e 5 de Outubro de 2012, no Fundão.
 

1ª Parte:

2ª Parte:
3ª Parte:
4ª Parte: 

A todos os que participaram e compareceram um enorme BEM-HAJAM.

 

 

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publicado às 17:46


Escolas - a liberdade de ensinar

por Luis Moreira, em 02.05.12

Exemplos positivos de escolas livres como os da Holanda, Bélgica, Suécia, Finlândia, Nova Zelândia, e muitos outros, são pura e simplesmente desprezados.

Os factores que realmente explicam o sucesso dos alunos são ignorados, fala-se em dinheiro quando se fala em qualidade como se uma coisa implique a outra.

Uma escola totalitariamente controlada pelo estado.

Como aconteceu em Portugal antes do 25 de Abril, os investimentos avultados na escola pública  levaram a parcos resultados em qualidade. O que verdadeiramente contribui para a qualidade é uma escola livre e responsabilizada que seja obrigada a concorrer pela qualidade. Sem a livre escolha da escola , pais, professores e alunos tendem a considerar que a responsabilidade da educação deixa de lhes pertencer. Sem liberdade de ensinar a qual inclui a liberdade de criar escolas os professores tendem a transformar-se em funcionários ao serviço das estruturas e não dos alunos e das suas famílias.

A escola tanto pode ser do Estado como de uma entidade privada que promova a liberdade e a responsabilidade.

PS: a partir de Fernando Adão da Fonseca - Expresso

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publicado às 13:30

Um muito interessante texto de Francisco Assis no Público de ontem.

...os extremistas têm em comum o desprezo pelo valor da liberdade - uns, a direita,  desvalorizam-na em função do culto da ordem e numa perspectiva autoritária; outros, a esquerda, ignoram-na em função de um igualitarismo radical. A estas posições extremistas opõem-se as versões moderadas e que se identificam no apego pelo principio da liberdade como alicerce estruturante das sociedades. O que distingue a esquerda e a direita moderadas é a forma como se relacionam com a noção de igualdade. Para a direita é uma dimensão formal, para a esquerda é uma dimensão substancial. Esta última apresenta uma melhor articulação das ideias de liberdade e igualdade.

No século XX assistimos ao  final dos sistemas assentes numa visão de esquerda antiliberal e antidemocrática. O discurso que resta desta esquerda radical é infecundo e impotente.

PS: para continuar amanhã

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publicado às 11:30


Em Abril - música e liberdade

por Luis Moreira, em 28.03.12

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publicado às 20:00

A difícil arte de ser maior

por Miguel Cardoso, em 11.03.12

 A propósito de uma troca de argumentos com dois dependentes religiosos à porta de minha casa, lembrei-me de um texto de Immanuel Kant que costumo atirar de chofre ao cérebro adolescente no início do ano lectivo a pretexto do que é fazer Filosofia (o como vem um pouco mais tarde).

Sirvo-me de Kant contra essa mania ou necessidade que tem o homem de encontrar um messias de verdade em riste. Contra essa miserável tendência que o homem tem de encontrar quem lhe diga o que pensar e o que fazer. Contra essa tendência de ficar à espera de quem avança e criticar o modo de andar daquele que se decide a fazê-lo, que assim não, que não adianta, se ao menos fosse de outra forma, se calhasse noutro dia, se… Aí ninguém me parava, eeeepá, porque em chegando-me a mostarda ao nariz eu faço e aconteço, que a mim ninguém me cala! Onde é que eles estão? Onde? Quantos são? Para quando? Eeeepá, nesse dia tenho aquela coisa combinada.

Sobre esta propensão para ser menor e gostar, bem melhor do que eu, Kant:

“lluminismo é a saída do homem da sua menoridade de que ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de se servir do entendimento sem a orientação de outrem. Tal menoridade é por culpa própria, se a sua causa não residir na carência de entendimento, mas na falta de decisão e de coragem em se servir de si mesmo, sem a guia de outrem. Sapere aude! Tem a coragem de te servires do teu próprio entendimento! Eis a palavra de ordem do Iluminismo.

A preguiça e a cobardia são as causas de os homens em tão grande parte, após a natureza os ter há muito libertado do controlo alheio, continuarem, todavia, de bom grado menores durante toda a vida; e também de a outros se tornar tão fácil assumir-se como seus tutores. É tão cómodo ser menor. Se eu tiver um livro que tem entendimento por mim, um director espiritual que em vez de mim tem consciência moral, um médico que por mim decide da dieta, etc., então não preciso de eu próprio me esforçar. Não me é forçoso pensar, quando posso simplesmente pagar; outros empreenderão por mim essa tarefa aborrecida. Porque a imensa maioria dos homens (inclusive todo o belo sexo) considera a passagem à maioridade difícil e também muito perigosa é que os tutores de bom grado tomaram a seu cargo a superintendência deles. Depois de terem, primeiro, embrutecido os seus animais domésticos e evitado cuidadosamente que estas criaturas pacíficas ousassem dar um passo para fora da carroça em que as encerraram, mostram-lhes em seguida o perigo que as ameaça, se tentarem andar sozinhas. Ora, este perigo não é assim tão grande, pois acabariam por aprender muito bem a andar. Só que um tal exemplo intimida e, em geral, gera pavor perante todas as tentativas ulteriores.

É, pois, difícil a cada homem desprender-se da menoridade que para ele se tomou quase uma natureza. Até lhe ganhou amor e é por agora realmente incapaz de se servir do seu próprio entendimento, porque nunca se lhe permitiu fazer semelhante tentativa. Preceitos e fórmulas, instrumentos mecânicos do uso racional, ou antes, do mau uso dos seus dons naturais são os grilhões de uma menoridade perpétua. Mesmo quem deles se soltasse só daria um salto inseguro sobre o mais pequeno fosso, porque não está habituado ao movimento livre. São, pois, muito poucos apenas os que conseguiram mediante a transformação do seu espírito arrancar-se à menoridade e encetar então um andamento seguro.

Mas é perfeitamente possível que um público a si mesmo se esclareça. Mais ainda, é quase inevitável, se para tal lhe for concedida a liberdade. (…) Por meio de uma revolução talvez se possa levar a cabo a queda do despotismo pessoal e da opressão gananciosa ou dominadora, mas nunca uma verdadeira reforma do modo de pensar. Novos preconceitos, justamente com os antigos, servirão de rédeas à grande massa destituída de pensamento.

Mas, para esta ilustração, nada mais se exige do que a liberdade; e, claro está, a mais inofensiva entre tudo o que se pode chamar liberdade, a saber, a de fazer um uso público da sua razão em todos os elementos. Agora, porém, de todos os lados ouço gritar: não raciocines! Diz o oficial: não raciocines, mas faz exercícios! Diz o funcionário de Finanças: não raciocines, paga! E o clérigo: não raciocines, acredita! Por toda a parte se depara com a restrição da liberdade.”

 ENTÃO COMO É?

 (Immanuel KANT, in Resposta à pergunta: “Que é o Iluminismo?”, tradução de Artur Morão)

 Imagem

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publicado às 23:26

 

 

 Ver legendado aqui e depois reflectir e debater.

 

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publicado às 18:41


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