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Os falecidos ...

por Luis Moreira, em 27.05.12

Esta gente jovem e bonita que por estes dias se juntaram aqui em casa da minha irmã têm um sentido de humor fantástico. Ontem fui para a "night" com eles e elas. São positivos, olham a vida com optimismo e a maioria já deu a volta ao texto. Criam pequenas empresas dirigidas a nichos muito específicos, juntando saberes. A maioria são da área das informáticas o que permite estarem em Portugal e trabalharem para os amigos holandeses.

Uma das empresas holandesas ganhou um concurso grande para informatizar estádios de futebol ( Na Polónia e Ucrânia) e subempreitam aqui aos Penafidelenses. E tambem informatizar padarias  e notários...

Mas a melhor piada das raparigas é que se referem com frequências aos seus "falecidos" . Vim a saber que afinal são os ex-namorados...

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publicado às 15:30


Jovens agricultores

por Luis Moreira, em 26.05.12

É uma ideia fantástica. Oxalá tenha os apoios necessários e uma nova geração de agricultores seja uma realidade. (Publico)

Na cerimónia, Assunção Cristas adiantou que o caso destes 20 jovens agricultores vai ter continuidade noutras zonas do país, recordando, nomeadamente, que sete parcelas já colocadas a concurso, seis na Região Centro e uma no Alentejo, num total de mais de 600 hectares, deram lugar a 97 propostas, que estão a ser analisadas para selecção.
A ministra sublinhou que os contractos hoje assinados mostram que a agricultura pode ser atractiva para jovens, num país onde somente 2% dos agricultores têm menos de 35 anos, um valor muito abaixo da média europeia.
Considerando que Portugal precisa de produzir mais em termos agrícolas, Assunção Cristas sublinhou a importância do Banco de Terras actualmente em discussão no parlamento.
“Mesmo sem ele estar aprovado, estamos a disponibilizar terras e vemos que este esforço tem toda a razão de existir”, disse, afirmando que, relativamente aos financiamentos, “está aberta em permanência a medida de apoio à instalação de jovens agricultores e foi reforçado, na reprogramação do Proder, o apoio ao investimento produtivo”.
Os jovens com quem a ministra assinou hoje contractos integram uma incubadora de empresas agrícolas nascida em Idanha-a-Nova há dois anos em terrenos pertencentes ao Ministério da Agricultura, num projecto subsidiado pelo Proder.
“Agora, aquilo que espero é que possam agregar- se numa associação para terem mais força, até porque já há ideias para escoamento dos seus produtos”, afirmou.

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publicado às 22:42


Desemprego nos países da europa

por Luis Moreira, em 12.05.12

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publicado às 11:00

Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.
Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo. Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.
Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1.º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.
Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A vaquinha emagreceu, feneceu, secou.
Foi então que os pais ficaram à rasca.
Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.
São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!

A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas.
Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.
Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja! que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.
E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!
Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles.
A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la. Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.
Haverá mais triste prova do nosso falhanço?
Cristina Rodrigues

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publicado às 12:00


Um país de e para velhos...

por Luis Moreira, em 18.12.11

Não me canso de recordar. O PIB, há anos que não cresce acima dos 1%, a inflação anda à volta dos 2% , mas o crescimento da massa salarial da função pública nunca é inferior a 5/6%. Isto é, a riqueza que criamos é muito menor do que a que distribuímos. Como compensar isto? Pedir dinheiro emprestado!

E, é assim porque na função pública há as progressões automáticas! Verdadeira bomba relógio porque torna o país, financeiramente, insustentável!( não é só isto mas principalmente). E, como na privada se nivela pela função pública andamos nisto...o leque salarial mais injusto da Europa e um salário mínimo miserável!

Além disso, incentiva a que as pessoas prolonguem a carreira o mais possível até atingirem o nível mais elevado possível. Os professores até querem chegar todos ao topo da carreira. Resultado, não há renovação do emprego, os jovens não têm oportunidades. Claro, que, como a economia também não cria novos empregos ( só acima de 2% do PIB ) os que têm emprego chamam-lhe seu!

Pelo contrário, se fosse incentivada a renovação, levar as pessoas a pensarem que não precisam da pensão completa, que há livros para ler, passeios para dar, netos para criar, alavancávamos o turismo interno e criávamos oportunidades para os mais novos.  Um nosso leitor a viver na Suíça, num comentário, dizia-nos que lá onde vive há um tempo para trabalhar e ganhar dinheiro e há outro para descansar. As pessoas quando chegam a determinada idade têm um "pé de meia" que junto com a pensão é mais que suficiente para viver os últimos anos com dignidade.

Cá, neste país onde se vendem todos os dias "milagres"( basta ficar sentado à espera da progressão) mandam-se os jovens para a emigração! Há maior prova que trilhamos o caminho errado?

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publicado às 17:44


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