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Notas para a abertura da I Tertúlia pela Democracia e Cidadania... Ou colecção de frases soltas com um cheirinho de coerência.
Diz-nos Platão, dessa mesma Grécia de que tanto agora nos procuramos afastar, mas que tanto deu à Humanidade:
“Ora o maior dos castigos é ser governado por quem é pior do que nós, se não queremos governar nós mesmos.” (República, livro I, 347c)
Noutros termos, o preço a pagar pela não participação na política, é ser governado por quem é inferior.
O facto é que “esses que são piores que nós” de que nos fala Platão, esses inferiores, medíocres, aprendizes de pensamento único, sem ideias ou a memória que implique a vergonha que vai do que disseram ontem ao que fazem hoje, há muito que chegaram ao poder e a culpa é nossa.
Demitimo-nos, abdicámos das nossas responsabilidades e da nossa consciência. E pior, fizemo-lo de livre vontade.
Os gregos, de novo eles, designavam de idiótes o indivíduo que nada queria saber de política, que vivia imerso nas pequenas coisas de ordem doméstica e sentia que nada podia oferecer aos restantes, acabando manipulado por todos. Do termo grego deriva o nosso idiota actual.
Tornámo-nos invisíveis.
Acomodámo-nos e já não contamos para o que quer que seja.
Desabituámo-nos de pensar e falar, embora não pareça, dada a quantidade de chavões repetidos até à exaustão pela comunicação social e que já não estranhamos, mas que continuamos sem entender. Encolhemos os ombros e mudamos para o mesmo num outro canal televisivo. A nossa escolha reduzida a isto.
Perdemos o hábito de pensar e começa a desenvolver-se o medo de o fazer, e mais, de estar junto a quem pensa e fala, não vá contagiar-nos, não vá estar alguém de olhos postos em nós.
Optámos por permanecer quietos, fingir de mortos quando as coisas se complicam, não levantar ondas, aninhar-nos no sofá ou no cada vez mais restrito grupo de amigos de confiança (nunca deixando de espreitar por cima do ombro e medir a exacta extensão de cada palavra) ou, opção dos nossos tempos, proteger-nos atrás do ecrã de computador (numa irreflectida ilusão de segurança).
Deixámos de ouvir, falar e, sobretudo, pensar. Um dia acordámos transformados no “analfabeto político” de Brecht.
Deixámos de OUSAR PENSAR e fazê-lo na praça pública (na Ágora), dar a cara por uma ideia sem medo de represálias ou expectativa de agradar a este ou àquele.
Uma das implicações da Democracia grega foi que os cidadãos passassem a “ver-se” uns aos outros (na Ágora, na disposição das próprias assembleias, onde cada cidadão podia tomar a palavra, no teatro, onde era sempre a decisão humana e suas implicações que estavam em causa).
Foi isto que deixou de suceder, “ver” os demais e deixar que nos “vejam”, unicamente apoiados na convicção que resulta do uso autónomo da razão.
Mas não é um trabalho fácil este de recuperar a autonomia.
Não é fácil porque exige uma modificação de mentalidade. É algo a longo prazo. Não se trata de acreditar que podemos mudar tudo aqui e agora, como que por milagre. Não pode ser esta a verdadeira atitude política.
Mas essa é a única forma de mudar uma forma de vida e de fazer política (ou não fazer) que não funciona, exceptuando para uns poucos privilegiados em regime rotativo.
Não é correcta esta substituição da pessoa pelo número.
Não é correcta esta política de trabalhar mais, para produzir mais, para consumir mais, para desperdiçar mais.
A qualquer custo.
Viver não se pode resumir a isto. Viver tem de ser mais.
Não é o fim do Governo que se pretende. Não é o fim da Democracia que se pretende. Apenas o fim de um paradigma de Governo e Democracia. Para voltar a colocar a pessoa e os valores no centro. De onde nunca deveriam ter sido arredados.
Isto cabe-nos a nós, porque um Governo (enquanto colectivo) não tem consciência.
O trabalho tem de começar em nós. A mudança tem de começar em nós. Para que o colectivo mude também.
Por isso mesmo, é fundamental que não participemos das misérias que condenamos em silêncio… E isso passa por dar pequenos passos, como este, aqui, hoje, nesta tertúlia, mas que sejam para sempre…
Que produzam efeito em nós.
Que fiquemos mais esclarecidos, maiores.
Para fazer o que é correcto, da forma correcta, pelas razões correctas. (Barry Schwartz)
Porque não nascemos para ser coagidos.
Se não vivermos de acordo com a nossa natureza, que não é esta coisa amorfa, então é como se já estivéssemos mortos.
No essencial, tudo se resume ao tipo de pessoa que queremos ser.
No essencial, é uma escolha nossa.
No essencial, é a imagem e o exemplo que queremos passar aos que se seguem, aos nossos filhos.
Por estranho que pareça, consegui ler a meia-dúzia de linhas que se seguem em 40 minutos. A partir de segunda-feira publicaremos as intervenções daqueles que, não podendo estar presentes em carne-e-osso, enriqueceram a nossa (vossa) tertúlia com as mensagens que nos enviaram: Estrela Serrano, Heloísa Apolónia, José Reis Santos, Paulo Pedroso, Paulo Querido e Rui Tavares. A tertúlia, tal qual foi, ainda que despida dos sentires próprios de quem a Ouviu e Disse no local, de quem a fez, está disponível aqui.
Agradecemos, em nome de TODOS, a presença de TODOS − também àqueles que acompanham ONLINE ESTA TERTÚLIA. A partir do momento em que este evento foi anunciado, saiu-nos das mãos; deixou de ser uma iniciativa da pegada e passou a ser, em co-autoria, uma acção de todos os que aqui estão.
CARA A CARA, OLHOS NOS OLHOS, SIM – isso é importante, DECISIVO --, mas isso não exclui todos aqueles que por diversos motivos aqui não podem estar.
OUVIR E FALAR.
É o nome desta tertúlia. Deste ciclo de tertúlias que hoje se inaugura.
Durante a publicitação do evento, particularmente no boca-a-boca, muita gente me perguntou para que serve isso. OUVIR E FALAR. Diziam-me: “eles querem, eles podem e eles mandam. NÃO HÁ NADA A FAZER”.
A todos respondi a mesma coisa: “serve por certo para mais do que ficar sentado no sofá, com as mãos a adormecerem debaixo do rabo”.
PARA QUÊ FALAR? PARA QUÊ OUVIR?
Ao ritmo a que vamos parece já despontar no horizonte a próxima pergunta: “PARA QUÊ RESPIRAR?”
O actual estado de coisas seria o sonho de Salazar. Não é preciso PIDE. Nós somos a nossa própria PIDE. Os nossos próprios censores.
Nada contra a auto-censura que nos impomos e que faz de cimento-cola nesta eterna relação simbiótica entre o individuo e a sociedade; tudo contra a auto-censura que nos limita a essência.
O lápis azul dos tempos que correm risca sem mãos. São agora desnecessários os capatazes e os chulos do regime.
Por este caminho, por este COMER e CALAR, ao invés de OUVIR e FALAR, e caso não atalhemos, cada português resumir-se-á, APENAS, a um enorme lápis azul do seu pequeno tamanho.
OUVIR E FALAR, sim.
Duvidar da importância desses dois estares e sentires é mandar a toalha ao chão antes do combate começar.
Equivale a arrancar as orelhas.
A cuspir fora a boca.
Um povo QUE NÃO OUVE – que não SE ouve −, um povo QUE NÃO FALA – que não SE fala – é um povo que não se merece. NÃO É UM POVO!
Passivos e de boca fechada, aceitamos o que nos servem.
E ELES – essa entidade etérea – servem-nos o que aceitamos.
Um povo que aceita tudo, limitando-se a um resmungo entredentes, e a MEDO, com muito medo, tem exactamente o que merece.
NADA.
ISTO…
E, surpresa das surpresas, atentai!, esses ELES somos nós.
Quando resmungamos contra eles, quando falamos na responsabilização d’ELES – e desde que isso não nos tire o pão da boca, PORQUE AÍ NÃO OUSAMOS – estamos a apontar o dedo a nós próprios. Somos os nossos próprios julgadores.
A sentença, essa, já está lavrada. E passamos então a ser os nossos próprios VERDUGOS.
QUE MORRAM! E QUE NÃO ME ABORREÇAM, DIZEMOS POR VEZES QUANDO NOS REFERIMOS A ESSES TERRÍVEIS ELES.
Esta espécie de suicídio, porque os ELES que morrem somos nós, quase que poderia ser legítimo, fosse cada um dono do seu próprio destino. Que não é!
O problema, melhor, A SALVAÇÃO é que ELES não somos só nós. São os nossos avós, os nossos pais, todos aqueles que lutaram para que eu possa estar aqui hoje, em liberdade, a dizer estas palavras. Toda a dinâmica que contribuiu para eu tenha escrito no meu bilhete de identidade: PORTUGUÊS.
Mais importante que isso. ELES são os nossos FILHOS.
É pelo meu FILHO que aqui estou hoje, pelos FILHOS que dele virão, para que também eles possam nascer e viver portugueses. Sem serem obrigados a emigrar à primeira luz. Para que não nasçam Alemães. Para que os primeiros “papá” e “mamã” não sejam ditos em mandarim.
OUVIR e FALAR.
Se for só eu, é certo que provavelmente de pouco servirá. Hoje, porém, não sou só eu. Não é só a pegada, prestes, aliás, a mudar o nome para patada.
Olhem as formigas no carreiro e verão a força do colectivo. A uma formiga que incomoda dá-se um piparote. Sejamos as formigas no carreiro, que sabem o que querem, de onde vêm e para onde vão. E QUE SALTAM POR CIMA DE CADA OBSTÁCULO. Essas não aceitam piparotes, porque atrás duma vem outra. E OUTRA! O individuo confunde-se com o colectivo e vice-versa.
SE UMA ANDORINHA NÃO FAZ A PRIMAVERA, MIL ANDORINHAS FAZEM UM FILME DE HITCHCOCK. OS PÁSSAROS, SEJAMOS OS PÁSSAROS.
CAROS TERTULIANOS, PORTUGAL MORRE-NOS. Não há réstia de soberania que nos sobre.
E essa morte colectiva parte da morte do indivíduo.
Quem duvida que tudo começa NESSE, assim mo chamaram, “IMPROFÍCUO” OUVIR E FALAR contribui para isso a cada respirar, a cada imposto que aceita a ganir. OBEDIENTEMENTE.
UIVEMOS, DIZ SARAMAGO QUE DISSE O CÃO. UIVEMOS, POIS. NÃO À LUA. MAS À TERRA. À NOSSA TERRA. PORTUGAL.
ESTAMOS habituados – fomos ensinados -- a ouvir que, de quatro em quatro anos, vamos às urnas decidir o nosso futuro.
Mera FALÁCIA, hoje em dia. Em boa verdade, de quatro em quatro anos, vamos legitimar uma ditadura de interesses. Uma ditadura financeira, arredada da economia real.
OS DESTINOS DE PORTUGAL DECIDEM-SE LÁ LONGE, TÃO LONGE QUE DEVERÍAMOS CORAR DE VERGONHA POR O PERMITIRMOS.
E, assim sendo, ou começamos todos a aprender alemão ou aprendemos todos a dizer NÃO!
Passei a vida a lutar pelo direito ao voto, a insistir no direito ao voto consciente. Pois hoje, E COMO AS COISAS ESTÃO, vejo nesse acto a legitimação de um PORTUGAL QUE SE PERDE. E não me conformo com tal realidade. Não desisto de VOTAR, mas resisto a resumir-me a esse, HOJE POR HOJE, flato democrático.
As eleições, neste país que se perde, andam hoje perto do inócuo, do despiciendo. Arranje-se outro sinónimo: ANDAM perto do INÚTIL.
Mas a culpa é também nossa! Porque vemos nesse singelo acto o único EXERCÍCIO de CIDADANIA que nos é permitido
Por outro lado, de que me vale, e agora falo do nosso círculo eleitoral, votar verde, vermelho, azul ou cor do burro quando foge?
O resultado é sempre igual. Dois mais dois são quatro. Dois destes, dois daqueles.
É essa, NA MINHA OPINIÃO, a primeira demanda, o nosso 13º terceiro trabalho de Hércules. OBRIGAR OS DEPUTADOS A RESPONDER PELAS TERRAS PELAS QUAIS FORAM ELEITOS. Para isso é necessário mudar o sistema eleitoral. O primeiro deputado eleito pelo PSD em Castelo Branco é açoriano. Para verem o absurdo desta realidade, imaginem-me a mim, a qualquer um de nós, como cabeça de lista nos Açores por um dos partidos do famigerado arco da governação, antítese perfeita do arco do triunfo. PORQUE ALI NADA SE GANHA, TUDO SE PERDE.
Numa das farpas, já não me lembro se de Ramalho se de Eça, comparavam-se os partidos a meninos que, cada um em seu canto, vão passando a bola de um para o outro.
Essa EXCELSA e INTOCÁVEL rotatividade, tão querida à realização de um Estado de Direito Democrático.
Concedo no estado, porque se há coisa que temos feito é estar no estado onde nos deixam estar.
MAS DIREITO? ONDE PÁRA A JUSTIÇA, AQUELA QUE NA FORMULAÇÃO DE ULPIANO SE CONSUBSTANCIA EM DAR A CADA UM AQUILO QUE É DE CADA QUAL?
E A DEMOCRACIA? LEVANTE O BRAÇO QUEM VOTOU NESSE INUSITADO EIXO FRANCO-ALEMÃO (gentes que ou matam ou se matam).
QUEM VOTOU MERKOSY? Não são afinal eles que têm o poder? Quem os legitimou?
E mesmo cá dentro, meus caros? O que se passa quando elegemos as nossas, assim implicitamente se assumem, vozes dos donos? VOTAMOS EM VOZES ÀS CORES, ELEGEMOS CARAS DA NOSSA COR – como se isto da política fosse uma camisola que se enverga num jogo da bola.
Sejamos realistas, hoje por hoje, qualquer pateta se arrisca a ser primeiro-ministro desde que ganhe as primárias do partido do qual provém e desde que esse partido seja laranja ou rosa. É como que partir antes do tiro, disparar sobre os adversários e obrigar os tipos que seguram a fita da linha de meta a correr na nossa direcção. Como tão bem ilustra Sacha Baron Cohen no seu último filme, o ditador.
A DEMOCRACIA não se faz ASSIM.
FAZ-SE ASSIM! Hoje, agora e aqui. Em que cada um dos presentes diz de sua justiça.
Acham mesmo que são palavras deitadas ao vento o que hoje aqui se gritará? Acreditar nisso será assumir que nada somos, que de nada valemos.
Porque ELES, que afinal somos NÓS, nada merecemos. E MERECEMOS TUDO O QUE A FAMIGERADA TROIKA NOS IMPÕE.
Não vivemos, sobrevivemos!, e deixamos aos nossos FILHOS essa herança. “Filho, TU de nada vales; limita-te a aceitar, de cinzento vestido como manda a lei, o destino que eu te encomendei; que eu passivamente e sem nada fazer te deixei em testamento.”
Hoje por hoje, cada voto na urna – no caixão? − resume-se, sendo isso agora mais patente, a uma espécie de escolha de quem será a voz do dono. E lá voltamos a MERKOSY.
Nada contra os partidos, na acepção da escolha de CAUSAS, na escolha de formas diferentes de GOVERNO DA RES PUBLICA, da COISA PÚBLICA PORTUGUESA.
Tudo contra os partidos, VISTOS COMO AQUELA CONCESSÃO de que Agostinho da Silva FALAVA. E como eles hoje se nos apresentam, NAS EXIGÊNCIAS QUE NOS IMPINGEM.
"Podes, e deves, ter ideias políticas, mas, por favor, as «tuas» ideias políticas, não as ideias do teu partido; o «teu» comportamento, não o comportamento dos teus líderes; os interesses de «toda» a Humanidade, não os interesses de uma «parte» dela. E lembra-te de que «parte» é a etimologia de «partido»."
HOJE, COISA QUE NEM O HOMEM QUE VEIO DO FUTURO SOUBE CONTAR, LIMITAMO-NOS A ESCOLHER ENTRE QUEM FARÁ DE MICROFONE DOS INTERESSES GERMÂNICOS. VOTAMOS, POIS, NUM MICROFONE.
ONTEM votou-se o novo código do Trabalho. Não vou agora falar dos quês e porquês que me levariam, integrado em que partido estivesse, a votar como votaria, sendo que o meu voto seria sempre CONTRA.
Prefiro falar-vos da famigerada disciplina de voto. Desse conceito anti-democrático, reminiscência do fascismo. Quando votámos, não votámos nos estatutos ditatoriais dos partidos, votámos em homens e mulheres. Supostamente, em homens e mulheres livres. O que, neste caso, o PS nos diz é que quem votou nos seus candidatos votou em carneiros.
Ainda no que respeita ao PS, percebo finalmente a nebulosa e fabulosa construção da abstenção violenta. Não se trata de uma abstenção que pretenda ter voz ou ser oposição ou o raio que a parta em forma de canção de embalar. É coisa violenta, sim, mas porque é imposta, à força, sobre cada um dos deputados eleitos por tal partido.
Lembram-se do que eu disse há pouco? Tudo tem pernas e anda. DEUTSCHLAND ÜBER ALLES. A ALEMANHA ACIMA DE TUDO E DE TODOS.
Falo agora das vozes do dono, falo de uma espécie de ditadura mascarada de Democracia, legitimada pelo voto popular.
A Alemanha em menos de 100 anos destruiu duas vezes a Europa. A Europa e o mundo por duas vezes ajudou a Alemanha a reerguer-se. PARECE QUE NINGUÉM APRENDEU NADA!
Andemos agora umas décadas atrás e vejamos como tudo começou.
ANOS 80/90, CAVACO.
Temos UM PRESIDENTE que, apesar da NOTÓRIA responsabilidade do governo POR SI ENTÃO ENCABEÇADO na factura que ora nos apresentam (ninguém dá nada a ninguém),
por certo o principal responsável pelo não-uso/esbanjamento dos fundos comunitários nas décadas de 80 e 90, que permitiu que os boches desertificassem a indústria e a agricultura e a força dos portugueses, convencendo estes do que não era,
permitindo ainda e incentivando por acção, omissão e falta de regulação a política do caga-no-tractor-compra-mazé-um-jipe,
e não percebendo ele próprio, o que era evidente até às lágrimas,
Temos UM PRESIDENTE, dizia, que SE ARVORA AGORA EM GRILO FALANTE DO QUE VAI MAL E DE COMO TUDO SERIA DIFERENTE SE FOSSE COM ELE. Como se nada houvesse sido por causa dele.
Dito isto:
SE NÓS NÃO FALARMOS, OUTROS FALARÃO POR NÓS.
CAROS TERTULIANOS, POLÍTICOS SOMOS TODOS -- OU ASSIM DEVERIA SER. A RES PUBLICA É ISSO MESMO. A TODOS PERTENCE.
O QUE LEVAMOS DAQUI?
O QUE EU ESPERO? QUE levemos daqui uma consciência menos adormecida, mais atenta. Que ouve mais e fala mais. QUE NÃO COME E CALA.
Umas mãos menos dormentes, prontas a USAR CADA DEDO, CADA UM COM SEU SENTIDO. Que HÁ REALMENTE DIAS EM QUE O MEU DEDO DO MEIO RESPONDE A TODAS AS PERGUNTAS.
Mas uma mão pronta a cerrar-se em punho. Acima de tudo uma MÃO que não tenha medo de deitar-se à obra.
Mas atenção, não é já amanhã que as flores darão fruto.
O QUE LEVAMOS DAQUI?
Se esta reunião estivesse a decorrer em pleno fascismo, saberíamos que conquistas ergueríamos. É notório o que daqui levaríamos. Pergunto, qual é a diferença? As coisas estão assim tão bem que deixamos de dar valor à força da palavra? Ou estamos fartos dela? É que SE estamos, outros a usarão por nós – ATÉ AO DIA EM QUE QUEIRAMOS E JÁ NÃO SEJA POSSÍVEL. PORQUE NOS CIMENTARAM A BOCA.
Se saberíamos valorar esta conquista durante o fascismo, o que muda?
É o MEDO? Será maior hoje? É quase insultuoso assim ousar pensar. O MEDO de perder o emprego, medo do SIS, medo de uma inspecção das finanças?
VAMOS ESCONDER-NOS ATRÁS DA PEDRA MAIOR, POIS ENTÃO. MAS CONSCIENTES DE QUE LEVAMOS ATRÁS DE quem VIEMOS E DE QUEM DE NÓS VIRÁ. QUE LEVAMOS ATRÁS UM PAÍS INTEIRO. QUE CONNOSCO SE ESCONDE DO FUTURO.
QUEM DORMIR BEM COM ISSO NÃO TEM AQUI LUGAR. OU ENTÃO QUE FIQUE E REPENSE OS CAMINHOS QUE PRETENDE TRILHAR.
"Para a forca hia um homem: e outro que o encontrou lhe dice: Que he isto senhor fulano, assim vay v.m.? E o enforcado respondeo: Yo no voy, estes me lleban." P.e Manuel Velho
OUVIR E FALAR. OUÇAMOS E FALEMOS, POIS.
Os responsáveis pela Transmissão Online. Homens como estes há poucos. O futuro é risonho.
Paulo Fernandes, presidente da CMF, fala aos tertulianos:
Mário Tomé fala aos tertulianos.
Em primeiro plano, algumas das minhas alunas da UBI.
Estiveram todos, elas e eles, muito bem. O futuro é risonho.
E, já agora, de papo-cheio de orgulho, o Miguel e eu.
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