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É rara a véspera de fim-de-semana em que não se especule sobre a saída da Grécia do Euro no Domingo imediato. Porém, e pelo que me é dado a ver, este Domingo o planeta troika parece estar pronto para fazer a vontade aos clientes que têm tudo apostado no #Grexit. O Citibank, esse!, elevou a probabilidade para 90%, embora remeta o Domingo lá para 2013.
Seja ou não bluff, a verdade é que o jogo do gato e do rato dos especuladores com a Grécia está a encher os bolsos a muito traste.
A ver vamos, pois, num país -- País!, catano, com Pessoas! -- próximo de si. Mais Domingo, menos Domingo, num mundo em que tudo são números. O que é uma pessoa, afinal?
E quem decide? Um gajo enfiado no quinto dos infernos, montado num escritório com vista para o Rio Hudson.
De quando um país vira cavalo de corrida, pois. Com um Jockey que parece pesar mais do que o cavalo e o conduz para fora de pista!
Remember Tsipras?, o irresponsável? Pois é!, ele avisou!
Adivinhem agora qual será o próximo cavalo? 'Bora lá? Há muito bolso sem fundo para encher! E o país?
(imagem)
Epá, ficaram os ossos... Não se incomodem, vejam mazé a bola!
A propósito da pressão sobre a Alemanha na Cimeira Europeia, valeu a pena ouvir o que disse agora Pedro Santos Guerreiro, Director do Negócios, na SIC Notícias.
"A pressão sobre a Alemanha nesta cimeira cresceu muito. De facto, Portugal já não faz pressão (...). Portugal é uma vírgula nesta história, nesta crise, e não faz nenhum tipo de pressão, nem tem capacidade de fazer nenhum tipo de pressão sobre a Alemanha. Isso não é verdade com a Espanha e com a Itália que estão a fazer toda a pressão sobre a Alemanha. E esta resposta, que é dizer 'que condicionamos o nosso apoio a este Pacto [para o Crescimento e para a Promoção de Emprego] às medidas de emergência que foram aprovadas na cimeira' o que parece é uma forma de pressão sobre a Alemanha. E forma de pressão sob que tipo de medidas? Medidas que tentem atenuar a subida das taxas de juro destes dois países nos mercados. Uma das possibilidades que pode ser aprovada é (...) a hipótese do Fundo de Estabilização Europeu (...) poder comprar, no chamado mercado secundário, directamente dívida pública destes dois países (aliás, de países em situação de necessidade), para tentar atenuar a subida das taxas de juro (...), através de uma compra directa por este Fundo, coisa que o BCE deixou de fazer (...). E o BCE tem, nos casos anteriores, sido quem encurrala as instituições europeias na necessidade de lançar resgates, como aconteceu em Portugal, na Irlanda e na Grécia."
E é isto, somos isto... Nem o Pacto-Placebo avança (para além de um nome pomposo, também não imagino o que possa trazer de menos mau), nem as medidas de emergência para a Itália e para a Grécia nos servem agora, porque extemporâneas para Portugal.
Uma vírgula, sim, somos uma vírgula; e colocada entre o sujeito e o predicado.
Esta frase é todo um programa, se atentarmos nas especificidades de quem a profere -- refiro-me à arrogância da senhora -- e nas especificidades da nacionalidade de quem a escarra -- a inditosa arrogância alemã que sempre que pode faz gala em não deixar pedra sobre pedra na Europa onde geograficamente se integra.
"Enquanto for viva". Enquanto ela for viva, portanto. Imagino que a senhora já esteja de planos traçados para se perpetuar no poder. Concedendo no exagero retórico do dito, a verdade é que se há algo que a história nos ensina é que a água passa mesmo duas vezes debaixo das pontes do rio Spree.
Quanto ao integral esplendor do manifesto, espero que faça corar de vergonha os líderes europeus que se têm agachado aos pés desta praga em forma de mulher. Ela quer, ela sabe que pode e ela manda (porque a deixam).
A verdade é que este desafio em forma de insulto, em vésperas de Cimeira Europeia, vem a calhar. Quem se calar, quem amanhã se calar, o que inclui Hollande, está a consentir numa Europa com capital em Berlim. Quem amanhã nada disser -- não incluo obviamente os destituídos de voz própria, como o pm de Portugal -- está a dizer que sim, que a Alemanha é que manda sozinha. Está a dizer à sucessora de Adolf no poder do Reich que sim, que o que este não conseguiu, aquela alcançou. E que a Europa esqueceu e perdoou o que não tem perdão nem pode cair fora das margens da memória.
Falem, pois, ou calem-se para sempre, que nesta segunda hipótese será o povo a falar. Luís XV também terá dito algo como "après moi, le déluge". E o dilúvio lá veio, uns anos depois, em forma de Revolução Francesa. Desta vez, não tardará tanto.
Merkel vai ser atropelada pelas rodas da história. E, pela frase ontem dita, parece que o quantum doloris já não depende dela. É tarde demais; para ela e para a Europa.
[Imagem: detalhe de um cartoon de Steve Bell]
Ouvi agora um alemão "anónimo" dizer que a posição da Grécia era inadmissível, que se estava a afundar e que não se percebia a razão de esta insistir em afastar-se da jangada (a jangada são os bons dos alemães e a sua política a favor do projecto europeu -- do deles, está claro).
Francamente, o moço parecia-me bem mais preocupado do que qualquer grego, irlandês, espanhol ou português. E estava zangado daquele jeito que parece destilar ódio, como só os alemães sabem. Talvez trabalhe para uma empresa alemã que despeje os seus "made in germany" (onde só a etiqueta é feita na Alemanha) na Grécia ou num dos outros PIGS (Portugal, Irlanda, Espanha). Talvez esteja preocupado por isso, com o risco de perder a clientela e o emprego, com o risco da austeridade, com o risco da implosão de uma moeda feita, essa sim, na Alemanha e para os alemães.
O match point (set point, vá lá) anti-mercados, anti-capitalismo selvagem joga-se na Grécia no próximo dia 17. A vitória do Syriza, ainda que implique a saída da Grécia do Euro-moeda e Euro-projecto, coisa em que não acredito, provará, pasme-se, que "the Acropolis will not crumble to dust, the Aegean will not turn to blood and locusts will not destroy the land" (frase abusivamente adaptada de um dichote recolhido na hashtag #grexit, no twitter).
Nada do que atrás disse invalida o facto, patente, de o Euro estar sob o ataque cerrado das agências de rating, a soldo do Goldman Sachs e de outros que tais. Dollar oblige. Porém, começa a ser hora de a Alemanha, agora sozinha no directório com os agentes-duplos dos bancos americanos, se decidir. Talvez optar por deixar de ser cúmplice de algo a que está habituada a ser autora, a destruição da Europa, não fosse má ideia. Só assim deixará de ser o eterno escorpião da Europa, o tal que pede boleia à rã (a rã aqui somos nós, os PIGS) para atravessar o rio, mas não resiste a picá-la a meio da travessia. Afundamo-nos todos porque lhes está na natureza.
Deutschland über alles: Picar, envenenar, destruir.
(imagem: Danse Macabre, 1493, Michael Wolgemut)
Para além da acertada qualificação que faz da Europa dos tempos que correm -- "Europe of the loan-shark bankers, of Merkel and Schauble"--, Panos Kammenos, o líder dos Gregos Independentes, um grupo dissidente da Nova Democracia que não me é propriamente simpático, avança com uma verdade que muitos querem nublar: a Grécia não pode ser expulsa do Euro.
Diz Kammenos: «"All this terrorising, that they will oust us from the euro and lead us back to the drachma, to poverty, is not working, for one reason: because poverty has already arrived. Because no one can send us out of the euro. Because if Greece leaves the euro, the euro itself and the European Union will collapse. Because we have already paid the euro"»
Na Mouche! E que não restem dúvidas: quem está em contra-mão, como escreveu num artigo publicado no jornal 'Sueddetusche Zeitung' [via DN] o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Joschka Fischer, é a Alemanha. Aliás, e pegando ainda no artigo deste, não tentem descobrir as diferenças para o que diz Kammenos: "se a Grécia se afundar no caos, haverá uma corrida aos bancos em Espanha, na Itália e em França que desencadeará uma avalancha capaz de soterrar a Europa".
Fontes: Athens News e DN
Nem a Grécia pode viver sem o euro nem a Europa pode estar unida sem a Grécia!
"Em primeiro lugar, a Grécia não está preparada para sobreviver por si mesma. Sem as ajudas da Europa e do Fundo Monetário Internacional (FMI), em breve o dinheiro faltará para pagar os salários dos funcionários públicos e para comprar ao estrangeiro aquilo de que necessita para sobreviver, a começar pelos produtos alimentares e pelo petróleo.
Em segundo lugar, após as reestruturações impostas aos credores privados, atualmente quase metade da dívida grega está nas mãos da Europa ou do Fundo Monetário Internacional. Portanto, se a Grécia não pagar, serão sobretudo os contribuintes da zona euro, ou seja, todos nós (mil euros por cabeça, numa estimativa sumária), quem irá desembolsar.
Em terceiro lugar, o regresso ao dracma só seria vantajoso na imaginação de economistas pouco informados, quase todos americanos. Soube-se recentemente que o governo de Georges Papandreou tinha encomendado um estudo que concluía que mesmo os dois setores que proporcionam à Grécia os seus rendimentos principais, o turismo e a marinha mercante, não beneficiariam com uma moeda desvalorizada.
Em quarto lugar, a verdade desconhecida é a dos prejuízos colaterais – para além do incumprimento da dívida – que uma eventual bancarrota da Grécia causaria aos outros países da zona euro. O diferencial em relação aos títulos do tesouro alemães [spread] não deixaria de crescer. Certamente, as consequências não teriam o mesmo peso para todos. Seriam mais pesadas para os países fracos, a começar por Portugal, em seguida a Espanha e a Itália, e mais leves para a Alemanha."
Vamos ver a opinião mundial virar-se para Portugal e para os outros países em dificuldades. Mas o mais estranho de tudo é que a Grécia sai do euro para pedir dinheiro, muito e depressa aos países europeus! Pode ser de outra maneira? Se não tem pede a quem? E, no curto prazo, paga como se não tem dinheiro?
Já para não dizer que a saída do euro não está prevista. Está prevista a saída da União Europeia que está longe de ser a mesma coisa.
Sem uma união monetária, económica e política a União Europeia não tem capacidade para se impor.
Mas a senhora Merkel não quer!
O euro:
Esqueça o dilema de austeridade ou crescimento: o futuro da moeda única joga-se no setor bancário. Com a crise, os Estados e a banca tornaram-se tão interdependentes que acabam por se enfraquecer mutuamente.
Não é possível tirar o crescimento da produção de uma cartola, como por magia, e não há de facto dinheiro para investimentos. Por isso Daniel Gros ficou estupefacto com a forma como os políticos europeus, encabeçados pelo novo Presidente francês, martelam uma simples palavra: crescimento.
Para o economista alemão do grupo de reflexão de Bruxelas CEPS, a dicotomia "austeridade ou crescimento" é um "falso debate", que não faz avançar um passo na solução da crise do euro. O verdadeiro debate, segundo ele, deve centrar-se nos bancos, especialmente os do Sul da Europa, que estão muito pior do que se pensava.
"Os bancos gregos e espanhóis estão sentados numa pilha crescente de dívidas”, explica Gros. “Só a Europa os pode salvar, os Governos grego e espanhol são demasiado fracos. É um problema europeu da maior importância."
No ano passado, depois de forte pressão política, os bancos europeus aceitaram cortes no pagamento da dívida do Estado grego, através de um perdão parcial. Depois disso, os mesmos bancos retiraram-se do Sul da zona euro, antes de novos cortes. Espanha, Itália e Portugal foram massivamente abandonados pelos investidores estrangeiros. Na Grécia, a fase seguinte já começou: até os gregos colocam o seu dinheiro no exterior. De acordo com Gros, trata-se de uma imensa fuga de capitais. "Quatro, cinco, seis mil milhões de euros por mês. Ninguém os consegue travar."
Esta evolução acompanha a par e passo outra, igualmente prejudicial: devido à saída dos bancos do Norte da Europa, os do Sul vão-se afundando cada vez mais em dívidas. As obrigações de que os investidores estrangeiros se estão a livrar são compradas precisamente por bancos europeus do Sul. Fazem-no por pressão dos governos, mas também porque ganham dinheiro com isso. É que, em troca desse favor, os governos contratam novos empréstimos, a taxas de juros mais interessantes para os bancos.
Taxas de juro mesmo muito vantajosas. No inverno passado, o Banco Central Europeu concedeu créditos muito baratos para mil milhões de euros, a fim de manter as trocas de empréstimos europeus. Os bancos da Europa do Sul aproveitaram estes créditos de muito boa vontade, a uma taxa de juro de 1%, para depois emprestarem aos governos cobrando-lhes 6% ou mais. Um ato patriótico que lhes permite ir tendo grandes lucros. Parece ser uma solução, mas cria uma dinâmica perversa: os bancos e os governos tornam-se de tal modo interdependentes que se enfraquecem mutuamente.
Segundo Daniel Gros, "os bancos gregos estão absolutamente desgraçados". Parece ser um problema nacional. Mas isso é uma ilusão de ótica. O que vai acontecer se, de repente, os bancos do Sul não pagarem (não conseguirem pagar) os seus empréstimos ao BCE? "Por causa do euro, estamos todos no mesmo sistema", explica Thierry Philipponnat, do grupo de pressão Finance Watch.
Indiretamente, o BCE somos nós. Todos nós, de todos os países do euro. Se as coisas correrem mal no Sul da Europa, outros países da zona euro terão de ajudar, para salvar a união monetária europeia. O BCE está, pois, sob forte pressão da Alemanha e da Holanda, no sentido de impedir esses empréstimos especulativos. O mercado financeiro interno é a base do euro. A fuga de capitais do Sul para o Norte destrói esse tecido. "A integração financeira da Europa está a recuar, pela primeira vez desde o início dos anos 1980", explica Ignazio Angeloni, conselheiro do BCE em Frankfurt.
Os franceses têm uma palavra maravilhosa para isso: “détricotage” [desfazer o tricô]. Os bancos retiram-se para as suas fronteiras, como um tricô a ser desmanchado: para serem mais fortes num país, deixam de conceder empréstimos a outro.
Os bancos centrais são mais rigorosos no Norte do que no Sul. "Subitamente, a geografia ganha importância", salienta o lobista Philipponnat. Um banqueiro de Londres observou isso mesmo recentemente, durante a visita de uma delegação chinesa. A primeira questão dos chineses foi: "Como podemos distinguir uma nota grega em euros das alemãs?"
Há muito quem diga que só uma união bancária europeia pode livrar a banca e os governos deste sufocante abraço. Uma união bancária com um fundo de salvação alimentado pelos próprios bancos, de modo a que os governos deixem de estar obrigados a compensar falências: isso permitiria resolver o dilema atual do "too big to fail" [demasiado grande para cair], que faz com que os grandes bancos façam o que lhes apetece, porque têm a certeza de serem salvos pelo governo quando a situação lhes correr mal. Se forem penalizados pelos seus atos, passam a avaliar os riscos de forma diferente.
A Comissão Europeia preparou uma proposta. Mas a sua publicação já foi adiada dois anos porque os Estados-membros não a querem. Porque implica uma vigilância europeia forte. Isso equivale a uma transferência de soberania nacional, o que é, para muitos países, difícil ou tema tabu.
A Europa não sabe como dar a volta à situação. Como os governos não querem um sistema europeu de forte regulação financeira, aumenta o risco de o contribuinte levar com uma série de faturas europeias, sob a forma de ações de recuperação financeira, no valor de muitos milhares de milhões de euros. E resta muito pouco dinheiro para estimular o tal crescimento económico de que François Hollande é atualmente o paladino.
"A maior ameaça para a estabilidade financeira da Europa é o facto de os países da zona euro serem financiados por bancos que, se forem à falência, estarão dependentes dos governos aos quais emprestam dinheiro", defendeu recentemente Philipponnat, numa conferência organizada pelo BCE. "Todos sabemos que isso não tem futuro.
A linha a azul representa o comportamento da balança de pagamentos (fluxos financeiros com o exterior) da Alemanha: a vermelha dos restantes países europeus.
A Grécia e também Portugal não estavam preparados para entrar no euro, diz Krugman. Foi um erro, haveria menos carros na rua mas menos pessoas desempregadas.
A impossibilidade de desvalorizar a moeda para ganhar produtividade é uma "prisão terrível" e Portugal não tem opção a não ser um passo ainda mais radical. Sair do Euro!
Se a economia não arrancar já em 2013, tudo irá por água abaixo e aí Portugal terá que dizer não a mais austeridade. A opção de sair do euro é, nesse caso, uma opção bem real, como já é para a Grécia.
Por Pedro Braz Teixeira, jornal i.
«A saída do euro pode ocorrer de forma muito caótica, podendo levar ao colapso temporário do sistema de pagamentos e de distribuição
O risco de saída de Portugal do euro tem associados múltiplos riscos, dos quais gostaria de salientar três: o risco do colapso temporário do sistema de pagamentos, o risco do colapso temporário do sistema de distribuição de produtos e o risco de perda – definitiva – de valor de inúmeros ativos (depósitos à ordem e a prazo, obrigações, ações e imobiliário, entre outros).
Considero que todos os portugueses devem “subscrever” seguros contra estes riscos, tal como fazem um seguro contra o incêndio da sua própria casa. Quando se compra este seguro, o que nos move não é a expectativa de que a nossa casa sofra um incêndio nos meses seguintes, um acontecimento com uma probabilidade muito baixa, mas sim a perda gigantesca que sofreríamos se a nossa habitação ardesse.
Quais são as consequências imediatas de Portugal sair do euro? A nova moeda portuguesa (o luso?) sofreria uma desvalorização face ao euro de, pelo menos, 20%. Todos os depósitos bancários seriam imediatamente transformados em lusos, perdendo, pelo menos, 20% em valor. Todos os depósitos ficariam imediatamente indisponíveis durante algum tempo (dias? semanas?) e não haveria notas e moedas de lusos, porque o nosso governo e o Banco de Portugal não consideram necessário estarmos preparados para essa eventualidade.
O mais provável é que a saída do euro fosse anunciada numa sexta-feira à tarde, havendo apenas o fim de semana para tratar da mudança de moeda. Logo, na sexta-feira os bancos retirariam todas as notas de euros das máquinas de Multibanco e quem não tivesse euros em casa ou na carteira ficaria sem qualquer meio de pagamento.
Durante algumas semanas (ou mais tempo) teríamos um colapso do sistema de pagamentos e, provavelmente, também um corte nos fornecimentos. As mercearias e os supermercados ficariam incapazes de se reabastecer, devido às dificuldades associadas à troca de moeda.
Estes “seguros” de que falo, contra este cenário catastrófico, não podem ser comprados em nenhuma companhia de seguros, mas podem ser construídos por todos os portugueses, estando ao alcance de todos, adaptados à sua realidade pessoal.
O que recomendo é algo muito simples que – todos – podem fazer. Ter em casa dinheiro vivo num montante da ordem de um mês de rendimento e a despensa cheia para um mês. Esta ideia de um mês de prevenção é indicativa e pode ser adaptada à realidade de cada família.
Não recomendo que façam isso de forma abrupta, mas lentamente e também em função das notícias que forem saindo. De cada vez que levantarem dinheiro, levantem um pouco mais que de costume e guardem a diferença. De cada vez que fizerem compras tragam mais alguns produtos para a despensa de reserva. Aconselho que procurem produtos com fim de validade em 2013 ou posterior, mas, nos casos em que isso não seja possível, vão gastando os produtos de reserva e trocando-os por outros com validade mais tardia. Desta forma, sem qualquer rutura, vão construindo calmamente os vossos seguros contra o fim do euro.
Quanto custará este seguro? Pouquíssimo. Em relação ao dinheiro de reserva, o custo é deixarem de receber os juros de depósito à ordem, que ou são nulos ou são baixíssimos. Em relação aos produtos na despensa de reserva, é dinheiro empatado, que também deixa de render juros insignificantes.
Quais são os benefícios deste seguro? Se o euro acabar em 2012, como prevejo, o dinheiro em casa não se desvaloriza, mas o dinheiro no banco perderá, no mínimo, 20% do seu valor. Além disso terá o benefício de poder fazer pagamentos no período de transição, que se prevê extremamente caótico. A despensa também pode prevenir contra qualquer provável rutura de fornecimentos, garantindo a alimentação essencial no período terrível de transição entre moedas. Parece-me que o benefício de não passar fome é significativo.
E se, por um inverosímil acaso, a crise do euro se resolver em 2012 e chegarmos a 2013 com o euro mais seguro do que nunca? Nesse caso – altamente improvável – a resposta não podia ser mais simples: basta depositar no banco o dinheiro que tem em casa e ir gastando os produtos na despensa à medida das suas necessidades.»
Pedro Braz Teixeira, Investigador do NECEP da Universidade Católica
E quando Papademos diz que a violência e as destruições não têm lugar em democracia está a referir-se à democracia de que país? À grega, que também já não existe, não é com certeza. Imagino que a frase vinha no memorando que a Goldman Sachs lhe enviou logo pela fresquinha e um homem tem de fazer pela vida, sendo certo que isso passa por não aborrecer o (ex-)patrão.
A profunda estupidez destes pequenos seres não cessa de me surpreender. Será que eles acreditam mesmo que podem continuar a pisar o povo e impedir o curso natural da história? Vamos ver quanto mais dura esta palhaçada, embora eu ache que podíamos passar já adiante. Para a inevitável parte do inevitável golpe de Estado (na Grécia já cheira a overcooked).
De resto, e a este propósito, os "líderes" europeus têm-me feito lembrar aquele saudoso ministro iraquiano. Claro que não, meus caros, no pasa nada, continuem assim, que o povo é sereno. Até na hora de vos ir ao focinho. Toodles.
[citação de Papademos e imagem via Público]
O Prémio Nobel diz que Portugal e a Grécia podem querer sair do euro, mas o jornalista diz que podem, o que quer dizer que saiem mesmo que não queiram.
Poder sair pode-se sempre desde que a decisão seja de outros, mas querer no caso não vejo como, pese embora a consistência e coerência do Dr. Ferreira do Amaral.
""A União Europeia tem de estar preparada para a eventualidade de a Grécia ou Portugal poderem decidir que é do seu interesse sair em algum ponto", disse o professor de economia na Universidade de Nova Iorque em entrevista à Bloomberg TV.
O prémio Nobel da Economia de 2001 pôs uma parte importante da resolução da crise europeia do lado do Banco Central Europeu (BCE), considerando que este tem de "fazer o seu trabalho" assim como certificar-se de que o "sistema financeiro continua a funcionar".
Uma Convenção dos 27 membros da UE vai avançar com as mudanças necessárias para que a estabilidade da Zona Euro fique consagrada para sempre a coberto de crises como a que vivemos. A Convenção será em Março e as negociações estarão firmadas no fim de 2012.
Segundo o ministro dos negócios estrangeiros Alemão, as alterações serão as estritamente necessárias para que a disciplina orçamental seja assegurada e que as sanções aos países incumpridores sejam automáticas. "Precisamos de uma resolução muito rápida das lacunas do tratado"
Mas o Reino Unido parece que não estará pelos ajustes e quer recuperar competências comunitárias. Se os ingleses colocarem obstáculos é muito possível que as alterações sejam só aplicáveis aos 17 países do euro.
A ideia é integrar o Fundo Monetário Europeu (FME) no tratado de adesão e dar-lhe competências para interferir na gestão Orçamental dos países que lhe peçam ajuda financeira.
As verdadeiras medidas com força para enfrentar os mercados só começam a aparecer quando os grandes países verificaram que não estavam a coberto dos ataques. Antes tarde que nunca!
Que medidas são necessárias para segurar o Euro?
A escalada dos juros da dívida pública de Itália e Espanha, revelou ao mundo aquilo que há muito tempo se antevira: A União Europeia está entre a espada e a parede. O dinheiro necessário para um eventual auxílio à Itália e à Espanha é demasiado elevado para que isso possa acontecer. Podemos falar em austeridade, em cooperação europeia e numa série de outros aspectos essenciais para a resolução desta crise mas é agora claro que ou o BCE imprime dinheiro como se não houvesse amanhã ou o Euro acaba.
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