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Hoje é o dia em que o mundo decide — melhor, um país decide pelo mundo — se bastam o caos e a miséria e os inimigos que temos ou se lhes vai ser junto mais um elemento de sinal negativo. Refiro-me, obviamente, às eleições norte-americanas e à possibilidade de um membro fanático d' A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias poder vir a ter assento na sala dos broches oval. 

Falo de alguém que interpreta à letra e assina por baixo da seguinte ternura bíblica "Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará" (está algures não sei onde, aos números não sei quantos do livro; esse…). O mesmo ser que acredita piamente que a segurança aumentaria nos aviões se houvesse a possibilidade de abrir as janelas em pleno voo. Talvez assim, digo eu, ele desse cor a outra das suas frases de assinatura: "Há um só legislador que pode salvar e destruir" (também para lá anda no mesmo livro). Entregando-se mais cedo ao legislador uno, quero dizer (vã esperança, a minha)...

Hoje é, pois, o dia em que se decide se o Air Force One vai ou não ter janelas de abertura fácil (nunca tinham imaginado um avião a tremer?, pois imaginem -- pudesse ele votar e lá ia mais um voto para a conta do Obama).

Obama foi uma desilusão? Prefiro dizer que Obama foi uma ilusão. E desta à outra é fácil dar o dado por adquirido. Se pegamos num homem e o deificamos é natural que dele esperemos o que ele não pode dar. Obama deu o que Obama podia dar face às circunstâncias, tendo em conta as armas que tinha. E as que não tinha. Perdeu logo cedo o apoio da banca que ousou afrontar. Esta afirmação deve ser lida não como um europeu a leria, mas como a realidade americana a traduz. Lobbies up yours, nigger a trabalhar em força quatro anos. A boicotar em força durante todo o mandato. Na campanha, os imprescindíveis apoios da banca reduziram-se ao essencial para “não vá dar-se o caso”. O resto foi para o tarado do Romney. Mas adiante.

A importância para a Europa de uma vitória de Obama entende-se mais se virmos a coisa ao contrário. O que será da Europa com um Mitt Romney a cavalo? Caminho ainda mais aberto para tudo quanto os especuladores norte-americanos (que pagaram a campanha a Romney) queiram fazer do velho mundo. Começou, a história, há muito muito tempo e ainda antes disso. Era António Borges um Goldman Boy a ajudar a mascarar a dívida da Grécia para que esta se pudesse dar ares e vestir de Euro. E assim foi, e deu no que deu. Se Obama resolveu o problema? Claro que não. Está bem à vista que não. Se foi o motor do problema? Obviamente que não. Se esse problema poderia ter sido resolvido por ele neste primeiro mandato? Também não. Mas, é como digo, de Obama podemos esperar um segundo mandato mais ao ataque, contra os interesses instalados no seu país e que abrem sucursais de desgraça e miséria na Europa.com Romney no poder teríamos a fome (falo da gorda) a aproveitar os restos deixados pelos mandantes da vontade de comer (falo do mórmon), que já terá prometido entregar a deus o pouco poder que entretanto não vendeu na árvore. Venha uma bela duma geada negra.

Mas, francamente, já falei demais de Obama. Era só isto que pretendia dizer: quando amanhã acordarem e souberem os resultados das eleições, fiquem certos de uma coisa. Se ouvirem que o Mórmon é o novo (credo que até dói escrever) Presidente dos EUA, bem podem ouvir entrelinhado, de pirete armado a acenar, “estais fodidos!”

Bem, a quem chegou aqui quero dizer mais uma coisa. Boa sorte, vamos precisar dela hoje. Para não precisarmos ainda mais dela amanhã. Que amanhã Obama seja a palavra mais ouvida do planeta. Será um bom sinal. O mundo precisa de mais quatro anos de Obama, é certo, mas, mais que isso, o mundo não aguenta quatro anos de Mitt Romney e seus donos.


Sítios para acompanhar as eleições norte-americanas:

http://www.politico.com/https://twitter.com/Presidenthttps://twitter.com/Obama2012     

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publicado às 17:34

“Abdel-Hakim Belhaj foi entregue pela CIA. Ele foi capturado e raptado, juntamente com a sua mulher grávida, e levado num dos chamados “voos negros” para Tripoli, para ser interrogado [leia-se: torturtado].”

Peter Bouckaert, Human Rights Watch

Peter Bouckaert, Human Rights Watch

De acordo com a TVI, Abdel-Hakim Belhaj era “um opositor do regime que chegou a pertencer a um grupo com ligações à Al-Qaeda e que, ironicamente, é hoje um dos lideres da nova Líbia apoiada pelo Ocidente”.

Não que isto seja alguma espécie de novidade, verdade seja dita, mas é sempre bom ter como comprová-lo (neste caso, uma série de arquivos que o ditador e sus muchachos deixaram para trás). Em suma, quando lhes cheira a petróleo, qualquer tendinha lhes serve, qualquer mão estendida, por mais suja de sangue que esteja e desde que a sujidade também inclua petróleo, tem de ser apertada. Um poço de petróleo pelo teu sorriso, tóni! Felizmente, não descobriste a tempo que também o há no Beato. A verdade é só uma, estes fantoches (Khadafi, Saddam Hussein, etc) são postos e depostos pelo Ocidente ao ritmo do ouro negro que ejaculam. Quando a coisa aperta e as tendinhas começam a incomodar, a solução é simples. NEXT! 

Blair e Khadafi

* Publiquei este post em 3 de Setembro último. Volto, por motivos óbvios, a publicá-lo hoje.

[As imagens e o texto em itálico são da reportagem da TVI, assim como o título deste post] 

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publicado às 23:42

troy Davis.jpg

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publicado às 14:33

“Abdel-Hakim Belhaj foi entregue pela CIA. Ele foi capturado e raptado, juntamente com a sua mulher grávida, e levado num dos chamados “voos negros” para Tripoli, para ser interrogado [leia-se: torturtado].”

Peter Bouckaert, Human Rights Watch

Peter Bouckaert, Human Rights Watch

De acordo com a TVI, Abdel-Hakim Belhaj era “um opositor do regime que chegou a pertencer a um grupo com ligações à Al-Qaeda e que, ironicamente, é hoje um dos lideres da nova Líbia apoiada pelo Ocidente”.

Não que isto seja alguma espécie de novidade, verdade seja dita, mas é sempre bom ter como comprová-lo (neste caso, uma série de arquivos que o ditador e sus muchachos deixaram para trás). Em suma, quando lhes cheira a petróleo, qualquer tendinha lhes serve, qualquer mão estendida, por mais suja de sangue que esteja e desde que a sujidade também inclua petróleo, tem de ser apertada. Um poço de petróleo pelo teu sorriso, tóni! Felizmente, não descobriste a tempo que também o há no Beato. A verdade é só uma, estes fantoches (Khadafi, Saddam Hussein, etc) são postos e depostos pelo Ocidente ao ritmo do ouro negro que ejaculam. Quando a coisa aperta e as tendinhas começam a incomodar, a solução é simples. NEXT! 

Blair e Khadafi

[As imagens e o texto em itálico são da reportagem da TVI, assim como o título deste post]

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publicado às 22:52

Pena de morte e discussões à volta dela

por Isabel Moreira, em 23.09.10

Nos EUA, cada vez que se coloca a hipótese ou se concretiza a condenação de uma mulher à morte, abre-se uma discussão antiga que é a de tentar saber se existe uma discriminação positiva, em matéria de número efectivo de condenações, a favor das mulheres. É o que se passa agora com o caso de Teresa Lewis, que será hoje morta por injecção letal devido ao homicídio do marido e do enteado. Sim, é a primeira mulher a ser executada em cinco anos nos EUA e a primeira, desde 1912, no Estado da Virginia.

Há anos que vejo estudos de penalistas americanos sobre números como estes. Perdi a memória do nome de um livro que tentava explicar que as mulheres são menos dadas a praticarem o tipo de crimes que são punidos com a pena de morte. Já outros, preferem explicar o fenómeno com a ideia de que as mulheres que matam os seus companheiros, por exemplo, são olhadas como vítimas e que as mulheres não encaixam na figura diabólica que sustenta a aplicação da pena de morte. Por isso chega-se mesmo a afirmar esta coisa espantosa: "prosecutors try to "defeminize" defendants by portraying them as lesbians- even if they're not- or prone to violence, gang leaders or having other traits contrary to "natural female patterns." Como que se assume que há uma preconceito na aplicação das penas para passar ao combate ao preconceito através da imposição de um outro preconceito.

No meio desta conversa há sempre tempo para discutir discriminações entre as próprias mulheres. Por exemplo, a propósito do caso de Teresa Lewis, pergunta-se: Why aren't women prosecuted for illegal abortions? Os pró-vida mais fanáticos dirão que é uma injustiça uma mulher ser morta no dia em que escrevo estas palavras enquanto que mulheres que praticam o para eles designado "infanticídio" andam à solta.

Assim vai o debate que é sempre este cada vez que uma mulher é electrocutada ou leva com uma injecção letal. Este caso é especialmente picante porque os dois cúmplices da mulher, homens, foram sentenciados a prisão perpétua, imagine-se.

De fora da discussão fica o sistema penal americano. Esse sistema que permite a vertigem da não execução de um dos cúmplices de Teresa Lewis dever-se a um acordo segundo o qual ele confessava em troca da não aplicação da pena de morte. Teresa Lewis não fez acordo algum a conselho do seu advogado, confiante nos precedentes do Estado onde decorria o julgamento.

De fora da discussão fica o sistema penal americano, que decorre de uma princípio constitucional de subsidiariedade, isto é, tudo o que não é competência do Estado federal é da competência dos Estados federados, assim se aplicando o princípio, que também é de separação de poderes, às matérias reservadas à Constituição federal e às restantes, à Lei estadual e às restantes. É por isso que cada Estado faz o que bem entende em matéria de pena de morte. É por isso que os EUA têm o privilégio de mostrar ao mundo a pena de morte consagrada em 36 dos seus 50 Estados. É por isso que os EUA podem dizer que só são superados pela China em número de pessoas executadas anualmente.

Esta é a discussão que interessa. Dar força aos Estados que, nos EUA, aboliram esta pena vergonhosa, quando há uma opinião pública ainda favorável a que pessoas sejam mortas a mando do Estado, apoiada por muita gente, num sentimento que Obama defende, e dizer sempre que não. Seja uma mulher, seja um homem. A nossa resposta é não.

 

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publicado às 10:40


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