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Give me back the Berlin Wall
Give me Stalin and St. Paul
I've seen the future, brother
And it is murder.Leonard Cohen — The Future
[...]O facto de os seus preceitos, aplicados à prática serem austeros e por vezes intragáveis, deu-lhe uma aura de virtude. O poder sustentar uma superstrutura lógica vasta e coerente conferiu-lhe beleza. O poder explicar muitas injustiças sociais e crueldades aparentes como incidentes inevitáveis da marcha do progresso, e mostrar que, em geral, as tentativas de modificar esse estado de coisas provavelmente causaria mais danos do que benefícios emprestou-lhe autoridade. O ter propiciado alguma justificação para a liberdade de actuação do capitalista individual atraiu-lhe o apoio das forças sociais dominantes, agrupadas atrás da autoridade.
Quem, como eu, acreditar que a liberdade do intelecto é o principal motor do progresso humano, não pode deixar de se opor a [...] tanto como à Igreja de Roma. As esperanças que [...] inspiram, são, no essencial, tão admiráveis como as que são instiladas pelo Sermão da Montanha, mas são sustentadas tão fanaticamente num caso como no outro e igualmente susceptíveis de produzir os mesmos danos.E fica resumido o essencial. Quem tiver curiosidade em saber quais são as expressões em falta ([...]), pode lê-las no original, livremente disponível no Projecto Gutenberg. Mas fica o mais importante por dizer. Por mais asquerosas que as suas posições e o seu evangelismo tenha sido, e foi, Milton Friedman foi um professor de economia. E o seu trabalho académico foi vasto, discutível e árduo. Podemos dizer, como o fez Paul Krugman, que John Maynard Keynes foi uma espécie de Martinho Lutero da ciência económica e que Friedman foi o inevitável Inácio de Loyola, mas continuamos apenas no domínio da analogia e da metáfora. A verdade — como Naomi Klein reconhece — é que os alunos do "Tio Miltie" não eram animados a bajular o mestre, mas a criticá-lo com toda a severidade e energia que conseguissem reunir. As expressões operativas, aqui, são "trabalho vasto" e "trabalho árduo". Vejamos a sua contraposição.
Esquerda Europeia lança candidatura de Tsipras à Presidência da Comissão Europeia
Dirigentes do PEE, reunidos em Madrid, consideram que o líder do Syriza é o melhor símbolo da luta contra a troika e as políticas de austeridade. Esquerda Europeia quer fazer uma campanha “alternativa às políticas de austeridade dos dirigentes europeus e às políticas populistas e nacionalistas”. [Esquerda.net]
Obviamente, nem o PCP, nem o KKE (Partido Comunista Grego) integram o PEE (Partido da Esquerda Europeia). O KKE por motivos já sobejamente conhecidos, ou não fossem os comunistas gregos os principais responsáveis por o Syriza não ter logrado vencer as legislativas gregas. Preferiram manter-se "orgulhosamente sós", e dar a vitória à direita troikista, a unir-se à restante esquerda liderada por Tsipras. Já o caso do "nosso" PCP está aqui "bem explicado" nesta Resposta a um Convite: "o PCP presta uma grande atenção a iniciativas e formas de articulação e cooperação no plano europeu e mundial. Fá-lo evidentemente com completa independência de juízo, respeitando opiniões diferentes da sua, mas não acompanhando e contrariando processos e projectos que considere inapropriados e negativos. Tal é o caso do «Partido da Esquerda Europeia», acerca do qual o XVII Congresso se pronunciou criticamente."
Tsipras não vai ganhar, lamentavelmente, e não é só pelo facto de não ter o apoio dos partidos comunistas acima referidos, que preferem ver a direita no poder a apoiar aquele que é, notoriamente, o homem que mais perto esteve de derrotar a Troika e aquele que mais condições tem para a derrubar. E a questão passa, assim, a ser (também) outra. O PCP e o KKE são assumidamente forças de bloqueio a uma esquerda unida. E provam-no diariamente. Preferindo perder a ganhar, por mais patético que isso possa parecer.
"Jerónimo de Sousa defende eleições antecipadas. Para o líder do PCP, «não há outra saída democrática digna» para a situação do país que não seja a marcação de eleições antecipadas." [TSF]
Não deixa de ser curioso ver Jerónimo de Sousa, sem qualquer estratégia concertada com o Bloco e/ou com os partidos de esquerda extra-parlamentar, e sendo ele o principal responsável por essa falta de unidade ou aproximação, pedir eleições antecipadas.
Eu também quero muito que o Governo caia, mas não quero eleições antecipadas e se elas acontecerem tudo farei para as instrumentalizar e, através delas, ajudar a demonstrar a falácia democrática em que este regime e este sistema eleitoral se consubstanciam (mas isso é não é assunto para agora).
Jerónimo sabe que a seguir virá mais do mesmo e que só a cor mudará. No entanto, nada fez, nada faz, para abrir o partido a uma União de Esquerda e oferecer ao país uma verdadeira solução alternativa. Não compreendo. E não aceito. E não perdoo. Melhor, quero muito estar enganado no que começo a compreender. Mas está difícil. E não perdoo. Era agora a Hora. O umbigo do PCP, maior do que Portugal, acha que não.
E não me venham acusar de irrazoabilidades manifestas ou de este meu sonho (uma União de Esquerda) não passar disso. Antes de haver telemóveis, os telefones estavam todos agarrados à parede.
É possível dividir o átomo. Não é possível unir a esquerda. Recomeço e sigo adiante carregado com essa certeza. Palavras não me faltarão para denunciar quem vai traindo esse sonho. Não me pesará na consciência o que possam chamar de contribuição para a desunião. Urge separar as águas. Talvez assim se consiga multiplicar e não dividir. De acções não falo. Falar do que se fez e faz é conversa de pescador. Siga!
Como não podia deixar de ser, "O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, já veio demarcar a intersindical deste protesto [135 manifestantes que tentaram cortar o trânsito em direcção à Ponte 25 de Abril]." Nada de novo. Tudo normal na intersindical. A intransigente intersindical -- Intra-sindical?. É à maneira deles ou não é. Noblesse oblige! Que lástima constatar que os anos passam e ali não muda nada. Que triste modo de agir. Que maneira cega, surda e muda de estar. Que traição! Raios partam os comités centrais mais as cartilhas de bem-fazer. Acusam, e muito bem, o governo de nos usar como marionetas. Porém, chegada a hora da verdade, usam métodos semelhantes. Se o Povo ousa pisar o risco traçado, surge de imediato o "não é nada connosco". Também preferem marionetas. Maldita realidade. Maldisto egoísmo. Maldito umbiguismo suicidário!
Fica parte da notícia: "Os manifestantes, que participaram numa manifestação da CGTP no âmbito da greve geral, saíram das imediações da Assembleia da República em direcção à ponte, fazendo o trajecto pelo Largo do Rato. Seguiram para a entrada da A5, junto ao centro comercial das Amoreiras, e foi nesse ponto que foram travados pela polícia. O acesso à 25 de Abril faz-se a partir deste local. O trânsito na A5 no acesso à ponte esteve cortado durante alguns minutos antes das 19h00, enquanto a polícia de intervenção tentava impedir o avanço do protesto. Ouviram-se palavras de ordem como "a ponte é nossa" e "fascismo nunca mais". A polícia formou nessa altura um quadrado para cercar os manifestantes e procedeu à sua identificação numa rua lateral." [RR]
"O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, já veio demarcar a intersindical deste protesto."
O Seara diz que não tem a mínima dúvida da sua legitimidade para se candidatar à CML. E eu tenho a absoluta certeza da falta de legitimidade do Seara. Basta ler a lei e ter algum bom senso na respectiva interpretação. Olhar a letra e atentar no espírito da dita, que está bem à vista -- diga ela presidente de câmara ou da câmara. Isto do tal movimento de nome suspeito (que se qualifica pela negativa, dizendo o que não quer parecer ser: xenófobo, racista e pela supremacia racial) ter tido a ideia de avançar com as providências cautelares é uma bela lição para esquerda autofágica que temos. E, mais uma vez, imputo as principais culpas ao auto-enclausurado PC (mesmo porque o PC até interpreta a lei à maneira do Seara). Quando falo de esquerda refiro-me à esquerda parlamentar e extra-parlamentar, que ainda não percebeu que esquerdismos teimosos poderão ser o seu fim. Não se abram, não, que um dia querem e, tanta é a ferrugem, não conseguem. E com as portas que fecham olhem as portas que (se) abrem. E olhem quem por elas entra. Vocês são os responsáveis e nós não permitiremos que se esqueçam disso na hora de apontar dedos (quem é este "nós"? Eu e quem pensa da mesma forma, e olhem que não são assim tão poucos).
Parece que é oficial. Pacheco Pereira foi entronizado como o novo ícone da Esquerda. Usada, revirada e abusada lá segue a Esquerda Portuguesa como metáfora de si própria [já explico]. Não vale tudo não, não vale usar tudo, recorrer a tudo e todos; porque retira autoridade, legitimidade, dignidade. Porque o vale tudo é aquela moeda preta que o velho elefante de boa memória e de memória boa deitava fora sem tocar o sino. O vale tudo, feitas as contas, não vale nada. Raios partam quem usa placebos sabendo que o são e faz por parecer que se dá bem com eles. As maleitas não se curam assim. E a estúpida Esquerda continua e continuará estupidamente órfã do País e vice-versa. Imagem deste viver tuga, procura as suas referências do outro lado da trincheira. Como se lhe faltassem as próprias, as legítimas! E aplaude os desavindos como se de salvadores se tratassem. Uma Esquerda feita de egoístas lutas intestinas e que, em vez de se unir, luta pelos santos que vão caindo ou sendo derrubados dos infames poleiros da direita. Uma esquerda aberta 24 horas por dia, 7 dias por semana. Ao serviço da direita. Que vai andando e rindo a bom rir. Metáfora de si própria, a Esquerda, porque metáfora cuspida e escarrada do país, órfão de uma Esquerda unida. E qual a razão? Esquerdismos fraldisqueiros. Orgulhos infantis. E tudo porque sim. Apenas porque não.
(desconheço o autor da imagem)
Seguro y sus muchachos discursam em Penafiel. Criticam as novas medidas de austeridade. Se passarem das palavras aos actos e resolverem votar contra o OE 2013 será o fim da calculista abstenção violenta e o início do calculista voto contra.
O tempo é o deles, não o meu. Não esqueço e não perdoo. E não, não "temos pena". Nem isso.
O PS, seja com que cara for, é um partido de cartão, de vira o disco e toca o mesmo, de "'péra aí que eu arranjo-te qualquer coisita". Acabou, "caros" boys em forma de rectângulo e que pensam em forma de rectângulo. Sois demasiado "grandes" e isso faz-vos demasiado pequenos. Deviam ter "calculado" melhor.
Não farei campanha por nenhum partido mas farei campanha aberta contra a direita e contra vocês, que representam igualmente a direita (por acção e omissão).
Se houvesse tempo e um dia virassem à esquerda... Demasiado tarde. São os tais dos "timings", sabem? A razão da minha teimosia? Os que elegeram essa coisa que faz que fala e faz que pensa e faz que se preocupa serão os mesmos a eleger o tal que "virará à esquerda". No fundo será tudo a mesma treta.
Outra vez: são os tais dos "timings", sabem? Os tempos, pá, os tempos. O comboio já passou e vocês não estavam na estação. E eu não me esqueço disso. E não perdoo quem ajudou a tirar o pão ao povo!
É que se for deste -- so sorry... --, a direita continua em maioria.
Há uma discussão interessantíssima em "Ouvir e falar" - tertúlia para a Democracia - ( )em que democratas esclarecidos cruzam argumentos em defesa da Democracia. Não me atrevo a entrar na discussão porque pouco ou nada acrescentaria ao que já foi dito mas posso acrescentar uma experiência que segui de perto.
Aproveitando as "movimentações de massas" e a dinâmica com origem no 25 de Abril, certa esquerda tentou implementar em Portugal uma democracia que paria uma originalidade. Afastava da dinâmica democrática tudo e todos que não comungavam das mesmas ideias. Foi a tentativa de impedir uma "Constituição democrática" redigida por deputados eleitos democraticamente pelo povo em eleições directas; a unicidade sindical; a nacionalização da economia...
Nessa altura foi preciso que o "Grupo dos Nove" ( militares que constituíam o núcleo dos capitães de Abril), travasse o movimento que, como era evidente na altura para todos, só acabaria num sistema colectivo não democrático de "socialismo de Estado".
No 25 de Novembro, em que a direita empurrada pela dinâmica da vitória militar se preparava para afastar do convívio democrático toda a esquerda, foi preciso que Melo Antunes, com o seu fino sentido político democrático, fosse à televisão nessa mesma noite, advertir que se o movimento de direita não parasse, o PCP entraria na clandestinidade e, com ele, a oportunidade de termos uma democracia de tipo ocidental.
O PCP e certos movimentos de esquerda e de direita suspiravam para que a democracia os afastasse do convívio democrático e, dessa forma, terem um pretexto para continuarem a não aceitar o livre jogo da democracia.
Democracia injusta e desigual sem dúvida. Mas basta perceber o que viria aí se os intentos de certa esquerda e de certa direita tivessem prevalecido.
Fora da democracia não há soluções!
Não queremos sair do Euro, afirma o líder da Esquerda Radical ( Económico) .
Mas também não quer o programa que empurra a Grécia para o empobrecimento. Por isso se for Primeiro Ministro deixa de pagar aos credores externos e paga aos cidadãos gregos os salários e as pensões. E junta-se aos outros países que estão no "garrote" como Portugal e Espanha.
Mas então não tinha sido possível executar um programa de austeridade em três anos ? Poder podia mas não era a mesma coisa para a srª Merkel que mesmo assim anda a perder tudo o que são eleições.
To VIMA : a oportunidade da social-democracia na Grécia.
"Após nove dias de conversações, os partidos gregos não conseguiram chegar a acordo para formarem governo. Por isso, haverá novamente eleições a 17 a junho, que serão organizadas por um gabinete de transição liderado pelo presidente do Conselho de Estado, Panayiotis Pikramenos.
“Com este escrutínio, o país está em perigo”, inquieta-se o jornal I Kathimerini. O diário escreve, no entanto, que apesar de se reforçar a hipótese de abandono da moeda única, “Merkel e Hollande querem que a Grécia se mantenha na zona euro”.
“Ficam provadas as previsões das cassandras internacionais”, lamenta To Ethnos, num artigo com o título “Eleições em campo minado”. “O país está num impasse. Agora, é preciso que os partidos deem respostas claras aos problemas do país” que são, especialmente, uma recessão de 6,2% no primeiro trimestre do ano e uma taxa de desemprego de 21%.
Para To Vima, estas novas eleições serão
um referendo de Antonis [Samaras, o líder da Nova Democracia, de direita] contra Alexis [Tsipras, o líder do Syriza, a coligação de esquerda radical], da direita contra a Coligação de esquerda radical, dos pró-europeístas contra os outros.
No entanto, espera Ta Nea, esta crise política
é uma oportunidade para fazer renascer e refundar a social-democracia. Os dois partidos tradicionais [a Nova Democracia e os socialistas do Pasok] têm de saber tirar lições do seu falhanço.
Manifesto_para_uma_Esquerda_Livre.pdf 56K Visualizar Transferência |
O que é votar à esquerda? É dizer que, apesar do individualismo das sociedades contemporâneas, existe um “nós”. Que ideias como justiça, igualdade, partilha e solidariedade podem e devem organizar a vida pública. Como essas instituições e esses bens públicos, criados pelo Conselho Nacional de Resistência, que são anteriores a nós e nos sobreviverão depois de nos moldarem. Que é possível, por isso, ir contra os valores da época para fazer viver aquilo que nos une, em vez de seguir a inclinação natural, ouvindo a vozinha que fala em cada um de nós e nos incita a viver a nossa vida defendendo apenas os interesses individuais.
Numa França à beira do abismo, que podia ter escolhido barricar-se atrás das fronteiras da fantasia a recordar o seu passado, a vitória de François Hollande demonstra que o país preferiu a esperança. Olhou para a frente e não para trás. Saboreemos este momento em que um povo decide fazer uma tal escolha. E olhar o futuro.
Porque esta é a tarefa que espera François Hollande. Reparar o país, certamente. Refazer a sociedade, evidentemente. Reduzir as desigualdades de destino entre os franceses, sejam eles quem forem e venham de onde vierem. Mas, para que tudo isto seja possível: sobretudo, desenhar o futuro. Mostrar que a França não é apenas um património, uma história, um grande passado. Que pode, também, projetar-se no futuro e reinventar-se.
Esta página em branco, inquietante em muitos aspetos, exaltante em muitos outros, tem de começar a ser escrita. De maneira resoluta, imperativa, para não dececionar este voto e a confiança que ele ainda manifesta na capacidade de mudar as coisas da política, ainda que não possa mudar a vida. O trabalho mal começou e vai ser difícil, já a partir de amanhã. Mas hoje, sejamos felizes e vivamos plenamente este feliz mês de maio.
Um muito interessante texto de Francisco Assis no Público de ontem.
...os extremistas têm em comum o desprezo pelo valor da liberdade - uns, a direita, desvalorizam-na em função do culto da ordem e numa perspectiva autoritária; outros, a esquerda, ignoram-na em função de um igualitarismo radical. A estas posições extremistas opõem-se as versões moderadas e que se identificam no apego pelo principio da liberdade como alicerce estruturante das sociedades. O que distingue a esquerda e a direita moderadas é a forma como se relacionam com a noção de igualdade. Para a direita é uma dimensão formal, para a esquerda é uma dimensão substancial. Esta última apresenta uma melhor articulação das ideias de liberdade e igualdade.
No século XX assistimos ao final dos sistemas assentes numa visão de esquerda antiliberal e antidemocrática. O discurso que resta desta esquerda radical é infecundo e impotente.
PS: para continuar amanhã
Quem diz sempre "não" em qualquer circunstância e não tem poder para impor a sua "verdade" está pura e simplesmente a colocar-se à margem das decisões.
Em Portugal nós vimos isso todos os dias. Há que mudar na saúde, fechar hospitais na região de Lisboa e Coimbra e menos no Porto, todos estão contra. Mas está mais que provado que há desperdício, há que adequar a oferta à procura.
No mapa autárquico que vem de 1835, se não me falha a memória , todos querem permanecer na terrinha onde nasceram e levantam-se as guerras entre vizinhos, nem pensar mexer no nome da freguesia ou juntá-la à mais próxima. Na educação, os concursos anuais com o cortejo de acusações mútuas, continua a ser um objectivo estratégico. A autonomia da escola anda a passo de caracol e o monstro continua a mandar a partir da 5 de Outubro. No funcionalismo público as progressões automáticas são uma bomba ao retardador que vem minando as finanças públicas . Na Segurança Social nada muda apesar da óbvia insustentabilidade e injustiças. A Justiça é um factor preponderante para o desenvolvimento económico e para o equilíbrio social mas os vários poderes que dela se alimentam não deixam mudar o que tem de mudar.
Nas Forças Armadas a redução de efectivos, quartéis e equipamentos é um objectivo há muito sentido mas que ninguém mexe com medo da "tropa". Estão agora a agrupar em um os três hospitais militares existentes, só em Lisboa.
Estas medidas não são de esquerda nem de direita, são medidas que têm a ver com a correcta utilização dos dinheiros públicos.
Ou não?
Foi aqui que se organizou esta conferência e o que saiu de lá foi isto:
Conferência Internacional
«A Esquerda Europeia: Conquistas, Falhanços e Desafios»
Lisboa, 26 de Janeiro de 2012
Local: ISCTE-IUL, Sala B204.
A Esquerda volta ao poder dentro de dez anos!"
Dentro de uma década, "quando os maiores problemas económicos estiverem resolvidos e a sociedade mais desigual", a esquerda vai voltar ao poder, embora se debata com grandes desafios, afirmaram dois politólogos, um alemão e outro britânico.
Em dez anos, "quando os maiores problemas económicos estiverem resolvidos e a sociedade ainda mais desigual, as possibilidades para a esquerda [voltar ao poder] não são assim tão más", acredita Wolfgang Merkel, investigador do Social Science Research Center (Alemanha).
As coisas são como são. Em Portugal o PS esteve no governo 13 anos nos últimos dezasseis. Se perguntarem a um político ou a um economista de esquerda como se sai disto, dizem: 1) em vez de se cumprir este programa em dois anos, cumpra-se em cinco anos, o que é razoável. 2) Enquanto os países em maus lençóis estão em austeridade os países que estão bem tomam medidas expansionistas, puxando pelas exportações dos que estão mal, o que também é razoável. 3) o que eles não dizem é quem nos empresta o dinheiro para vivermos no dia a dia, sendo certo que os nossos credores são os países que estão bem. E, eles, não emprestam mais dinheiro sem primeiro tomarmos as actuais medidas de austeridade!
É isto, não há como dar a volta!
PS: não disparem eu sou só o mensageiro.
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