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Pode chegar a este número a redução nos custos da factura, após as negociações entre o governo e as eléctricas. São as tais rendas excessivas. Mas há perguntas para fazer. O que dizem os chineses que compraram a EDP ? Mantêm o preço ? E onde é que tiraram os apoios e a quem? Às produtoras verdes ? Na central do Pego já por lá há "mosquitos por cordas". Deve ser a primeira reacção de quem perdeu os apoios do estado. O que se esperaria é que o estado saísse da actividade e deixasse os "players" funcionar. As verdes estão no inicio e precisam de apoios, que haja então, previamente, uma política clara no sector.
Um estado dentro do estado. " Eduardo Catroga, em nome do PSD, advogava a redução das rendas pagas à empresa, para logo a seguir defender, enquanto presidente da eléctrica, a manutenção do seu pagamento. A ministra Assunção Cristas e o deputado Mesquita Nunes estão ligados ao escritório de advogados que assessora a sociedade nos seus maiores processos, enquanto tutelam e fiscalizam negócios em que o estado tem favorecido descaradamente a empresa. O deputado Pedro Pinto é consultor de empresas intimamente dependentes da EDP. E muitos mais.
Onde acaba o estado e começam os negócios ? Enquanto não acabarmos com esta mixórdia Portugal não terá políticas que procurem o bem geral. Os interesses de grupos organizados prevalecem.
Aqui está o que todos nós pagamos em rendas e taxas para que as produtoras tenham muitos lucros para distribuir pelo capital e para pagar tudo o que são experiências:
Esses custos, contabilizados em 2,5 mil milhões de euros anuais, são cobrados aos consumidores, na fatura da eletricidade e incluem itens tão diversos como as rendas pagas pela cedência de terrenos municipais, subsidiação de tarifas nas regiões autónomas, encargos com o défice tarifário, rendas dos CAE e CMEC (contratos que garantem preços pré-definidos aos produtores), garantia de potência (assegura o funcionamento permanente de centrais a gás e barragens), incentivos à cogeração e às energias renováveis. Veja quais são e quanto custam os principais encargos que oneram a conta da luz, acrescidos de impostos.
É simples e dá milhões!Constróis uma fábrica e o ministro faz um decreto a obrigar a comprarem-te o que produzes. No biodiesel é assim, pagas 3,75 cêntimos/litro pelos aditivos. Negócios sem risco.
Outra hipótese é construires milhares de m2 de prédios e no fim alugas por milhares de euros por mês à Justiça como acontece ali no "Campus da Justiça". Os milhares de prédios do estado ficam ao abandono. Negócios sem risco.
E as rendas nas energias, nas pontes, nas autoestradas...negócios sem risco com os cidadãos a pagar. É este o grande fenómeno que floresceu na economia portuguesa, não se produz riqueza, apenas muda das mãos de muitos para as mãos de poucos.
"Um decreto-lei assinado por Manuel Pinho em 2010, que obriga à incorporação de uma percentagem de biodiesel nacional no gasóleo rodoviário, custou em 2011 cerca de 215 milhões de euros aos condutores portugueses", escreve hoje o Correio da Manhã."
Com este negócio dos aditivos temos mais cinco milionários!
Passos Coelho diz que o governo vai avançar e por em prática o que está acordado com o memorando da Troika.
"No setor energético, nós vamos precisar, tal como está no memorando de entendimento, de corrigir algumas das rendas que o setor tem e, ao mesmo tempo, de resolver um problema de um défice tarifário que foi acumulado durante vários anos e que atinge quase dois mil milhões de euros nesta altura e que é preciso resolver até 2020", afirmou Passos Coelho.
"Nós, de resto, já tomámos decisões nesta matéria. Por exemplo, em todo o setor renovável cancelámos todos os novos programas e os novos licenciamentos que estavam previstos para este ano justamente porque o país não pode suportar o nível de subsidiação que estava implícito", referiu.
"Vamos também corrigir, ao nível da co-geração, ao nível das garantias de potência, ao nível dos CMEC (Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual), em negociação com os operadores, e são muitos em Portugal, de modo a garantir a correção do défice tarifário até 2020. É isso que está no nosso Programa do Governo, é isso que está no memorando de entendimento, e é isso que vamos fazer", completou.
O défiicite tarifário já vai em 2 mil milhões. É tempo de parar!
Cada vez mais este governo se mostra forte com os fracos e fraco com os fortes. Tanta preocupação com o cumprimento do memorandum da Troika, mas ninguém sabe onde pára a taxa. Como diz o PCP, desapareceu morta em combate. E o Álvaro alguém sabe dele?
O Secretário de Estado da Energia meteu-se com as empresas que nos levam couro e cabelo e, claro, acabou demitido.
Em entrevista ao Negócios, indica que a privatização da EDP não impedirá o Governo de tomar medidas para cortar "margens excessivas" no sector.
"O Estado tem que opor o interesse público ao excessivo poder da EDP!"
São assim as empresas que vivem à sombra do estado!
O Secretário de Estado da Energia está de saída depois de perder a guerra com os poderosos operadores do mercado da energia.
Em causa estará o estudo de avaliação dos custos das rendas excessivas, encomendado pelo Governo para entregar à ‘troika', segundo o qual o Estado estará a pagar 3,9 mil milhões de euros a grandes produtores de electricidade em rendas excessivas. O objectivo do Governo seria cortar 2,5 mil milhões deste montante.
Fontes próximas do ministério explicam que a resistência das empresas ao corte de custos de interesse económico já tinham levado o secretário de Estado da Energia a ameaçar demitir-se. Em Janeiro, Henrique Gomes voltou a reforçar a intenção do Governo em reduzir estes custos e a necessidade de actuar em todo o sector. Acusou ainda a EDP de ter "excessivo poder de mercado e de influência", disse em entrevista ao Jornal de Negócios.
Era bom que alguém independente explicasse aos portugueses o que na verdade se passa no mercado da energia em Portugal.
Em Peniche com a investigação Filandesa, o dinheiro de Bruxelas e as competências dos Estaleiros Navais de Peniche. E, claro, o nosso mar!
"Aproveitar as correntes submarinas do fundo do mar para produzir energia eléctrica é o objectivo do projecto Waveroller, de tecnologia finlandesa, que vai instalar no mar de Peniche uma plataforma com três módulos capazes de produzir 300 kilowatts-hora (KWh).
O software e grande parte do hardware são, obviamente, finlandeses. Os portugueses têm a seu cargo os trabalhos de montagem final e preparação da fixação da estrutura ao fundo do mar, que é da responsabilidade dos Estaleiros Navais de Peniche.
Os trabalhos estão em curso desde Janeiro e, em Maio, deverá ser depositado a três milhas (cerca de 5km) da praia da Almagreira (Baleal), a uma profundidade de 25 a 30 metros, a estrutura sobre a qual assentam três asas que se movem ao sabor das correntes, e que estará ligada a terra por um cabo submarino pelo qual será transportada a energia eléctrica que será injectada na rede da REN/EDP."
Nem impacto ambiental tem, tudo é instalado no fundo do mar!
Trata-se de um equipamento pioneiro, com pás que oscilam debaixo de água face com o movimento das ondas e que foi testado pela primeira vez a nível mundial na praia da Almagreira, em Peniche, em 2007.
Mais tarde, a única máquina Wave Roller, instalada a 20 metros de profundidade e a 500 milhas da praia, foi retirada da água por problemas técnicos, atrasando a concretização do projecto em cerca de três anos.
A inovação foi criada em 2007 pela AW Energy para ser comercializada e testada em Portugal pela empresa Eneólica, do Grupo Lena, durante a primeira fase de demonstração do projecto-piloto.
Além de Peniche, esteve a ser testada pelo Centro Europeu de Energia Marítima (Orkney), ao largo do mar da Escócia. Através de pás flutuantes que acompanham o movimento das águas, a tecnologia é capaz de captar energia para depois ser transformada em electricidade, como demonstrou o protótipo com uma potência de 15 quilowatts (KW).
O objectivo dos promotores passa por criar na praia da Almagreira um grande parque mundial de energia das ondas e entrar numa fase de exploração comercial do projecto com uma potência instalada entre os 50 e os 100 megawatts (MW). «O avanço para a fase comercial depende dos resultados desta nova fase», disse o autarca.
A avançar para a fase comercial, o investimento ascenderá a 100 milhões de euros e colocará Portugal na linha da frente no segmento da produção mundial de energia a partir do movimento das ondas.
No inicio da exploração de qualquer fonte de energia, os custos são muito elevados, o que acontece também com as energias renováveis. Nesta transição temos que enterrar o CO2 dos combustíveis fósseis e conviver com o nuclear.
Temos que construir um capitalismo novo e aí a substituição dos hidrocarbonetos vai trazer-nos grandes vantagens. Balança de pagamentos, competitividade, segurança do abastecimento, inovação, tudo isto é empurrado pelo desenvolvimento das energias renováveis e da eficiência energética.
Os países que dependem muito do nuclear não podem ver-se livre dele a curto prazo pelo que o nuclear é uma energia de transição, tanto mais que ela também não é sustentável por não ser eterna, depende de um combustível que também se esgota. E a segurança será sempre um factor a ter em conta.
A mobilidade eléctrica nos transportes é um componente fundamental nas políticas energéticas da UE. O custo do uso do automóvel individual, tem componentes que só agora se colocam como é o custo do estacionamento, a manutenção do veículo...
É incontornável uma transição para a sustentabilidade que se só se obtem com as energias renováveis e que caminha de mãos dadas com a descarbonização da economia. Não há outro futuro!
PS: ver Humberto Rosa no Público
Para uma factura de 100 €, os custos serão os seguintes:
- IVA de 6% (já passou para 23% em Novembro).................................................. 5,7 €
- Taxa de 7% para RDP e RTP........................................................................ 6,8 €
- Subsídios diversos................................................................................... 53,5 €
- 3% para harmonização tarifária dos Açores e da Madeira.................................... 1,6 €
- 10% rendas por passagem de cabos de alta tensão para Municípios e Autarquias...... 5,4 €
- 30% para compensar operadores - EDP, Tejo Energia e Turbo Gás....................... 16,1 €
- 50% para investimento em energias renováveis............................................... 26,7 €
- 7% para custos de funcionamento da Autoridade da Concorrência e da ERSE............ 3,7 €
- Custo real da electricidade consumida......................................................... 34,0 €
TOTAL.................................................................................................. 100,0 €
ACHAM QUE A ELECTRICIDADE ESTÁ CARA ?!... PUDERA! E aqueles subsídios diversos ? Isto tudo são impostos, chamem-lhe o que quiserem mas o efeito é o mesmo.
Aqui está uma visão bem diferente da que tenho defendido. "A E.ON é, das três, a empresa que oferece menos dinheiro pelos 21,35% do capital da EDP, não contribui para a desalavancagem, necessária, da empresa e, além disso, tem um projecto industrial, no mínimo, de duvidoso interesse. Finalmente, e acima de tudo, não tem um novo mercado para a EDP, ou para todas as outras, um mercado onde possa crescer, como são, inquestionavelmente, o Brasil e a China. A EDP será, necessariamente, mais cedo ou mais tarde, uma subsidiária alemã."
Entre a transferência de tecnologia alemã e os mercados imensos do Brasil e China é o que está em equação!
Como se esperava tudo indica que os alemães da E.ON são os preferidos como aqui e aqui deixei escrito. Há razões sólidas se se confirmar que o cluster das energias renováveis vai ter essa alavancagem com a transferência para Portugal da actividade da empresa compradora.
Os Chineses também são interessantes sob o ponto de vista financeiro ( a melhor proposta) mas a tecnologia industrial é fundamental num país (o nosso) onde a massa crítica industrial deixa muito a desejar.
Deixem trabalhar as empresas! Libertem a energia há tanto tempo abafada pelos burocratas do estado central !
Há gás no Algarve, no off shore que dá pelo menos para dez anos de consumo. Manuel Pinho, cedendo ao lobby do Turismo meteu o projecto na gaveta de onde só saiu agora. Na continuação da mesma bacia atlântica, em Cádis, jorra o gás há pelo menos dois anos e sem que se verifique qualquer problema ambiental.
As infra-estruturas a montar no mar podem ainda servir como armazéns de gás vindo de países do norte de África, assim diversificando do Gás Russo que fornece a Europa. A poupança anual andará à volta dos 1 000 milhões de Euros não contando com o potencial petrolífero. Para Portugal, que é o país que mais depende do exterior em termos energéticos é uma grande notícia. Acresce que em Peniche, também está autorizada a perfuração em "grande profundidade" sendo quase certa a existência de quantidades comerciais de petróleo.
Nenhuma actividade do homem é isenta de riscos mas há que ponderar a relação custo/benefício. O que é certo é que não é sustentável o nosso modo de vida com o modelo de desenvolvimento que Portugal tem seguido. Quiseram transformar o país num lar para idosos, com praia e sol no inverno para os velhos do centro e do norte da europa e, no verão, praia e campos de golfe.
Não chega!
Apesar de entre os países da UE, possuir uma das maiores percentagens de fontes renováveis,no seu mix de energia primária (sobretudo para produção de electricidade) o ISEI (Índice de segurança Energética Inteligente ) português apresenta um desempenho muito baixo (0,42).
Isto significa que a elevada vulnerabilidade energética de Portugal manter-se-á enquanto não se melhorar fortemente a eficiência energética do sistema industrial e de transportes, bem como reduzir a dependência extrema do país da importação do petróleo como única fonte base dos combustíveis líquidos.
Ruben Eiras (ISCTE-IUL)
Isto, se calhar, implica mexer com interesses poderosos!
Digo eu...
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