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O PS - por ter ganho folgadamente as eleições -, o BE e o PP - por terem aumentado o número de deputados - são os vencedores da noite. A CDU empatou (a estrutura que a sustenta não dá para mais nem para menos). O PSD é o grande derrotado - ao não ganhar um único voto ao PS, conseguiu quase o impossível (os votos que o PS de 2005 deixou fugir dividiram-se entre o BE e o PP).
No que me toca, congratulo-me com a vitória do PS e só lamento que tenha perdido a maioria absoluta. Cheio de pressa, deixo aqui escrito um enorme abraço ao João Paulo Pedrosa e ao João Galamba, eleitos por Leiria e Santarém. E também ao Miguel Vale de Almeida, colega de jugular.
PS - Entretanto, começa amanhã a luta autárquica, onde é de prever que o PS pague caro a vitória de hoje. No que me diz respeito, deixo uma curiosidade. Nas três cidades que actualmente me são mais próximas - Fundão, Covilhã e Coimbra -, torço por uma vitória do PSD; vitória que é, de resto, inevitável. Já quanto à cidade onde estudei - Lisboa -, exijo o óbvio: uma esplendorosa derrota do guerreiro menino. A independência é uma coisa verdadeiramente extraordinária.
Demasiado ocupado com o meu tacho – os prazos judiciais recomeçaram a contar –, não tenho tido tempo para escrever por aqui. Mas as notícias do dia – deste dia – ressuscitam qualquer um, maltratando todas as desculpas de bom trabalhador.
Como fiz questão de "avisar", votei em Aníbal Cavaco Silva nas últimas presidenciais – assim como, desde que tenho tempo (na acepção do de vida) para ir às urnas, votei sempre em Aníbal Cavaco Silva. Hoje, 18 de Setembro de 2009, sinto um sabor a podre. Como se as “minhas” “vividas” (assim mesmo, com quatros aspas) urnas de voto se tivessem transformado nas do tipo que albergam corpos e levam terra e água benta em cima. Ad aeternum.
Começo pelas questões de deontologia jornalística – e é triste quando a propósito de um Presidente da República se começa por aqui. Será legítimo a um jornal revelar a fonte de outro jornal? Será que a fonte de um jornal obriga outro jornal – no sentido de este não poder fazer notícia da sua revelação?
Ouvi hoje, entre a sala e a cozinha, José Manuel Fernandes dizer a Ana Lourenço, na SICN, qualquer coisa como “em tempo de eleições somos mais cuidadosos”. Nem me vou dar ao trabalho de me armar em Pacheco Pereira e recolher uma boa centena de exemplos que seriam prova cabal do tal “cuidado” – coisa que até pode ter uma leitura curiosa, que me dispenso de escalpelizar. José Manuel Fernandes, em tempo de eleições, mantém-se igual a ele próprio, como quem tem uma missão. "Cuidadoso". O tal “cuidado” que levou o Público a manter em carteira uma cacha durante ano e meio (“cuidado”, que ainda não é a altura), o tal “cuidado” que levou – lembro-me avulso – o Público a destacar, esta semana, na edição online, as “surpreendentes” declarações do líder da JSD, em detrimento da “bomba” do dia (os votos a 25 euros). O mesmo “cuidado” que leva José Manuel Fernandes a twittar como quem cavalga sem freios – anunciando o que vem por aí, como se se abeirasse o apocalipse (mas são notícias de virar de esquina) –, como se o futuro (dele? do mundo? stricto sunsu?) dependesse disso. Exactamente o mesmo “cuidado” que levou José Manuel Fernandes a anunciar, aquando da intervenção do Provedor do jornal (Público) na semana passada, que a verdade – uma espécie à la – havia de vir ao de cima. E veio, mas via Diário de Notícias.
Soube-se hoje que José Manuel Fernandes, com tanto “cuidado”, vai sair do Público depois das autárquicas. A notícia está mal dada. O Público é que vai sair de José Manuel Fernandes, que este já acumulou penas suficientes (amores, amores e odios), daquelas que entroncam as asas, para ir longe. Quiçá além fronteiras.
Voltando à questão das fontes. Como é óbvio, as fontes são pessoais e intransmissíveis e só obrigam a quem delas se serve. A revelação da fonte de um jornal por outro jornal não só é admissível, como pode ser recomendável – ainda para mais quando as fontes são como que uma espécie de trombetas do diabo (na acepção queirosiana - lembram-se do Palma Cavalão? Do nosso vizinho Dâmaso?). Desmascará-las é dever de ofício jornalístico. E este caso das “escutas” é o melhor exemplo. Marcelino está de parabéns – é preciso ter tomates.
Ouvir hoje José Manuel Fernandes – jornalista feito notícia – agoniou-me. O homem parecia que tinha acabado de cair num planeta sujo, com o dever de o limpar – e sozinho. Quem o ouvisse, sem o conhecer, quase que acreditaria na dor que lhe invadia a alma. A deontologia, ai a deontologia (aquela de que nos “alembramos” nas horas más).
E Aníbal Cavaco Silva? Nada a apontar. Votei, enganei-me, retracto-me. O problema foi meu. É meu! À minha consciência acrescentou-me uns quilos – o Presidente. Ao dizer que não se intromete, fá-lo. Pelo simples facto de o dizer. Mas, como que de aviso, atira que depois das eleições falamos. E a minha consciência entra em obesidade mórbida. Falaremos sim. Eu e uns milhões – que a explicação que a excelência ora não deu fica em débito.
(também no SIMplex)
Dia 27 voto PS. Não voto num PS "depois logo se vê, é conforme...". Não voto num PS que se alia ao PP e ainda menos voto num PS que se alia ao Bloco. Não voto no bloco central, não porque abomine o ideal, mas porque nunca como hoje a minha ideia para o país se afastou tanto daquilo que o PSD - "este PSD" - defende.
Voto PS maioritário, voto PS minoritário - não vou além disso. Não voto em alianças para evitar o "papão" da ingovernabilidade. Voto em eleições daqui a quatro anos, mas não me repugnam eleições daqui a dois.
Acredito no programa - em sentido lato - do partido em que voto, não ponho a cruz em miscelâneas mal paridas e à pressa. Quando as moções de censura vierem, os PRD's dos tempos que correm se explicarão ao país. E cá estaremos de novo, se necessário for.
O que me faz estar aqui, mais que tudo, é a luta contra o eterno "começar do zero" - coisa que parecemos aceitar - este país -, de forma impávida e relaxada, como se nos estivesse na massa do sangue. Não está! É altura de parar com as chicotadas psicológicas à 3ª jornada. É tempo de parar com sebastianismos de virar de esquina. O caminho é este. Dia 27 voto PS.
Já passaram 24 horas e o PR nem dissolveu a AR nem convidou o PSD e o Bloco a formar um novo Governo (esta segunda opção encanta-me um bocadito mais, para quê novas eleições se ainda agora tivemos umas?). Será que homem ainda não se apercebeu da profunda agonia do regime? Há mesmo quem fale em estertor. É preciso fazer algo. E urgentemente, que aprendi agora no Mentes Criminosas que as primeiras 24 horas são fundamentais, parece que em 99,99% dos casos acontece algo muito mau ou isso.
É impressão minha ou hoje há para aí muita gente com a passarinha aos saltos? Estou mesmo convencido que nalguns computadores o CAPS LOCK, o CTRL e o B já foram à vida. E com a onda de estranhas alianças que para aí vai, não me sai da cabeça a imagem dum certo indivíduo a gritar "e salta Rangel e salta Rangel, olé, olé".
É OU NÃO É !!!!!!!!!!!!???????????
(Continuação do título, ainda não é o post, ok? É que o título é um bocadito pró grande e não cabe todo na caixa.) ... em vitória uma imensa derrota que apagou o PS do mapa político. No final do post, e porque tenho um filho para criar, vou ainda afirmar, disfarçada mas descaradamente, que nunca apoiei o actual Governo e que com a Manuela Ferreira Leite e o Louçã, os dois ao mesmo tempo, no Governo é que a coisa vai de vez andar prá frente. Talvez lhe chame "mea culpa". Ao post. ”
Agora sim, o post:
Ontem foi dia de eleições
... e o Bloco era gajo para eleger pelo menos mais dois. E assim por diante, e proporcionalmente, até à pré-primária.
Imaginem estes mesmos resultados nas legislativas, ainda que com troca na ordem dos dois primeiros (na sondagem para as legislativas, apresentada agora mesmo pela SIC, o PS aparece com 39,6% e o PSD com 33%). Percebem agora o problema?
Vitória, pessoal e intransmissível, de Paulo Rangel. O resultado do PS corresponde ao pior que lhe pode acontecer nas legislativas - o useiro e natural cartão amarelo ao Governo em funções e a inacreditável campanha de Vital são disso a prova. A subida do Bloco é assaz preocupante. CDU e CDS não largam o osso, felizmente. MEP terá papel importante daqui a três meses.
Cavaco fez mal em ter chamado os jornalistas para se justificar, designadamente porque o comunicado de Novembro já tinha sido suficientemente claro. Como os próximos dias provarão, as declarações de hoje serviram apenas para convencer quem já estava convencido - de uma coisa ou de outra. É que, bem vistas as coisas e tendo em conta os tempos que atravessamos, tudo parece resumir-se a uma questão de fé. É lamentável, mas é assim.
Não há volta a dar, estamos em plena campanha eleitoral - parece que acaba daqui a uns meses. Entretanto, vão sair mais notícias a propósito e à volta deste tema - e sempre em alturas chave. Por mais que lhe custe, o PR não vai poder responder a tudo.
Em stereo no Eleições 2009.
No seu Diário de Candidatura, Vital Moreira escreve: "A Marinha Grande nunca me desaponta.". Tendo em conta que, em 1986, Vital Moreira, salvo erro, ainda pertencia ao PCP, alguém que lhe pergunte se este reiterado não desapontamento inclui o happening de 1986 ou se se estava a referir a outra coisa qualquer - à qualidade do vidro ou isso. Se as gaffes (e esta é claramente uma apreciação subjectiva) do candidato tivessem reflexo directo nas sondagens, ou seja, se alguém ligasse ao que Vital Moreira diz, o PS já estava atrás do Bloco.
Em stereo no Eleições 2009.
Não se tinha ainda feito uma cobertura assim. O dossiê Eleições 2009 do Público online constitui uma aposta ousada, até porque faz jornalismo inédito em Portugal. Juntamos gráficos dinâmicos à cobertura integral do noticiário tanto do Público como dos outros órgãos de comunicação social relevantes, passando pela blogosfera, pelo Twitter e pelo Flickr, sem esquecer uma zona de comentários própria. Uma operação online sem paralelo cobre os meios tradicionais e os social media, fornecendo um quadro alargado das perspectivas tanto dos jornalistas como dos políticos e equipas envolvidas nas três campanhas, integrando também o público com voz activa na Internet.
Eis uma apresentação do que já se apresenta nas três divisões do micro-site em http://eleicoes2009.publico.pt: do Público, da web e dos leitores:
Eleitoralmente, alguém vai morrer. A grande questão é que se for no PS, o morto será Vital. Já se o falecimento se verificar no PSD, o morto não será Rangel. O mérito é todo de Sócrates, que se conseguiu colocar de esguelha - com Rangel preocupar-se-á mais tarde.
Em stereo no Eleições 2009
Ainda assim, e como há por lá gente boa, a começar pela Ana e pela Palmira, talvez ainda haja esperança.
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