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Gabo,
Não era suposto sentir-me assim. Chamaste a um dos teus livros “Crónica de uma Morte Anunciada”. Pego apenas no título que escolheste para o livro, não no que nele dizias. Quem não o leu que o leia ou que não o leia, como prova de que continuas vivo. Adiante.
Quando há dois anos te esqueceste, eu sabia que continuavas a anunciar a tua morte. Continuavas a anunciar, sim; porque já antes havias dito ao mundo que não mais escreverias.
Sacana. Tu és sacana. Quiseste morrer-te, ou descansar-te do mundo, mas não nos morreste. Assim como – lamento – não nos morreste hoje. Tenho um milhão de palavras guardadas que o gritam. São a tua prova de vida.
Mas há mais.
Tenho mais provas. Provas de que vives e não morrerás. És culpado. Eternamente culpado. Condenado a fazer magia. Parte de mim veio de ti. Essa magia que punhas nalguma da tua escrita, aquela magia que eu faço por fazer todos os dias com o Francisco, com o meu filho.
Quando me lembro de desistir, olho-te e faço o contrário. Insisto. E estico a corda ainda mais além. Um metro mais além. Cem metros mais além. Um mundo mais além. E, como que por magia – essa tua magia –, ela nunca rebenta. E tem um milímetro, ela. Não lhe inventas mais um metro, à corda. Mas ela não rebenta... E quando a solidão trepa por mim abaixo, lembro-me do nosso cigano. Lembro-me de trechos de ti. E eis-te de volta. E eis-me de volta.
Não era suposto sentir-me assim. Tu já tinhas anunciado a tua hora. Amarraste-te àquela árvore e disseste que dali não saías mais. E dali não saíste. Mula teimosa.
E hoje, estava eu a esticar as pernas, antes de jantar…
E hoje, estava eu a esticar as pernas, antes de jantar. A Nina veio dizer-me. “O Gabriel García Márquez morreu”. Acho que respondi nada. Também não era uma pergunta. Que morreste. “O Gabriel García Márquez morreu”. Fiz muito de conta que era nada comigo. Para mim. Morreu? Qual Gabriel García Márquez? Ele há tantos com esse nome.
Não era suposto sentir-me assim.
Mas sinto. E senti. E chorei. E depois ri-me a pensar na puta da árvore a que te prendeste. Que imagino a mesma onde prendeste "o outro". E a seguir chorei de novo. E consegui rir e chorar ao mesmo tempo. Sempre fizeste de mim o que querias. E não tenho como te agradecer por isso. Ensinaste-me que o impossível se reduz ao tamanho de uma frase mal imaginada. Uma frase sem magia. Um acto sem magia. Uma vida sem vida. Sou o teu pombo-correio para o meu filho.
Magia.
Agora paro.
Não tenho mais ganas, por hoje. Com ou sem magia, hoje morreu-me um amigo. Quando o Saramago se foi, escrevi uma coisa a que chamei Saramago morreu – a minha vida sem pardais.
A esta tua crónica, dei outro título.
E, agora que escrevi... Não era suposto sentir-me assim. E já não me sinto assim.
A catástrofe é eminente e não vejo meios de conjurá-la.
Vem-me também à memória a Crónica de Uma Morte Anunciada do Garcia Marquez.
Os adversários do determinismo histórico têm tido a oportunidade de ver desenrolar-se à sua volta nos últimos dois anos um processo cujo desenvolvimento é conhecido de todos, salvo, aparentemente, alguns dos seus principais protagonistas, mas que é inexorável.
Inúteis os milhões de estudos sobre exemplos idênticos noutras épocas, divulgados numa escala nunca antes imaginada.
O rumo está traçado. E não se limita à alegada "destruição criativa" dos "mercados". Começa a assumir contornos que põem novamente em cena a solução última para os problemas criados pela acumulação excessiva: a guerra.
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