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O Seguro de vida

por Francisco Clamote, em 27.11.12

Depois de se ter pronunciado e votado contra o Orçamento de Estado (OE) hoje aprovado na Assembleia da República pela maioria (paralamentar) de direita, António José Seguro que, de seguro, pelos vistos só tem o nome, esquivou-se a pronunciar-se sobre uma possível iniciativa de deputados do PS tendente a requerer ao Tribunal Constitucional a apreciação da constitucionalidade do OE para 2013. 

Em vez de responder directamente à questão, desviou a conversa, limitando-se a dizer que "É no terreno político que continuarei a lutar contra este orçamento".

António José Seguro tem obrigação de saber que a luta contra este Orçamento, "no terreno político", terminou com a provação do OE na Assembleia da República pela maioria de direita. Resta-lhe, se quiser continuar a luta, o recurso ao Tribunal Constitucional. 

Se recusar a única forma de luta de que, nesta altura, pode dispor, é justo dizer que, tal como para a direita que desgoverna o país, também para António José Seguro, a Constituição da República não passa de papel de embrulho.

E a ser assim, lamento dizê-lo, mas sou forçado a dar razão a quem tem afirmado que Seguro, não é tanto o líder de que o maior partido da oposição precisa, porque é, antes de mais, o seguro de vida deste Governo.

Quem tiver olhos, que veja e quem tiver ouvidos, que ouça!

(citação e imagem daqui)

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publicado às 23:53


Passo em falso

por Francisco Clamote, em 09.10.12
O menos que se pode dizer da intenção manifestada por António José Seguro de vir a apresentar propostas de revisão da lei eleitoral, incluindo a redução do número de deputados é que se trata dum passo em falso. É verdade que a medida faz sentido para quem se proponha cavalgar a onda populista e para quem pretenda criar mais um motivo de atrito entre os partidos da coligação que sustenta o actual (des)governo. No entanto, não parece coadunar-se com a estratégia de quem se tem afirmado interessado em desenvolver uma oposição responsável e construtiva. E é evidente que também não é minimamente adequada ao estabelecimento de pontes entre os partidos da oposição, já que a ideia é frontalmente contrariada quer pelo PCP, quer pelo BE, por razões sobejamente conhecidas, pontes que me parecem ser absolutamente essenciais para criar alguma hipótese de alternativa a este governo que tem os dias contados a menos que as instituições da República e o país encarem com normalidade que se prossiga no caminho que leva ao desastre total.

E, o que é ainda mais grave, é que a intenção manifestada, revela uma visão desfocada da realidade, porque a redução do número de deputados não é, e nunca foi, uma questão essencial, já que não resolve nenhum dos muitos problemas com que o que país se debate. Pelo contrário, desvia as atenções do que é vital, neste momento, que é encontrar um caminho para sair do impasse em que o país se encontra.

A falta de sentido de oportunidade, por parte de Seguro é, pois, total.

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publicado às 19:19


Ó homem, solte-se!

por Francisco Clamote, em 20.09.12
Constata-se, face a esta  sondagem (infografia infra), que,  apesar da queda a pique do PSD nas intenções de voto, o PS não sobe e que só fica à frente do PSD, porque as intenções de voto neste partido vêm por aí abaixo.
O facto só pode ter, a meu ver, uma explicação: António José Seguro não é um líder que esteja à altura das circunstâncias.
Confesso que até nem desgostei das suas últimas intervenções, mas noto que é suficientemente tíbio para assumir, por inteiro, o legado do partido que lidera. O PS não tem nada que se envergonhar do seu passado, incluindo o mais recente, porque, se erros houve e sempre os há-de haver, porque errare humanum est, a verdade é que os anteriores governos liderados por José Sócrates, apesar das múltiplas resistências, obstruções e até traições, com origem, inclusive, nos partidos ora no poder e na Presidência da República, deixaram obra em múltiplos campos, obra que só pode ser motivo de orgulho para o partido. Relembro, designadamente, o investimento nunca visto na área da investigação, da ciência, da educação e da inovação, nas energias renováveis e nas novas tecnologias, sectores por onde terá de passar o desenvolvimento no futuro e que este governo tem vindo, sistematicamente, a desprezar. Com os resultados que estão à vista.
Para Seguro se mostrar inseguro basta acenarem-lhe com as PPP, onde, provavelmente, também  poderá ter havido erros, mas o certo é que nem aqui o actual líder do PS tem razão para se encolher. As PPP, nomeadamente as rodoviárias, tinham um propósito mais que justo. Só quem vive no litoral é que não reconhece que as obras lançadas com base nessas parcerias visavam antes de mais contribuir para evitar o isolamento e a desertificação do interior. O país não é só Lisboa e Porto. A coesão territorial, finalidade última dessas obras, só pode ser vista como uma política mais que justa.
Infelizmente não acabam aqui as queixas contra a actuação de António José Seguro, um homem ponderado, como ele diz, com verdade, e sereno, até demais, acho eu. De facto, como é que ele  não é capaz de  se insurgir e de desfazer a teia através da qual os partidos da direita se esforçam por atribuir ao PS a responsabilidade pela vinda da troika e pela assinatura do memorando? Não saberá ele que foi Sócrates quem mais se opôs à chegada da troika, tendo  resistido até não ter outra solução, já depois da queda do Governo, forçada por toda a oposição, da esquerda à direita, com esta  a reclamar e a pressionar, há muito, a entrada do FMI?  
Sabe com toda a certeza, pelo que é imperdoável que continue a pactuar com o logro. Por isso, daqui lhe digo: ó homem, conserve toda a sua ponderação e serenidade, mas solte-se. Duma vez por todas. Se não é capaz, dê o lugar a outro que seja capaz de pôr os pontos nos is.

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publicado às 16:55


Noite do Futebol

por n, em 14.09.12

Ontem parecia noite europeia de futebol, acaba Seguro, começa Passos. Depois de ouvir os dois decidi deixar de ler "A Grande Guerra pela Civilização", de Robert Fisk, e fui reler o "Nascido para Mandar - Guia prático para chegar ao Poder em Portugal", de José de Pina.

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publicado às 13:30


A declaração

por n, em 13.09.12

O que ficou da importante declaração do António José Seguro, via sic notícias: o Luan Santana vai actuar em Novembro em Portugal.


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publicado às 20:19


Carta de alforria

por Francisco Clamote, em 10.09.12
Reconhece o "Público" em editorial, na edição impressa de hoje, que António José Seguro (AJS), ganhou carta de alforria, com as últimas medidas anunciadas por Passos Coelho. Concordo, embora, a meu ver, a carta de alforria já estivesse à disposição de AJS há mais tempo e, designadamente, a partir do momento em que este (equivalente a) primeiro-ministro e o seu governo se propuseram "ir além da troika". O PS, se é que estava vinculado ao memorando, dúvida que alimento por razões que em tempos já explicitei, deixou de o estar a partir dessa altura.
Seja como for, assentemos que, a partir de agora, AJS tem mãos livres para defender a política que considerar como a mais adequada à defesa dos interesses do país e do povo português. Se até agora se podia considerar tolhido pelos compromissos anteriormente assumidos,  agora, livre desses compromissos, terá que abandonar a comodidade de se refugiar no álibi do memorando e terá de mostrar o que vale, enunciando o caminho que o PS pretende trilhar. 
É, a meu ver, a sua última oportunidade! Ou a aproveita, ou então que dê o lugar a outro.
(Ilustração daqui)

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publicado às 23:36


Os tempos do PS e os meus

por Rogério Costa Pereira, em 09.09.12

normaliza%3F%3Fo.jpg(desconheço o autor da imagem)

Seguro y sus muchachos discursam em Penafiel. Criticam as novas medidas de austeridade. Se passarem das palavras aos actos e resolverem votar contra o OE 2013 será o fim da calculista abstenção violenta e o início do calculista voto contra. 
O tempo é o deles, não o meu. Não esqueço e não perdoo. E não, não "temos pena". Nem isso. 
O PS, seja com que cara for, é um partido de cartão, de vira o disco e toca o mesmo, de "'péra aí que eu arranjo-te qualquer coisita". Acabou, "caros" boys em forma de rectângulo e que pensam em forma de rectângulo. Sois demasiado "grandes" e isso faz-vos demasiado pequenos. Deviam ter "calculado" melhor. 
Não farei campanha por nenhum partido mas farei campanha aberta contra a direita e contra vocês, que representam igualmente a direita (por acção e omissão). 
Se houvesse tempo e um dia virassem à esquerda... Demasiado tarde. São os tais dos "timings", sabem? A razão da minha teimosia? Os que elegeram essa coisa que faz que fala e faz que pensa e faz que se preocupa serão os mesmos a eleger o tal que "virará à esquerda". No fundo será tudo a mesma treta.
Outra vez: são os tais dos "timings", sabem? Os tempos, pá, os tempos. O comboio já passou e vocês não estavam na estação. E eu não me esqueço disso. E não perdoo quem ajudou a tirar o pão ao povo!

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publicado às 13:53

E como votou Pedro Nuno Santos a reforma do Código? Hum? Pois!, a famigerada disciplina partidária. OK, não sejamos mauzinhos; afastar-se daquela gente já é um bom princípio. E reconhecer que a austeridade é um erro outro ainda melhor.

Por outro lado, começa a debandada. O último apaga a luz.

Seguro, lá terás de mudar de apelido.

Esta vou assistir de cadeira, lembrando-me sempre (de sorriso, confesso) de como um teu compagnon de route me asseverou que ainda me havias de surpreender. Não se enganou. Nunca pensei ver o PS descer tão baixo.

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publicado às 19:03


Inábil, até no uso da tesoura

por Francisco Clamote, em 18.02.12

 

António José Seguro acusa o primeiro-ministro Coelho de só encontrar respostas para os problemas do país, "na ponta de uma tesoura". Diz Seguro e diz bem. O maior problema, porém, é que Coelho nem a tesoura sabe usar. Ao cortar dá sempre cabo do "pano", porque, além de desajeitado, não é capaz de medir o tamanho da "fazenda".
Os números da chaga do desemprego recorde e da quebra continuada da actividade económica, sem fim à vista, estão aí para o comprovar. Até os cortes na despesa lhe saem ao contrário. Por exemplo, soube-se hoje, que apesar dos cortes impostos, os prejuízos das empresas públicas aumentaram 38,5%, atingindo, em números redondos, 1,5 mil milhões de euros.
Com Cavaco escondido atrás do reposteiro, no Palácio de Belém e o governo do país entregue a uns quantos autistas, incapazes de inverter a política do empobrecimento "custe o que custar";  e a outros tantos "Álvaros", incapazes de um rasgo, Portugal segue a "Passos" largos para uma tragédia à grega.
Quem for vivo, verá.

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publicado às 19:37


À procura de oposição credível

por Francisco Clamote, em 06.11.11
António José Seguro é, quer se queira, quer não, uma inesgotável fonte de surpresas. Hoje saiu-se com esta: "A abstenção do PS vai ser violenta mas construtiva". 
Não fora a adversativa, a estas horas ainda estaria a tremer perante a "violência" da abstenção anunciada por Seguro!
A afirmação é a tal ponto ridícula que é caso para que alguém o aconselhe a que se abstenha de fazer afirmações como esta, porque não vejo como é que, trilhando este caminho, pode o PS chegar a parte alguma. 
Se, como Seguro diz (e é verdade) o Orçamento contém "medidas violentas e profundamente injustas" e se ele já decidiu que o PS se vai abster, obtenha ou não ganho de causa em relação às propostas que o PS vai apresentar, o melhor que tem a fazer é ficar calado, porque a retórica usada como justificação "Este não é o meu orçamento mas os interesses de Portugal estão primeiro" não só não tem ponta por onde se lhe pegue, como revela que Seguro está equivocado sobre os interesses do país. 
É que não estando em causa a aprovação do Orçamento, porque o executivo dispõe duma maioria no Parlamento que lhe garante a aprovação, o interesse do país passa por ter uma oposição activa e não amorfa à moda de Seguro. 
Uma abstenção condicionada à aceitação de algumas propostas que minorassem a injustiça deste orçamento, até poderia fazer algum sentido. Seguro, porém, é tão inábil que nem sequer soube aproveitar a inesperada ajuda de Cavaco que, por uma vez, ergueu a voz para chamar a atenção sobre a iniquidade deste orçamento.
Seguro é, seguramente, um caso perdido, o que, em boa verdade, não me preocupa. O que lamento  sinceramente é que, com ele a liderar o PS, o país nem sequer dispõe duma oposição credível. Isto, na altura em que mais falta fazia.

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publicado às 19:53

"Um dia ele ainda te vai surpreender, vais ver. Tu não estás a par, não sabes da missa metade". Perdi a aposta; realmente, nem nos meus piores sonhos esperei algo assim. Este homem, seguro de nome, é a personificação do coxear político, do medo em geral e também do medo de honrar o partido do qual é secretário-geral presidente. Do medo de ser gente, apenas porque não quer ser igual à oposição grega (excelente referência). Eis pois refeita a União Nacional, nome escolhido por Salazar para o silêncio, que entendia que "partidos" eram sinónimos de partir.

À falta de partidos, esse excesso democrático, fica a Petição em defesa da democracia, da equidade e dos serviços públicos, que de seguida assino. Eis alguns dos actuais 1902 subscritores, tudo gente insana, que nada sabe de números, nem da importância que uma percentagem tem na nossa vida: Alfredo Barroso, Ana Benavente, André Freire, António Arnaut, António Costa Pinto, António Avelãs, Elísio Estanque, Eurico Figueiredo,Frei Bento Domingues, João Caupers, Jorge Miranda, Jorge Reis Novais, José Adelino Maltez, Marina Costa Lobo, Nuno Portas, Pedro Adão e Silva, Pedro Marques Lopes. Abaixo subscrevem, para além do mais: "Essas medidas, que comprimem brutalmente o nível de vida dos portugueses, são múltiplas: a eliminação dos subsídios de férias e de Natal dos servidores públicos e dos pensionistas, em 2012 e 2013; a eliminação das promoções e progressões na carreira, bem como o corte de salários (entre 5 e 10 por cento), apenas para a função pública (FP); o aumento de meia hora de trabalho diário para o sector privado; o brutal aumento da carga fiscal, sobretudo sobre consumidores e assalariados, ampliando o fosso de rendimentos entre capital e trabalho e as desigualdades sociais, num dos países mais desiguais da UE." 

«Brutal», «excessivo», «iníquo», «desproporcionado», «desrazoável», «gravíssimo», «punitivo», eis o Orçamento de Estado 2012. Não o subscrevam, caso queiram, aqui.

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publicado às 00:31


Os inSeguros (e o trabalho que me poupam, que está tudo dito)

por Rogério Costa Pereira, em 04.11.11

  • "(...) Sejamos claros: o que esta decisão mostra, preto no branco, é que este Partido Socialista como tal (não grande parte dos seus militantes, como é óbvio) saiu mesmo, esperemos que provisoriamente, do campo de batalha da esquerda, por muito condescendente que se seja na definição dos limites da mesma. Resta-lhe o terceiro lugar no pódio do arco da (tristíssima) governabilidade – lugar que até está livre, quem sabe se à sua espera (...)" [Joana Lopes]
  • "(...) Para mim tudo se resume a uma pergunta: este é um orçamento necessário ao país ou um ataque liberal a pretexto das dificuldades que atravessamos? Parece evidente que é o segundo caso e isso impede o PS de equacionar apoiá-lo. Assim sendo, o que está em causa é onde deve estar o PS, não é o IVA dos restaurantes. Deve o PS estar nos debates que aí vêm nos próximos anos à frente da oposição, como seu maior partido e maior partido da esquerda portuguesa? Ou, pelo contrário, caucionar pelo silêncio ou a discrição o dito ataque liberal? O instinto centrista do PS leva-o pelo segundo caminho e a abstenção no OE 2012. A intuição de liderança da esquerda leva-o pelo primeiro e impõe já o voto contra. Este é que e o verdadeiro momento de definição do que será o novo ciclo político do PS. (...) [Paulo Pedroso]
  • "(...) Estamos falados quanto a esta direcção do PS. António José Seguro faz ofício de corpo presente, quer dizer, vota nim - independentemente do conteúdo do documento e independentemente da atitude da maioria quanto ao debate da proposta. A politiquice sobrepõe-se à política. Política é contrastar propostas, bater-se por elas, aquilatar do mérito relativo de cada posição, argumentar, representar ideias alternativas. Politiquice é ficar pelo aspecto geral das coisas. Seguro fica pela politiquice quando entrega os pontos (diz o que vai votar) sem apresentar as suas alternativas, sem dizer o que quer. Será que, afinal, o PS não quer nada de diferente do que propõe o governo? Ou será que o PS não faz ideia nenhuma de como fazer diferente? Isso seria grave, porque a única maneira de não exilar a política para a rua é manter a política (a alternativa) a funcionar dentro das instituições. (...)" [Porfírio Silva]
  • "(...) Nada obriga o PS a caucionar medidas que extrapolam o compromisso assumido no Memorando de Entendimento com atroika. Sempre que as relações pessoais entre os dirigentes máximos do PS e do PSD se sobrepuseram aos interesses nacionais (como aconteceu com Guterres e Marcelo e acontece agora com Passos e Seguro), quem perde é o país, a democracia e o PS. Ao afirmar que a abstenção do PS representa «um voto a favor da viabilidade da continuação de Portugal na zona euro», argumento que por si só justifica o voto contra, Seguro ultrapassou a linha da decência. (...)" [Eduardo Pitta]

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publicado às 23:18


Ainda a propósito de José Seguro

por Rogério Costa Pereira, em 24.07.11

Assim comentou Maria Monteiro, no facebook da pegada, o meu post "O PS escolheu-se, em detrimento do país": «já começou a poupar no carimbo: JS»

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publicado às 01:57


O PS escolheu-se, em detrimento do país

por Rogério Costa Pereira, em 24.07.11

E eu, como militante que não sou, não vou aceitar a escolha. Obviamente, não poderei fazer mais do que ir por aqui mandando umas postas de pescada, mas a verdade é que Portugal encontra-se, neste singular momento, na singular posição de não ter uma oposição -- e se ela era precisa (reitero que o PC e o aglomerado de que o Anacleto Louçã é dono não entram nestas contas, por motivos por demais notórios e que não carecem de prova).

Sinto-me magoado e desnorteado, sem saber para onde me virar. Temo pelo futuro do meu filho e começo a ter receio de não ter meios para o ir visitar no país que ele vai escolher para viver (olhai a espécie de parábola, por favor). Sócrates disse um dia que com Passos Coelho tinha finalmente alguém para dançar o tango. Passos Coelho estará agora a abrir uma garrafa de espumante do Lidl, sabendo que, doravante, pode dançar o tango sozinho. A merda, a grande merda, é que o tango dança-se a dois. 

Diz-me que Governo tens e que Oposição tens e dir-te-ei quem és. Neste momento, a resposta é a que é.

PS - Começou, neste preciso instante, a dança das cadeiras. Muitos boys estarão a tremer (e ainda bem), outros esfregam as mãos de contentes (excluo daqui as pessoas sérias -- como o meu grande amigo JPP --, que se limitaram a apostar no cavalo errado). É assim em todos os partidos, foi assim no PSD, será assim no PS. É natural? A porra é que é natural. Mas é um facto da vida, que temos de aceitar enquanto abanamos o rabinho para receber a festa do dono. Assim é Portugal, onde o mérito de nada vale.

PPS - Este post foi escrito com muita mágoa e à desgarrada; se um dia o tiver que dar por mal-dito, assim farei (é, aliás, esse o meu desejo).

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publicado às 01:00


Francisco Assis vs Tó-Zé Seguro (reloaded*)

por Rogério Costa Pereira, em 22.07.11

 

Pelo que me vai chegando, daqui e dali, parece já ser certo que Seguro vai ganhar as eleições internas do PS (e não vai ser por pouco). Lamento imenso; lamento que um dos melhores tribunos e parlamentares de sempre seja assim relegado para um plano secundário; lamento que o PS afunde um homem que foi fazendo a “ponte impossível” entre Sócrates e a realidade; lamento que Assis, empenhado no país, perca para Seguro, empenhado no aparelhismo; lamento, mais que tudo, que o PS queira à força afastar-se da realidade: o gentio que vota não conhece Seguro e admira Assis. Lamento, em suma, que o PS ouse pensar que Seguro algum dia será Primeiro-Ministro (tal jamais acontecerá). E, mais que tudo, lamento que alguns dos que vão votar Seguro o façam pensando que este líder é para queimar; e que Assis é para guardar. Os próximos tempos vão ser duros para Passos Coelho e o próximo secretário-geral do PS poderia vir a ser Primeiro-Ministro. Poderia, se fosse Assis. Termino, lamentando − hoje estou uma carpideira – que os seis anos de luta de Assis pelo País não batam os seis anos de “guerrilha” de Seguro pelo PS.

Ainda uma última coisa, à laia de “para bom entendedor…”, Seguro não é o Passos Coelho do PS e Assis jamais seria a continuação de Sócrates − basta ver que o afamado Luís Bernardo, braço esquerdo e direito de Sócrates (o do “ó Luís, fico melhor assim ou assim?”), apoia Seguro.

Para mim, que não sou militante, é extremamente revelador que Seguro pouco se mostre, que Seguro não queira debater, em sinal aberto, com Assis. Percebo-o; Seguro está seguro que, além-partido, seria cilindrado na praça pública e que isso teria reflexo nos resultados finais.

Em Portugal (e Portugal é um “pouquinho” maior que o PS), Seguro não é ninguém. Assis é Assis. 

 

*Em vésperas das eleições no PS, aproveito para puxar cá para cima os posts que, a propósito, publiquei. O primeiro é o de cima; deixo os links para os que se lhe seguiram: cinturão vermelhoBem calçado vai para a fonte. Tó-Zé, pela calada; vai seguro e afectuosoAssis vs Seguro, o debate (o tal que Seguro permitiu). E, já agora, fica também a pouco concorrida sondagem, cujo resultado até agora (Assis, 67% - Seguro 33%), ao que tudo indica, ficará como wishful thinking

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Antonio Jose Seguro Francisco Assis   

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publicado às 23:23


Assis vs Seguro, o debate (o tal que Seguro permitiu)

por Rogério Costa Pereira, em 13.07.11

Assis vs Seguro.jpg

Do lado esquerdo da imagem, o "Novo Ciclo", alguém que assevera que um oceano inteiro o separa de Passos Coelho (nesta parte, lamentei que a coisa não fosse geograficamente verdade). Numa coisa Seguro tem razão, ele nada tem a ver com o actual PM. Fica a léguas dele. Com Seguro na liderança do maior partido da oposição, simplesmente não vamos ter oposição (o PC e o partido propriedade do Louçã não entram nestas contas).

Mas, afinal, que propõem Seguro e o seu peregrino laboratório de ideias? Um PS "fiel à sua matriz fundacional", "uma grande identidade ideológica". Tudo coisas que só uma mente brilhante se lembraria de, em pleno 2011 e no meio de uma crise como esta, trazer para uma campanha eleitoral interna. Já estou a ver os adeptos da "esquerda reinventada": "ele vai voltar a fidelizar-nos à nossa matriz fundacional! É mesmo isto que é preciso!"

Bem, se Seguro trouxe a cartilha e leu o primeiro mandamento, Assis desceu ao concreto e explicou como deve o PS enfrentar os próximos quatro anos. Como deve o PS enfrentar o próximo mês e o mês seguinte. Em suma, Seguro manteve-se fiel à ideia que eu já tinha dele: trata-se, politicamente, de um diseur de vacuidades, sempre de piscadela de olho armada para o aparelho que o governa. Assis foi Assis; deixou o laboratório em casa e trouxe as propostas para a mesa de debate. Dizer que isto se equiparou a um combate desigual é, portanto, dizer pouco. Quem não viu, visse! Para quem vai votar Seguro e dar-lhe a vitória: "Fizeste a cama agora deita-te nela".

PS: a propósito, a sondagem que aqui lancei há uns tempos e que ficou algo esquecida nas catacumbas, vai assim.

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publicado às 00:53

Miguel Sousa Tavares qualificou o que Seguro tem feito no PS, durante os últimos seis anos, como caciquismo. Na verdade, e como já disse algures por aqui, enquanto Assis deu a cara pelo PS nos piores momentos, Seguro terá andado de porta em porta, oculto ao país, a espalhar a tal da política dos afectos. Doutra forma, não se percebe como raio aparece agora nesta posição de quase-vencedor, recusando debates com Assis e fechando ao país dois do três que ele próprio decretou. Para este carismático, afectuoso e futuro líder da oposição, as eleições parecem não passar de um mero formalismo. E se ele, que domina o aparelho, tem tanta certeza de que será assim é porque será mesmo assim. Seguro vai seguro. Portanto, e como as palavras valem o que valem, parece-me adequada a escolha que MST fez para qualificar a acção de Seguro. O que mais me entristece é que o PS vá nisto e escolha para líder um imenso lugar-comum. Serão quatro anos de uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma. Na minha qualificação, pesa também a noite da derrota de Sócrates, a mesma noite em que Seguro puxou para si, da forma como o fez, os holofotes que ali se encontravam para o funeral do, então recente, ex-PM.

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publicado às 21:38


E Seguro lá aceitou o frente-a-frente...

por Rogério Costa Pereira, em 29.06.11

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publicado às 22:14


Cinturão vermelho*

por Rogério Costa Pereira, em 25.06.11

*Vê-se que o Luís Bernardo ainda não começou a trabalhar.

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publicado às 20:00


Secretário-Geral do Partido Socialista

por Rogério Costa Pereira, em 12.06.11
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Sem clubites ou partidarites, escolha:
Antonio Jose Seguro Francisco Assis   

Até 23 de Julho, esta mini-sondagem vai andar aqui por cima (quando me der na telha, uma vez por semana ou isso, puxo-a para cá). Não a coloco na coluna da direita por motivos óbvios: este é um blogue que ronda as 100 visitas diárias. Trata-se de uma aposta que fiz comigo: quem perder paga um jantar. Peço-vos apenas (pedir não custa) que votem naquele que considerem ser o melhor (no poder ou na oposição) para o país, ou para o que resta dele, não naquele que é melhor para o vosso partido ou, em sendo o caso, para a vossa, digamos, situação profissional...

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publicado às 04:19


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