-
uma redução drástica do IRC (zero para as empresas que se instalem de novo, 10 por cento para as restantes),
- uma redução até 50 por cento do IRS para os residentes no interior,
- uma redução em 5 por cento do valor do IVA
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Para memória futura, o "coiso" do Álvaro. O video não tem a melhor imagem mas o som está lá. Pode ser que "o coiso" do Álvaro, o nosso desemprego, a oportunidade que o jotinha feito PM nos dá, não seja apagado. Se tal acontecer... não fui eu (é que este vídeo parece andar algo indeciso -- por ora, e ao contrário do que retrata a imagem infra, "This video is currently not available").
Ninguém terá grandes dúvidas de que Santos Pereira ou ia para reclamar o que é seu -- o QREN, a gestão dos fundos comunitários, as pastas que lhe esvaziaram -- ou ia para se demitir.
Terá saído de São Bento como entrou, sem QREN e ainda feito naquela espécie de ministro em que o transformaram. Esvaziado, diminuído, enganado.
Entretanto, o grilo falante do Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, garantia ser demasiado cedo para uma remodelação, enquanto aproveitava para se recitar. Que este Ministro tem de se ajeitar aos usos e costumes lusos (não foi isso que ele disse, mas é esse o significado das palavras de Marcelo). Esses usos e costumes de tão boa cepa e que a este porto nos trouxeram.
Aguenta mais um pouco, Álvaro, engole mais uns sapos. A bem da nação!, ter-lhe-á dito Passos Coelho. E assim foi. Para alemão ver. A bem duma nação, sim, mas não da nossa.
Ainda assim, Álvaro lá fez o favor de nos deixar uma quase perfeita metáfora deste governo. «O carro onde seguia o ministro saiu de São Bento em contramão, virando à esquerda [esta é a parte do "quase"] numa rua de sentido único.» [fonte]
off-topic ou nem por isso (e aproveitando a boleia do ). Clique nos links:
I TERTÚLIA PELA DEMOCRACIA E CIDADANIA: Fundão, 31 de Março de 2012
OUVIR E FALAR - Ciclo de Tertúlias pela Democracia e Cidadania
«Andamos a negligenciar o interior há muitos anos. Pensa-se em Lisboa e no Porto e o resto não existe. Gostaria de saber quais são os políticos que, fora da época das eleições, pegam no carro e vão visitar Portugal. Porque se o fizerem vão encontrar um país que está em declínio. O interior está totalmente negligenciado. É preciso não investir em grandes auto-estradas, mas atrair as empresas para se criar emprego. É preciso que o Estado tenha uma política de descriminação positiva em relação ao interior: baixar a fiscalidade e as contribuições sociais das pessoas que trabalham no interior; dar-lhes uma bonificação salarial por estarem a trabalhar em zonas de interior. É preciso haver uma política que faça com que o despovoamento do interior seja travado e que cada vez mais casais jovens voltem a viver no interior ou pelo menos não saiam de lá.» [Desmitos; Álvaro Santos Pereira, Ministro da Economia]
O Álvaro (é assim que ele quer que lhe chamem) foi hoje a julgamento ao canal público. E foi ele, não o Governo de que faz parte, por exclusivo mérito próprio. Passos Coelho e mais os Relvas e Macedos e Gaspares e Cruzes safaram-se da pronúncia – ou melhor, foram safos pela segurança e pela convicção do mensageiro Santos Pereira.
É certo que o Prós e Contras deste serão foi feito apenas por prós. Tudo a remar para o mesmo lado, todos com visível afeto pela ‘mão invisível’ e particular respeito pela globalização – porque o representante da CGTP usou apenas a cassette (e frouxa) e de entre todos os empresários de filosofia liberal que fizeram o programa só os do turismo exprimiram reservas, que foram mais apelo que desacordo.
Mas o ministro ‘segurou-se’ bastante bem: opções estratégicas elencadas, ponderadas e assumidas, definição dos obstáculos a transpor, dos erros a corrigir, dos valores a potenciar, das ferramentas a utilizar. E ainda – eis a excelente novidade – uma voz de otimismo na avaliação de perspetivas, de convicção no rumo traçado, de crença nas capacidades e virtualidades dos portugueses, de esperança, da esperança que o atual Governo parece temer ou, pior, proibir. Tudo com serenidade, atenção aos interlocutores, prudência nas reações. Tudo ao contrário dos Relvas, Macedos, Cruzes, etc.
Esteve lá, não hajam ilusões, o sinal de uma friedmania que assusta os que temos preocupações com o humanismo do Estado Social. Esteve no centro do debate um representante de um Governo para os ricos e a-pesar dos pobres. Mas esse já era um dado prévio – e foi o eleitorado que o escolheu. Não estiveram lá as minhas opções e esperanças de um mundo melhor, ressalvo. Mas, sendo sabido que o homem faz parte do Governo que temos e representa os interesses que sabemos estarem na mó de cima, a dúvida era sobre competência, sobre saber ou não o que se quer e mais que isso como se lá chega. E a dúvida resolveu-se a favor de Álvaro.
É o número de vezes que o programa de Governo utiliza as expressões "combate à desertificação do Interior" e "medidas para o Interior". A Álvaro, o Ministro, recomendo vivamente a leitura de Álvaro, o bloguer.
OS INCENTIVOS DA INTERIORIDADE
Depois do disparate relacionado com a proposta de uma nova Constituição, o presidente do PSD, Luís Filipe Menezes, fez uma aposta acertada. Seguindo algumas das medidas propostas pelo presidente da câmara de Bragança, Luís Filipe Menezes veio a público defender a taxas de IRC "muito reduzidas" para empresas que se instalem em "concelhos deprimidos". É claro que ainda há muito que limar a estas "propostas" (por exemplo, o que é que são concelhos deprimidos? O que é que constitui a depressão de um concelho? Poderá um concelho ser considerado "deprimido" se estiver rodeado por outros deprimidos?). Mesmo assim este é um bom início. E finalmente conhece-se uma proposta concreta ao presidente do PSD. Só por isso vale a pena. Penso que a melhor maneira de prosseguir tais propostas seria explorar as propostas do presidente da câmara de Bragança, António Jorge Nunes, que sugeriu um pacote de incentivos fiscais para as regiões interiores, que incluem:
«Andamos a negligenciar o interior há muitos anos. Pensa-se em Lisboa e no Porto e o resto não existe. Gostaria de saber quais são os políticos que, fora da época das eleições, pegam no carro e vão visitar Portugal. Porque se o fizerem vão encontrar um país que está em declínio. O interior está totalmente negligenciado. É preciso não investir em grandes auto-estradas, mas atrair as empresas para se criar emprego. É preciso que o Estado tenha uma política de descriminação positiva em relação ao interior: baixar a fiscalidade e as contribuições sociais das pessoas que trabalham no interior; dar-lhes uma bonificação salarial por estarem a trabalhar em zonas de interior. É preciso haver uma política que faça com que o despovoamento do interior seja travado e que cada vez mais casais jovens voltem a viver no interior ou pelo menos não saiam de lá.» [Desmitos; Álvaro Santos Pereira, Ministro da Economia]
Reduzir o IVA, o IRS, o IRC (no Interior, está claro).
Se, apesar da troika, encontrar espaço e forma para o fazer (convencer Vítor Gaspar é conditio sine qua non), merecerá estátua em todas as capitais de Distrito destas terras esquecidas (não tenho a certeza se em Lisboa sabem sequer que isto existe). Uma coisa é certa, com um Ministro destes, as portagens na A23, A24 e A25 não têm lugar (independentemente das tutelas sobre a área). Se avançarem, teremos não 11 mas 12 ministros. É que Santos Pereira passará a andar de sapo ao ombro nos Conselhos de Ministros. Resta saber quem terá mais poder, se Santos Pereira, se o sapo sempre pronto a engolir. (este post foi patrocinado pela minha ingenuidade e pela certeza de que sem Interior não há futuro).
Uma coisa posso dizer do novo Ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira: o livro em título foi das coisinhas mais hilariantes e originais que li no último ano. Se for assim tão bom Ministro, temos homem. Ou, como ele diria: homem! Fico, pois, satisfeito, de ter como Ministro um homem com tamanho sentido de humor.
PS: Quando disse, no post abaixo, que não o conhecia, nem me passou pela cabeça que fosse a mesma pessoa; o Santos Pereira ainda tocou uma campaínha, mas nem me lembrava do Álvaro.
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