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A água - como conter o seu desperdício?

por Luis Moreira, em 01.06.12

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publicado às 09:00


Desperdiçar água é um crime

por Luis Moreira, em 24.05.12

No Publico : preço da água vai ser igual em todo o país e rondará os 2,5/3 euros o m3.

"“As pessoas podem gastar o que quiserem no telemóvel, e gastam muito mais que isso, ou gastar mais noutros produtos, como a electricidade, mas queremos que a água continue a ter um preço económica e socialmente sustentável”, disse ainda Manuel Frexes.
E alertou para a necessidade de harmonização e exemplificou com o facto de haver municípios “que ainda nem cobram taxas de saneamento”, para ilustrar os contrastes entre operadores.
De uma forma geral, os municípios e outras entidades que tratam das águas “cobram os serviços abaixo do preço real”, fazendo com que o sector “tenha um défice estimado de 600 milhões de euros por ano” – 10% do qual da AdP, cabendo o restante a todas as outras entidades, nomeadamente autarquias.

O preço tem que ser suficientemente alto para travar o desperdício.

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publicado às 14:00


A água do Rio TUA que se perde no mar

por Luis Moreira, em 15.05.12

Não é mesmo possível compatibilizar o Douro Vinhateiro com a Barragem do Rio Tua? Palavra? A água vai continuar a perder-se no mar quando todos sabemos que a falta de água é um dos maiores problemas com que a terra se vai defrontar no futuro? A palavra dos cidadãos:

Cucos e Subjetividades!....
Por Carlos Rocha - Porto
Tenho sido um observador atento da  polémica sobre a barragem do Tua, e constato com 2 posições inconciliaveis. De um lado argumentos bonitos mas subjetivos e sem qualquer quantificação possivel, por serem abstratos e irreais, que só quem vive como os "Cucos" sustentado e assente no trabalho dos outros pode fazer, ou então teria de viver como os troglodiatas. Do outro os objetivistas, para quem a existencia do homem em condições dignas e modernas está a cima de tudo, e passa pelo aproveitamento de todos os recursos da natureza e pelas obras para a sua exploração. Portugal é um País pobre,não pode continuar a desperdiçar recursos que os ricos aproveitam, por isso é que somos muito pobres. Quanto à classificação do Douro, gostava de saber o que fez esta gente para a sua concretização.

 

É bonito mas é falado, trabalhado é outra conversa
Por José - Vila Real
Qual património mundial! Por este andar qualquer dia temos mas é mato no dito património: o vinho está que não se recomenda. Mas grave é de cada vez que se resolve fazer qualquer coisa, lá estão os do costume em manifestações: ou são gravuras rupestres; ou plantas exóticas; ou cegonhas que ninguém viu; rios selvagens que vão desaguar em albufeiras; etc. Agora de novo uma invenção: uma barragem que põe o património feio. Um feito de morrer de susto, segundo dizem. Cambada de inconscientes, os da UNESCO também - classificam tudo e mais alguma coisa, é só pedir, e estão agora armados em esquisitos. O Povo do Douro sempre viveu mal, numa região pobre de poucos recursos, o rio, e não o vinho, que vem por acréscimo, foi ao longo dos tempos a única coisa que lhe garantiu o sustento.

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publicado às 18:30


Luta contra a privatização da água

por Luis Moreira, em 11.04.12
É claro que a água, por definição, não é privatizável, mas a sua gestão, sim. É um assunto que mexe muito com as pessoas trata-se de um elemento esencial à vida e, isso, não deixa que as pessoas discutam o assunto racionalmente. Para mim o fundamental é que se acabe com o desperdício pela mesma razão. É um bem essencial à vida, não podemos continuar a desperdiçá-la quando nos países que olham o futuro com a atenção necessária há muito que se poupa a água.

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publicado às 13:00


Privatizar a gestão da água

por Luis Moreira, em 09.04.12

A ministra Cristas tem um problema enorme entre mãos, para além de outros. O da água e dentro dele o das Águas de Portugal, esse gigante com 40 subsidiárias e com enormes prejuízos e um dívida de muitos milhões.

No que diz respeito "em alta" ( armazenamento e tratamento) deve ser mantido na posse do estado, quer a propriedade ( não pode ser de outra forma) quer a sua gestão. "Em baixa" ( distribuição) deve ser privatizada.

O desperdício de água, devido à falta de manutenção da rede, é de 40% de toda a água distribuída. Ora, é bem de ver, que é aqui que se devem concentrar os investimentos. Depois há que combater o desperdício da água na sua utilização, nos consumos domésticos, na jardinagem, lavagem de carros...

Este combate trava-se elevando o preço da água no consumidor . Não há outra forma.

A seguir há o desequilíbrio entre a grande concentração da população e os lugares de pequena concentração, estes sem viabilidade económica. Há que distribuir o esforço. Trata-se de uma operação muito difícil, é a natureza e a própria vida que a água representa, é pois natural que apareça uma forte resistência à privatização da gestão da água.

Os resultados da gestão da água nas mãos do estado não foram brilhantes, muito longe disso, mas nada impede que a gestão se mantenha em mãos públicas se forem implementadas  medidas e princípios que façam da actividade uma conta de exploração positiva.

Na Suiça um copo de água num café custa 50 cêntimos a acompanhar um cafezinho. Cá no burgo o copo de água vem para a mesa sem o pedirmos e, a mais das vezes, deitamo-la fora, não a bebemos.

A água é demasiado preciosa para ser tratada desta forma irresponsável.

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publicado às 11:00

E, no entanto, a água vai chegando cada vez a mais pessoas, como a saúde e o restante saneamento básico.

Nos últimos 20 anos, mais de dois mil milhões de pessoas passaram a ter acesso a água potável, um número que permite cumprir o Objectivo de Desenvolvimento do Milénio, anunciou nesta terça-feira a ONU.

A meta, que deveria ser cumprida até 2015, era reduzir para metade o número de pessoas no mundo que não têm acesso a água potável. Hoje, graças a investimentos na melhoria de condutas e na protecção de poços, essa meta foi alcançada, revelou a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Apesar de todos os erros, da corrupção, da falta de solidariedade, o sistema político em que vivemos consegue oferecer um nível de vida nunca atingido na história da humanidade a tantas pessoas. Outros sistemas caíram fragorosamente porque não conseguiram corresponder à legítima ansiedade de as populações viverem uma vida melhor. O primeiro passo é produzir o suficiente no que este sistema se tem mostrado muito eficaz. O segundo passo é criar iguais oportunidades para todos o que não é ainda uma realidade. O terceiro passo é uma maior justiça e equilíbrio na distribuição da riquesa produzida o que está muito longe de se concretizar.

Mas a melhor defesa da Democracia e do Estado de Direito são estas duas mil milhões de pessoas que acederam ao saneamento básico e, com ele, a uma melhor saúde e a uma maior esperança de vida.

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publicado às 09:00

Quem precisa do Estado para fazer referendos? Um movimento civil não esteve com aquelas e vai de distribuir uma urna por bairro em Madrid e levar as populações a votar. Democracia participativa é isto. Depois pegam nos resultados e enviam-na ao governo e à Assembleia .

Más de 300 urnas repartidas por distintos barrios y municipios de Madrid recogerán la votación popular organizada por una plataforma con ayuda del movimiento 15-M sobre la privatización del agua potable en la región.

E, há aqui uma grande diferença em relação às petições, as pessoas votam livremente e até lá colocam o nome porque não há razões para ter medo, em democracia não há razões para ter medo, enquanto houver um advogado disponível para recorrermos à Justiça. E uma comunicação social que seja independente para gritar para a rua!

Aqui está uma boa ideia para a Tertúlia da PEGADA em Março no Fundão.

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publicado às 20:00


Café curto, normal ou cheio?

por Luis Moreira, em 14.02.12

Qual o café + forte? O curto ou o cheio?
Aprendam!!!!
Quantos debates já houve à volta da questão: qual o café mais forte? O curto ou o cheio?
Aqui está a resposta (pela Delta Cafés):
Em resposta à sua questão, venho por este meio informar-lhe de que:
Bica "curta"

Volume total - ± 25 cc

Conteúdo de cafeína 87,0 mg

 Bica "normal"

Volume total - ± 35 cc

Conteúdo de cafeína 94,5 mg

Bica "cheia"

Volume total - ± 45 cc

Conteúdo de cafeína 98,1 mg

Sendo assim, podemos concluir que um café expresso (vulgar "bica"), resulta da pressão a que a água atravessa as partículas de café moído e da consequente emulsão que essa pressão origina, das substâncias gordas do café - os óleos aromáticos e os colóides - o que caracteriza e distingue esta bebida das restantes pela sua densidade, creme, corpo e sabor persistente na boca.

Reconhece-se um bom expresso pela cor e textura do creme à superfície, o qual deverá ser levemente acastanhado (cor avelã) e com ligeiras nuances mais escuras no centro e sem "Bolhas". A sua espessura deverá ser de 3 a 4 mm e consegue-se analisar essa espessura se ao deitarmos açúcar na bebida, o creme consiga sustentar durante poucos segundos essa quantidade de açúcar, indo-se depositando no fundo da chávena de forma gradual.

Quero-lhe pedir desculpa por só agora lhe estarmos a responder e quero aproveitar para lhe informar de que caso necessite mais alguma informação, por favor não hesite em contactar-nos novamente!

Com os melhores cumprimentos,

DELTA CAFÉS

PS: quem gosta de café não lhe acrescenta açucar.

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publicado às 16:00


Água é de todos - e a sua gestão?

por Luis Moreira, em 07.02.12
Estamos a falar da propriedade, da captura e tratamento? Ou da distribuição? "Em alta" ( captura e tratamento) acho que é uma função do estado que não deve alienar. "Na baixa" (distribuição) deve ser privatizada por várias empresas com contratos de exploração bem definidos e equilibrados.
É vital que a " actividade da água" seja transformada numa conta de exploração em que seja possível controlar preços, custos, desperdícios e manutenção da estruturas. A não ser assim, a continuar o desperdício, o país corre o risco de não ter água suficiente ou obtê-la por outros meios muito mais caros (dessalinização). A presente seca é um sinal que Portugal vai, no futuro, ser um país com menos chuva. Os dados conhecidos e os estudos provam-no!

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publicado às 11:30

É com muito prazer que a Câmara Municipal de Castelo Branco, através do Museu do Canteiro, acolhe a obra artística da Beirã Manuela Justino, resultante
de uma anterior série designada por Sopro de Água.
A presente exposição que inaugura por ocasião do 7.º aniversário do Museu do Canteiro, com o título de Água E(n)cantaria, apresentada em parceria com o
trabalho fotográfico de Pedro Inácio, é uma clara homenagem às fontes, chafarizes, à força vital da água. Há lugares que têm alma e neles perdura um
sentido de imortalidade conferido pela durabilidade das cantarias. As carrancas dos chafarizes mais simples ou os fontanários mais elaborados assumem, nesta
exposição, um surpreendente impacto visual.
Nas imagens apresentadas a água, a pedra, a luz e o movimento dissolvem-se na mesma imagem, onde os dois primeiros elementos prevalecem como primordiais. Observa-se,ainda, uma cumplicidade entre o trabalho da artista com o passado e futuro da água.
Esta é uma selecção de fotografias que nos convida a reviver e a imaginar a água como fonte inseparável da vida.
À Manuela Justino um agradecimento muito especial, pela delicadeza desta mostra e pela sensibilidade de nos (en)cantar com a sua arte.
Bem-haja.
O Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco

ÁGUA E(N)CANTARIA
FOTOGRAFIA | MANUELA JUSTINO
MUSEU DO CANTEIRO PREFÁCIO DE EDUARDO NERY

Abertas ou veladas,                                                                     
secretas sombras ou claras velas,
escassas, opulentas,                                                                     
às vezes só um punhado de reflexos
arrancado a equívocos relâmpagos,
volúveis labaredas
que nos turvam ou cegam,
é com palavras que o desejo levanta as suas torres
e na deriva ondeia numa leveza aberta.
António Ramos Rosa

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publicado às 14:00

Mónica Silvares
13/01/12 00:05
Os pedidos devem ser feitos junto da Direcção Geral do Consumidor até ao final de 2013.
Os consumidores que ainda não pediram a devolução das cauções cobradas, até 1999, como garantia do cumprimento do fornecimento de água, electricidade e gás vão poder fazê-lo até ao final do próximo ano.
Apesar de já ser possível pedir a devolução destas cauções desde que a lei proibiu a sua cobrança, o Executivo decidiu prolongar o prazo de reclamação até ao final de 2013, já que muitos consumidores desconhecem que têm direito à devolução das cauções que pagaram pelos serviços de luz, água e gás, anunciou ontem o secretário de Estado adjunto da Economia, Almeida Henriques.
Em causa estão, em média, valores que rondam os 30 euros. Desde 2007, "a Direcção-Geral do Consumidor devolveu apenas entre 30 a 40 mil euros aos consumidores", revelou ao Diário Económico, a responsável desta instituição, Teresa Moreira, acrescentando que a maior parte destes montantes dizem respeito à EDP.
Estas devoluções devem ser pedidas junto da Direcção-Geral do Consumidor - antes de 2007 eram requeridas junto das entidades prestadoras dos serviços - que tem uma minuta no site que deve ser preenchida para pedir essa devolução. No requerimento deve constar: o nome do contratante, nome da entidade fornecedora, o número do contrato de abastecimento, morada de fornecimento, número de identificação bancária do requerente e, no caso do contratante e do requerente não serem a mesma pessoa, deverá ser indicado a qualidade em que este faz o requerimento. A acompanhar o requerimento deverá juntar-se cópias do bilhete de identidade / cartão do cidadão e do número de identificação fiscal do requerente.
A DGC presta esclarecimentos por via telefónica ou email (dac@dg.consumidor.pt) para que as pessoas que queiram saber se têm ou não direito à devolução das cauções.
"Em 1999, o Governo decidiu proibir a cobrança deste tipo de cauções por concluir que os prestadores de serviços não as utilizavam para garantia de continuidade do serviço quando falhavam um pagamento. Os montantes cobrados acabavam por ficar nas empresas", explicou a directora-geral Teresa Moreira. Inicialmente, bastava aos consumidores dirigirem-se aos prestadores com os documentos comprovativos do pagamento da caução e exigir a sua devolução. Mas, desde 2007, o processo é centralizado pela DGC que recebeu dos prestadores os montantes indevidamente cobrados aos consumidores, acompanhados de uma listagem dos mesmos. Assim nasceu o Fundo do Consumidor que agora tem uma dotação de 19 milhões de euros.
Almeida Henriques, numa visita ontem ao Centro de Arbitragem de Conflitos de Consumo de Lisboa, anunciou que a partir de 15 de Fevereiro será lançado um concurso para projectos e actividades que visem a protecção dos direitos dos consumidores. Nomeadamente, projectos de apoio aos mecanismos extrajudiciais de acesso à justiça pelos consumidores ou projectos de promoção dos direitos dos consumidores, de informação, educação e apoio dos mesmos. O fundo deverá manter-se activo por dez anos.
 

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publicado às 16:00

Está completa a nova administração das AdP. Se bem me lembro, Manuel Freixes , Álvaro Castelo-Branco e Manuel Fernandes Thomaz é tudo gente da maioria.

E qual será o seu objectivo principal? Privatizar? Mas num assunto tão importante como a água não seria de fazer uma discussão pública para sabermos do que se trata?

É a captação, o tratamento e a distribuição? Ou é apenas a distribuição? E como está assegurado o fornecimento, que só dá prejuízo, nas aldeias e lugares distantes e com pouca gente? E qual é a política de preços sendo certo que serão vários operadores? É o mesmo preço para todo o país ou o preço varia conforme o custo do serviço?

Era bom que tudo isto fosse discutido à luz do dia!

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publicado às 22:51


Que fazer ao sector da água?

por Luis Moreira, em 25.11.11

Rui Godinho, diz que é prioritário saber qual é a política que o governo vai seguir no sector. Harmonizar tarifas, ganhar massa crítica com fusões, resolver a questão magna das perdas, privatizar o quê e em que condições se for esse o objectivo.

“Deve-se avançar para a reestruturação e reorganização do sector da água, garantir a sustentabilidade económica e financeira, prestando serviços de alta qualidade, em abastecimento de água e de saneamento de águas residuais a toda a população portuguesa”, destacou Rui Godinho.

Tudo o que já devia estar a ser feito pelas Águas de Portugal que pelos vistos não fez, mas que acumulou milhões de prejuízos com quatro dezenas de empresas todas falidas.

Estes sectores entregues ao Estado só nos dão boas notícias!

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publicado às 17:00


Vasco Lourenço - Água - Petição

por Luis Moreira, em 01.09.11
Caros Amigos,
Apesar de normalmente não alinhar nas muitas petições públicas, acho que esta se justifica, por isso,

Acabei de ler e assinar a petição online: «Privatização da Àgua a Referendo» 
http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N11644
Pessoalmente concordo com esta petição e acho que também podes concordar. 
Subscreve a petição e divulga-a pelos teus contactos.
Obrigado, 
Vasco Correia Lourenço

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publicado às 17:01

 

 

 

 

 

Com os agradecimentos ao "clarinete" :"O Clarinet" http://oclarinet.blogspot.com


As privatizações são o objectivo central do governo. Porquê esta centralidade; se as receitas que elas geram são uma migalha da dívida? Porque o verdadeiro objectivo delas é destruir o Estado Social, eliminar a ideia de que o Estado deve ter, como função primordial, garantir níveis decentes e universais de protecção social.

Sujeitar os serviços públicos à lógica do mercado implica transformar cidadãos com direitos em consumidores com necessidades que se satisfazem no mercado. Cada um consome segundo as próprias posses. Para os indigentes, o Estado e as organizações de caridade garantem mínimos de subsistência. Mesmo assim, há privatizações e privatizações, e a privatização da água é a mais escandalosa de todas porque ela põe em causa o próprio direito à vida.

A água é um bem comum da humanidade e o direito à água potável um direito fundamental. Um direito de que está privada cerca de um quarto da população mundial (1,5 mil milhões de pessoas). Todos os dias morrem 30 mil pessoas por doenças provocadas pela falta de água potável. As alterações climáticas fazem prever que este problema se agravará nas próximas décadas. Considerando que quase metade da população mundial vive com menos de dois dólares por dia, e, por isso, sem condições para aceder ao mercado da água, tudo recomendaria que as medidas para garantir o acesso à água fossem orientadas pela ideia do direito fundamental e não pela ideia da necessidade básica.

Apesar disso, desde a década de 1980, a onda neoliberal fez com que muitos países privatizassem os sistemas de água. As consequências foram desastrosas: as tarifas subiram mais de 20 por cento; o investimento na manutenção das infra-estruturas diminuiu; a qualidade da água piorou; as poucas multinacionais que controlam o mercado mundial, ao preferirem as empresas do seu grupo, levaram à falência as empresas municipais; houve conflitos violentos (por exemplo, na África do Sul) quando a empresa fechou as torneiras a quem não pagava as contas; foram denunciadas cláusulas danosas nos contratos, conflitos de interesses e corrupção. Perante isto, os cidadãos de muitos países e cidades organizaram-se para impedir a privatização ou para lutar contra ela. Ficou famosa «a guerra da água» em Cochabamba (2000); em vários países, as lutas populares mudaram as Constituições para garantir a água como bem público; iniciativas de cidadãos levaram à substituição das parcerias público-privadas por parcerias público-públicas (entre governos centrais, regionais e municipais).

Este movimento não se confinou ao mundo menos desenvolvido. Por toda a Europa cresce o movimento contra a privatização da água e ele é forte nos países que tutelam hoje a política portuguesa, a França e a Alemanha. Ao fim de 25 anos, Paris remunicipalizou a gestão da água em 1 de Janeiro de 2010. O mesmo se passou com Grenoble mobilizada pela inovadora associação Eau Secours. Na Alemanha numerosas cidades estão a remunicipalizar a gestão da água, e Berlim não quer esperar por 2008 para terminar a concessão à multinacional francesa Veolia.

Por tudo isto, o mercado da água entrou em refluxo. Assim se explica que a privatização da água não conste do menu de privatizações da troika. Não é a primeira vez nem será a última que uma política considerada inovadora pelo governo português, é, de facto, uma política anacrónica, fora de tempo.

Mas como a cartilha deste governo tem uma lógica temporal muito própria (varrer da memória dos portugueses o 25 de Abril e o Estado Social que ele promoveu) não é de esperar que ele se envergonhe do seu anacronismo. Só os portugueses o poderão travar através de lutas de democracia directa e participativa, tais como protestos, organizações cívicas, petições, referendos, e da litigação judicial. Para eles, sim, será importante saber que a luta contra a privatização da água tem tido uma elevada taxa de êxito. O grupo Águas de Portugal não é um bom exemplo de gestão mas a solução não é privatizá-lo; é refundá-lo.
In Visão de 4 de Agosto de 2011

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