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Professores - "o bodo" e o mérito!

por Luis Moreira, em 21.08.11

Esclarecimento: eu sou, sempre fui, pela avaliação das escolas e dos professores, tal como em qualquer outra organização. Pode ser dever de ofício (há trinta anos que sou avaliado e avalio outras pessoas) mas é também a certeza que com todos os problemas inerentes é, de longe, a forma mais eficaz e mais justa de administrar uma organização, seja ela comercial, industrial ou de serviços.

Depois de tantos anos a defenderem que a escola e os professores não podiam ser avaliados, os sindicatos preparam-se para aceitar a avaliação.Com um custo muito grande para a sua credibilidade junto dos professores. Quarenta mil dos professores não vão ser avaliados (os que já estão no topo) o que quer dizer que cerca de cem mil vão ser objecto de avaliação.Estes anos todos de recusa obstinada da "não avaliação" criou uma grande injustiça, como se pode constatar nos comentários dos blogues de professores. Muitos dos excelentes professores percebem agora que a "não avaliação" só serve a quem é medíocre .

De que se tratará, agora, nas reuniões entre Ministro e Sindicatos? Trocar "o bodo aos pobres" pelas quotas!

Quer dizer, para todos os que reúnem as condições para chegar ao topo sem avaliação, sejam bons ou maus, também não há quotas; todos os que vierem a seguir, mesmo excelentes, muitos ficarão pelo caminho. A esses aplicam-se as quotas.

Depois de este tempo todo a lutar contra o inevitável, apresentando "vitórias atrás de vitórias até à derrota final" a corporação instalada é, "apreciada" pela velhice e pela antiguidade; todos os outros vão ter que mostrar mérito.

Mas, contudo, ainda bem que se chegou a este consenso. Pois, não é só a avaliação que está sobre a mesa é , também, a dignidade!

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publicado às 12:00

Qualquer semelhança com Portugal é pura imaginação.

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publicado às 13:55

Os professores nomeados para outros serviços vão voltar a ensinar. Boa notícia!

"Os docentes requisitados são, segundo os números da tutela, cerca de 4 mil. Os professores em mobilidade estão em todo o lado - nas escolas privadas e públicas, nas associações culturais e desportivas, nas autarquias, nas instituições privadas e até nas fundações. A maioria, porém, ocupa cargos nos serviços e nas entidades sob a alçada do MEC, onde três em cada dez docentes (600) estão nas direcções regionais ou centrais do ministério."

Bem diz o Nuno Crato " o ministério é o dono da educação".

"Por outro lado, o dirigente da Federação Nacional do Ensino e Investigação, Carlos Chagas, acredita que o ministério vai reforçar as disciplinas de Português e Matemática com os docentes que voltarem ao ensino: "É preciso que estes docentes sejam um trunfo para combater o insucesso escolar e apoiar os alunos com maiores dificuldades."

É preciso tirar do centro do sistema o ministério e os sindicatos, reforçar a autonomia das escolas, devolver a dignidade aos professores.

Nada disto custa dinheiro, bem pelo contrário!

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publicado às 14:11


A Flor do Crato : ler, escrever e contar

por Luis Moreira, em 15.07.11

Voltar ao ensino, às bases de onde tudo vem, é a aposta de Nuno Crato. Trabalhar mais no Português e na Matemática, deixarmo-nos de dar aqueles  nomes compridos e pomposos às disciplinas que ninguém faz bem ideia do que sejam e, que, as mais das vezes escondem facilitismo e preguiça.(senão mesmo a experiência do secretário de estado em testar a sua "tese" de mestrado).

O resultado do facilitismo, co-cozinhado pelo Ministério e pelos Sindicatos está aí, com reprovações que não enganam ninguém quanto à má escola que temos. Por sua vez, esta dependência de quem não está no terreno, (ministério e Sindicatos), resulta do centralismo que pretende administrar 13 000 instituições, 200 000 funcionários e 1,6 milhões de alunos. Tudo diferente, no norte diferente do sul, do interior diferente do litoral, só por milagre é que os nossos alunos poderiam saber ler, escrever e contar.

Há umas semanas soubemos de uma pergunta a alunos do 9º ano que espremia (literalmente) a cabeça aos pobres dos estudantes perguntando " a quem de 8 tira um quantos ficam", ora isto não se faz, querem dar cabo da mocidade?

Nuno Crato também fala em mais autonomia para as escolas, devolvendo assim a dignidade aos professores que passarão a dirigir a sua escola com a ajuda das associações de pais e das organizações cívicas locais e regionais. E , pode começar já com a eliminação das Direcções regionais, níveis intermédios administrativos que só embaraçam quem quer trabalhar. Os respectivos trabalhadores serão absorvidos pelas escolas onde tanta falta fazem.

Sem tirar as escolas do garrote dos burocratas do ministério e dos sindicatos ( que precisam uns dos outros), deixá-los a falar sozinhos e deixarem as escolas  preparar e executar os seus projectos educativos, o nosso ensino não passará de uma série de idiotas a enviarem circulares para atrasados mentais. Vejam o exemplo do modelo de avaliação ( que bem necessária é) com a escandalosa carga burocrática que exige largo tempo aos professores.

Certamente que é a melhor forma de colocar os professores contra, mesmo a maioria que aceita que a avaliação é fundamental para uma escola exigente e assente no mérito.

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publicado às 21:00

Ontem passei os olhos por aqui e fiquei a saber que o colégio que frequentei entre os 3 e os 14 anos ficou este ano no topo do ranking das escolas. Cada pessoa é um mundo. Cada pessoa tem a sua experiência. Os pais são livres, naturalmente, de escolherem a escola dos seus filhos. Mas nem sempre os filhos, quando são pequenos, bastante pequenos, contam aos pais o que os amedronta. Lembro-me da provocação do C. Hitchens ao perguntar se a religião é abuso de menores. Às vezes é. No Mira Rio onde cresci, nunca ouvi falar de um deus misericordioso, de um deus pai, nunca ouvi falar de amor. A religião foi-me essencialmente incutida por duas vias: a via dogmática, que se traduzia em muito cedo já saber declamar as provas extra-bíblicas da existência de cristo; e a via do medo, esta muito eficaz, porque o pecado, venial e mortal, nas suas consequências, se não sanados, eram ilustrados até à náusea. Insistia-se bastante no limbo, mas, sobretudo, e este é o aspecto fulcral do meu Mira Rio, havia uma atenção doentia, por parte do colégio e do preceptorado, aos pecados da carne. De resto, os sacerdotes do opus dei ajudavam no terror. A primeira aproximação que tive às consequências do fenómeno do desenvolvimento (futuro) do meu corpo e da minha cabeça pecadora foi a explicação de que o dito corpo era o templo do espírito santo. Ora, o templo não pode sentir o que quer que seja. Isto foi terrivelmente explorado ao ponto de ser convocada uma reunião com a directora do colégio no dia em que a mesma entendeu que nós, a minha turma, já teríamos sido visitadas por um acontecimento que inicia fatalmente a inclinação para o pecado da carne, de resto bastante provocado por uma espécie que nos era estranha - os rapazes. Esse acontecimento era a menstruação. Sim, ele foi-nos explicado em associação com o pecado. A tarde estava amena, eu era muito pequena, mais do que as outras, e pela primeira vez na vida percebi a dor da diferença. É que eu ainda não era menstruada. Eu nunca tinha pensado em sexo. Quando a directora desatou a falar no fenómeno sanguinário, no pecado, na gravidez fora do santo matrimónio, na propensão masculina para nos atrair para o pecado, senti-me uma ilha e, claro, comecei, nesse dia, a pensar em sexo. Na confissão, precedida de uma lista de presença pública semanal, recebíamos uma folha com os dez mandamentos e para cada um sugestões de pecados. Assim, o nosso exame de consciência seria induzido e mais completo. No sexto mandamento, o fatídico da castidade, perguntava-se, por exemplo: demoro-me, no banho, a contemplar o meu corpo? Lembro-me de ser muito nova e de pensar demoradamente nesta pergunta. Lembro-me de tomar banho em dois minutos para não pecar. E lembro-me de pensar demoradamente noutras perguntas do mesmo calibre. Tal como na inquisição, a sugestão é tão minuciosa que a criança acaba por acreditar que fez aquilo, mesmo que o não tenha feito, e que se o fez cometeu o tal pecado digno do fogo que a virgem maria fez a graça de mostrar aos três pastorinhos e que a professora nos deu a ver ilustrado num desenho. O sacerdote fez-me perguntas de uma minúcia que nunca vi, como advogada, serem feitas em tribunal. O meu corpo, o corpo de uma criança, foi escrutinado atrás de uns quadradinhos de madeira, o confessionário. Havia também a professora sofia, que depois de uma asneira grande que fiz com 9 anos, vendo-me comungar, me levou para uma sala fechada e explicou-me que eu recebera do corpo de cristo em pecado mortal. Convenceu-me, sem apelo nem agravo, de que estava condenada ao inferno. Passei muitas noites da minha quarta classe a adormecer com medo, com uma ideia da esperança de vida, tendo a minha por inútil, já que fatalmente condenada ao inferno. A professora sofia torturou-me de muitas outras maneiras. O ensino era bom? Sim. Havia professoras boas?  Sim. Havia boas pessoas? Sim. Fiz amigas e apesar de tudo, com elas, recordações felizes? Claro. Mas às vezes a religião é abuso de menores. Este é apenas uma parte do meu relato pessoal. Não é um relato de ensino de sucesso. Aos 14 anos fui para a escola pública. Fiquei em choque durante um mês. Descobri rapazes, pobres,  ateus, conflitos sociais e debate livre de ideias. Ao mesmo tempo, descobri outros católicos. Católicos que me falaram pela primeira vez em amor em vez de pecado, em perdão em vez de castigo, em fazer em vez de apenas rezar. Descobri, com esses católicos, a acção social. Descobri que há um deus de todos que a todos ama e que a todos aceita. Na verdade, um pai, que nunca, por natureza, renega um filho. Foi assim. na escola pública, no meu Rainha Dona Amélia, que não ficou no topo do ranking das escolas, que me deram a dimensão de pessoa.  Mais tarde disse adeus a deus. Mas sem mágoa, porque foi de outro deus que me despedi.

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publicado às 15:36


Essa é que é essa

por Rogério Costa Pereira, em 11.11.08

Por ser totalmente esclarecedor e porque resume exactamente o que penso sobre a questão, dou o devido destaque a um comentário do m&m ao último post do João Pinto e Castro:


 


«os professores não querem ser avaliados, ponto.»

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publicado às 08:55


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