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Merkel: PressEurop

É difícil saber se as eleições em França e na Holanda acabarão igualmente por conduzir à criação de um novo partido de direita na Alemanha. Até agora, este país tem conseguido com algum sucesso sufocar à nascença quaisquer veleidades dessa ordem. Resta saber o que irá acontecer, se a direita sair vitoriosa nas eleições nos nossos vizinhos ocidentais.

Em vésperas destes cinco atos eleitorais, uma coisa é certa: os escrutínios que se realizam na Europa, e mais especialmente nos países vizinhos mais próximos, são hoje pelo menos tão importantes como as eleições num Land alemão – mesmo que seja o maior deles. Tendo em conta a amplitude das repercussões desses escrutínios para além das fronteiras, poder-se-ia, teoricamente, perguntar por que motivo os eleitores alemães não estariam autorizados a participar – nem que fosse em pequena escala, à razão um voto em cada cinco, por exemplo – nos atos eleitorais holandês e francês. E vice-versa, evidentemente.

Há ainda outra anomalia que salta aos olhos: apesar de parecer ser a mulher forte da Europa, é indiscutível que Angela Merkel não seria eleita presidente da UE pelos europeus. Se fosse eleita diretamente pelo povo alemão, obteria a maioria dos sufrágios. Por causa dos imperativos específicos que prevalecem na Alemanha em resultado da coligação existente, Angela Merkel poderia, apesar da sua popularidade e dos acasos da vida política, ver-se despojada do poder que detém. Por outras palavras: Angela Merkel pilota uma Europa que não pode votar contra ela e poderia ser involuntariamente afastada do poder por alemães que, no fundo, não desejam vê-la partir.

Do ponto de vista da legitimidade democrática, tudo isto é, no mínimo, insólito, para já não dizer completamente absurdo. Mas nem por isso deixa de ser apaixonante.

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publicado às 22:00


Uma Europa em fanicos

por Luis Moreira, em 30.04.12

Na Alemanha o poderoso sindicato dos metalúrgicos exige 6% de aumento, imagine-se! Os patrões estão dispostos a ir até 3%, num país que tem a percentagem mais baixa de desempregados de sempre (6%).

Ao mesmo tempo, nos países periféricos , luta-se por um emprego .

Com uma economia a crescer a 3/4% e com as contas controladas quem podia esperar que a Alemanha saísse da "zona de conforto" de bom grado? Mas as coisas estão a mudar. O primeiro sinal é em França com a provável vitória do socialista Hollande que já aventou uma série de promessas que não vai cumprir mas que obrigou a Srª Merkel a corrigir o tiro. Na Holanda caiu o governo por causa da austeridade a mais e na Grécia as sondagens mostram que não há maioria à vista para formar governo. À esquerda dos socialistas os partidos juntam cerca de 30% dos votos.

A senhora Merkel está a colher tempestades, por enquanto políticas, para as tempestades sociais pode ser um pequeno passo. O FMI também já diz que é tempo de crescimento. Tudo está reunido para que a fase do crescimento esteja madura para arrancar. Entretanto o investimento não caiu tanto como se temia e o consumo interno estabilizou.

A srª Merkel já não tem mais para mostrar aos seus eleitores internos. Mostrou que o "euro/marco" está bem entregue!

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publicado às 09:00

Hollande é um homem perigoso para a Europa? Para alguns é porque sendo presidente de França irá travar as necessárias reformas estruturais que exigem austeridade. Para outros, será o homem que fará que a Alemanha suavize as medidas de austeridade e invista no crescimento. A curto prazo será muito bom mas a médio prazo os problemas permanecem.

Com um Presidente socialista, a França conseguiria uma coisa importante. Hollande opõe-se ao duro controlo fiscal imposto pelos alemães, que está a estrangular as possibilidades de recuperação da zona euro. Mas fá-lo pelas razões erradas e parece provável que os erros sejam tão grandes que porão em risco a prosperidade da França (e da zona euro).

Hollande fala muito sobre justiça social, mas quase nada sobre a necessidade de criar riqueza. Embora se comprometa a reduzir o défice orçamental, planeia fazê-lo aumentando impostos, não cortando nos gastos. Hollande prometeu contratar 60 mil novos professores. Pelos seus cálculos, as suas propostas implicarão um aumento de 20 mil milhões de euros nos próximos cinco anos. O Estado aumentará ainda mais.

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publicado às 09:00


Como se diz "basta" em Alemão?

por Luis Moreira, em 27.04.12

Não há uma única medida a favor do crescimento."

Numa versão mais longa do seu artigo, publicada pelo Financial Times, José Ignacio Torreblanca vai mais longe na denúncia que faz da austeridade e conclui com aquilo que poderá tornar-se um slogan, nos próximos meses:

O acordo orçamental, o tratado mais falho de equilíbrio e mais assimétrico que os Estados-membros alguma vez assinaram, constitui o melhor exemplo do que é a nova Europa: a austeridade é rigorosamente imposta, enquanto o crescimento quase não é referido. Na velha UE, os Estados-membros eram iguais e os tratados representavam um compromisso entre visões diferentes da Europa. Agora, a Europa tem a ver com assimetrias de poder e medo quanto ao futuro. Agora, a Europa assemelha-se à descrição que Thomas Hobbes faz da vida do homem no seu estado natural: "pobre, sórdida, brutal e curta". Dois anos decorreram e não foi adotada uma única medida de crescimento. Chegou a altura de dizer 'basta'!

 

 

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publicado às 15:00

Não há mais margem para continuar a política de austeridade comandada por Merkel.

Num momento em que a França poderá estar prestes a eleger um Presidente socialista, que critica o seu pacto orçamental, e em que o Governo holandês caiu por causa da reforma social, o modelo de austeridade da chanceler alemã Angela Merkel está a ser abalado.

A Europa está em movimento. O Merk do pacto de "austeridade" [preparado pela dupla] Merkozy está prestes a perder as rodas traseiras. Outros conservadores ou tecnocratas, membros da claque de apoio da austeridade, esforçam-se por manter este híbrido na estrada. A condução inadequada está a deixar agoniados os passageiros que viajam na retaguarda – Espanha, Itália, Portugal e Grécia. E até os copilotos, como os holandeses, que protestaram contra a baixa margem de avaliação para os financiadores privados da Grécia, estão a ter dificuldade de manobra na Holanda, onde as estradas deveriam ser menos acidentadas. Na segunda-feira, o seu Governo caiu.

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publicado às 22:58

O partido Pirata Alemão pode vir a ser um factor chave para a democracia pós-industrial.

Nesta "era do pouco" (“Age of Less”, David Bosshart) que se inicia, não voltaremos ao velho modelo de crescimento e teremos, portanto, de criar um novo modelo político. Para se manter democrático, esse modelo deve ser acompanhado por mais transparência e participação dos cidadãos do que os partidos tradicionais estão dispostos a conceder – não apenas na Alemanha, mas em toda a Europa.

Transparência e participação cidadã são a melhor maneira de tirar a moeda comum e a União Europeia da rotina de que estão prisioneiras. Para a democracia, trata-se de encontrar uma maneira de superar o previsível fracasso dos tecnocratas. A solução não virá dos Piratas em si. Mas eles vão mostrar-nos o caminho a seguir.

A separação entre produtores e consumidores vai esbater-se no campo político tal como já se verifica na informação . É na participação e fortalecimento da sociedade civil que está o segredo. O estado omnipresente e omnipotente já deu provas mais que suficientes que não é solução.

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publicado às 18:00


Ministro Grego dos submarinos foi ao fundo

por Luis Moreira, em 13.04.12

Cá em Portugal não acontece nada. Na Alemanha há pessoas a contas com a polícia . Em Portugal há uma empresa de um grupo financeiro que facturou 30 milhões de euros por comissões "no aconselhamento" ao Estado na compra dos submarinos.

As investigações do Ministério Público alemão junto da Ferrostaal sobre o pagamento de subornos na venda de submarinos a vários países visaram diversos dirigentes do grupo. Dois dos ex-executivos aceitaram recentemente a proposta de conciliação do tribunal e admitiram ter pago subornos à Grécia e a Portugal.
O ex-administrador da Ferrostaal Johann-Friedrich Haun e o ex-procurador Hans-Peter Muehlenbeck admitiram que, no caso português, o suborno tinha sido pago ao ex-cônsul honorário em Munique, Jürgen Adolff.
A acusação das autoridades alemãs afirma que pagaram 1,6 milhões de euros ao ex-cônsul, para que este lhes arranjasse contactos dentro do Governo português.
Em Portugal, a investigação ao caso dos submarinos resultou em dois processos, um referente à compra dos submarinos e outro às respectivas contrapartidas.

As contrapartidas tinham uma comissão de verificação cujo orçamento só dava para pagar os vencimentos aos administradores. Bem pagos e com uma desculpa porreira. Não sabemos nada porque não há dinheiro para nos mexermos. Querem melhor recado? Recebam os salários milionários e não façam nada!

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publicado às 12:43

"Tentar provar o futuro é muito mais interessante do que poder conhecê-lo. Como no jogo, não o ganhar, mas o poder ganhar. Porque nenhuma vitória se ganha se se não puder perder." Vergílio Ferreira

Com o título :

“Futuro procura-se desesperadamente Portugal encontra-se perante o colapso. A crise cada vez mais grave também coloca em questão o ditado de austeridade de Berlim”

A jornalista Stefanie Bolzen publicou no prestigiado jornal alemão “Welt am Sonntag” de Domingo da Páscoa um artigo muito objectivo e realista do  qual junto a tradução da peça central (ver abaixo).

Infelizmente tudo indica que o meu vaticínio se vai cumprir: comprou-se tempo e face às medidas mecanicistas impostas por Bruxelas e Berlim, não se fez nada para reorganizar a orientação estratégica do país, virando-o de dentro para fora. Naturalmente a situação de penuria, desencanto e desespero que assim se está a criar, exerce sobre as mentes das pessoas a mesma atracção que uma pilha de loiça suja por lavar. O futuro é adiado, ficando apenas a negra perspectiva da continuação da aceleração da espiral negativa. Com efeito: os novos horizontes a rasgar e a necessária fé, esperança, auto-confiança e entusiasmo que requerem arte de governação, nem vê-los. E enquanto a UE continuar a tratar um por um os problemas de “descarrilamentos” singulares em vez de atacar a causa central – a visão egocêntrica reinante - , a um crescente número de parceiros vai acontecer o mesmo.

 

 

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publicado às 20:00


A nova onda de emigração - uma solução?

por Rolf Dahmer, em 18.03.12

"Uma estratégia má torna impossível o possível. Ao contrário, uma estratégia correcta torna possível o impossível."

Prof. Wolfgang Mewes, investigador de sistemas e autor da Teoria da Gestão Cibernética (EKS).

A crise de sentido, causada por uma má ou inexistente estratégia de liderança e seguida por uma crise sócio-económica e financeira, provocou novas ondas de emigração no sul da União Europeia, nomeadamente em Portugal, Grécia e Espanha (cf. abaixo no artigo em SPIEGEL ONLINE).

Como já escrevi aqui, trata-se do efeito de sucção que em sóciosistemas em declínio – a UE – é gerado pelo principal subsistema responsável pela liderança defeituosa – no presente caso a Alemanha. Com efeito, em casos de má liderança é este subsistema líder que beneficia – de forma crescente mas apenas passageira – dos espólios dos subsistemas que a sucção leva para o ralo – com o mesmo vigor exponencial que seria criado benefício para todos se a liderança fosse correcta.

É agora que a própria UE em vias de auto-digerir-se e que no passado criou a referida sucção social negativa nos países do leste, despojando-os das suas elites bem formadas para trabalhar na nossa construção civil e na jardinagem, começa a sentir esse efeito nefasto na própria carne, isto é, a nível interno. Repito: enquanto não houver uma radical mudança de estratégia/comportamento da parte dos estados membros da UE e consequentemente transposta por Bruxelas, acreditar que a Alemanha será o único membro da UE que escapa ilsesa à crise, é uma ilusão. Assim poderá acontecer que, tal como em Maio de 1945, a Alemanha no rescaldo da sua nova queda se torne novamente um cenário caótico de displaced persons – só com a diferença de que desta vez as pessoas não foram para lá levadas à força por um regime criminoso mas sim atraídas em plena democracia pelo desespero e a necessidade de ganhar o seu sustento. Os efeitos são os mesmos – infelizmente.

Por isso, o facto dos nossos actuais políticos serem incapazes de compreender o efeito dos referidos mecanismos cibernéticos em sóciosistemas, não é apenas triste mas sobretudo perigoso. Perigoso porque a emigração em massa que visa apenas a própria subsistência num sistema em forte declínio, constitui uma pseudo-solução que contribui grandemente para que o barril de pólvora continue a ser enchido, com a simultânea aproximação dos fósfoforos à mecha.

Uma solução correcta seria o consequente fomento nacional de uma estratégia de stand and fight, ou seja, manter o bem mais precisoso que cada sociedade tem, as pessoas, dentro do país, canalizando, para já, todas as forças para a resolução dos imensos problemas candentes com que a crise nos confronta diariamente em catadupa. É assim que se criam empregos e não com subsídios distribuidos à toa e financiados com mais dívidas. E claro: insistir em Bruxelas para que a actual estratégia errada seja mudada no sentido de uma viragem sociocêntrica para fora.

SPIEGEL ONLINE, 03/14/2012

10,000 Job Applicants: Portuguese Seek Greener Pastures in German Town

A mini job miracle has taken Schwäbisch Hall in the southern German state of Baden-Württemberg by surprise. After a Portuguese journalist

wrote a rosy report on the town and its efforts to seek skilled workers from crisis-plagued European countries, job applications have flooded in. More than 10,000 people have written in so far, but results have been mixed.

By Maria Huber

You can download the complete article over the Internet at the following

URL:

http://www.spiegel.de/international/business/0,1518,821118,00.html

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publicado às 20:00


Berlim e a UE, malmequer, bem-me-quer

por Luis Moreira, em 14.03.12

A Alemanha de Merkel:

No entanto, a ideia de que a Alemanha tem problemas em relação à construção europeia tem sido cada vez mais difundida. Criticam-lhe a falta de solidariedade para com os países em dificuldades, as hesitações, a vontade de impor aos outros o modelo de rigor que tem tido aparentemente tão bons resultados em causa própria.

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publicado às 22:00

"Não há comparação entre o que se perde por fracassar e o que se perde por não tentar." Francis Bacon [1561-1626] Filósofo

Há dias DER SPIEGEL ONLINE publicou um artigo sobre o partido “Pirata” da Alemanha ( ver link abaixo), um partido em grande ascensão que organiza a defesa contra um sistema político caduco e em cujo seio tem lugar uma interessante evolução de participação política através de um sistema chamado “Liquid Democracy” (democracia líquida). Trata-se de uma plataforma baseada na internet, a qual foi criada pelo detentor da cátreda de Línguas Românicas da Universidade de Bamberg, Prof. Doutor Martin Haase, um simples militante do partido, sem cargos de directoria. É através dessa plataforma que o Prof. Haase, uma pessoa sem pretensões a qualquer cargo político, funciona como uma espécie de “regulador cibernético”, sendo altamente influente respeitado pela grande maioria dos militantes (ver artigo abaixo, em inglês).

Escrevi ao Prof. Haase – com uma citação de Fernando Pessoa em epígrafe que ele percebeu – e ele respondeu-me, como segue:

“(...) Penso que o Partido Pirata, com a Liquid Democracy, está aplicando um príncípio que evitará que o partido no longo prazo se desenvolva para um partido conformado. Naturalmente ainda existem dentro do partido muitos receios mas estou confiante que sejam superáveis. Agradeço ainda os seus textos que li com deleite (...)”

Como podem ver, existem forças ( de correcção cibernética) emergentes que estão a nascer para dar a volta por cima ao actual estado de coisas. Os sistemas “Merkozy” desta nossa Europa e os seus adeptos, certamente não cairão já no próximo fim de semana mas têm os dias contados – estão sendo pesados e achados leves demais.

http://www.presseurop.eu/pt/content/article/969501-berlim-sob-o-feitico-do-pirata

SPIEGEL ONLINE, 03/02/2012

Liquid Democracy: Web Platform Makes Professor Most Powerful Pirate

A linguistics professor in Bamberg is considered the most powerful member of Germany's burgeoning Pirate Party, even though he holds no

office. Martin Haase engages in politics almost exclusively through the Internet using the party's Liquid Feedback software. The platform is

flattening the political hierarchy and is unique among German political parties.

By Sven Becker

You can download the complete article over the Internet at the following

URL:

http://www.spiegel.de/international/germany/0,1518,818683,00.html

 

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publicado às 19:00

O grande problema da União Europeia é a falta de integração política entre os Estados membros. Nos Estados Unidos a moeda comum funciona porque há uma integração política que leva a uma integração orçamental.

Portugal vai ter que baixar os salários em referência à Alemanha e não ao nível da China, porque com esta não há qualquer termo de comparação. Portugal não é a China.

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publicado às 09:00

SPIEGEL ONLINE, 02/21/2012

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Averting the Next Greece: Portugal Needs More Money To Stay Afloat

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With its massive austerity measures, Portugal has become the poster child of the troika of the EU, ECB and IMF. But the country is still stuck in a deep recession and it is unclear how it will return to growth. It may need to rely on European loans for years to come.

By Christoph Pauly

You can download the complete article over the Internet at the following

URL: http://www.spiegel.de/international/business/0,1518,816024,00.html

“Um pecado tem sempre como consequência outro pecado.” Fonte: Prikei Avot, Ben Azai

Ontem li o artigo de fundo do SPIEGEL 8/2012 sobre Portugal – 3 páginas! – em alemão e verifiquei que o mesmo, apesar das críticas, é bastante objectivo e equilibrado. O artigo até reza que o caso de Portugal não é comparável com o da Grécia porque Portugal, ao contrário do que acontece com a Grécia, além de infraestruturas capazes tem indústrias competitivas.

O artigo corrobora a minha visão de que nem sempre são os “marrões” que mais tentam agradar aos professores, os melhor sucedidos na vida profissional prática. De facto, apesar de ficar claro que se deve obedecer amplamente às imposições bastante mecanicistas da troika, existe sempre um resto de liberdade de movimentos e criatividade que pode e deve ser aproveitado – aberta ou “subversivamente” – para saír da recessão e criar crescimento – o objectivo principal. O facto das coisas terem ido para o torto apesar das “indústrias competitivas”, significa: Portugal tem “soldados” mas não tem um “general”. Por outras palavras: o país deverá identificar um grupo-alvo no mundo, ao qual, de acordo com os seus próprios pontos fortes, pode servir melhor que outros. Lançar indústrias à toa, porventura subsidiadas pela UE, não basta, tem de haver uma conjugação dos esforços direccionada para as necessidades mais ‘candentes’ de um determinado grupo-alvo. Sob este desígnio, todo o resto agrupa-se em volta, criando-se uma economía imbatível dentro da sua órbita.

Neste contexto ainda uma breve observação sobre o caso grego. O Presidente do conceituado Ifo-Institut für Wirtschaftsforschung (Munique), Prof. Dr. Hans-Werner Sinn, com o qual me encontro em contacto há anos, disse numa entrevista em SPIEGEL ONLINE**:

“(...) Deveriam dar-lhes (à Grécia) o dinheiro para lhes facilitar a saída da União Monetária. O estado grego, com o dinheiro poderia nacionalizar os bancos, evitando o colapso do estado. Com todas as turbulências que uma saída dessas provovca, o estado e os bancos  devem continuar a funcionar (...).

Com efeito, indicando tudo que todas as ajudas monetárias do mundo não conseguem salvar uma Grécia que ainda tem “o rei dentro da barriga”, acredito que face à revolta do povo grego que dificulta às mudanças necessárias, será melhor permitir que o país “conheça a verdade” - a qual a “libertará” *. O país, que certamente ficará dentro da União Europeia, tal como muitos outros parceiros sem o euro, não se afundará, continuará com o apoio da UE e depois de ter aprendido a lição, sairá fortalecido da crise, nem a fénix das cinzas.

Quanto a Portugal faço votos que consiga dar a volta por cima às coisas, evitando o pior. Tenho a certeza que com uma mudança drástica de estratégia – forte e feio! – isto será possível.

* “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. A Bíblia Sagrada, João 8, 32

** http://www.spiegel.de/wirtschaft/soziales/0,1518,816291,00.html

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publicado às 18:00


A UGT destaca vontade da Troika em alargar prazo

por Luis Moreira, em 21.02.12

João Proença saiu da reunião com a Troika sublinhando a abertura para se reverem os prazos do programa em curso. Não pode ser de outra maneira tais são os sinais de ruptura social que se adivinham.

"Relativamente ao "alargamento do prazo" para que Portugal possa cumprir as metas, na sequência do empréstimo de 78 mil milhões de euros acordado com a 'troika', face "a um país e a um 'memorando' que apostaram nas exportações, a situação poderá estar altamente condicionada pelo comportamento ao nível da Europa e se a Europa não importar mais, Portugal tem de ter abertura para alargar o prazo de pagamento", defendeu o sindicalista."

Tudo indica que este será o primeiro passo para que o reacender da economia se inicie mais cedo que o previsto, pese embora os outros países europeus e, principalmente a Alemanha, nosso principal mercado, não façam nada para crescer.

O desemprego jovem fez soar as sirenes do perigo e os políticos desta vez ouviram-nas!

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publicado às 11:00

“Esta é a primeira consequência que sobrevém quando no mundo alguém deixa de mandar: que os demais, ao se rebelarem, ficam sem tarefa, sem programa de vida.” José Ortega y Gasset (Fonte: A Rebelião das Massas)

No seu artigo em alemão, que apareceu na versão print do DER SPIEGEL de 13.02.2012 (não está online nem em alemão, nem em inglês, apenas um comentário em inglês, cf. linka abaixo), o historiador e politólogo britânico que lecciona em Oxford, Timothy Garton Ash, afirma sob o título:

 “Sozinhos eles não conseguem”

 

“No ano de 1953, Thomas Mann fez um discurso perante estudantes, no qual implorou que eles não deveriam aspirar a uma “Europa alemã” mas sim a uma Alemanha europeia. Esta fórmula foi repetida sem fim nos dias da reunificação alemã. Hoje, porém, vivemos uma variação que só poucos previram: uma Alemanha europeia numa Europa alemã....A Alemanha não pretendeu a liderança da Europa mas também está mal preparada para exercê-la....Que se chegou a isto, é a prova da lei histórica das consequências involuntárias...Até aqui, a Alemanha mostrou ser um líder prudente e não muito habilidoso. Para isso existem muitas razões. Em primeiro lugar a Alemanha não gosta de estar ao volante. Além disso, desconfia que todos os demais passageiros esperam dos alemães que paguem a gasolina, as refeições e – possivelmente – também as despesas da pernoita....Os alemães sentem se incómodos porque é recebido mal se eles lideram mesmo, mas também quando não lideram...os franceses adorariam liderar mas não podem; os alemães podem mas não querem (...)”

Para não esquecer: as causas – comportamento linear > introversão > egocentrismo > declínio – são conhecidas e os princípios de solução – viragem sóciocêntrica da UE para fora – também. Isto é uma verdade relativa que carece de “falsificação” no sentido de Popper. Neste contexto ainda a seguinte citação do saudoso Vergílio Ferreira:

“Uma verdade só é verdade quando levada às últimas consequências. Até lá não é uma verdade, é uma opinião.”

Por isso, a verdade acima referida, para deixar de ser uma mera opinião, terá que ser levada às “últimas consequências” para sabermos se é consistente ou se tem que ceder o lugar a uma verdade diversa e mais apta para resolver os nossos problemas. Por enquanto, alguns insistem em aplicar a verdade da troika – a qual certamente não vai funcionar. Mas também esta minha afirmação é “falsificável”.

http://www.eurotopics.net/en/home/medienindex/media_articles/archiv_article/ARTICLE100574-Timothy-Garton-Ash-recommends-Europe-should-help-Germany?EURO=u3molbid7ppl32sf0e776dkcd1

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publicado às 21:00

O mais jovem presidente da Alemanha meteu-se em trapalhadas para ajudar um amigo com taxas mais baixas num empréstimo bancário e teve que demitir-se.

É o Estado de Direito a funcionar, a separação de poderes a ser respeitada, tudo a anos luz do que se passa aqui no cantinho.

""Tendo em conta os acontecimentos dos últimos dias e das últimas semanas, não posso continuar a exercer o cargo", disse Wulff, numa conferência de imprensa transmitida em directo por todas as televisões alemãs. A Alemanha "precisa de um presidente que tenha a confiança de uma larga maioria e não só de uma maioria", acrescentou Wulff, que precisou de quatro minutos para anunciar a sua decisão. "Cometi erros", reconheceu ainda.

Em Portugal estamos no reino da fantasia, da difamação, da irresponsabilidade. O que é muito mau nos adversários políticos no nosso caso são coisas sem importância. A culpa morre solteira.

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publicado às 12:00

Veja aqui tudo sobre a cidade do sul da Alemanha que quer contratar trabalhadores Portugueses.

Há uma cidade na Alemanha que está a contratar portugueses e a oferecer-lhes ordenados de três mil euros. É no sul do país, chama-se Schwäbisch Hall, e a TVI foi conhecer, no local, este caso de prosperidade.
E-mail para enviar curriculum: schwaebischhall.arbeitgeber@arbeitsagentur.de
Fica a mais de 2 mil quilómetros de Lisboa e o aeroporto mais próximo é o de Estugarda, que fica a duas horas de carro ou de comboio.
É uma cidade pequena, mas com uma grande cintura industrial, e sofre de um mal que é comum às grandes economias: não têm quadros qualificados suficientes.
Para combater essa realidade, a câmara teve uma ideia original: se o desemprego afecta os países do sul da Europa porque não apostar em contratar nesses país? Portugal é um mercado de excelência para estas empresas, não só porque tem técnicos qualificados, como, para algumas, a língua é uma oportunidade. Para quem tem relações comerciais com Angola e o Brasil falar português até pode ser uma mais-valia.

Siga o link e leia tudo e veja também o vídeo!

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publicado às 22:26


Conheça as 400 000 vagas de emprego na Alemanha

por Luis Moreira, em 14.02.12

Veja quais são os sectores onde existe procura de quadros. Basta dominar o inglês.

Pode encontrar cerca de 400 mil ofertas só no site do instituto de emprego alemão (www.arbeitsagentur.de). A maioria dos anúncios está em alemão, mas há também vagas em inglês. Poderá também encontrar algumas ofertas no site do IEFP.

As campainhas soaram quando foi divulgado na Alemanha um relatório que recomendava que se facilitasse a entrada de imigrantes como uma das dez medidas para resolver o problema da falta de quadros qualificados no país. 0s mercados português e espanhol foram referidos como possíveis fontes de recrutamento."

Pelo menos três hospitais, dois grandes grupos empresariais alemães, duas empresas de transportes e uma empresa a operar no sector da indústria aeronaútica procuram quadros portugueses, frisa o IEFP. Em Novembro haverá nova iniciativa em Faro, dedicada ao sector da restauração e hotelaria.

Só a Bosch está à procura de 200 engenheiros, neste momento, principalmente engenheiros mecânicos. Para concorrer basta aceder ao site do grupo empresarial e responder às ofertas. Outra boa notícia é que basta dominar o inglês para tentar a sua sorte. "Estamos a receber candidaturas de todo o país",

O salário médio são 3 450 euros! Vamos embora juventude! Basta querer, ter força de vontade e disciplina, não percam os melhores anos da vossa vida no desemprego e com pieguices que é o que este país tem para oferecer!

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publicado às 11:00

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publicado às 09:00


O fidalgo falido

por Luis Moreira, em 12.02.12

O Presidente da Comissão Europeia criticou o facto de Portugal fazer negócios com Angola. Mas se a UE não tem dinheiro, onde podem ir financiar-se os países europeus? Onde há dinheiro. E a Alemanha não faz o mesmo?

Vejamos: é condenável um país-membro procurar financiamento fora da União? De maneira nenhuma. Primeiro porque a União tem as portas abertas ao exterior. Segundo porque a União tem falta de capital. Sendo assim, só resta a Portugal (e outros países) procurar capital onde ele existe, para financiar projectos comuns ou para vender activos: em Angola, no Brasil, na China, na Índia (ainda para mais com dois destes espaços temos uma convivência de séculos e língua comuns…). Porque sem capital não há desenvolvimento económico.
Antes de falar Martin Schulz devia, também, ter meditado noutro pormenor: nem o seu próprio país recusa oportunidades de negócio no exterior. Na China, na Índia, no Brasil, em Angola (e até em sítios pouco recomendáveis). É por estas e por outras que a União se parece cada vez mais com uma aristocracia decadente: tem os bolsos vazios, mas age como se fosse um clube de ricos."

"Negociar com Angola é o declínio". Mas nós temos lá muitos milhares de portugueses não podemos nem devemos virar-lhes as costas.

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publicado às 11:00


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