pegada

Claro. Os outros estão a fazer todos campanha mas o menino Rogério está do lado da razão! É o costume!

O que mais chateia é serem os paladinos do discurso sobre a necessidade de ter em conta as pessoas. Parece que o cuidado com a pessoa só é devido em alguns âmbitos e para alguns sectores. É pobrezinho, de minorias, fracturante: é pessoa. Caso contrário, vale tudo.

Esta opção pela liberdade mas rejeição da libertinagem é resultante de uma moral burguesa.

"Rui Tavares, provavelmente já em campanha"

Disse-me uma pessoa que conhece bem o Rui Tavares que ele é, originalmente, em termos de educação e adesão políticas, um anarquista - tal como eu. É claro que, entretanto, tanto o Rui Tavares como eu teremos mudado de posições políticas, teremos evoluído, enfim. Mas é normal que o Rui Tavares se mantenha, no fundo, um anarquista, tal e qual como eu. É portanto normal que a opinião que ele aqui exprime, em favor da liberdade de expressão, seja de facto a opinião dele, tal como é a minha, e não apenas uma resultante de ele estar já, eventualmente, em campanha eleitoral (coisa que eu, certamente, não estou). Os anarquistas sempre foram os mais radicais defensores da liberedade mais radical, em contraposição aos burgueses, que têm uma visão restrita da liberdade.

se acha redondo o verbo de rui tavares que dizer do de medeiros ferreira, socialista, mas amante da Liberdade com provas dadas, que acaba por dizer o mesmo?

1. «Há valores mais altos do que a ofensa que o primeiro-ministro possa sentir; um deles é o direito de não ter medo de OFENDER os poderosos.» (Rui Tavares, Público)

2. Há valores mais altos do que o prejuízo que o primeiro-ministro possa ter; um deles é o direito de não ter medo de ROUBAR os poderosos.

3. Há valores mais altos do que a dor que os familiares do primeiro-ministro possam sentir; um deles é o direito de não ter medo de MATAR os poderosos.

(descubra as diferenças)

Ensinavam-nos já na escola primária: "a nossa liberdade acaba quando começa a liberdade dos outros".

Esse é um direito fundamental de qualquer Ser Humano, seja ele Primeiro Ministro ou Empregado da Construção Civil. O direito que tenho em ofender o primeiro ministro é directamente proporcional ao direito que quem quer que seja tem em insultar-vos. Ao aceitarmos o direito de que um Jornalista (ou alguém com facilidade em expressar-se publicamente) pode ofender quem quer que seja pelo suposta liberdade de dizer o que pensa está, automaticamente, a assumir que rigorosamente toda a gente tem o mesmo direito sobre si.

Há também um direito fundamental, abrangido pela Carta Internacional dos Direitos Humanos, que diz: "Todo o Homem é inocente e livre até que se prove o contrário". Corrijam-me se estiver errada mas não me lembro de ter sido este direito substituído por "Todo o Homem (excepto Políticos) são inocentes e livres até que se prove o contrário".

A imoralidade destes actos é tão evidente quanto 2+2 serem 4. Um jornalista condena um indivíduo por corrupção tendo como prova um documento roubado e confidencial que comprou a um funcionário de uma instituição. Um opinion maker condena um indivíduo de corrupção e "esquece-se" de declarar mais valias nas declarações de IRS ou declara o salário mínimo e recebe o resto como "ajudas de custo"... o vizinho do lado, que meteu uma baixa psiquiátrica fraudulenta, é que é um tipo esperto!

Ou são todos os que condenam exemplos de virtude e moralidade sem que tenham recorrido, em tempo algum, a actos corruptivos para que as suas vidinhas corressem melhor?

Se ao menos utilizassem tanta energia para discutir e informar acerca do que realmente interessa! Agora esta mania de se auto-vitimizarem. E esse pseudo-medo de ofender os poderosos é tão válido quanto o facto de não pararem, nem por uma linha dos vossos discursos, em falar acerca do assunto. É extraordinária a capacidade de alguns de escreverem escreverem e não dizerem rigorosamente nada.

Infelizmente, os valores são relativos. Mesmo os da honra e do direito à honra repartem-se por dois "Portugais" diferentes, como escrevo aqui:
http://aoutravarinhamagica.blogspot.com/2009/04/qual-e-o-meu-portugal.html

Rogério, eu retirava, o já em campanha, isso faz com que o seu post desça quase ao nível da citação do Rui Tavares. O Rui Tavares dá alma a um sentimento bem mesquinho e muito próprio de países imaturos, a passagem da subserviência para o ódio aos poderosos.

o primeiro é expressão e o exercício de um direito - o direito de dizer o que penso livremente e SEM MEDO (esta deveria ser a parte sublinhada).

os outros dois são uma violação grosseira de dois direitos naturais: o direito à propriedade e o direito à vida.

get the picture?