Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]




Meias-verdades, omissões, fintas e outros truques

por António Leal Salvado, em 21.09.11

Passos Coelho fez-se entrevistar na RTP, muito a propósito do que se sabe de Alberto João, muito a propósito de tanto se falar de Alberto João. E, aplaudido pelo frenesi de Maria João Avillez ou encoberto pela deturpação de Moita Flores, disse coisas, não disse outras, nem disse nem deixou de dizer muitas outras, não confirmou nem desmentiu. Disse o que podia para ver se esta má onda atlântica passa ao largo, não disse o que devia para responder às perplexidades e esclarecer as ignomínias. Entre o que disse, o que quase disse e o que quase não disse, ficaram e ficam factos.

Apenas factos:
1.       A. J. Jardim fez e tem em vigor uma lei (excepcional no país e inconstitucional) que permite aos membros do seu Governo Regional e a ele próprio acumularem os lugares no Executivo com a administração de empresas privadas e ao Governo Regional fazer negócios com essas empresas (e contrair dívidas do Governo para negócios com essas empresas e esconder essas dívidas com a cumplicidade dessas empresas);
2.       A. J. Jardim fez e tem em vigor uma lei (excepcional no país e inconstitucional) que confere imunidade por prática de crimes e responsabilidade civil aos membros do seu Governo Regional e a si próprio;
3.       A lei sobre responsabilidade dos titulares de cargos políticos prevê responsabilidade criminal (punível com prisão) para a prática dos actos cometidos por A. J. Jardim; e o Código Penal tipifica como crime punível com prisão a gestão danosa;
4.       Passos Coelho não irá à Madeira fazer campanha por A. J. Jardim – como nunca dirigente algum do PSD nacional lá foi;
5.       Passos Coelho não imiscuirá o PSD nacional na avaliação de oportunidade ética e política da recandidatura de A. J. Jardim – tal como é conveniente para que ele possa ser reeleito pelos seus, tal como é conveniente para que os ‘laranjas’ do continente possam formal e publicamente “lavar as mãos” da sujeira que lhes dá jeito;
6.       Cavaco nada diz institucionalmente quanto à Madeira, tal como nada disse quanto aos Açores noutro ensejo – mantendo assim a coerência do vazio, neste caso de ‘indiferença’ que objetivamente encobre um protegido, como no outro de espalhafato que em interrupção das férias tocou as antenas a rebate para prejudicar um adversário;
7.       Cavaco não incomoda A. J. Jardim – também nisso sendo coerente com o respeitinho que lhe guardou quando foi ‘proibido’ de receber os líderes políticos da Oposição madeirense e se ajustou a falar com eles num hotel;
8.       Quem pagará os desvarios do dinheiro-de-mão do A. J. Jardim correligionário de Cavaco serão os mesmos dez milhões de bolsos que pagarão os desvarios do dinheiro-de-mão do Dias Loureiro sócio de Cavaco.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 15:20


97 comentários

De Riso a 22.09.2011 às 00:09


Tenho pena que a sua ignorância lhe tolde a razão e me impeça de ler a restante prosa: Alberto João não faz leis, quem as faz são os parlamentos que, num regime democrático, representam o povo que os elegeu por voto secreto.

De António Leal Salvado a 22.09.2011 às 00:36

A minha ignorância permite-me saber que as leis são feitas por eleitos. Mas nessa ignorância ainda se compreende o conhecimento de que as leis (no sentido jurídico lato de diplomas normativos, que compreendem os decretos-lei, nacionais ou regionais) são aprovadas por maiorias - e que as maiorias, ainda que formalmente legítimas, têm os problemas que todos os cultores da Ciência Política e do Direito Constitucional (de todos os quadrantes e em todas as partes do mundo) bem conhecem.
Os dois diplomas que refiro no post existem. Existem graças a uma maioria (esmagadora, de resto) que antes de ter sido maioria e antes de ter sido eleita soube dominar o sentido do voto dos eleitores por meio de variadíssimas estratégias, essas já não tão legítimas - incluindo a de, no exercício de mandato anterior, ter aprovado diplomas normativos que lhe permitem perpetuar-se no poder, negociando com empresas privadas próprias, nomeando famílias inteiras para os lugares-chave, dominando a comunicação social, comprando o voto dos eleitores com favores, corrupções, compadrios, tentáculos.
E, já agora, com a cumplicidade - quando não o apadrinhamento - de um presidente da República igualmente legitimado formalmente pelo voto de cerca de 2 milhões de portugueses (20% dos cidadãos nacionais) e 'superiormente' assessorado por pessoas como um conselheiro de Estado que lhe comprava e vendia ações de um banco que viveu e ressuscitou a roubar o dinheiro dos portugueses.
Deixo-lhe uma pergunta apenas: E OS FACTOS? E os factos que me limitei a enunciar - esses não lhe merecem comentário.
Insultos, meu senhor, não custam nada, nem valem de nada. E, digo-lhe, pobre de mim se nunca tivesse visto insultos tão pobres e baixos como os que me dedica...

De Cubano a 22.09.2011 às 11:51

António, tem toda a razão, há pessoas só por vestirem da mesma cor, e usarem umas palas de cada lado, vendo só numa direcção, pensem que sabem alguma coisa, mas afinal são eles os ignorantes.

De Luís Pinho a 22.09.2011 às 22:39

Boa noite amigo António se me é permitido tratá-lo assim em primeiro lugar agradeço a sua resposta para o meu mail, em segundo lugar apraz-me registar que os textos com conteúdo e bem estruturados promovem sempre reacções umas com elevação outras mais vazias e com alguma raiva à mistura pois só assim se percebe como ontem quando eu li o seu artigo não existiam por aqui tantos comentários descabidos.

E como não podia deixar de partilhar convosco que é uma interacção que me agrada vou deixar um excerto interessante de um outro grande pensador " Português"....


" E tudo se desenrola sem que os conflitos rebentem, sem que as consciências gritem, é porque tudo entra na impunidade do tempo - como se o tempo trouxesse, imediatamente, no presente, o esquecimento do que está à vista, presente. Como tudo isto é possível? É possível porque as consciências vivem no nevoeiro " (José Gil, 2004: 18).


Saudações e continuem com as vossas boas pegadas.

De Luis Moreira a 22.09.2011 às 01:10

Riso, chamar ignorante a quem dá uma lição de bem escrever e de conhecimento das leis e dos factos, só o devia envergonhar a si, a mais ninguém. E, ainda por cima, com o descabelado argumento que apresenta. O seu comentário acrescenta alguma coisa de útil?

De Anónimo a 22.09.2011 às 15:36

Concordo. São todos iguais ( quase )

Comentar post



página facebook da pegadatwitter da pegadaemail da pegada



Comentários recentes

  • mariamemenez

    BEM-VINDO: O EMPRÉSTIMO ONLINE ENTRE PESSOAS GRAVE...

  • Endre

    Você quer pedir dinheiro emprestado? se sim, entre...

  • Endre

    Você quer pedir dinheiro emprestado? se sim, entre...

  • Endre

    Você quer pedir dinheiro emprestado? se sim, entre...

  • DAVID

    Saudações da temporada, eu sou David e sou um hack...

  • Welty Jeffrey

    MARTINS HACKERS have special cash HACKED ATM CARDS...

  • sandra

    I wanna say a very big thank you to dr agbadudu fo...

  • DAVID

    Olá senhoras e senhores!O ano está acabando e esta...

  • Maria

    God is great i never thought i could ever get loan...

  • edwin roberto

    I am Edwin Roberto and a construction engineer by ...


Arquivo

  1. 2014
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2013
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2012
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2011
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2010
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2009
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2008
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D

Pesquisar

Pesquisar no Blog