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Eu gosto muito do Pedro Marques Lopes...mas

por Isabel Moreira, em 31.08.10

...não consigo perceber, por mais que puxe pela cabeça, como é possível afirmar-se que tem valido tudo para se mentir acerca do projecto de revisão constitucional do PSD, assim, afirmando que as pessoas não o analisam como deve ser, ou passam os olhos por cima da coisa de forma ligeira, sei lá.

Ó Pedro, francamente, quem anda a brincar com a malta desde Abril, dizendo aos microfones que vai aumentar os poderes do PR - quando na verdade os diminuía -, para, depois, no dia 21 de Julho, numa só noite, mudar tudo e um par de botas, aumentando os poderes do PR, em qualquer dos casos dando cabo do sistema político, sem qualquer sentido da história constitucional e dos efeitos sistémicos das alterações propostas, é o PSD. Nada, já agora, no projecto do PSD - nas suas várias versões, que surgem ao som de amuos e demissões - cumpre o sonho de Sá Carneiro.

De resto, a dado passo, sendo a coisa realmente tão má, os juristas, os constitucionalistas que estavam na comissão nomeada por Pedro Passos Coelho (Rui Medeiros, Assunção Esteves, etc.) demarcaram-se do projecto, então não foi?

E sim, a alteração ao artigo 103º (sistema fiscal) é absurda, porque esquece que o sistema fiscal, para ser materialmente justo, repousa no princípio da capacidade contributiva e no princípio da equivalência. Que raio de ideia é a do PSD de estar doentinho com a capacidade contributiva? Acaso isso resolve alguma coisa nos impostos sobre o património? E nas taxas? E nos que resultam de intervenções urbanísticas que implicam uma avaliação de custo/benefício? Como é que o PSD se atreve a dizer que não está a destruir a filosofia do sistema fiscal? É o sistema fiscal que está em causa e não o IRS. Acaso o IRS é o Sistema Fiscal?

E sim, o PSD quer acabar com os despedimentos com justa causa, esses que implicam um comportamento culposo do trabalhador e quer voltar à velha senhora, à "razão atendível".

E sim, nas letrinhas do PSD desaparece a ideia de gratuitidade progressiva de todos os graus de ensino, desaparece o sistema público de ensino pré-escolar.

E sim, se antes o PSD defendia a liberdade de opção entre o sistema público e o sistema privado na área da saúde e da educação, sem, vá lá, pôr em causa o sistema público, agora o PSD entende por bem que o Estado passe apenas a ter de suportar os custos das prestações de educação e de saúde das pessoas sem meios, as incapazes de pagar as suas necessidades. Implicitamente todas as outras passariam a ter de assumir individualmente o pagamento das suas prestações de saúde e de educação, no primeiro caso, claro, através de seguros. Isto seria o fim da escola pública e do SNS como serviços públicos de vocação universal, reduzidos a serviços mínimos para quem não tivesse acesso ao privado.

E nem vou falar do horror, do pesadelo técnico que é o projecto de revisão do PSD, cada ideia que nos vai chegando às mãos. Não se distingue uma regra de um princípio. Queixam-se de que a CRP é prolixa e ainda a complicam mais, concretizando o que já toda a gente sabe que está implícito em princípios trabalhados há décadas pelo TC.

Para quem se estiver nas tintas para o que deve ser uma lei fundamental e quiser ganhar dinheiro, como constitucionalista, a escrever sobre aquele mundo de disparates, que até duas moções de censura tem, é lutar por ele, sim. Força.

Acontece, Pedro, que o PSD já percebeu que o seu projecto de sociedade foi má ideia e que lhe custou alguns pontos nas sondagens. Virou a agulha. Agora estamos a falar, em tom ameaçador, do orçamento, não é?

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publicado às 09:46


9 comentários

De j a 31.08.2010 às 14:15

quem é o senhor de que fala? por acaso, é aquele que costuma dizer umas banalidades no eixo do mal.
se é, então, escusava de perder tanta tinta a escrever este post, por tão óbvio é o que escreve. menos para quem escreve banalidades, talvez...

De Isabel Moreira a 31.08.2010 às 15:48

temos opiniões muito diferentes sobre o pedro marques lopes. gosto muito de o ler e de o ouvir, o que não me impede de discordar dele aqui e ali.

De j a 31.08.2010 às 16:07

opiniões diferentes porquê!? eu não disse que simpatizo ou deixo de simpatizar com o senhor.
apenas que diz banalidades, só. que mal tem?
podemos ter amigos que só dizem banalidades e não é por isso que vamos deixar de gostar deles.
aliás, está muito bem acompanhado por outros 'comentadeiros', como diria JAM, na nossa praça.
o senhor além de ser 'careca' não lhe percebo outros méritos para 'comentadeiro'.

De Isabel Moreira a 31.08.2010 às 17:02

não percebeu? não falava de simpatia - que também tenho. não concordo consigo. banalidades? não. gosto de o ler e de o ouvir PRECISAMENTE porque estou nos antípodas da sua opinião. percebeu?

De j a 31.08.2010 às 17:26

no título do seu post, por acaso, não diz que 'gosta muito do...'?!
ora, gostar tem a ver com 'simpatia por...'.

mas não se trata de gostar ou não. apenas pretendi dizer que não tem estatuto para comentador. ao contrário da isabel moreira, por exemplo. conhece...?

e ao utilizar a expressão 'banalidades' não quis ser excessivo, apenas que diz coisas que eu próprio podia dizer. mas eu não sou comentador, a não ser aqui, às vezes, apenas só para a 'provocar...'.

agora, se é bom ou mau senhor não sei. nem quero saber. 
e NÃO precisa de levantar a voz que eu não sou surdo.
adeus... 

De Isabel Moreira a 01.09.2010 às 09:47

passou-se...levantar a voz? é como um sublinhado, homem. não concordo consigo, não entende? está no seu direito de achar isso tudo. quando digo que gosto muito "mas" é porque normalmente gosto do que ele escreve e diz, bolas...

De j a 01.09.2010 às 13:04

Isabel Moreira,


Mas será que a senhora não percebeu que estamos a desconversar.


Eu quando digo que não precisa de ‘levantar a voz’ é porque você, de facto, não precisa de ‘sublinhar’ ao responder-me com letras maiúsculas.


Claro que a questão não se trata de simpatia pessoal pelo senhor. Nem da sua parte nem da minha. A questão é que você ‘gosta’ dele e eu não gosto nem deixo de gostar. Apenas acho que as suas análises são meras vulgaridades que qualquer comentador de bancada como eu as podia fazer.


E a nossa comunicação social está cheia de ‘comentadeiros’. Como eu também disse, já você, quando escreve e comenta  na televisão e escreve aqui (não a conheço de outras bandas) é manifesto de que se trata de uma pessoa com ideias estruturadas e inteligente. Mas sobretudo corajosa. Já o dito senhor é um ‘tretas’. Com o devido respeito porque o significado da palavra não pretende ser insultuoso.


Percebeu? Ou preciso de ‘sublinhar’?


Ou pensa que não fosse assim eu andava aqui a ler o que escreve ‘pelos seus lindos olhos’? Era o que faltava! Quanto comecei a ler em blogs tinha uma imensa lista. Hoje são apenas uma escassa meia dúzia. O resto é ‘lixo’. Na lógica do meu argumento sobre comentadores e ‘comentadeiros’.


E não seja ‘parva’ com expressões como ‘passou-se’ porque pode levar uma resposta estúpida.


Por fim, e não vá o senhor Pedro andar por aqui, quero enfatizar que não pretendo ter qualquer falta de respeito para com ele.


Tenha um bom dia que agora vou almoçar, ainda não sei bem onde. 


'bolas'...

De Isabel Moreira a 01.09.2010 às 15:27

j
leia o seu 1º comentário e a minha 1ª resposta. era só isso.

De bettencourt de lima a 01.09.2010 às 09:06



Com um torção violento
É muito difícil fazer vingar um novo partido em Portugal. O espaço está, até certo ponto, preenchido e os votantes ou mudam de sentido de voto ou desistem. Raramente se fixam em novas formações. Por isso,
pessoas que «cresceram politicamente» à sombra do PSD, agora, firmada a respeitabilidade e carteira, pretendem, com um torção violento, de guinada em guinada remetê-lo para a direita do CDS, espaço que julgam mais conforme com o seu actual «estatuto». A forma como se esgueiram para a redoma dos «barões» e das «elites» faz prenunciar um total desrespeito por aqueles que neste partido têm votado.
A queda abrupta nas intenções de voto assustou-os e, vai daí, o discurso resvalou rapidamente para a incoerência, afirmando tudo e o seu contrário. Instalou-se, todavia, a desconfiança entre as bases e já se pensa em Rui Rio. A máquina trituradora de «líderes» destroçará os que ignorarem ou subverterem a matriz ideológica que o fez crescer?

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