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Se esta notícia é exacta, Maria José Morgado terá proposto, entre outras medidas, a eliminação, no processo penal, da fase da Instrução, considerando-a "uma inutilidade face aos mecanismos de sindicância do inquérito" provocando uma "morosidade mórbida".


Não assisti às declarações em causa, pelo que só sei o que resulta da notícia citada. Não percebo se esta proposta em concreto tem por objecto a eliminação da fase da Instrução num certo  tipo de criminalidade ou se estamos perante uma proposta mais radical, no sentido da eliminação pura e simples daquela fase processual facultativa.


Seja como for, é bom recordar que a abertura da Instrução visa a comprovação judicial da decisão (do Ministério Público) de deduzir acusão ou de arquivar o inquérito em ordem a submeter ou não a causa a julgamento.


É uma das garantias de processo criminal previstas constitucionalmente (artigo 32º da Constituição).


Admito que, muitas vezes, quer pelo resultado da Instrução, quer pela perspectiva de quem a analisa, se chegue à conclusão de que se trata de uma fase "inútil" e "morosa".


Mas sei, e aqui não se trata de "achar", que muitos "casos da vida" felizmente escapam à humilhação de um julgamento.  Estou a pensar em casos de uma gravidade assinalável (para os injustamente visados), depois de inexplicáveis "acusações" por parte de um Ministério Publico dotado dos tais mecanismos de sindicância, mas que a abertura da Instrução permite evitar o prolongamento da incompetência e da injustiça.


Haverá situações diferentes, sim.  Mas há muita gente que sabe do que estou a falar. Entre a morosidade e a injustiça aliada à humilhação de inocentes sujeitos a julgamentos, eu vou preferindo que se "perca" mais tempo.

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publicado às 16:23


10 comentários

De Luís Grave Rodrigues a 10.03.2010 às 17:52


A última instrução que requeri teve como resultado um despacho de não-pronúncia do meu cliente, com o consequente arquivamento do processo, e até com um pequeno "chá" passado ao Ministério Público.

De quualquer modo, muito mais despachos deste género haveria, se os juizes almoçassem menos com os procuradores do Ministério Público.

Mas há mais, se nos lembrarmos da (elevada) taxa de absolvições que existem na justiça portuguesa, em julgamentos que bem poderiam ser evitados.

Ou seja, a proposta da "renegada" Morgado ilustra bem o Ministério Público que temos e a roda livre corporativa em que se faz transportar, e que continua a pensar que o que chateia na Justiça portuguesa são... as pessoas.

     

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