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Mudo hábitos, seres e pareceres. Perante a ordem estuporada das coisas que me arrasava os sentidos, inquietei-me. Perguntei-me do errado que estava, e até do errado que era. E inquietei-me ainda mais. Que mudar o estar pode ser simplesmente complicado, mas mudar o ser ultrapassaria a hipocrisia, jogo que não aceitaria que me jogasse. Arrisquei. E parti em branco, pronto a aceitar o que a natureza me devolvesse. E igualmente pronto a agir em harmonia com esse reflexo.
Importava despir-me de vícios, despir-me de mim e olhar-me – e olhar o mundo – sem preconceitos ou prejuízos. Andei entre o sereno e o irritado. Entre o matado e o matador. Vi-me justo e reconheci-me injusto. Não fiz de tudo, mas palmilhei cada canto do meu ser. Vi-me ao espelho vezes sem conta e deixei que o espelho me devolvesse o reflexo mais vezes do que as que nele me vi.
Há coisas que demoram anos, há outras que demoram dias. Outras há, ainda, que não chegam a demorar − são o que são. Sempre assim foram e nem o homem as consegue mudar. É assim a natureza delas. São mas podiam Não Ser. Um olhar. Uma sombra. Um seguir em frente em vez de virar na primeira esquina. Um dia de chuva inesperado. Uma boleia com a pessoa certa. Ou com a pessoa errada. É o que é. E são normalmente estas coisas que acabam por nos moldar a vida. De forma decisiva e irrevogável – dou por mim homem que chegue para ainda ter um dicionário onde a palavra irrevogável não foi nem pode ser revogada.
Não têm donos, estas vozes. Não têm agenda – quem agenda um dia de chuva em pleno Verão? ou uma perna partida? E, no entanto, não há nada de tão definitivo na nossa agenda – na nossa vida − como o que não pode ser agendado.
Olhei para trás, para os lados, para baixo e para cima. Não olhei em frente uma única vez. Era hora de presentes e passados, não de coisa tão efémera como o futuro, que deixa de o ser a partir do momento em que o é. Planos fazem-se, desfazem-se e refazem-se. O Hoje em função do Ontem. E o futuro não passa de uma consequência do que disse agora e atrás. Do que cabe e não cabe na agenda. E, pobre, nunca chega a ser. Quando o futuro nasce, dá por si Presente. Ao primeiro olhar já é Passado.
E por aqui andei, a olhar estes e aqueles caminhos que trilhei e que aos quarenta e um anos aqui me trouxeram. A este texto que esteve para não ser. E que tem a importância que tem. Nenhuma. Podia estar a fazer dezenas de coisas mais produtivas – a descansar os olhos na Estrela ou simplesmente a fechá-los.
Não pretendo fazer um balanço. Nem a mim mo devo, muito menos a esta página em branco. Mas estes dias foram dias de chuva no Verão. E continuarão a ser. E calha a ser agradável porque calha a estar calor. E apetece-me escrever. Este texto não foi agendado, pensado ou calculado. Apetece-me escrever. E apetece-me escrever apenas porque me apetece. Escrever. Esse apenas que por vezes me domina.
No que me respeita, e quem me conhece (decidi agora que vou publicar este texto) já o percebeu, o essencial do balanço já está feito e as conclusões tiradas. Mudar. Formalmente, umas coisitas (que nem sequer passarão nas palavras ditas sem olhos; coisas cá minhas). Substancialmente, na minha essência, no que me move aí a conversa é outra. Vou mudar, sim. A ponta de um corno.
Vou mudar nada.
Dou por mim torcido duma humildade tamanha que concedo que tudo o que sou faz parte de mim. Errado ou certo, é este o meu Ser. Paradoxalmente, esta opção pela destemperança de nada mudar é a certeza de que mudarei as vezes que forem necessárias para tornear os obstáculos que tentam impedir-me a essência.
Abomino o injusto mas sou-o demasiadas vezes. Nada mudará, neste ponto. Continuarei tentar ser mais justo a cada agir. Mas não cederei a nenhum tipo de pressão, não tatuarei um código de barras na testa, e, neste aspecto, nunca deixarei de dizer nunca ao inditoso “nunca digas nunca”. Direi sempre nunca ao que merece um redondo e bem torneado nunca.
Nunca me venderei. Serei fiel que nem um cão rafeiro (malvista palavra) aos meus Princípios. E nunca Princípio meu terá duas caras. Nunca vendi a minha palavra, dizendo outra. Nunca pisei uma mão que não merecesse ser pisada. Continuarei a Olhar de forma a que ninguém ouse chegar-se-me para me recadar instruções de como agir.
E continuarei a ser inadvertidamente injusto, sempre na esperança de o ser cada vez menos. Com a certeza de que abomino a perfeição e tenho paciência nenhuma para a dita – não acredito em fantasmas.
O título deste texto foi retirado de uma esquina de “Um Rio Chamado Tempo, uma Casa Chamada Terra”, de Mia Couto. Assim como dali roubo as frases com que quase termino esta coisa. Continuarei a lutar contra este vil “portador assintomático de vida” que nos quer matar os filhos. Lutarei a luta de Fulano Malta, na explicação que dela deu o padre Nunes a Mariano: "teu pai lutou para que fôssemos todos ricos, partilhando essa grande riqueza que é, simplesmente, não haver pobreza".
Esta foi uma semana em que andei de olhos fechados. “Certas coisas vemos melhor é com os olhos fechados”.
E vi tanta coisa. Continuo vivo e agora respiro melhor. E afinei-me. Estou cada vez com pior feitio, graças a muito esforço e dedicação ao germe do dito. Isto do mau feitio tem uma certa piada; verdade-verdadinha tantas vezes repetida que o dito se virou como que às avessas e passou a desculpa de quem me usa como desculpa para não ser gente – há merdas que só se resolvem à bengalada.
Acima de tudo, continuo pai do Francisco e certo de que nunca serei estrangeiro em mim.
E agora voltem lá acima e ouçam a Compañera, do Patxi Andion. Critiquem-me o que quiserem e quanto quiserem. O jogo foi feito para ser jogado, não para nos jogar. Esta é a minha certeza. Assim como é certo que "sozinho-me num canto" é apenas um título indicativo de meia-dúzia de estares; nunca foi a minha realidade. Como ainda há dias disse a um rapazito, não luto apenas no tempo que o tempo me deixa livre. As coisas não se vão fazendo, fazem-se. E há tanta coisa para fazer!
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