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Isto não é asfixia, não, é liberdade

por Isabel Moreira, em 31.12.09

Insistem, insistem e insistem. Querem porque querem saber das conversas privadas de José Sócrates com Armando Vara. Conversas gravadas fortuitamente. José Sócrates não estava sob escuta. As escutas ao Primeiro-Ministro obedecem a regras estritas. Quando essas regras não são cumpridas, as escutas, sejam elas quais forem, são nulas. Devem ser destruídas. Não podem ser divulgadas. Não podem ser usadas para o que quer que seja.


O Estado de direito e a reserva da vida privada têm um preço. Às vezes, na luta política, há quem goste de almoços grátis. Por mim, prefiro sempre pagar o preço. Sei que se alguém confessar um crime insuportável sob tortura e for culpado, não pode ser condenado. Chato, não é? Não. Porque eu quero pagar esse preço e viver num sistema jurídico em que nunca, em circunstância alguma, a tortura seja meio de obtenção de prova.


Com as escutas telefónicas é a mesma coisa. Já o expliquei aqui, aquiaqui.


Agora já sabemos. As escutas são nulas e para mais o Presidente do STJ pronunciou-se sobre a matéria de fundo. As escutas são nulas. Nulas. Devem ser destruídas. Se são nulas, qualquer despacho que reproduza parte ou partes dessas escutas não pode ser divulgado. Mas insistem, insistem e insistem. E a linguagem política com um tom jurídico chega a fazer parecer que ainda sobra pano para alguma manga.

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publicado às 10:35


18 comentários

De Paulo Duarte a 31.12.2009 às 12:02

E a obtenção de um mail privado trocado entre dois jornalistas, presume-se que fraudulentamente e sem o seu consentimento , e sua posterior publicação num jornal em primeira página, não é nula? Tipo: nula, nula mesmo?
É preciso lata...

De ricardo g. francisco a 31.12.2009 às 12:07

De acordo com essa lógica apenas podiam ser feitas escutas a monólogos...ou a dois indivícuos sobre escuta. De facto não é assim.


Um conselho para qualquer admirador do grande líder: O ideal é não falarem sobre este assunto. É melhor assobiarem para o ar e de aqui a uns anos dizerem que na altura não perceberam muito bem o que se estava a passar.

De Isabel Moreira a 31.12.2009 às 13:11


lata? leu o que escrevi? de que é que estamos a falar? portanto, como entende que um jornal não pode revelar um mail que obteve seja lá como foi, mas mesmo assim o fez, então podemos escutar as conversas do PM cuja gravação é nula? é isto?

De Isabel Moreira a 31.12.2009 às 13:12

não, ricardo. não leu bem o que escrevi. as escutas fortuitas ao PM não foram validadas, percebe?

De Morgadinho a 31.12.2009 às 14:19

«E a linguagem política com um tom jurídico....» Mas, a argumentação do PM e dos seus defensores tem sido outra que não linguagem política em tom jurídico?

E porque não admitir que o juízo de nulidade sobre as escutas é discutível? Qual a razão para insistir que a alegada nulidade é uma evidência e que quem a discute só pode agir por propósitos políticos?

E porque continuar a insistir, de forma desleal,  que se querem ouvir conversas privadas quando é por demais evidente que o que se quere indagar é da conduta do PM enquanto PM (saber se mentiu, saber se utiliza o seu cargo e influência para propósitos ilegítimos, etc)?

De Morgadinho a 31.12.2009 às 14:25

Uma vez que a Isabel Moreira não escrevia ainda no blog à data da divulgação pelo DN e tem assumido uma posição assaz contundente sobre o envolvimento fortuito do PM no processo Face Oculta, seria muito interessante conhecer a sua posição a divulgação do tal email para melhor perceber a sua posição sobre esta polémica.

Acho é que evitar dar a opinião sobre  a divulgação do email (como fez em resposta ao comentário anterior)  e discutir como discute o conhecimento dos indícios que  segundo o juiz de instrução suscitaram não parece totalmente coerente...

De ana a 31.12.2009 às 15:25

Irra, que até eu sei que escutas a conversas onde INTERVENHAM o PM ou o PR têm de ser autorizadas e que isso não cabe a um qq juiz de instrução. E insistem, e insistem, e insistem, sempre à procura de qq cagadela de mosca. Se o escutado fosse cavaco, nunca teriam aberto a boca.

De Morgadinho a 31.12.2009 às 15:48

Porque não admitir que o juízo de nulidade sobre as escutas é discutível? Qual a razão para insistir que a alegada nulidade é uma evidência e que quem a discute só pode agir por propósitos políticos?

E porque continuar a insistir, de forma desleal,  que se querem ouvir conversas privadas quando é por demais evidente que o que se quere indagar é da conduta do PM enquanto PM (saber se mentiu, saber se utiliza o seu cargo e influência para propósitos ilegítimos, etc)?

De Morgadinho a 31.12.2009 às 15:49

Uma vez que a Isabel Moreira não escrevia ainda no blog à data da divulgação pelo DN e tem assumido uma posição assaz contundente sobre o envolvimento fortuito do PM no processo Face Oculta, seria muito interessante conhecer a sua posição a divulgação do tal email para melhor perceber a sua posição sobre esta polémica.

Acho é que evitar dar a opinião sobre  a divulgação do email (como fez em resposta ao comentário anterior)  e discutir como discute o conhecimento dos indícios que  segundo o juiz de instrução suscitaram não parece totalmente coerente...

De Comentador Acidental a 31.12.2009 às 15:51

"De acordo com essa lógica apenas podiam ser feitas escutas a monólogos...ou a dois indivícuos sobre escuta. De facto não é assim."
Pela Lei vigente na Republica Portuguesa, e aprovada por larguíssima maioria, qualquer conversa em que INTERVENHA o 1ª ministro (e não só) só pode ser autorizada pelo Supremo. Aliás para informação sua, se a conversa for com o advogado é sempre ilegal a escuta, e até hoje isso sempre foi pacífico, nunca se pos o problema do "monólogo".
Vá dando porrada na realidade, pode ser que algum dia ela se adapte àos seus desvarios.
Tenha um bom ano

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