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[edição revista e aumentada de um post no facebook]
Há uma classe de letrados que discute a justiça de o último livro de poesia de Herberto Helder – “Servidões” --, por vontade deste, se limitar a uma edição de três mil exemplares. Como vos hei-de explicar as entranhas da classe a que me refiro? Estão a ver o Dâmaso do Eça? Ou o estilo ovelheiro do Júlio Dantas? É tipo isso, mas em pior. E estão tão agarrados às sebentas de história sebenta da literatura, com as vénias e mesuras prefaciadas e posfaciadas em tom de "cuidado, é um livro, não o pises nem o leias", que se um tipo por lá passa e ousa puxar uma corda fora daquele tom delicodoce é logo olhado do alto de uns sapatinhos de ir ao pêssego. Um dia, hei-de arranjar um desses seres-de-luz-nascidos para ver à melhor noite. E ando a ficar cansado de ver e rever Monty Phyton. E estes são tão modernos, tão finos, tão splash. Tão patéticos.
Se três mil animais, com capacidade para ler e chorar e rir e sem poderes para fotocopiar, comprassem os tais três mil livros e não os usassem apenas para acrescentar centímetros de lombada às prateleiras para três mil amigos íntimos -- na próxima festa só para amigos íntimos -- verem e baterem palminhas, o Herberto Helder não faria tanta questão. Assim não sendo, como não é, imagino que o Herberto acabe por manter os livros na gaveta. Estão lá mais bem guardados do que a uso destas hienas “literárias”. Prefiro perder o que se segue, a imaginar prateleiras tão pesadas de nada. Um livro só o é se o for. Se não lhe derem atenção não passa de um aglomerado de folhas com letras. E não se cumpre.
Se houvesse degraus na terra...
Se houvesse degraus na terra e tivesse anéis o céu,
eu subiria os degraus e aos anéis me prenderia.
No céu podia tecer uma nuvem toda negra.
E que nevasse, e chovesse, e houvesse luz nas montanhas,
e à porta do meu amor o ouro se acumulasse.
Beijei uma boca vermelha e a minha boca tingiu-se,
levei um lenço à boca e o lenço fez-se vermelho.
Fui lavá-lo na ribeira e a água tornou-se rubra,
e a fímbria do mar, e o meio do mar,
e vermelhas se volveram as asas da águia
que desceu para beber,
e metade do sol e a lua inteira se tornaram vermelhas.
Maldito seja quem atirou uma maçã para o outro mundo.
Uma maçã, uma mantilha de ouro e uma espada de prata.
Correram os rapazes à procura da espada,
e as raparigas correram à procura da mantilha,
e correram, correram as crianças à procura da maçã.
Herberto Helder
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