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Chegou a época da graça dos santos populares. Chegaram os dias em que nós, provincianos apenas porque resistimos a viver no futuro de um passado que já mais ninguém quer, recebemos devolvido o esplendor da cultura que mais ninguém conhece. Santo António abre a trégua nas mecânicas rotinas de Moscavide-Chiado, Barreiro-Graça, Amadora-Campolide – e cita à festa. É a romaria que se desenterra da vida que se deixou na aldeia. O alfacinha retinto nasceu, afinal de onde? A noite dos santos é o dia do regresso da Santa Luzia, da Senhor da Saúde ou da Senhora do Almurtão. São estes os santos a que Lisboa abre as portas de uma “invasão” cultural que não é mais que a nostalgia do tempo e da vida perdidos no inferno da grande cidade. Afinal, o popular santo Antoninho abençoa anualmente os seculares casamentos de mátrias renúncias e esperançosas resignações que se consumam nos intermináveis dias do exílio na capital.
E nós, provincianos a viver no futuro de um passado que mais ninguém quer, recebemos devolvido o esplendor da cultura que mais ninguém conhece. Porque são as nossas romarias que irrompem pela noite dos santos na capital. São as nossas festas populares, com o ruralismo e a socialidade primitivos que só nós ainda vamos testemunhando ao natural, que a civilização das alamedas importa nesta única noite. Para não chocar até ao insuportável a pureza dos take-away, dos volto já e dos tempos de promoção única, Santo António patrocina as nossas romarias com a adequada depuração urbana: retira-lhes a quermesse, a procissão e os foguetes; ficam só a sardinha assada, a entremeada na brasa e, é claro, a bebedeira entre o vómito e o coma.
E a festa reúne muitos, reúne todos – na dormência do insuportável dos dias que acabam de passar e estão para vir já amanhã ou mais logo.
A cultura urbana presta-nos, a nós provincianos, esta significante homenagem. E, em nosso nome, os nossos mais legítimos e legitimados representantes agradecem.
E retribuem. Por todos os cantos do nosso profanando território rural fazem os nossos legítimos e legitimados representantes nascer agora, uma vez por ano ou umas vezes de quatro em quatro anos, a resplandecente cultura da capital. Ao melhor estilo assimilado dos alfacinhas, temos a festa da xerovia, a festa da cereja, a festa dos míscaros, e a dos coentros e a das beldroegas e a da sandes de pescadinha-marmota. Os nossos legítimos e legitimados representantes brindam-nos com festas iguais às nossas ancestrais romarias – com a sardinha assada, a entremeada na brasa e a bebedeira do vómito ao coma. Mas, é claro, já depuradas das quermesses, das procissões e dos foguetes.
Bem... dos foguetes nem sempre. É bonito que o modernismo (re)conheça os sagrados valores da tradição popular!
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