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Nas cerimónias municipais das comemorações do 25 de Abril no Fundão houve um discurso em particular que é perfeitamente revelador do pensamento de alguns dos nossos governantes. O jovem deputado municipal que representou a bancada do PSD, depois de citar alguns sofistas sobre a arte de fazer política, afirmou que acreditava num país sem um estado providência, disse-nos que acreditava num país em que o emprego não é para a vida e no qual, quem pode, paga a saúde e a educação. Suponho, por boa fé, que nesta sua visão o estado se encarregaria de pagar a educação e a saúde dos pobrezinhos.
Para que estes pensamentos não pareçam pura maldade, o argumento principal usado para defender estas ideias é que o país não tem dinheiro para manter um estado providência. É a tal ideia de “nós também gostávamos mas temos de nos cingir ao domínio do possível”
Há vários problemas nestes pensamentos, auto intitulados de reformistas, que estes jovens especialistas que pululam no PSD (e, infelizmente para nós, também no governo) gostam de proclamar, apoiados por um dos seus gurus, o Ministro Gaspar.
Primeiro, Portugal, nunca conseguiu realmente ser um estado providência para todos os portugueses. Aliás o grande problema de Portugal é que o estado tem sido mais providencial para os monopólios das grandes empresas estupidamente privatizadas, como a EDP, a REN, a GALP ou PT, tem sido providencial para alguns bancos e banqueiros, tem sido providencial para alguns grupos financeiros, curiosamente, na sua genética, os mesmos de há um século, mas não tem sido providencial para todos os portugueses.
Apesar das grandes melhorias dos últimos 39 anos, a verdade é que só quem não conhece Portugal pode dizer que todos têm o mesmo acesso à saúde e à educação, ao transporte, à habitação e aos direitos mais elementares dos trabalhadores, mesmo antes desta crise especulativa se ter iniciado.
Assim, na realidade, o que estes jovens reformistas “sociais democratas” (note-se, sociais democratas entre aspas) querem dizer, não é que vão acabar com um estado providência em nome do possível, mas sim acabar com algumas "benesses" que todos partilhávamos e que são bem baratas comparadas com o que custam os verdadeiros beneficiários da nossa providência.
Segundo, Portugal é um país demasiado pequeno e assimétrico para implementar o liberalismo defendido por estes jovens especialistas. Alguém acredita que sem uma redistribuição da riqueza produzida em Portugal, sem solidariedade inter-regional e inter-geracional se pode manter um país socialmente ou até fisicamente coeso? Agora sou eu que vos falo do domínio do possível. Simplesmente não é possível. Como somos um país extremamente desigual na distribuição da riqueza, se o estado se demitir de fazer uma justa redistribuição, então só meia dúzia de privilegiados terão direito a uma educação e a uma saúde de qualidade, o que resta para nós, os outros, são uns serviços mínimos de saúde e educação.
Por último, até há bem pouco tempo achava que a única solução para recuperar a nossa soberania, dignidade e esperança era sair do Euro, hoje já não sei. Toda a Europa já percebeu que esta auto-austeridade nos vai levar a um colapso gigantesco, e não é só nos países do sul não subservientes que está a ser repensado um novo caminho, é também na própria Alemanha que as alternativas estão a ser equacionadas. Por isso o que se pode pedir a estes jovens reformistas é que esperem, peçam mais tempo, e parem com este afã destruidor das conquistas do Portugal de Abril que ainda restam. Pensem duas vezes antes de destruir a nossa rede de transportes, a escola pública e o serviço nacional de saúde.
É um país inexistente que queremos para os nossos filhos?
A única forma de podermos pagar as nossas dívidas é, primeiro, livrá-las de uns juros agiotas, e depois crescer economicamente com o estado a ajudar o renascimento da produção nacional, seja ela agrícola, pesqueira ou industrial.
Evidentemente que cada um tem direito a escolher a ideologia que mais lhe agrada, até tenho o profundo gosto pela discussão, mas, para mim há um limite a partir do qual não tenho qualquer tipo de consideração pelas ideias dos outros. É um limite simples e de bom senso, todas as ideologias que posso respeitar têm como fim último o bem estar dos povos, de todo o povo, e não só o bem estar dos afortunados ou iluminados. Mesmo as ideologias clássicas que não partilho, cuidam dos seus mais desfavorecidos, sejam velhos, doentes, crianças ou incompetentes. Não acredito no pecado dos povos, nem no castigo, nem na expiação. Para mim a arte de fazer política, não é fazer os possíveis e os impossíveis para ser eleita. A arte de fazer política é partilhar ideias e agir, com mais ou menos dúvidas, na direcção de um melhor futuro, é lutar diariamente, e dentro do que cada um é capaz, por um mundo melhor para todos.
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