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Nadia Boulanger – Compositora e maestrina francesa

por António Filipe, em 16.09.13
No dia 16 de Setembro de 1887, nasceu, em Paris, a compositora e maestrina francesa Nadia Boulanger.

Foi professora de diversos compositores de grande relevância no século XX. Tornou-se professora no Conservatório Americano de Música em Fontainebleau em 1921 e, a partir de 1950, foi directora do conservatório. A sua actividade como professora foi aquela que mais profundamente marcou a cena musical do século XX. Nadia Boulanger teve como alunos, entre muitos outros, Daniel Barenboim, Elliott Carter, Aaron Copland, John Eliot Gardiner, Philip Glass, Dinu Lipatti, Astor Piazolla e Walter Piston. É uma lista impressionante e o melhor testemunho da sua grandeza.
Deve-se-lhe a primeira interpretação em Londres do Requiem de Fauré, em 1936. Apenas em 1948 viria a gravar essa obra em disco. Foi uma das poucas gravações que fez. Não há muitos discos por onde escolher.
Durante a 2ª guerra mundial morou nos Estados Unidos e leccionou no Radcliffe College, Wellesey College e na Juilliard School. Regresssou a França em 1946, assumindo a cadeira de acompanhamento no Conservatório de Paris e, depois de assumir a direcção do Conservatório de Fontainebleau. em 1950, dedicou-se a dar aulas particulares.
Faleceu em Fontainebleau, a 22 de Outubro de 1979.

Fantasia variada para piano e orquestra, de Nadia Boulanger
Piano: David Greilsammer

Maestro: Steven Sloane

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Vozes ao Alto

por Rogério Costa Pereira, em 15.09.13

Não há como negar. A manifestação programada para hoje, Vozes ao Alto, resultou num falhanço. O país está muito pior do que há um ano, mas a apatia é geral. Como se não bastassem as naturais dificuldades na organização de algo assim, a esquerda resolveu dividir-se, mais uma vez. Grande parte do QSLT não se dignou a dar uma palavra sobre a manif de hoje. Um apelo que fosse. E muitos terão mesmo descido à ignomínia do boicote. A esquerda come-se por dentro e a direita vai cantando e rindo. Ah, já me esquecia, esta nossa gente é uma grandessíssima merda e nem de povo merece ser chamada. Somos a imagem cuspida e escarrada do medo e do egoísmo. Os indivíduos, na generalidade e em essência, receiam a própria sombra e, mesmo vendo os filhos a desmaiar de fome, preferem fingir de mortos. Ainda assim, continuo a acreditar. Não num povo que escolheu encostar-se à parede, mas num grupo de pessoas que ajudará a História a cumprir-se. E essa, a História, não falha.

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Letratura

por Rogério Costa Pereira, em 15.09.13
Era tão comedido que se barbeava com uma Navalha de Occam.

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publicado às 04:43

No dia 15 de Setembro de 1933 nasceu, em Burgos, de pai alemão e mãe espanhola, o compositor, maestro e director de orquestra espanhol Rafael Frühbeck de Burgos.

Estudou violino, piano e composição nos conservatórios de Bilbao e Madrid e formou-se “cum laude” na Universidade de Música de Munique. Estreou-se nos Estados Unidos com a Orquestra de Filadélfia. Entre 1962 e 1978 foi maestro principal da Orquestra Nacional de Espanha e de 1980 a 1983 foi maestro titular da Orquestra Sinfónica Yomiuri Nippon de Tóquio, da qual é maestro honorário.
Rafael Frühbeck de Burgos foi director musical da Orquestra Sinfónica da Radiodifusão de Berlim e da Ópera Alemã de Berlim, maestro principal da Orquestra Sinfónica de Bilbao e da Sinfónica de Viena e maestro convidado principal de numerosas orquestras na Europa, Estados Unidos e Japão. Desde 2006 é titular da Orquestra Filarmónica de Dresden, na Alemanha, e da Orquestra Sinfónica Nacional de Turin, na Itália.


Bolero, de Ravel
Orquestra Sinfónica da Radiodifusão da Dinamarca
Maestro: Rafael Frühbeck de Burgos

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Nicolai Ghiaurov – Baixo búlgaro

por António Filipe, em 13.09.13
No dia 13 de Setembro de 1929, nasceu, em Velingrad, na Bulgária, Nicolai Ghiaurov, considerado um dos melhores baixos do seu tempo e admirado pelo seu poder vocal e imponente voz.

Ainda criança, Ghiaurov aprendeu a tocar violino, piano e clarinete. Em 1949, começou a estudar música no Conservatório Estatal da Bulgária e, de 1950 a 1955, estudou no Conservatório de Moscovo. A sua carreira foi lançada em 1955, quando venceu o Concurso Internacional de Canto, em Paris e ganhou o primeiro prémio e uma medalha de ouro no Quinto Festival Mundial dos Jovens, em Praga. Estreou-se em 1955, como Don Basilio, na ópera “O barbeiro de Sevilha”, de Rossini, em Sófia.
Em 1961, Nicolai Ghiaurov apresentou-se ao lado da soprano Mirella Freni, pela primeira vez, em Génova, na ópera “Fausto”, de Gounod. Casaram-se em 1975 e foram viver para Modena, terra natal de Freni. No dia 8 de Novembro de 1965, Ghiaurov estreou-se no Metropolitan Opera, em Nova Iorque. Durante a sua carreira, também actuou no Teatro Bolshoi em Moscovo, na Ópera Estatal de Viena, no Royal Opera House e na Ópera de Paris. Faleceu no dia 2 de Junho de 2004.


Ária “La calunnia”, da ópera “O Barbeiro de Sevilha”, de Rossini
Baixo: Nicolai Ghiaurov
Pianista: Rolando Nicolosi

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Jean-Philippe Rameau – Compositor francês **

por António Filipe, em 12.09.13
No dia 12 de Setembro de 1764, morreu, em Paris, o compositor francês Jean-Philippe Rameau. Tinha nascido, em Dijon, a 25 de Setembro de 1682.

Compositor revolucionário e inovador, Jean-Philippe Rameau deixou importantes marcas na sua época e em toda a História da Música, pela profundidade com que estudou a teoria musical, pelas inovações que introduziu na arte da composição e na técnica de tocar o principal instrumento musical da sua época.
Foi um homem culto, profundo e irreverente. Quando jovem, deu-se mal com o ensino dos jesuítas, de tal modo que o pai viu-se obrigado a enviá-lo para Itália, para estudar música. Não sabia no que se metia…!
Rameau regressou a França tocando violino com uma companhia de comediantes e, envolvido em polémicas filosóficas que tinham por protagonistas homens como Voltaire e Rousseau, enfrentou os conservadores da corte do Rei-Sol Luis XIV. Custou-lhe caro, porque foi atacado e escarnecido – mas a História deu-lhe razão: O “Tratado da Harmonia”, que escreveu em 1722, revelou técnicas e segredos harmónicos na arte de compor e compreender a música, que ficaram a ser e são hoje ainda do mais importante que se conhece na matéria.
Com o regresso de Itália, Jean-Philippe Rameau originou profundas mudanças na música francesa. Ao contrário dos seus antecessores, considerou a composição para igreja uma obrigação fastidiosa. A forma francesa da suíte de danças foi abandonada em proveito de uma forma aparentada com o concerto italiano em 3 movimentos.
Pela primeira vez o cravo não é nem um contínuo, nem um instrumento polifónico, como em Johann Sebastian Bach, mas um instrumento de solo virtuoso. As peças anunciam já Haydn e Mozart
 

**Texto de António Leal Salvado

 


Rondo e Dança, da ópera “Les Indes galantes”, de Jean-Philippe Rameau

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Imagine...

por Luís Grave Rodrigues, em 11.09.13

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publicado às 16:03

No dia 10 de Setembro de 1941, nasceu, em Nottingham, o maestro, cravista, compositor e musicólogo inglês Christopher Hogwood, conhecido pelas suas interpretações de obras barrocas e clássicas com instrumentos de época.

Estudou música e literatura clássica no Pembroke College, na Universidade de Cambridge. Posteriormente estudou direcção de orquestra com Raymond Leppard e Thurston Dart e, mais tarde, com Rafael Puyana e Gustav Leonhardt. Uma bolsa de estudos do British Council permitiu-lhe estudar em Praga durante um ano.
Em 1967, Hogwood fundou o Early Music Consort (Agrupamento de Música Antiga), com David Munrow, e, em 1973, fundou a Academia de Música Antiga, ambos especializados em interpretações de música barroca e clássica com instrumentos de época. O Early Music Consort foi dissolvido com a morte de Munrow, em 1976, mas Hogwood continuou a apresentar-se e a gravar com a Academia de Música Antiga.
No dia 1 de Setembro de 2006, o cravista Richard Egarr sucedeu a Hogwood como diretor-musical da Academia de Música Antiga. Hogwood assumiu o cargo de director emérito, declarando que esperava dirigir "pelo menos um grande projeto" por ano com a orquestra.
Embora Hogwood seja mais conhecido pelo seu repertório barroco e clássico, também executou música contemporânea, com uma afinidade particular pelas escolas neobarroca e neoclássica, incluindo muitas das obras de Igor Stravinsky, Bohuslav Martinů e Paul Hindemith.
A partir de 1992 Hogwood foi professor na Academia Real de Música do Reino Unido. É 'Professor Honorário' de Música na Universidade de Cambridge, e 'Professor Visitante' no King's College, de Londres. A Universidade de Cambridge atribuiu-lhe um doutoramento “honoris causa”, em Fevereiro de 2008. Em 1989 foi nomeado Comandante do Império Britânico.


Suite nº 3, de Johann Sebastian Bach
Academia de Música Antiga
Maestro: Christopher Hogwood

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Cavalaria Rusticana, de Mascagni

por António Filipe, em 09.09.13
No dia 9 de Setembro de 1891 realizou-se a estreia, em Filadélfia, da ópera “Cavalaria Rusticana”, do compositor italiano Pietro Mascagni.

“Cavalaria Rusticana” é uma ópera num só acto, cuja estreia absoluta se realizou no dia 17 de Maio de 1890, no Teatro Costanzi, em Roma. É dividida em duas partes, separadas por um intermezzo, mas apresentadas em cena contínua. O libreto é de Giovanni Targioni-Tozzetti e de Guido Menasci, extraído da novela homónima de Giovanni Verga.
Em Julho de 1888, o editor musical milanês, Edoardo Sonzogno, anunciou um concurso, aberto a todos os jovens compositores italianos que nunca tinham tido uma ópera encenada, que consistia na submissão de uma ópera com um único acto. As três melhores seriam encenadas em Roma, com todas as despesas pagas pelo editor.
Mascagni só soube do concurso dois meses antes de acabar o prazo para a submissão das obras. Trabalhando intensamente com o libretista, só conseguiu submeter “Cavalaria Rusticana” no último dia. Foram apresentadas 73 óperas e, no dia 5 de Março de 1890, o júri anunciou os três vencedores, entre os quais se encontrava Mascagni. O sucesso da ópera foi estrondoso desde o dia da estreia. Mascagni teve que ir ao palco 40 vezes, a pedido do público e ganhou o primeiro prémio.
À data da morte de Mascagni, em 1945, “Cavalaria Rusticana” já tinha sido apresentada mais de 14 mil vezes, só em Itália. Os produtores americanos lutavam entre si (por vezes em tribunal) para serem os primeiros a apresentar a obra na América. Finalmente, estreou-se em Filadélfia, na Grand Opera House, no dia 9 de Setembro de 1891. Depois seguiu para Chicago e Nova Iorque. No Metropolitan Opera House já teve 652 apresentações.


Intermezzo, da ópera “Cavalaria Rusticana”, de Mascagni
Orquestra Sinfónica do Teatro Comunitário de Bolonha
Maestro: Riccardo Muti

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Ora mete aí o Sócrates na primeira página, pá!

por Rogério Costa Pereira, em 08.09.13
Este título do correio da manhã é todo um manifesto. "Sócrates salva pensões das elites: Políticos e juízes beneficiados. Lei de 2010 dá opção de reformas vitalícias em vez de salários, quando já era proibido.". Uma lei que dá quando já era proibido, o que quer que isso seja (deve ter sido conclusão da secção de contencioso constitucional do pasquim). Quanto ao resto do título, que é toda a "notícia", resume-se ao de sempre. Em alturas em que se vê apertado (agora são também as autárquicas), o governo tira um Sócrates da cartola e passa-o a um instrumento de difusão de propaganda. Esta, aliás, devia ser a notícia. E, notem, trata-se de uma "Lei de 2010". Lei igual a Parlamento. No Parlamento de 2010 Sócrates não fazia passar leis sozinho. Estava em minoria. E, ainda que assim não fosse, como raio é que o cavaco não mandou a "Lei" para o TC? Enfim, espantoso mesmo é eu estar aqui armado em defensor de Sócrates. Mas há merdas que me fazem uma alergia que supera a alergia (e quase a anula) que o homem de todas as notícias me provoca. Já chega de Sócrates, porra. E a ironia desta tralha toda é que quanto mais falarem dele mais força lhe dão e mais depressa ele volta. Cresçam, garotada (de preferência, longe deste país)!

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Missa”, de Leonard Bernstein

por António Filipe, em 08.09.13
No dia 8 de Setembro de 1971, o maestro Maurice Peress dirigiu a estreia da obra “Missa: uma peça de teatro para cantores, instrumentistas e bailarinos”, do compositor norte-americano Leonard Bernstein.

A “Missa”, de Leonard Bernstein, é uma peça de teatro musical encomendada por Jacqueline Kennedy para a inauguração do John F. Kennedy Center for the Performing Arts, em Washington. Embora as passagens litúrgicas sejam cantadas em latim, a obra também inclui textos em inglês, escritos por Bernstein, Stephen Schwartz e Paul Simon.
Inicialmente, a reacção dos críticos foi negativa, mas a gravação feita pela Columbia Records foi muito bem recebida pelo público. O elenco original incluía um celebrante, três coros e acólitos. Uma orquestra actuava no fosso, enquanto outros músicos, incluindo uma banda rock e uma banda filarmónica, actuavam e interagiam no palco.
No início, todos os participantes estão em harmonia, como em qualquer missa normal. No entanto, durante a missa, um coro na rua começa a exprimir dúvidas sobre a função da missa e a necessidade de Deus. Na altura mais emocionante da peça, durante as afirmações contra a guerra do “Dona nobis pacem”, estas dúvidas alastram para o próprio celebrante, que, num acto de sacrilégio, parte a cruz e atira para o chão o pão e o vinho, acabados de consagrar. Os outros participantes caiem ao chão, como mortos, enquanto o celebrante canta uma canção, questionando a sua própria fé, sucumbindo logo a seguir. Tudo se resolve quando aparece um acólito, cantando um hino de louvor a Deus e restaurando a fé dos participantes, que, um por um, se vão juntando ao acólito, cantando um hino de paz e amor universal.
Em 1971, o FBI, que mantinha um arquivo sobre Leonard Bernstein, devido às suas opiniões de esquerda, avisou a Casa Branca que o texto latino desta missa continha mensagens contra a guerra que poderiam causar embaraço ao Presidente Nixon, caso ele assistisse à estreia e aplaudisse. Nixon não compareceu, desculpando-se que a protagonista da noite devia ser Jacqueline Kennedy.


Gloria, da Missa, de Leonard Bernstein
Maestro: Krystjan Järvi

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A guerra e as outras guerras

por Rogério Costa Pereira, em 07.09.13
«A good friend of mine and fellow Soldier posted this as his status this morning, I believe it is a well stated and current Soldiers need to read and see how you can properly state an opinon.

"Some people are asking me what I think about Syria, so here it is. I’m tired. I’m tired of people watching their children grow up via Facebook and Skype. I’m tired of hearing a man tell his wife ‘I love you’ followed by ‘I miss you’ for an entire year. I’m tired of watching the military divorce rate shoot sky-high. I’m tired of overhearing some teenager tell his mom over the phone, “I’m going over there” and hearing her cry from 20 feet away. I’m tired of Veterans waiting years to get the help they deserve and need. I’m tired of empty seats at Christmas dinner every other year and anniversary presents in the mail flying overseas. I’m tired of new men and women walking around with invisible wounds that don’t heal. Our flag is a beautiful thing- but I’m tired of seeing it draped over a casket. I’m tired of men and women missing pieces of their bodies, minds, and souls. I want peace in Syria. I want people to stop killing each other in Syria, as well as anywhere else in the world. I want to look back on wars, not anticipate them. I want to make plans for the next year, and the year after that don’t revolve around being in a foreign country. I want proof that the people we’re helping aren’t the people who have been trying to kill us for more than a decade. I want to know that the people we’re attacking are the ones who used the Chemical Weapons. I want to know how Syria’s problem is a threat to America, our Freedom, and our people. I want to know why we’re doing this alone, when the use of Chemical Weapons should get an international response. I can’t protest in uniform or speak against the leaders of our country. But I can address people. Stop worrying about Miley Cyrus rubbing her ass on Beetlejuice. The next season of The Walking Dead will be available on DVD and Netflix and I promise, it won’t change from what they’ve shown on television. Unless you play football, and your income depends on that next game, stop obsessing over a sport for a bit. The clubs, bars, honky-tonks, and juke joints will be there all year. Ben Affleck isn’t a real hero, so it doesn’t matter what he does in a Batman costume at this point. You might want to turn your attention to this for just a minute, and maybe say how you feel about it- one way or another. Because a whole lot of people are going to die real soon, no matter what. It’s just a matter of who they are."» via Kat Curry (facebook)

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A Sinfonia das Cores, de Arthur Bliss

por António Filipe, em 07.09.13
No dia 7 de Setembro de 1922, estreou-se, na Catedral de Gloucester, “A Sinfonia das Cores”, op. 24, do compositor inglês Arthur Bliss.

“A Sinfonia das Cores”, dedicada ao lendário maestro Sir Adrian Boult, foi a primeira grande obra orquestral de Arthur Bliss. Embora partilhe do estilo romântico dos seus professores Gustav Holst e Ralph Vaughan Wiliams, esta sinfonia também tem um carácter mais progressista, característico do séc XX.
Sir Edward Elgar conseguiu convencer os organizadores do Festival dos Três Coros, de Gloucester, a patrocinar a obra, juntamente com outras de dois jovens compositores ingleses, Eugene Goossens e Herbert Howells.
A estreia da “Sinfonia das Cores”, dirigida pelo compositor, foi marcada por uma interpretação que tinha sido mal preparada. O próprio Elgar considerou-a demasiado moderna. Bliss fez várias revisões à obra, em 1932, e é esta versão que é popular nos dias de hoje.
Arthur Bliss foi buscar inspiração para a “Sinfonia das Cores” a um livro acerca de associações simbólicas das cores primárias com os símbolos heráldicos. Cada um dos quatro andamentos caracteriza uma cor particular. Segundo o próprio compositor, a ideia desta obra é provocar certos sentimentos e disposições em vez de ditar um programa ou cenário específico.


A Sinfonia das Cores, de Arthur Bliss
Orquestra Sinfónica de Londres
Maestro: Sir Arthur Bliss

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"A clemência de Tito", de Wolfgang Amadeus Mozart

por António Filipe, em 06.09.13
No dia 6 de Setembro de 1791, estreou-se no Teatro Nacional de Praga a ópera “La Clemenza di Tito”, de Wolfgang Amadeus Mozart.

"A clemência de Tito", K.621, a última ópera de Mozart, foi encomendada para a coroação do imperador da Boémia, Leopoldo II. É uma ópera séria em dois actos, baseada num texto de Pietro Metastasio. Relata a história de um governante justo e bondoso para com o povo, mesmo perante uma tentativa de assassinato preparada por Vitelia e levada a cabo por Sexto, seu amigo.
O empresário Domenico Guardasoni, que vivia em Praga e a quem tinham pedido uma nova obra para a coroação de Leopoldo II como Rei de Boémia, cerimónia que teria lugar o 6 de Setembro, deslocou-se a Viena, e tentou primeiro contratar Antonio Salieri, que estava muito ocupado e declinou a oferta. Foi então que encomendou a Mozart a composição de uma ópera séria.
Embora estivesse absorvido na criação da ópera “A flauta mágica”, Mozart não hesitou em aceitar, pois Guardasoni ofereceu-lhe o dobro do que normalmente lhe pagavam por uma ópera em Viena. Abandonou a composição de “A flauta mágica” para se dedicar à “Clemência de Tito”.
A estreia da ópera não teve grande sucesso. O rei Leopoldo preferia um estilo mais italiano, em vez do germânico pelo qual Mozart era conhecido. Não se sabe o que Leopoldo pensava desta ópera composta em sua honra, mas conta-se que a sua mulher, María Luísa, se referiu a ela como "porcaria alemã".


Final da ópera “A clemência de Tito”, de Wolfgang Amadeus Mozart
Tenor: Michael Schade
Mezzo-soprano: Vesselina Kasarova
Soprano: Dorothea Roschmann
Mezzo-soprano: Elina Garanca
Soprano: Barbara Bonney
Baixo: Luca Pisaroni
Orquestra Filarmónica de Viena
Maestro: Nikolaus Harnoncourt

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Giacomo Meyerbeer - Compositor e maestro alemão

por António Filipe, em 05.09.13
No dia 5 de Setembro de 1791, nasceu, em Tasdorf, na Alemanha, o compositor e maestro alemão Giacomo Meyerbeer.

Ainda jovem, compôs inúmeras peças para piano e canto, o que levou o seu pai a inscrevê-lo como aluno de Bernard Anselm Weber, director da Orquestra da Ópera de Berlim, para estudar composição.
Algum tempo depois, foi para Darmstadt e, na conhecida escola do padre Vogler, tornou-se amigo de Carl Maria Von Weber. Foi aí que apresentou a sua primeira obra, "Deus e a natureza", que lhe valeu alguns prémios.
A sua primeira ópera, "A filha de Jefté", foi apresentada em Munique. Depois, partiu para a Itália, onde, inspirado pelo sucesso de Rossini, escreveu a sua primeira ópera em italiano, "Romilda e Constanza", apresentada em Pádua.
Depois, seguiu-se uma série de trabalhos bem-sucedidos, como “Semiramides Reconosciuta”, "Emma de Resburgo", "Margherita de Angiú", "Esule de Granada" e “Il crociato in Egitto”. Em Paris, apresentou com muito sucesso "Roberto, o Diabo", "Os huguenotes" e "O profeta", cuja marcha da coroação faz sucesso até hoje.
Meyerbeer morreu em Paris, a 2 de Maio de 1864, sem ter assistido ao sucesso da sua última obra, "A africana".


Marcha da Coroação, da ópera “O Profeta”, de Giacomo Meyerbeer
Orquestra Filarmónica da Eslováquia

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Vlado Perlemuter – Pianista e professor francês

por António Filipe, em 04.09.13
No dia 4 de Setembro de 2002, faleceu, em Genebra, na Suíça, o pianista e professor francês Vlado Perlemuter. Tinha nascido a 26 de Maio de 1904, em Kaunas, na Lituânia.

Os seus pais eram judeus, nascidos na Polónia. Aos três anos, Perlemuter perdeu a visão no olho esquerdo, devido a um acidente.
A sua família fixou-se na França, em 1907. Em 1915, com apenas 10 anos, ingressou no Conservatório de Paris, onde obteve a licenciatura aos 15 anos e ganhou o 1º Prémio, interpretando “Tema e Variações”, de Gabriel Fauré, em frente ao compositor, embora este, na altura, já fosse surdo. Em 1925, conheceu Maurice Ravel e, em 1927, estudou, com o próprio compositor, todas as suas obras para piano solo. Mais tarde, tornou-se num dos expoentes máximos da música de Ravel. Em 1929, em dois recitais em público, aos quais Ravel assistiu, Perlemuter tocou as obras completas para piano daquele compositor, uma façanha que repetiu em 1987, no Wigmore Hall, em Londres, numa celebração do 50º aniversário da morte de Ravel.
Durante a 2ª Guerra, como era judeu, foi perseguido pela Gestapo, na França ocupada pelos nazis. Conseguiu escapar para a Suíça, onde viveu até 1949. Em 1951, assumiu o cargo de professor do Conservatório de Paris, onde permaneceu até 1977.
A sua carreira internacional prolongou-se durante mais de 70 anos e deu concertos um pouco por todo o mundo. O seu último recital foi realizado aos 89 anos, em que interpretou obras de Ravel, no Victoria Hall, em Genebra.


Gaspard de la Nuit, de Ravel
Piano: Vlado Perlemuter

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“Ernani”, de Giuseppe Verdi

por António Filipe, em 03.09.13
No dia 3 de Setembro de 1844, estreou-se, no Teatro alla Scala de Milão, a ópera “Ernani” de Giuseppe Verdi.

O libreto da ópera “Ernani”, de Verdi foi escrito por Francesco Maria Piave e é baseado no drama com o mesmo nome, de Victor Hugo, que tinha sido levado à cena, com grande sucesso, em 1830. Considerando que algumas modificações eram inevitáveis, podemos dizer que o libreto estava muito próximo do original. A diferença mais marcante reside no facto de, no drama de Victor Hugo, ambos os amantes se suicidarem, enquanto Verdi optou só pela morte de Ernani. Victor Hugo não gostou desta modificação e fez tudo o que pôde para que a ópera não tivesse sucesso.
Ernani marca uma evolução na obra de Verdi. Ao contrário de outras óperas do mesmo compositor, esta dá menos importância ao coro e maior relevância ao indivíduo. Os coros ainda desempenham um papel importante na música, mas as partes principais são para as vozes a solo. A estreia absoluta desta ópera teve lugar no Teatro La Fenice, em Veneza, no dia 9 de Março de 1844. Verdi não ficou satisfeito com o desempenho de alguns dos cantores. Embora, no início, tivesse uma fraca aceitação, a popularidade de Ernani cresceu rapidamente e nem a reprovação de Victor Hugo conseguiu abrandar o seu sucesso.


Ária “Surta è la notte”, da ópera “Ernani”, de Giuseppe Verdi
Soprano: Maria Callas
Orquestra Sinfónica da Radiodifusão do Norte da Alemanha
Maestro: Georges Prêtre

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Exorcismo

por Luís Grave Rodrigues, em 02.09.13

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Sinfonia nº 2, de William Walton

por António Filipe, em 02.09.13
No dia 2 de Setembro de 1960, realizou-se a estreia, no Festival de Edimburgo, da Sinfonia nº 2, do compositor inglês William Walton. O maestro John Pritchard dirigiu a Royal Liverpool Philharmonic Orchestra.

Walton recebeu um patrocínio da Royal Liverpool Philharmonic Orchestra para compor esta sinfonia, para a celebração do 750º aniversário da cidade de Liverpool, em 1957.
O maestro George Szell dirigiu a Orquestra dos Concertos Gebouw, na estreia da obra, em Amesterdão, no dia 19 de Novembro de 1960. Também dirigiu a estreia nos Estados Unidos, em Cleveland, à frente da orquestra daquela cidade, no dia 29 de Dezembro de 1960 e, alguns meses depois, gravou a sinfonia, com a mesma orquestra. O maestro Leopold Stokowski, numa digressão com a Orquestra Sinfónica de Viena, executou a Sinfonia nº 2, de William Walton, em Maio de 1962, em Viena.
Esta obra foi alvo de várias críticas negativas na imprensa devido ao seu estilo aparentemente conservador, numa época em que, na Europa, florescia a música de vanguarda.


3º andamento da Sinfonia nº 2, de William Walton
English Northern Philarmonia
Maestro: Paul Daniel

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Hoje, o dia que marca oficialmente o fim da Democracia

por Rogério Costa Pereira, em 01.09.13
"Já alguém perguntou aos 900 mil desempregados se a Constituição lhes serviu para alguma coisa?" Passos Coelho, 1 de Setembro de 2013
Estas palavras têm de ter consequências. Apenas isso. O fascismo não espreita, o fascismo governa. A ilegitimidade democrática, que já era mais do que patente, está agora preto no branco. Assumida.

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