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Daqui a 50 anos, ninguém vai querer saber do precipício fiscal [americano] ou da crise do Euro. [As pessoas] vão apenas perguntar, "Então, o Árctico derreteu e o que foi que tu fizeste?"
Bill Mckibben, Rolling Stone
Muitas pessoas criticam o senhor Al Gore pela forma como ele abordou aquela que é, muito provavelmente, a mais perigosa crise da história da humanidade. Não me estou a referir a negacionistas das alterações climáticas, porque esses, mesmo que verifiquem o sentido de "muitas", não conseguem verificar qualquer sentido razoável do termo "pessoas". Tentar motivar as pessoas em torno duma ameaça comum, funciona se essas pessoas tiverem uma percepção física da ameaça. Enquanto a Exxon-Mobil não bombardear Honolulu, ou a Royal Dutch Shell não bombardear Roterdão, aquele sentido de perigo eminente, que deu origem ao que os americanos chamam "A grande geração", estará ausente. E estará ausente, porque, por exemplo por estas paragens, os condores do Gaspar bombardeiam todas as cidades e vilas deste país, com efeitos mais do que destruidores, extremamente próximos.

O movimento pelo desinvestimento no carbono está a ganhar amplitude. Adapta-se muito bem às características dos países anglo-saxónicos, mas como é que conseguirá desembarcar nas praias da Normandia? A muralha do Atlântico erigida pela segunda maior construtora de fortalezas da História, continua a revelar-se inexpugnável. Mais do que a do seu antecessor, mas vejamos os verdadeiros paralelos históricos, um pouco mais a sério do que os das frases anteriores.


Quando Gandhi iniciou a Grande Marcha do Sal, muito poucos foram aqueles, no Congresso Nacional Indiano, que pensaram que a iniciativa iria ter um mínimo de sucesso. No entanto, Gandhi estava a fazer duas coisas. A primeira era morder o poder instalado no único sítio onde ele sente a dor, ou seja, no bolso; a segunda, é que estava a oferecer aos povos do sub-continente indiano um objectivo prático e com grande impacto na sua sobrevivência imediata. O movimento pelo desinvestimento no carbono tem a primeira daquelas duas características. A forma como este movimento possa vir a ser adaptado às mais opacas sociedades do lado de cá do Canal da Mancha, irá depender da resposta ao segundo requisito de Gandhi. A necessidade aperta, mas confesso que não faço a menor ideia de como poderemos celebrar o próximo 6 de Junho.

Mas para os que tiverem dúvidas até que ponto é fácil dividir e desmoralizar toda a gente, basta olhar para a imagem que se segue. O método é muito simples, basta escolher o período de tempo que mais lhes convier. Entretanto, vamos vivendo os dias do trólaró.


Uma boa parte dos equívocos em que o bluff monumental das indústrias fósseis assenta, está naquela última frase da cena clássica de O Gigante: "Devias ter-lhe dado um tiro há muito tempo. Agora, ele é demasiadamente rico para ser morto". Perdão? Importa-se de repetir? O filme data do ano em que eu nasci; o James Dean ter-se-ia tornado um gigante, mais ou menos pela altura do meu décimo-quinto aniversário. Sim, nas cenas seguintes começam a ver-se camiões-tanque a passar na estrada, lá ao fundo, mas isso não passa de trólaró: se o James Dean tivesse descoberto petróleo algures na Andaluzia e tivesse celebrado um contrato para abastecer a refinaria de Sines..., bem, as contas são fáceis de fazer, um camião-tanque igual a 30 toneladas, teriam sido precisos 100 000 camiões por mês para abastecer a refinaria; 100 000 camiões/mês vezes dois (então e a viagem de regresso?), vezes 600 quilómetros, a velocidade média seria..., não faço ideia, mas digamos que as estradas do Alentejo estariam hoje todas transformadas em pistas de fórmula 1. As industrias fósseis passam 10-15 anos a injectar quantidades astronómicas de dinheiro nos seus poços, os cidadãos convencem-se que os seus países estão a ficar mais ricos, porque querem (!), o resultado final, com poucas excepções, é que a vasta maioria ficou mais pobre. Os 400 ppm de CO2 na atmosfera, são apenas o resultado de a sôdona física ter feito àquele bluff, aquilo que no poker se designa por "pagar para ver". Os adoradores do deus mercado, esses, continuam apenas a subir a parada. A verdade simples, é que não sabem fazer outra coisa.

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publicado às 23:56

As pessoas cegam de raiva com a merda do futebol mas ficam completamente indiferentes perante a destruição do país. Assobiam para o lado e vão à bola para se distraírem.

Para se distraírem... Ainda mais, catano? E se é só uma distracção qual a razão para tanto ódio?

Falam de campeonatos roubados e ficam indiferentes perante o país roubado e vendido a retalho.

Eu não tenho o que mereço, a minha mulher também não e o meu filho e os amigos dele muito menos.

Os nossos filhos vão pagar o preço do que não compraram, do que não gastaram, do que não roubaram; vão viver pior do que os meus pais e ainda mal ler sabem e já estão endividados até ao pescoço. Eles não mereciam isto.

Conheço centenas de pessoas que também não merecem o que estão a passar. E todas as crianças de Portugal. Elas não mereciam isto.

Mas a maioria deste povo sem ganas, cobarde, acomodado, de cornos no ar à procura de tacho, merece exactamente os eleitos que tem e devia responder na exacta medida do que aqueles um dia responderão.

A cumplicidade do silêncio mata! Prioridades, rapaziada, prioridades.

E lá fora tocam as buzinas, num silêncio ensurdecedor e devastador...

Parabéns a eleitos e eleitores, aos da cruzinha no papel de 4 em 4 anos. Que o resto do tempo não existe. A coisa pública alguém que a resolva. Alguém que a destrua e reconstrua, que o que interessa é o golo em fora de jogo. Fora de jogo está o país, porra.

Gosto particularmente das queixas do "ninguém faz nada?". Fazem pois, dão a cara e o pêlo, arriscam o que têm e o que não têm, roubam tempo aos filhos, enquanto os demais tocam buzinas.

Golo!

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publicado às 21:25

No dia 19 de Maio de 1935 morreu o compositor e violinista Charles Loeffler que, nascido na Alemanha, dizia-se alsaciano, mas, depois de ter emigrado para os Estados Unidos, tornou-se cidadão americano. Tinha nascido no dia 30 de Janeiro de 1861, em Schöneberg, perto de Berlim.

 Durante toda a sua carreira afirmou que tinha nascido em Mulhouse, na Alsácia e quase todas as enciclopédias musicais corroboram esta mentira. Durante a sua vida até foram publicados vários artigos falando do seu temperamento “tipicamente alsaciano”.
Na realidade, Charles Loeffler era genuinamente alemão. Os pais eram ambos naturais de Berlim e deram-lhe o nome de Martin Karl Löffler. Voltou-se contra a Alemanha, quando, com apenas 12 anos, as autoridades prussianas prenderam o pai, químico e jornalista, de ideais republicanos, que passou o resto da vida na prisão.
Antes da detenção do pai e, enquanto Loeffler ainda era criança, a família viveu na Alsácia e, depois, em Smiela, perto de Kiev. Mais tarde, passou pela Hungria e Suíça. Decidiu tornar-se violinista e estudou em Berlim e, mais tarde, em Paris, onde também estudou composição.
Em 1881 emigrou para os Estados Unidos, integrando a Orquestra Sinfónica de Boston, onde se manteve até 1903. Deixou a orquestra para se dedicar à composição e as suas obras eram interpretadas regularmente tanto pela Sinfónica de Boston como por outras orquestras americanas.
Charles Loeffler regressaria à Europa várias vezes, para continuar os estudos e, em 1887, decidiu adquirir a nacionalidade americana.


Um poema pagão, de Charles Loeffler
Maestro: Leopold Stokowski

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publicado às 00:01


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