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Num post que publiquei ontem, afirmava que há pessoas que nos marcam para sempre. Referia-me ao poeta e declamador Ary dos Santos. Hoje, recordando o aniversário da morte de John Lennon, lembrei-me que também há acontecimentos que nunca esquecem.

No dia 8 de Dezembro de 1980, foi assassinado um grande senhor da música e, também, um grande poeta. John Lennon tinha 40 anos e ainda muito para nos oferecer.
Nesse dia 8 de Dezembro de 1980, por volta das 11 da noite, os noticiários das televisões e rádios não falavam de outra coisa a não ser o assassinato de John Lennon.
Vivia eu, nessa altura, a cerca de 20 minutos do apartamento de John e Yoko, na parte oeste do Parque Central, de Nova Iorque. Ao ouvir a notícia, peguei no carro e, juntamente com a minha mulher e uma amiga, dirigi-me para Nova Iorque. Ao chegar em frente do prédio onde John Lennon vivera, deparei-me com um cenário que nunca esquecerei na vida: milhares de pessoas, com velas acesas, entoando “Give peace a chance”. John Lennon tinha composto este tema durante a guerra do Vietname. A canção tornou-se um hino nas várias campanhas que John promoveu contra a guerra. Utilizava-a nos célebres “Bed-ins”, que eram conferências de imprensa em que John e Yoko, ambos numa cama de hotel, se manifestavam contra a guerra do Vietname e a favor da paz mundial.
A multidão manteve-se, durante horas, pela noite dentro, em frente ao Prédio Dakota, na Rua 72, de Manhattan, sempre com velas acesas e a cantar “Give peace a chance”. Muita gente chorava. Iam-se fazendo e distribuindo cartazes com a palavra “Peace” e faixas com o nome da canção. A polícia de Nova Iorque montou barricadas, que ninguém tentou ultrapassar. Era uma noite de paz e pela paz.
Foi este um dos momentos que mais marcou a minha vida. Faz hoje 32 anos.
“All we are saying is give peace a chance” - uma canção que fala sobre a paz e que, infelizmente, continua actual.

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No dia 8 de Dezembro de 1890 nasceu na Boémia, República Checa, Bohuslav Martinu, um músico, que, embora tenha sido um prolífico compositor, nunca foi aquilo que se poderia designar por um génio musical nato.

Bohuslav Martinu nunca conseguiu terminar os estudos no Conservatório de Praga, mas tal não o impediu de se tornar num dos mais proeminentes compositores do seu tempo. Estudou com Josef Suk, em Praga e, em Paris, com Albert Roussel. Atravessou as duas guerras mundiais: a primeira, dispensado do exército, sem sobressaltos de maior, mas a segunda levá-lo-ia a procurar refúgio nos Estados Unidos.
É nesse país que alcança o apogeu do seu período orquestral. Aí compôs, por exemplo, as primeiras 5 sinfonias e o início da 6ª. Por essa altura era já um compositor muito divulgado, tendo algumas das suas obras sido estreadas por nomes sonantes, como Serge Koussevitzky e Charles Munch. Bohuslav Martinu morreu no dia 28 de Agosto de 1959.

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