Diz o provérbio que "burro velho não aprende línguas". Ouvindo a entrevista do primeiro-ministro, chego à conclusão de que burro novo também não. Nem línguas, nem coisa nenhuma.
E se "errar é humano e persistir no erro é burrice", é evidente que Passos Coelho é burro, pois demonstrou, ex abundante, durante a entrevista que, apesar de a política por ele seguida, durante o ano e meio que leva de governação, ter redundado num falhanço em toda a linha, em vez de inverter o rumo, persiste nas mesmas políticas que estão destruir o país e a condenar a sua gente à pobreza e à miséria.
As últimas eleições americanas tiveram dois vencedores incontestáveis: um dá pelo nome improvável de Barack Hussein Obama, e muitos milhões, pelo Mundo fora, deram um grande suspiro de alívio. Eu incluído. Ficou tudo pelo alívio, mas convenhamos que não é lá muito realista esperar mais do Novo Mundo.
O outro vencedor, ainda mais incontestado e sobretudo, ainda mais improvável, foi um estatístico e blogger chamado Nate Silver. O seu blog — '538' é o número de grandes eleitores no colégio eleitoral que, em última análise, determina o vencedor — acertou em todos os cinquenta estados americanos. Até a Florida mudou do cor-de-rosa pálido dos Republicanos, para o azul-bebé dos Democratas, mesmo na véspera das eleições (e por isso não se reflectiu na previsão final).
Por cá..., bem, por cá, aquela ameba espongiforme e urticante, chamada passos, cita a sondagem do jornal i (outra coisa bem esquisita, diga-se de passagem) como sinal de apoio às suas políticas.
Acontece que o '538', em época de balanço publicou um resumo das sondagens utilizadas no seu modelo Bayesiano. Este é o resumo dos dados usados, ao longo dos meses.
Note-se que um qualquer método estatístico erra quando as suas previsões se afastam do resultado final; está enviesado (bias) quando esses erros se acumulam só num dos lados. O enviesamento da vasta maioria daquelas sondagens é, digamos, notório. O erro, puro e simples, de alguns dos maiores nomes do ramo, deveria ser suficiente para os convidar a dedicarem-se a outra actividade, sei lá, a agricultura hidropónica.
Acontece que os "estudos de opinião" são, hoje em dia, um dos mecanismos preferidos para assegurar a reprodução da narrativa dominante. O sucesso do '538' foi possível apenas porque o processo eleitoral americano gera uma quantidade enorme de informação. A lista a seguir é longa, mas inclui todas as fontes. Neste país, e na Europa em geral, o poder instalado joga na escassez. Não só, mas também, na escassez de informação.
Um dos aspectos mais notórios deste balanço, são os resultados muito bons do estreante Google. O seu método é radicalmente novo e, mais do que isso, é barato. Qualquer um o pode fazer, com custos mínimos. Eis um assunto ao qual vale a pena voltar.
No dia 29 de Novembro de 1963 morreu, em Santa Cruz de Tenerife, nas Ilhas Canárias, o pianista e compositor cubano Ernesto Lecuona, cuja música influenciou o mundo latino-americano, da mesma maneira que George Gershwin influenciou a música nos Estados Unidos.
Tinha nascido em Havana, Cuba, no dia 6 de Agosto de 1895. Filho de um jornalista espanhol radicado em Cuba, começou a estudar piano com a sua irmã, Ernestina. Realizou o seu primeiro recital aos cinco anos de idade e, aos treze, compôs a sua primeira marcha, intitulada “Cuba y América”. Lecuona estudou música no Conservatório Peyrellade, em Cuba, com Antonio Saavedra e Joaquín Nin. Licenciou-se no Conservatório Nacional de Havana aos dezasseis anos, com uma medalha de ouro de interpretação. Fora de Cuba, começou a sua carreira em Nova Iorque, em 1916. Em 1924 fez uma digressão por Espanha, com a violinista Maria de la Torre. Os seus recitais em Paris, em 1928, tiveram grande sucesso e coincidiram com um aumento de interesse na música cubana. Era um prolífico compositor de canções, música para o teatro e bandas sonoras. As suas obras incluem zarzuelas, ritmos cubanos e afro-cubanos, suites e muitas canções que, ainda hoje, são famosas. Em 1960, descontente com o novo regime de Castro, Ernesto Lecuona foi viver para Tampa, na Flórida.
“Malagueña” e “Andalucia”, da Suite “Andalucia”, de Ernesto Lecuona Piano: Ernesto Lecuona