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O inefável Diário da Avenida, naquela sua vocação de órgão oficioso de todos (diga-se em abono da verdade) os regimes, diz-nos hoje que o próximo Orçamento Comunitário representa um custo de aproximadamente uma bica por dia, para cada um dos mais de 300 milhões de cidadãos da Europa.

Isto é um exemplo daquilo a que os profissionais do marketing chamam técnicas de compensação, dividir para minimizar os impactos psicológicos negativos que o custo de qualquer coisa sempre produz. Acontece que, aquilo que os tais "profissionais" julgam que sabem, já a mim me esqueceu. Ora, se é aritmeticamente correcto fazer aquelas contas em bicas, também o podemos fazer a respeito, por exemplo, dos custos do serviço da dívida pública, previstos no próximo Orçamento do Estado. O resultado é aquele número absurdo do título: duzentos e sete mil e duzentos milhões de bicas. Seguindo o exemplo do inefável diário, da manhã, são 56,7684931507 bicas por dia, para cada português. Porra, que é muito café!


Hoje em dia, e da forma mais obscena possível, muitos portugueses estarão a abandonar a bica e a regressar às mais energéticas sopas de cavalo cansado, do Ti António das Botas. Mais se lhes seguirão, mas facto também, é que tudo o que podemos contabilizar em bicas, podemos fazê-lo apenas em café, tout court. Ora, diz-me o proverbial sô Jaquim, do café da esquina, que aquele rôr de bicas representam cerca de 1,450,435 toneladas de café, durante um ano. Ah! Nada de muito impressionante, só o Brasil produz muito mais do que isso. E no entanto...

No entanto, aquilo que podemos dizer a respeito do serviço da dívida pública portuguesa, podemos também dizer a respeito do conjunto dos países-mártires da Europa, os tais PIIGS. E para este conjunto de países, o serviço das suas dívidas públicas, no seu total, será, para 2013, cerca de 17.405.220 toneladas de café. De acordo com as previsões oficiais do governo dos Estados Unidos, o total da produção mundial, para 2013, será de apenas 8.880.000 toneladas. Menos de metade.

Ora bolas, mas onde é que isto nos leva? A verdade é que já bebi quase meio-litro de café e ainda não cheguei a lado nenhum. A verdade é que, para mim, com o meu percurso pessoal, seria mais natural fazer as contas em barris de petróleo. Não o fiz e por um motivo simples: estaria a pisar uma linha invisível — que os tais "profissionais" não sabem que existe — mas essencial: estaria a fazer o equivalente a passar moeda falsa. E por um motivo simples.

Eis-nos aqui, neste grão de poeira, a que chamamos Terra. No sentido mais essencial, é apenas um motor, accionado à distância pela grande máquina cósmica que é o Sol. E no preciso momento em que escrevo estas linhas, accionado pela nossa estrela, o planeta está a produzir petróleo, e gás natural, e carvão. Acontece apenas que o faz a um ritmo tão lento, que a única forma razoável de encarar algo como os hidrocarbonetos fósseis, é olhá-los como recursos únicos e insubstituíveis. Quando descrevemos os custos do monstro da dívida em toneladas de café, ou de qualquer outro recurso renovável, estamos a comparar os resultados dessa monstruosidade com parte do que a nossa Mãe Comum nos dá, a cada ano. E no ano seguinte, e nos que se seguirem, pelos menos enquanto tivermos algum juízo. Quando consumimos hidrocarbonetos fósseis, estamos, literalmente, a ir ao baú que a Terra encheu, durante muitos milhões de anos.

Acontece que "ir ao baú", é precisamente o que muitos europeus do Sul estão a fazer neste momento. Por isso, e depois de termos colocado o assunto na sua perspectiva correcta, vamos traçar um quadro absurdo: vamos dizer que os Países da União Europeia, no seu conjunto, se apossavam do total de reservas firmes dos 17 maiores produtores mundiais de petróleo, e o vendiam a 100 euros o barril (não faltará muito para lá chegar), apenas para pagar o total do conjunto dos seus serviços da dívida. Quanto tempo é que o baú aguentaria? De acordo com os dados do Eurostat, a resposta é simples: 28,4569992036 anos; o baú chegaria ao fundo antes de 2041. (1)

Nunca é fácil lidar com a loucura. Devo dizer que o gaspar que nos tocou em sorte, me parece essencialmente muito estúpido. É um Verdadeiro Crente, um zelota, e há-de ir para a cama, todas as noites firmemente convicto que está a fazer tudo para nos ajudar a remirmos as nossas culpas, indignos pecadores que somos. Se ele vivesse em Marte, mais não conseguiria do que arrancar-me uma gargalhada ocasional. Mas ele está a destruir este País que é o meu; ele e a sua pandilha estão a destruir este Continente, que também é meu. E por isso, ele está, estão todos, a atingir o ponto em que tudo o que os impeça de continuarem será justificado. Os Povos da Europa vão-se erguer; sempre o fizeram e esta vez não será excepção. Acontece apenas que, quanto mais tempo demorarem, mais difícil será o recomeço, para os nossos filhos.




(1) Estes últimos números estão redondamente errados! Tratei-os como se fossem estáticos, quando aquilo que define a dívida, num quadro de reservas fraccionárias, é exactamente a sua natureza exponencial. O número aritmeticamente correcto será provavelmente inferior a metade, talvez inferior a dez anos. Acontece que eu também tenho os meus limites, e para além dum certo ponto, já não tolero a loucura. Chega!

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publicado às 22:44


OUVIR e FALAR - Pegada no facebook

por Rogério Costa Pereira, em 22.11.12

clique na imagem, adira, OIÇA e FALE 

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publicado às 20:51


"Já não sou Judeu!" [nunca FOI]

por Rogério Costa Pereira, em 22.11.12

via Despertá De TU Indiferencia

Golpe de génio, hein? Pena a besta ser um anti-semita primario: "I guess that amongst the survivors of such a nightmare scenario, some may be bold enough to argue that ‘Hitler might have been right after all." “If you look for instance at the Jewish academics looking into the notion of the Holocaust, the history of the Holocaust, the research is really lacking. I think that the Holocaust must be looked again and again and again and again and as it happens, actually the only people who are doing it are actually Revisionists.”

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publicado às 15:54


Dos Impostos (capítulo seguinte)

por Rogério Costa Pereira, em 22.11.12

via (En)Contra-Informação

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publicado às 15:27


Benjamin Britten – Pianista e compositor inglês

por António Filipe, em 22.11.12
No dia 22 de Novembro de 1913 nasceu em Lowestoft, no condado de Suffolk, o compositor inglês Benjamin Britten. O Barão Britten de Aldeburgh era simpatizante da filosofia anarquista.

Pianista virtuoso, foi essencialmente um compositor vocal e as suas óperas e ciclos de canções tiveram grande aceitação internacional.
Iniciou-se na música desde muito cedo, talvez influenciado pelos seus pais, que eram músicos amadores. Aos 14 anos, Britten já tinha composto dez sonatas para piano, seis quartetos de cordas, uma oratória e um poema orquestral intitulado “O Caos e o Cosmos”. A sua educação passou, como era normal na época, por uma escola particular local e, mais tarde, pela Escola Gresham, de boa reputação a nível nacional. Depois da escola, o conservatório: o Colégio Real de Música, em Londres, do qual não guardou boas recordações, conforme declarou em 1961. Mas foi ali que Britten captou a atenção do público, ao interpretar uma das suas partituras estudantis, a Sinfonietta, op. 1.
Quando se dedicou a compor para filmes, Britten conseguiu trabalho em Londres com maior regularidade. Aí conhece o tenor Peter Pears de quem se tornaria amigo e companheiro para toda a vida. A sua amizade com Pears (que o acompanhou no exílio nos E.U.A. durante a guerra) teve decisiva influência em muitas das suas obras, que inclusivamente lhe dedicou.
No Outono de 1937, Britten, cuja casa natal de Lowestoft fora vendida por morte dos pais, comprou The Old Mill, na vila de Snape, um moinho antigo transformado em vivenda em 1933, onde passou a viver, acompanhado frequentemente por Pears e outros amigos. Em 1976 foi passar umas férias em Bergen onde, apesar da sua saúde já debilitada, iniciava novas obras enquanto ali descansava. Morreu em Aldeburgh, no dia 4 de Dezembro de 1976, pouco depois de completar 63 anos.


Guia da Orquestra para Jovens, de Benjamin Britten
Orquestra Sinfónica do YouTube
Maestro: Michael Tilson Thomas

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