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Saiu da casca, pendurou-se na beira do ninho, bateu as asas e gostou. Sentiu-se livre. O que não faz sentido pois nunca havia estado preso. No ninho nem sequer sentia, apenas estava à espera de nascer. O que não faz sentido, pois não sabia o que era esperar. Menos ainda o que era nascer. Mas a verdade é que para ali esteve, a bater as asas e a sentir aquele sentir. Ousou saltar. Sempre sem parar de bater as asas. E caiu ao de leve no ninho. Não gostou. Recuou até sentir a parede da casca sua mãe. Teve esse instinto a que na língua dos homens se chama medo. Baixou a cabeça. Deu um passo atrás e viu-se dentro do ovo que agora lhe apertava as asas. Baixou a cabeça e encolheu-se ainda mais. Mas o ovo estava cada vez mais pequeno. Levantou-se de repente e viu-se fora do ovo. Os estilhaços espalhavam a sua vergonha a quem a quisesse olhar. Deu um, dois, três passos atrás. Bateu as asas, abriu o bico e gritou. Um grito surdo onde se reconheceu. Saltou do ninho. Não no ninho. Bateu as asas e voltou a sentir aquela sensação estranha. Não caiu. Bateu as asas. E de novo. E de novo. Estava a andar no ar. Voava e gritava. Estava a gostar. Nisto sentiu uma prisão na garganta. Voava e tossia. Já não gostava. Sentia dor. O que quer que isso fosse. Dor era o nome que lhe vinha à cabeça. Queria gritar e libertar-se daquela sensação de voar só com meias asas. Fechou os olhos e continuou a bater as asas. Tossiu com força e sentiu algo desprender-se da garganta. Sorriu. Ia abrir os olhos. Já não a tempo de ver a árvore onde acabou por bater e que ali tinha crescido momentos antes. Parou a tosse. Parou as asas. Parou o coração. Caiu na terra molhada. Mesmo em cima do catarro que se havia soltado da sua garganta. Foi o último sorriso de um pardal.
No dia 19 de Novembro de 1921 nasceu, em Budapeste, o pianista húngaro Géza Anda. Fantástico intérprete do repertório clássico e romântico, particularmente conhecido pelas suas gravações e interpretações de Mozart, foi, também, um óptimo intérprete de Beethoven, Schumann, Brahms e Bartók. | ![]() |
Estudou com alguns professores de nomeada do séc XX e foi aluno de Dohnányi e Zoltán Kodály, na Academia Franz Liszt, em Budapeste. Em 1940, Géza Anda ganhou o prémio Lizt e, no ano seguinte, ficou conhecido internacionalmente pela sua interpretação do Concerto nº 2, de Brahms. Nesse mesmo ano, também estreou com a Orquestra Filarmónica de Berlim, dirigida por Wilhelm Furtwängler, que o intitulou de “o trovador do piano”.
Em 1943, Géza Anda radicou-se na Suíça, assumindo a cidadania daquele país, em 1955. Em meados da década de 1950 deu masterclasses no Mozarteum de Salzburgo e, em 1960, assumiu a posição de director das masterclasses de Lucerne, sucedendo a Edwin Fischer. Foi, também, um notável intérprete da música de Schumann. O Novo Dicionário Grove cita a sua “leitura carismática de Bartók e Schumann”. Na verdade, era considerado o principal intérprete de Bartók, da sua geração.
Em 1965 foi nomeado Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras e, em 1970, tornou-se membro honorário da Royal Academy of Music. Géza Anda morreu no dia 14 de Junho de 1976, com, apenas, 55 anos, em Zurique, na Suíça. Embora, no princípio da carreira, tocasse muito pouco Mozart, foi, mais tarde, muito respeitado pelas suas interpretações daquele compositor. De facto, foi o primeiro pianista a gravar o ciclo completo dos concertos para piano de Mozart, o que aconteceu entre 1961 e 1969, dirigindo, ele próprio, a orquestra, a partir do teclado.
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