Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Mitt Romney — Já olhou para o seu Fundo de Reforma?
Barack Obama — Não olho para o meu Fundo [de Reforma]. Não é tão grande como o seu.


A política americana tem destas coisas. Aquela troca de palavras entre os dois candidatos, durante o segundo debate presidencial, pode vir a revelar-se como o momento definidor, que estabelece quem será o próximo Presidente. Num sentido que, receio, poucos eleitores americanos sejam capazes de apreciar, este é talvez o momento mais definidor que algum político foi capaz de protagonizar, durante o novo século.

Se alguém tiver dúvidas a respeito da qualidade do pensamento contemporâneo português, que consulte, por exemplo, o debate a respeito duma eventual saída do euro, aqui e aqui (o segundo link está disponível também no primeiro texto). Mais do que os argumentos presentes no debate, foi uma única frase que me marcou. Esta:
No capitalismo contemporâneo, o dinheiro serve fundamentalmente como veículo de informações económicas e o crédito serve para relacionar a produção actual com a produção futura, o que nada tem a ver com especulação ou com economia de casino. Quem raciocinar nesses parâmetros fá-lo à sua custa, e o erro de análise é pago com a incompreensão dos mecanismos económicos.

No âmbito estrito do debate, esta afirmação poderia ser usada contra as conclusões dos que a produzem. Não é essa a minha intenção, pois pretendo, sobretudo, colocá-la no contexto da troca de mimos que citei inicialmente.

Hoje em dia, o demónio de Maxwell é entendido como sendo, essencialmente, uma construção da Teoria da Informação. Que as mesmas ideias tenham demorado tanto tempo a fazer o caminho entre a Física e a Economia, revela apenas o atraso do pensamento económico, assunto que só mesmo os Gaspares deste Mundo conseguem fingir que não existe. Não pretendo intervir naquele debate, repito, mas os autores daquela afirmação lapidar não parecem ser capazes de a integrar com o facto de "o capitalismo" ser uma expressão inócua: existem múltiplos capitalismos, a maior parte com génese nas diferenças entre diferentes países, outras, com génese no facto de nem todos esses múltiplos capitalismos terem os mesmos interesses.

Se tivesse nascido na Alemanha, ou trabalhado em Frankfurt o tempo suficiente para isso, o senhor Bagão Felix sobrescreveria provavelmente este estudo terrífico; assim, fala apenas em "napalm fiscal". O mesmo poderia ser dito do senhor Barack Obama. Se as vítimas do actual assalto austeritário não forem capazes de fazer estas distinções, estarão a auto-condenar-se a um (ainda) maior nível de violência: existem duas economias, uma é real, a outra é financeira; só os habitantes da segunda é que se preocupam muitos com os respectivos Fundos de Reforma. Os outros, produzem, e confiam nos contratos sociais.

Só os habitantes do Planeta Finança é que têm pesadelos a respeito da inflação; os outros sabem que é apenas mais um custo de produção. A consequência imediata para todos nós, que não habitamos no tal planeta, é que estamos a ser alvos duma agressão. Violenta e suja. Muito suja. As mais-valias financeiras realizadas nos últimos meses pelo estado alemão, são tão sujas como o ouro nazi que pagou o volfrâmio português.

O avô do Hans disse-lhe que não conhecia pessoalmente nenhuma das vítimas de Auschwitz. É falso! Nem que o grave ancião e os seus contemporâneos totalizassem 500 milhões de almas, estatisticamente, todos teriam conhecido pelo menos um dos seus concidadãos a quem foram arrancados os anéis, as alianças, até as próteses dentárias, para serem fundidos e contrastados pelo ReichBank, antes de acabarem no alforge do António das Botas. O Hans diz hoje que não conhece nenhum dos idosos que, na Grécia, em Portugal, na Espanha recebem uma sentença de morte, estatisticamente incontornável, cada vez que um serviço social é austerizado, para que investidores institucionais paguem ao herdeiro do ReichBank o privilégio de deter títulos de dívida pública imunes à inflação.
Do not go gentle into that good night.
Rage, rage against the dying of the light.


Dylan Thomas — Do not go gentle into that good night

Uma das maravilhas da condição humana, é que houve sempre um génio que disse as palavras certas, prontas a servir como arma, quando a necessidade o exige. O Hans tem que saber que não nos deixaremos ir num suave entardecer. O Hans tem que saber que nos estamos nas tintas para o facto deles serem muitos, e nós sermos poucos. O Hans tem que saber que, no final do dia, aqueles que lutam pela sua própria vida e pelo futuro dos seus serão sempre incomensuravelmente mais do que todos os assassinos juntos.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 22:32


Não fala, não ouve, não vê

por Rogério Costa Pereira, em 18.10.12

[Imagem: Mana Neyestani]

Grupo Angolano (Isabelinha?) compra JN, TSF e DN. A Lusa, essa, está no ir. Isto seria de acordar à noite, com suores frios e gritos mudos, se fosse apenas um pesadelo. A merda é que, por mais que me belisque, não há maneira de acordar. 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 22:02


A César o que é de César!

por Rogério Costa Pereira, em 18.10.12

Steve bell

"Dizem-nos a cada momento: sede justos, pagai ao lorde, pagai ao senhorio! E citam-nos a palavra divina daquele que disse: Dai a César o que é de César! Houve um só homem, Brutus, que deu a César o que a César era devido: um punhal através do coração!"

[Redathd, citado por Eça em "Cartas de Inglaterra"; cartoon de Steve Bell]

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 20:27


O "padrinho", entretanto, ressona

por Francisco Clamote, em 18.10.12
Perante o estado de degradação a que chegou a coligação no poder e conhecidas que são as previsões independentes que anunciam que o Orçamento do Estado apresentado por este governo é inexequível e que vai conduzir a um desastre de enormes proporções, a confirmar-se a previsão do FMI, que aponta para uma possível queda da economia superior a 5%, é evidente que o Cavaco Silva já deveria ter tomado uma qualquer acção no sentido de pôr cobro a esta situação.
No mínimo dos mínimos, como "padrinho" deste governo, já deveria ter chamado os cônjuges desavindos para porem termo ao triste e degradante espectáculo que vêm exibindo na praça pública. O mais certo e o mais adequado à situação seria, no entanto, dissolver este Parlamento e convocar novas eleições. Por muito incerto que seja o resultado de uma tal opção, pior não seria do que o desastre para que este governo está a conduzir o país, pois o desastre é mais que certo, face a todas as previsões de entidades independentes e às opiniões quase unânimes dos especialistas sobre a inexequibilidade do Orçamento apresentado. 
O facto, porém, é que, por enquanto, o "padrinho" não faz mais do que ressonar.
Minto: em abono da verdade deve dizer-se que, de vez em quando, durante os intervalos do ressonar, vai deixando um avisos no Facebook. Mas é tudo. Se calhar, Cavaco Silva acha que, como presidente da República, a mais não é obrigado. Só pode.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 19:37


Malleus Maleficarum

por Ana Bento, em 18.10.12

Malleus Maleficarum é um manual de diagnóstico para bruxas divide-se em três partes: a primeira ensinava os juízes a reconhecerem as bruxas em seus múltiplos disfarces e atitudes; a segunda expunha todos os tipos de malefícios, classificando-os e explicando-os; e a terceira regrava as formalidades para agir “legalmente” contra as bruxas, demonstrando como inquiri-las e condená-las.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 19:22

José Castelo Branco anuncia entrada na política. Só como nota de como a "política" anda: uns falam no facebook, outros a sites temáticos sobre a "fama".

Autoria e outros dados (tags, etc)

Tags:

publicado às 19:02


Imagine

por Luís Grave Rodrigues, em 18.10.12

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 00:50


Charles Gounod – Compositor francês

por António Filipe, em 18.10.12

No dia 18 de Outubro de 1893 morreu, em Saint-Cloud, o compositor francês Charles Gounod. Tinha nascido em Paris no dia 17 de Junho de 1818.
Estudou música desde muito jovem e aos 21 anos ganhou um importante prémio para jovens compositores, que lhe valeu uma bolsa de estudos em Itália.
Os ares de Itália fizeram mudar o jovem Gounod: entrou em contacto com a música polifónica do séc. XVI e, por influência disso ou não, tomou-se de preocupações místicas. Sobre um prelúdio de Bach compôs a Avé Maria que o imortalizou. E foi mais longe: chegou a pensar em ser sacerdote…
Compôs muita música religiosa. Mas foi principalmente pela música de ópera que se tornou célebre. A par de “Fausto” (a sua obra-prima) as óperas Sapho, A Rainha do Saba, Mireille e Romeu e Julieta alcançaram grande sucesso e continuam a ser muito interpretadas.
Além disso, escreveu numerosas melodias, canções e pequenas peças. Como a “Marcha Fúnebre para uma marionete”, que os filmes de curta metragem de Alfred Hitchcock tanto divulgaram no cinema e na televisão.


Marcha Fúnebre para uma Marionete, de Charles Gounod
Orquetra de Richmond
Maestro: James Malmberg

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 00:01


página facebook da pegadatwitter da pegadaemail da pegada



Comentários recentes

  • mariamemenez

    BEM-VINDO: O EMPRÉSTIMO ONLINE ENTRE PESSOAS GRAVE...

  • Endre

    Você quer pedir dinheiro emprestado? se sim, entre...

  • Endre

    Você quer pedir dinheiro emprestado? se sim, entre...

  • Endre

    Você quer pedir dinheiro emprestado? se sim, entre...

  • DAVID

    Saudações da temporada, eu sou David e sou um hack...

  • Welty Jeffrey

    MARTINS HACKERS have special cash HACKED ATM CARDS...

  • sandra

    I wanna say a very big thank you to dr agbadudu fo...

  • DAVID

    Olá senhoras e senhores!O ano está acabando e esta...

  • Maria

    God is great i never thought i could ever get loan...

  • edwin roberto

    I am Edwin Roberto and a construction engineer by ...


Arquivo

  1. 2014
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2013
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2012
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2011
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2010
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2009
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2008
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D

Pesquisar

Pesquisar no Blog  



subscrever feeds