pegada

Vi este vídeo na internet e fiquei incrédula. Olhei e remirei, chorei, dei murros na parede e depois parei...Esta Senhora não é a única. É o retrato de um país. Um país fustigado pela fome, pela miséria, pelo infortúnio, pela desventura...tantas palavras poderia eu arranjar, mas basta uma: MISÉRIA. Esta Senhora tem 99 anos e passa o dia nas ruas a pedir, porque a filha e os netos não têm o que comer.

Que país é este que não cuida dos seus? Que país é este que não cuida dos velhos e das crianças? Qua país é este? Que PAÍS?

Que família é esta que deixa esta mulher nas ruas da amargura, literalmente. Que família é esta que vê esta mulher chegar a casa de noite, depois de andar a pedir pelas ruas, enquanto a esperam sentados em casa? 

Isto não é um país, é um esgoto.

Isto não é uma família, é karma.

Filho da puta de um governo que come a carne e nos faz roer o osso todos os dias. Todos os dias o mesmo osso. Todos os dias a mesma pia. Todos os dias... E alguns ainda abanam o rabo quando o raio do osso lhes cai às patas. Abanam o rabo enquanto lhes cospem um osso. Um caralho de um osso.

Haja decência que a demência já é demais. Haja vergonha que a petulância tem limite. Haja decoro que a paciência já se esgotou.

P.S. : Um dia não vai haver pia, um dia não vai haver osso.

         Um dia não vai haver povo, um dia...

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No dia 22 de Abril de 1912 nasceu, em Higher Walton, Inglaterra, a contralto Kathleen Ferrier. Estava destinada a ser pianista, instrumento que desde muito cedo a sua mãe a convenceu a estudar. Não se deu mal de todo, verdade seja dita, pois, apesar de ser telefonista de profissão, terminou o curso de piano, habilitação suficiente para mudar de carreira. Vocação confirmada posteriormente no Festival Carlisle de 1937, onde foi, inicialmente, admitida como pianista e, mais tarde, desafiada pelo marido, entrou igualmente para a competição de canto.
Ferrier venceu ambas as competições e o marido perdeu a aposta. Perdeu também o casamento, diga-se de passagem, que, rezam as crónicas, foi um perfeito desastre. Obteve o divórcio, alegando que o marido não conseguiu consumar o casamento.
Kathleen Ferrier foi extraordinária nas oratórias e nas canções (lieder), mas o seu nome terá sempre uma ligação especial a Mahler e, em particular, a “Das Lied von der Erde”. O convite para cantar “A Canção da Terra” partiu do maestro Bruno Walter, o mesmo que, em 1911, estreou a obra, na cidade de Munique.
 O timbre singular de contralto (que depois se disse ser devido a uma doença na traqueia) fez dela uma excelente intérprete de Mahler, Bach e Haendel. Até à sua última performance, em “Orfeu e Eurídice", de Gluck, em Covent Garden, contracenou com grandes nomes do bel canto e trabalhou com maestros como Barbirolli, Walter e Karajan.
Gravemente doente, quis cantar até ao fim. Em Fevereiro de 1953, subiu ao palco de Covent Garden para repetir o sucesso que tinha conseguido dias antes. Estava a cantar quando um osso de uma das pernas, afectado pelas metásteses cancerosas, se partiu. Saíu em maca e a sua carreira tinha terminado. A vida chegaria ao fim uns meses mais tarde, no dia 8 de Outubro de 1953.

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