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A Alice, o Bob, o Ron…, Ah! E o Yannis

por Licínio Nunes, em 29.08.12
A Alice e o Bob são namorados e namoram por correspondência. Em certa altura, começaram a desconfiar que a Eva Metediça, a carteira lá do sítio, lhes andava a ler as cartas. Então, numa altura em que se encontraram pessoalmente, combinaram uma forma de evitar tal violação: compraram um cofre, apenas uma caixa com uma tampa, e dois cadeados. Cada um ficou com um deles na sua posse, depois de combinarem como os identificar. Depois, a Alice foi para casa, escreveu uma carta ao Bob, meteu-a no cofre e fechou-o com o seu cadeado, do qual apenas ela tem a chave; enviou-o o cofre pelo correio.

A Eva Metediça ficou frustrada, mas é claro que o Bob também não conseguiu abrir o cofre para ler a carta. Também não tinha sido isso que eles tinham combinado. O Bob simplesmente adicionou o seu próprio cadeado e reenviou o cofre de volta. A Alice identificou o cadeado do Bob, retirou o seu e voltou a enviar o cofre. O Bob abriu-o e finalmente, leu a carta (Ufh!). Escreveu a resposta e reiniciou o processo.

Complicado? Estas histórias exemplares, sempre com as mesmas personagens, não pretendem descrever processos práticos, mas apenas ilustrar princípios. Esta, em particular, nunca teve qualquer aplicação. Depois, veio o Ron (Rivest), mais o Shamir e o Adleman. Sem o algoritmo RSA, ou o equivalente El-Gamal, a Internet não existiria, ou seria apenas um brinquedo de laboratório. Mas foram precisos alguns heróis da liberdade, humildes como sempre são. Sem eles, seria também apenas uma micro-imagem do que é hoje. Foi preciso, quase no sentido bíblico, fazer soar as trombetas ante os muros de Jericó. E os muros desabaram.



Desabaram os muros e abriu-se a caixa de Pandora. Talvez faça parte dalgum equilíbrio cósmico cruel, "Olha mamã, um avião no céu", exactamente quando a promessa dum Admirável Mundo Novo se desfraldava sob o límpido céu azul. É que aquelas maravilhas da matemática não servem apenas para a Alice e o Bob namorarem sem terem que se preocupar com as intromissões metediças, e poderem escrever poemas um ao outro, assinadas digitalmente, para que a sua autoria fique registada em segurança para todo o sempre. Caro leitor, servem também para assinar, de forma indelével e anónima os títulos de dívida que o oprimem, a si e a mim, e a tantos outros milhões de violentados, por esse mundo fora.

Em algum cofre-forte, nalgum paraíso fiscal, hão-de existir papelinhos, I owe you..., Eu devo-lhe..., assinados por um representante da Republica Portuguesa, para isso mandatado. Mas..., a quem? A partir daquele acto inicial, protocolar, aqueles títulos são apenas códigos BIC e SWIFT, assinados digitalmente, anónimos e anonimamente negociáveis.

Caro leitor, dizem-lhe todos os dias e repetem, e a mim também, que você e eu somos uns malandros; umas cigarras tontas que passámos os bons tempos de Verão a cantar La Cucaracha, e que está na hora de pagar as dívidas. Mas..., a quem é que nós devemos? Você não sabe, nem eu. Mas não se preocupe, as cavalgaduras que nos (des)governam também não; com excepção de meia-dúzia de testas-de-ferro institucionais, e em quantidade irrelevantes, é claro. Nenhum de nós sabe, nem os ingénuos e dedicados conhecedores que há mais dum ano se propuseram desvendá-lo. Ninguém sabe. Nem os credores.

Honra ao Povo Norueguês! Eles, pelo menos, querem saber. Querem saber quem lhes deve e se a dívida é legitima. Confirmaram, mais uma vez, o acerto de Alfred Nobel ao confiar-lhes o seu mais importante legado. São apenas uma excepção.

É muito fácil e atractivo embarcar na criancice do "Não pagamos!"; É razoável adoptar a postura do "Temos que renegociar...". É fácil descartar como arroubo juvenil a postura do Syriza grego: "Moratória imediata de todo o serviço da dívida". E no entanto, esta última é a chave do futuro possível, o ponto em que o Yannis entra na história.

Ao propor a moratória do serviço da dívida, Yannis Varoufakis, está talvez a abrir a última janela de solução pacífica da crise, antes que a resposta violenta se torne inevitável: confrontados com a suspensão do pagamento, os credores ou saem do anonimato e ganham uma cara, ou sujeitam-se a verem os seus créditos serem declarados odiosos. Vamos esperar que o tempo da paz e da razão ainda não tenha terminado. Não irá durar muito.

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publicado às 22:15

Já há algum tempo que não se apresentam por aqui os novos autores da pegada. E,  porque este não fez mais nada a semana toda que não apresentar-se, também não será hoje. (Não) Falo, claro, da popstar, do mais-que-tudo dessa artista da letra ao molho e fé em deus. Bem-vindo à pegada, Fernando André Silva. Deixo-te com umas palavras inspiradoras da tua musa: "Podias ter-me dito que querias conjugar o verbo desistir." 

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publicado às 21:33


“Odioso” — Algo que todos devemos odiar

por Licínio Nunes, em 29.08.12
William Howard Taft foi o 27º Presidente dos Estados Unidos. Jurista de formação, presidiu a um período nem muito simples, nem muito complicado. Se a história acabasse aqui, teria entrado directamente para a categoria das notas de rodapé: parece mal esquecê-lo, mas também não há muito para recordar.


Foi depois da sua saída da Casa Branca que William Taft encontrou o seu lugar na História. Em 1923, foi nomeado árbitro da Disputa Tinoco, entre a Costa Rica e o Banco de Inglaterra. A sua conclusão deveria, deve, ser ensinada às crianças ainda em idade pré-escolar:
"[A dívida] é pública, no sentido em que é do conhecimento público; é pública, no sentido em que foi contraída pelos poderes públicos. Não foi contraída no interesse público, logo, é odiosa."

Ensinamos as nossas crianças a distinguirem entre o bem e o mal; ensinamo-las como a vasta maioria das pessoas são seres gentis e de bem. Temos também que lhes ensinar que existem lobos entre nós.

Se há algo que define a espécie humana, é a sua capacidade de aprender. Podemos resumi-lo: o Homem é o animal que aprende. Em circunstâncias extremas, muito extremas, até a aprendizagem do ódio pode ser sistematizada.

Ainda não estamos lá, não estamos longe. Como acontece sempre que os lobos descem ao povoado, a escolha é simples: temos que acabar com eles, antes que eles acabem connosco. Se não formos capazes de o fazer hoje, em sentido figurado, pela revolta pacífica, vamos ter que o fazer amanhã, pela violência extrema, como aquele tenente de Sholokov, admirador do engenho alemão, descobriu à sua própria custa.

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publicado às 18:23


Zeca

por Ana Bento, em 29.08.12
Menino do Bairro Negro vem
Por Aquele Caminho traz
Paz Poeta e Pombas.
Só Ouve o Brado da Terra, contigo
Traz Outro Amigo Também, mas
Se Voares Mais Perto as
Pombas te dirão:
Ó Altas Fragas da Serra, ouçam os
Coros dos Caídos que o
Tecto do Mendigo está
Lá no Xepangara ,para
O Cavaleiro e o Anjo ,no
Natal dos Simples ouvirem a
Balada do Sino que a
Canção de Embalar deixou .

Vejam Bem…
Menino D’oiro a chamar
Cantar Alentejano,
Canção do Desterro,
Canto Moço,
Cantiga do Monte,
Catarina e Maria.
De Não Saber o Que Se Espera ,
A Formiga no Carreiro acompanha
A Mulher da Erva e o
Senhor Arcanjo.

O Homem Voltou, sim.

Ó Cavador do Alentejo, juro
Eu Vou Ser Como A Toupeira, sei
Como Se Faz Um Canalha, porém
Sete Fadas Me Fadaram, mas
Grândola, Vila Morena é o hino.

O Que Faz Falta
é acabar com os
Os Vampiros.
Venham Mais Cinco…
e
Viva o Poder Popular

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publicado às 12:33


Today’s weather: Cloudy & Hot

por Rogério Costa Pereira, em 29.08.12

fonte: deJoost

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publicado às 09:21

No dia 29 de Agosto de 1972 morreu o compositor, maestro, teórico musical e professor francês René Leibowitz. Tinha nascido em Varsóvia no dia 17 de Fevereiro de 1913. Com 5 anos começou a estudar violino. A partir dos 9 anos começou a dar recitais de violino em Varsóvia, Praga, Viena e Berlim, mas, aos 13 anos, o pai decidiu acabar com a sua prematura carreira, já que queria que o filho tivesse uma vida normal e não a de um menino-prodígio. Mas nem por isso o interesse de Leibowitz pela música diminuiu. Continuou a praticar diariamente e começou a dirigir quando jovem estudante, em Berlim.
No início dos anos 30, do séc. XX Leibowitz mudou-se para Paris, onde estudou composição com Maurice Ravel, Schoenberg e Webern e direcção de orquestra com Pierre Monteux. Em 1937 estreou-se como maestro com a Orquestra de Câmara da Radiodifusão Francesa, na Europa e nos Estados Unidos. Em 1944 foi professor de composição e direcção de orquestra.
Muitas das obras da Segunda Escola de Viena foram ouvidas primeiramente em França, no Festival Internacional de Música de Câmara, organizado por Leibowitz, em Paris, em 1947. Leibowitz teve uma enorme influência no estabelecimento da reputação da Segunda Escola de Viena quer através da sua actividade como professor em Paris, depois da 2ª guerra mundial, quer através do seu livro “Schoenberg e a sua Escola”, publicado em 1947.
Como maestro, Leibowitz participou em muitos projectos de gravação. Um dos mais notáveis e conhecidos é o conjunto das sinfonias de Beethoven gravadas para o Reader’s Digest. Foram as primeiras a serem gravadas, seguindo as marcas originais do metrónomo, feitas por Beethoven. Ao escolher esta abordagem Leibowitz foi influenciado pelo seu colega e amigo Rudolf Kolisch. Além destas, fez muitas outras gravações para o Reader’s Digest.

Abertura Leonore nº 3, de Beethoven
Royal Philharmonic Orchestra
Maestro: René Leibowitz

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publicado às 00:01


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