Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]




Relvas e o Expresso

por Rogério Costa Pereira, em 07.07.12

Benett Culpa.jpg
Solicito ao Professor Doutor Emérito Relvas Miguel (já passaram uns dias e presumo a natural evolução académica) que não exija, em meu nome, desculpas a quem quer que seja. Não o tenho por homem de bem e não o mandatei para nada. Mais depressa me atiraria da varanda acima após uma injecção na testa. 
Agradeço ao Expresso o esclarecimento de mais um pedaço desta infâmia. 
E vão duas; vou agora sentar-me naquele sofá e esperar que a decência e a mágoa da culpa se apresentem nas paradas onde estão em falta. 
Cartoon: Benett http://benettblog.zip.net/

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 23:36


Estranha legalidade

por Francisco Clamote, em 07.07.12
Não falta por aí comentador encartado que, pronunciando-se sobre o caso da licenciatura de Miguel Relvas, considere estarmos perante uma situação que, sendo embora escandalosa, é legal.
Parte-se de pressuposto de que, observadas e cumpridas (mal ou bem) as formalidades previstas na lei, qualquer resultado é legal. Ora, como bem sabe qualquer jurista, não é bem assim. Falta saber se nas formalidades observadas se procedeu com o rigor que a lei pressupõe para que, sem fraude, se alcance o desiderato legal. Dito doutra forma: para que um qualquer resultado seja legal não basta ter em conta o lado formal, há também e principalmente que ter em conta a substância da "coisa". 
Pode ser que, agora que Relvas, a contragosto, deu, finalmente, autorização para que a Lusófona possa divulgar o seu processo, se venha a saber se tudo se passou de acordo com a lei. Para já, muitas são as dúvidas, a começar pela estranha atribuição da equivalência a 11 cadeiras com base na experiência empresarial acumulada em apenas alguns meses ao serviço de empresas privadas, como ontem relatava o "Público". Já não falo da versão posta a circular pelo "Expresso" ("Das únicas quatro cadeiras que Miguel Relvas fez na Universidade Lusófona, só um professor assume que o avaliou. Os outros dizem que nunca o viram. O ministro recusa acesso ao seu processo e não esclarece quem foram os professores que o examinaram") porque Relvas, entretanto, resolveu desmentir tal versão, em comunicado 
Em todo o caso, estranha-se que, perante o avolumar do escândalo e  havendo precedente conhecido, o Ministério Público não se tenha ainda lembrado de abrir um inquérito para averiguar a legalidade do caso.
Enquanto se espera pelas respostas, aproveite-se para ler uma crónica (excelente e bem humorada) de  Francisco Teixeira da Mota onde o autor, embora não olvide este caso, questiona, fundamentalmente, o conceito de legalidade que vai circulando por aí.
Sirva-se: 
"Houve quem se preocupasse com a questão da licenciatura do ministro Miguel Relvas e se indignasse com o facto de ter tirado um curso de três anos num ano, mas afinal não havia razões para isso. (...)
Como o PÚBLICO explicou na passada quarta-feira, a lei permite-o e a autonomia universitária funcionou em pleno: o currículo profissional do ministro e a sua notável anterior carreira universitária foram creditados, tendo sido equiparados a dois anos da licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais. Faltava-lhe, assim, a frequência de um ano do curso que, pelo que se sabe, cumpriu com brio. Como afirmou o ministro ao jornal i, revelando a sua formação universitária: "Fiz os exames que me foram exigidos". Dá gosto ouvir. Está tudo explicado e foi tudo legal. De resto, este ministro está a revelar um padrão de comportamentos legais, que nos faz esperar ainda muito dele.
E aqui tenho de confessar que, lamentavelmente, ontem não me portei bem. Estava a almoçar no restaurante da Gina no Parque Mayer, em Lisboa, quando na televisão estavam a falar destas legalidades e uma senhora, que passava ao meu lado, afirmou indignada: " É uma vergonha. Anda uma mãe a trabalhar uma vida toda para pagar os estudos aos filhos e este num ano tira o curso. Estamos entregues a...". Eu sei que devia ter interrompido a senhora, para lhe dizer que não tinha razão no seu lamento e impropérios e que era tudo legal. Talvez mesmo referir que as notícias não passavam de uma campanha contra o comportamento absolutamente legal do ministro e a autonomia da Universidade Lusófona, mas não consegui. Fiquei-me pela sardinha assada. Mea culpa.
Este meu comportamento é - para mim e penso que para qualquer português - preocupante, pelo que representa de demissão de um sentido cívico e interventivo na vida social portuguesa. Se não defendemos a legalidade em democracia, o que nos resta? A marginalidade, a bandidagem? Estarei eu - e, se calhar, muitos como eu - a ficar sem princípios? A afastar-me da legalidade? Onde iremos parar? 

 

Esta minha preocupação com os meus desvios éticos e cívicos não resulta só deste caso. Infelizmente, há muitos outros. Ainda esta semana, quando vi na televisão um qualquer funcionário do Estado a defender que a contratação de enfermeiros nos termos que têm sido amplamente discutidos na comunicação social e não só, era boa já que, gastando-se menos, se defendiam os interesses do Estado, não consegui aderir de alma e coração a tão evidente verdade e legalidade. Levantaram-se-me dúvidas. Seria mesmo do interesse do Estado pagar o mais baixo valor possível pela aquisição do trabalho dos seus cidadãos? Será do interesse do Estado reduzir à mais ínfima expressão o valor do trabalho? Deverei ansiar e regozijar-me com o restabelecimento legal da escravatura? Que legalidade e Estado são estes que estão/estamos a construir?
O problema põe-se também, por exemplo, quanto à reorganização do mapa dos tribunais no nosso pais. É evidente que há que mudar muita coisa e extinguir tribunais. Mas, como disse e bem o presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, Mouraz Lopes, sendo a reforma essencial é necessário que seja feita com o máximo consenso possível. Será isso que vai acontecer?
As minhas dúvidas imensas mas, ao ler a entrevista do ex-secretário de Estado da Justiça, João Correia, descansei um pouco: felizmente nem tudo o que é mau, é lei.
Calcule-se que a troika pretendia retirar os juízes do processo executivo, numa absoluta privatização da acção executiva. Só quem não conheça o nosso país e não saiba a ineficácia e a miséria que caracterizam as execuções, é que pode admitir que os solicitadores/agentes de execução pudessem ficar sem, ao menos, o pontual ou eventual controlo de um juiz. Não quero, naturalmente, ser injusto, pois conheço solicitadores/ agentes de execução competentes e trabalhadores, mas se o processo executivo era uma tragédia quando estava integralmente entregue aos tribunais, a verdade é que a sua semiprivatização se revelou um desastre de todo o tamanho. No caso da sua total privatização, às, digamos assim, incapacidades dos agentes de execução, somar-se-iam as infindáveis espertezas e habilidades dos clientes. Um cenário dantesco. Mas parece que, contrariamente aos desejos da troika, a reforma do processo civil que se avizinha, vai reforçar os poderes do juiz na acção executiva.
Graças a Deus, dir-se-ia antigamente, independentemente de se ser crente ou não. Hoje em dia, quase nada tem a graça de Deus, muita coisa tem a mão da troika e muita outra tem a pata de não sei quem.
(Francisco Teixeira da MotaAfinal é legal. Absolutamente legal!; in "Público", edição impressa de ontem)

(Nota: Na transcrição supra aproveitei o texto publicado no fbpor Anabela Melão, a quem, agradeço o contributo. O texto aqui publicado contém algumas modificações em relação àquele, por opção minha. A transcrição foi, no entanto, confrontada com o original e está conforme com ele na parte transcrita.)  

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 22:10


Descansa, Gabriel

por Rogério Costa Pereira, em 07.07.12

1280px-Cem_ano.JPG

"El mundo habrá acabado de joderse el día en que los hombres viajen en primera clase y la literatura en el vagón de carga.”"

No dia em que perder Melquíades também eu irei por esse caminho que hoje me dizem ser o teu. Por enquanto, e porque esse dia vem longe, cá continuarei de mãos agarradas à magia do nosso eterno cigano. O teu irmão que te leia "Cem Anos de Solidão". Vais gostar. E sabes? Foste tu que escreveste... 
Claro que sabes! Sinto daqui o teu piscar de olho. Só tu para (te lembrares de) te esqueceres. E agora? Prendemos-te à árvore, como fizeste ao outro? Conheço essa árvore (foste tu que ma ensinaste) e sei que não a largarás mais. Respeito e compreendo e aceito, mas não me peças mais. 
Bem-haja, irmão. Vou dar-te a ler ao meu filho. Lamento, mas não te esquecerei! A culpa é tua: Úrsula, Melquíades, José(s) Arcadio(s), Aureliano(s)... Graças a ti a frase lá de cima nunca acontecerá.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 16:23


A parte insana da Estrela: Covão d'Ametade

por Rogério Costa Pereira, em 07.07.12

cov%3Fo d%27ametad.jpg

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 15:05

Letra )

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 11:11


Giancarlo Menotti – Compositor italiano

por António Filipe, em 07.07.12

No dia 7 de Julho de 1911 nasceu, em Cadegliano, Giancarlo Menotti, um compositor italiano, naturalizado norte-americano e fundador do Festival de Spoleto, em Charleston, na Carolina do Sul.
Começou a escrever canções quando tinha 7 anos de idade e, aos 11, escreveu o libreto e a música para a sua primeira ópera, “A morte de Pierrot”. Começou a sua aprendizagem formal em Milão, no Conservatório Verdi, em 1923.
Em 1958 fundou o "Festival dos Dois Mundos" que serviria de modelo para o festival de Spoleto, fundado em 1977, nos Estados Unidos. Depois da morte do pai, Menotti foi, com a mãe, para os Estados Unidos e matriculou-se no Curtis Institute of Music de Filadélfia.
Nesse instituto teve vários colegas célebres tais como, Leonard Bernstein e Samuel Barber, que se tornou um companheiro para a vida e para o trabalho, sendo Menotti o libretista da mais famosa ópera de Barber, “Vanessa”, premiada, em 1958, no Metropolitan Opera. Foi no Curtis Institute of Music que Menotti escreveu a sua primeira ópera, “Amelia al Ballo”, com texto da sua autoria, em italiano.
Menotti escreveu o libreto de todas as suas óperas e só escreveu mais duas em italiano. Em todas as outras usou a língua inglesa. Os seus trabalhos de maior sucesso foram escritos nas décadas de 1940 e 1950. Faleceu em Montecarlo, no dia 1 de Fevereiro de 2007.


3º andamento do Concerto para violino, de Giancarlo Menotti
Violino: Ruggiero Ricci
Pacific Symphony Orchestra
Maestro: Keith Clark

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 00:01


página facebook da pegadatwitter da pegadaemail da pegada



Comentários recentes

  • mariamemenez

    BEM-VINDO: O EMPRÉSTIMO ONLINE ENTRE PESSOAS GRAVE...

  • Endre

    Você quer pedir dinheiro emprestado? se sim, entre...

  • Endre

    Você quer pedir dinheiro emprestado? se sim, entre...

  • Endre

    Você quer pedir dinheiro emprestado? se sim, entre...

  • DAVID

    Saudações da temporada, eu sou David e sou um hack...

  • Welty Jeffrey

    MARTINS HACKERS have special cash HACKED ATM CARDS...

  • sandra

    I wanna say a very big thank you to dr agbadudu fo...

  • DAVID

    Olá senhoras e senhores!O ano está acabando e esta...

  • Maria

    God is great i never thought i could ever get loan...

  • edwin roberto

    I am Edwin Roberto and a construction engineer by ...


Arquivo

  1. 2014
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2013
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2012
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2011
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2010
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2009
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2008
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D

Pesquisar

Pesquisar no Blog  



subscrever feeds