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O melhor do relato Portugal vs Espanha (TSF)

por Rogério Costa Pereira, em 27.06.12
"Nani mete-se numa cabina telefónica e fecha-lhe a porta".
Só por isto já valeu a pena.

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publicado às 21:01


(só mesmo se for com a ajuda do poleiro)

por Rogério Costa Pereira, em 27.06.12

Espanha Portugal-20120627-11956.jpg

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publicado às 13:29

DA FALTA DE HUMANIDADES À MISÉRIA DOS POLÍTICOS

por Miguel Cardoso, em 27.06.12

 

Hoje em dia não é em teatros, cinemas ou ecrãs de televisão

 que vamos encontrar boas comédias, mas sim na arena política e económica.

                                                                                                                                                        Antonio Escohotado

 

O político medíocre, como todo o homem medíocre, é fruto da falta de formação. Faltam Humanidades no nosso sistema de ensino. A cada reforma curricular, disciplinas como História, Filosofia, Psicologia ou Sociologia perdem terreno e exigência no currículo dos alunos.

O paradigma dominante é tecnológico e económico. Não há discurso político contemporâneo que não vá por aí. Di-lo o Presidente da República e também o Primeiro-Ministro do país hipotecado, os Presidentes da Câmara e da Junta, que fincam pé para que todos os gaiatos tenham pc e naveguem pela net, mesmo sem nunca terem visto o mar. E os velhos, que não podem morrer sem mandar um email, não vá a entrada no céu ou mais abaixo precisar de conta aberta no Google. O futuro é tecnológico, digital, interactivo, pronto a servir e a ser vivido. Ainda não entendemos o jargão, mas já não estranhamos. A tecnologia acoplada a tudo o que mexa. O economês como língua oficial. O deserto em volta.

Vale a quantidade e pouco a qualidade. Vão os alunos passando de ano, ou transitando, ou lá o que é, felizes, até ao dia em que batem no real. Já não se reprova, termo banido da novilíngua educativa, como ensino ou aprender, substituídos por conceitos vazios como competências, aprender a aprender ou empreendedorismo. Nivelamos por baixo e são os fracos que se lixam, com a promoção de uma mediocridade generalizada em que o esforço deixa de valer a pena e a preguiça e a responsabilidade são insistentemente perdoadas por factores externos. Dificultamos a formação dos alunos culturalmente mais carenciados e acentuamos o fosso que os separa dos que possuem um enquadramento económico e familiar que compensa as lacunas escolares. Também para estes a escola se torna obsoleta, cansados de um ensino que os trata como atrasados mentais. Não tardará e o professor será um anacronismo num admirável mundo novo onde cada aluno da geração “tipo” ou “tásse” poderá escolher o seu currículo e avaliar-se a si mesmo. Tudo feito online, entre muitos ☺, LOL e artigos da Wikipédia. O nivelamento pelos medíocres não elimina as classes sociais, perpetua-as. A escola pública transforma-se num monstro inútil onde continuam a safar-se os mesmos. Vale a estatística. Mesmo que a maioria dos alunos não consiga sequer interpretá-la.

As Humanidades dão trabalho, mais se em casa falta o incentivo e a exigência, se a ausência de hábitos de leitura e discussão são o prato de cada dia e o pergunta ao professor que é para isso que lhe pagam está sempre na ponta da língua. Sem resultados imediatos, são desprezadas. Incomodam.

Num mundo em acelerada mudança, é demasiado fácil perder a imagem do todo. O papel das Humanidades é servir-nos de âncora. Precisamos reaprender a pensar, a demorar o pensamento, resgatando-o da manada e centrando-o no essencial.

Da falta de um pensamento crítico nasce o político miserável, ser amputado de espírito, fechado numa perspectiva que se habituou a tomar pela verdade e longe da vida que está para além dela. O futuro não decorre de um conjunto de regras imutáveis estabelecidas por um conjunto de bem pagos especialistas. As regras do jogo estão sempre a mudar, prever hoje o que vale para amanhã é mais fruto do acaso ou de estupidez astrológica do que ciência. Comparem-se todas as previsões económicas feitas a médio e longo prazo. É o aleatório que domina, nas bolsas, nas agências de rating ou nos mercados financeiros: “A verdadeira tarefa da economia consiste em mostrar ao homem o pouco que ele sabe acerca daquilo que pensa poder planear” (Hayek). A perspectiva em que se situa o observador condicionará sempre a previsão, numa espécie de efeito de realimentação, que apenas espelha o desejo de quem a profere. Limitamo-nos a seguir a música da moda, composta de medo e mecanismos irracionais de toda a espécie, dando corpo a uma crise que começou por ser imaterial, aumentada a cada referência ou auto-referência. Como um discurso viral que contamina todas as instâncias de poder, repletas de arremedos de gente que ofusca a falta de conteúdo do discurso com um palavreado estéril. Wittgenstein diz que a linguagem mascara o pensamento, aqui disfarça o vazio. Aprendizes de pensamento único de escola partidária, gente de frases feitas reproduzidas à exaustão, sem a coerência ou a memória que implique a vergonha que vai do que disseram ontem ao que fazem hoje. Gente esponjosa e bafienta que conspurca tudo o que toca. Todos iguais, em circuito fechado, ninguém daria pela troca do nome do boneco. Esta gente com os seus programas de infelicidade. Bufões. Depois deles não virá o caos.

A saída está na mudança de paradigma. De dentro já não conseguimos ver. É necessário mudar a própria forma de pensar, abandonar a formatação, redefinir prioridades. Não será tanto a Democracia que está em causa, mas a forma de a pensar. Daí não virá o abismo, como dão a entender os aspirantes a profetas e vigilantes interessados em perpetuar um status quo conveniente. De repente, convencionou-se como inevitável a necessidade de reduzir a zero conquistas de séculos e de vidas. HÁ, deve haver, direitos adquiridos. Recusá-los é um retrocesso civilizacional. Mas aceitamos os arautos da desgraça sem questionar. É preciso colocarmo-nos de fora e alterar a nossa perspectiva sobre o mundo. As profecias cumprem-se a partir do momento em que nelas acreditamos cegamente. Talvez cessem a partir do momento em que deixemos de o fazer. Não são tanto as circunstâncias que fazem a nossa vida, mas antes o que fazemos a partir delas.

O pensamento crítico está ausente da política, porque foi expulso das escolas e das universidades. A escola deve assumir-se como instituição crítica para que o Estado deixe de ser manipulador (Ivan Illich) e castrador. Abandonando aquela que foi a sua base e razão de ser durante séculos, as Artes e Humanidades, os sistemas educativos actuais visam apenas a formação de “gerações de máquinas eficazes” (M. Nussbaum) obcecadas com o lucro, tudo subordinando ao desenvolvimento das forças produtivas (Castoriadis). Com os políticos habituámo-nos a colocar sempre o contador a zero a cada ritual eleitoral. É importante que percebamos que é possível mudar e que chegou o tempo de ripostar e depor esta política e os seus cães-de-guarda. Para que de cada estudante brote um cidadão. Para que nasça um novo homem político que se importe.

As Humanidades ajudam na adopção de uma perspectiva não contaminada que contribua para arrancar as pessoas à complacência, recuperando-as para o que importa. O futuro não é inevitável. Não está escrito. Não existe. A crise, qualquer uma, mesmo as que nos impõem com base em especulações feitas para não serem inteligíveis, é sempre um momento catártico, de conflito e decisão. Uma boa altura para levantar a voz, limpar a casa e fazer o que é correcto. Recuperar a Ética. E só isto. Ou então já estamos mortos.

 

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publicado às 13:22


Ontem era assim, hoje é assim

por n, em 27.06.12

Desde 2008, pelo menos, que o futebol espanhol é elogiado por todos e quando se diz "todos" estamos a falar, entre outros, dos comentadores desportivos portugueses. Em 2008 maravilharam a Europa. Em 2010 maravilharam o Mundo, mesmo com o golo em fora-de-jogo contra Portugal como então sublinharam. Nos últimos dias o futebol maravilha dos mil e quinhentos passes passou a ser enfadonho, aborrecido, previsível. Daqui a umas boas horas, se calhar já estamos a voltar para casa, e o futebol enfadonho, aborrecido, previsível, se calhar depois de Domingo vai passar a ser de novo um futebol maravilha que bloqueou Portugal, os seus artistas, e alcançou algo que até aqui nenhum país conseguiu. 

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publicado às 12:12


Cantores e poetas de Intervenção #11 -- "Estou Vivo", Boss AC

por Rogério Costa Pereira, em 27.06.12

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publicado às 11:11

Steve bell.jpg

Esta frase é todo um programa, se atentarmos nas especificidades de quem a profere -- refiro-me à arrogância da senhora -- e nas especificidades da nacionalidade de quem a escarra -- a inditosa arrogância alemã que sempre que pode faz gala em não deixar pedra sobre pedra na Europa onde geograficamente se integra. 
"Enquanto for viva". Enquanto ela for viva, portanto. Imagino que a senhora já esteja de planos traçados para se perpetuar no poder. Concedendo no exagero retórico do dito, a verdade é que se há algo que a história nos ensina é que a água passa mesmo duas vezes debaixo das pontes do rio Spree. 
Quanto ao integral esplendor do manifesto, espero que faça corar de vergonha os líderes europeus que se têm agachado aos pés desta praga em forma de mulher. Ela quer, ela sabe que pode e ela manda (porque a deixam). 
A verdade é que este desafio em forma de insulto, em vésperas de Cimeira Europeia, vem a calhar. Quem se calar, quem amanhã se calar, o que inclui Hollande, está a consentir numa Europa com capital em Berlim. Quem amanhã nada disser -- não incluo obviamente os destituídos de voz própria, como o pm de Portugal -- está a dizer que sim, que a Alemanha é que manda sozinha. Está a dizer à sucessora de Adolf no poder do Reich que sim, que o que este não conseguiu, aquela alcançou. E que a Europa esqueceu e perdoou o que não tem perdão nem pode cair fora das margens da memória.
Falem, pois, ou calem-se para sempre, que nesta segunda hipótese será o povo a falar. Luís XV também terá dito algo como "après moi, le déluge". E o dilúvio lá veio, uns anos depois, em forma de Revolução Francesa. Desta vez, não tardará tanto.
Merkel vai ser atropelada pelas rodas da história. E, pela frase ontem dita, parece que o quantum doloris já não depende dela. É tarde demais; para ela e para a Europa. 

[Imagem: detalhe de um cartoon de Steve Bell]

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publicado às 10:44

No dia 27 de Junho de 1885 nasceu no Porto, a violoncelista portuguesa Guilhermina Suggia, que pôs “de joelhos” os palcos e a crítica de todo o mundo nas primeiras décadas do séc. XX.
Em criança, tomou a decisão de ser a primeira violoncelista profissional. Tinha aprendido violoncelo com o pai, que era violoncelista no Teatro de São Carlos e professor no Conservatório de Música de Lisboa. Aos 13 anos, Guilhermina foi ouvida pelo grande Pablo Casals, que aceitou ser seu professor. Mais tarde, Casals e Suggia passaram a viver juntos, reunindo, como casal, os dois expoentes máximos do violoncelo. Aos 15 anos foi estudar para o mais conceituado conservatório da Europa (Leipzig), com uma bolsa concedida pela Rainha D. Amélia. Depois, teve uma vida que fez uma história fascinante.
Julius Klengel, célebre e exigente professor do Conservatório de Leipzig, não hesitou em dizer que Guilhermina “cheia de talento, conhecedora de todos os segredos do violoncelo, começa a subir e há-de ir tão alto que ninguém a atingirá”. E a profecia cumpriu-se. Guilhermina Suggia passou a ser reconhecida como incomparável, adorada como exímia e venerada como sublime na arte do violoncelo.
Em Março de 1903 regressou à sua terra natal, conquistando o público portuense, num concerto em que actuou acompanhada pela sua irmã. A sua vida transforma-se completamente e a partir dessa altura é acolhida nas salas de concerto pela Europa fora, onde o sucesso foi tão grande que o público lhe chamava “Paganina!”
No dia 31 de Maio de 1950 tocou pela última vez em público, num recital no Teatro Aveirense. Em Junho foi sujeita a uma cirurgia numa clínica em Londres, mas foi-lhe detectado um cancro inoperável. Foi acarinhada pelos amigos e fica especialmente sensibilizada pelo bilhete e as flores que recebeu da Rainha de Inglaterra. Aceitando o seu destino, regressou ao Porto, onde veio a falecer, na sua casa da Rua da Alegria, na noite de 30 de Julho de 1950.
Desta magnífica violoncelista portuguesa conhecemos apenas, além dos antigos discos de 78 rotações, uma gravação em CD.


Kol Nidrei, de Max Bruch
Violoncelo: Guilhermina Suggia

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