Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]




A Grécia a caminho do caos

por Luis Moreira, em 07.05.12

Grécia:

A nossa sociedade, que também não está habituada a cooperar e a procurar o compromisso, deparar-se-á com grandes dificuldades geradas pela ascensão do Syriza e de outros partidos de esquerda, bem como do Chrysi Avgi. Apesar de se situarem em extremos opostos do espectro político, os dois lados têm uma coisa em comum: a falta de respeito pela ordem social estabelecida e o profundo ódio um pelo outro. Se a ascensão do Chrysi originar intervenções ainda mais amplas dos esquerdistas em universidades e outras esferas da vida pública, é possível que as "tropas" de esquerdistas e anarquistas se defrontem nas ruas com os camisas negras do Chrysi Avgi.

Sem um Governo forte que lhe dê ordens e que a apoie, é provável que a polícia evite envolver-se em tais recontros, o que irá aumentar ainda mais a insegurança dos cidadãos e talvez causar uma maior fragmentação política. Não é de espantar que o PASOK e, em menor escala, a Nova Democracia tivessem de pagar o preço pelo programa de austeridade, mas não se previa que a queda das suas bases de apoio fosse tão grande. Chegou agora a altura de pôr à prova as teorias daqueles que acreditam que a Grécia pode impor condições aos seus credores e que somos capazes de nos bastarmos a nós próprios, se os credores se retirarem.

Esta mentalidade tem origem no comportamento de Andreas Papandreou, que fundou o PASOK e dominou a política grega nos anos 1980. Este populismo tem moldado o debate público desde então. Agora, o PASOK e a Nova Democracia são as suas vítimas: apesar de o terem explorado sem qualquer pudor, não tinham defesas contra o populismo, quando outros o voltaram contra eles. 

As eleições de ontem destruíram o sistema político dos últimos 38 anos. Abriram o caminho para novas forças e, antes das eleições e depois delas, mostraram a necessidade de cooperação. Se os nossos políticos e todos aqueles que estão envolvidos na vida pública não retirarem ensinamentos da lição de ontem, iremos cair num ciclo de conflito que só pode terminar numa catástrofe.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 23:02


Hollande - o que é votar à esquerda ?

por Luis Moreira, em 07.05.12

Hollande:

O que é votar à esquerda? É dizer que, apesar do individualismo das sociedades contemporâneas, existe um “nós”. Que ideias como justiça, igualdade, partilha e solidariedade podem e devem organizar a vida pública. Como essas instituições e esses bens públicos, criados pelo Conselho Nacional de Resistência, que são anteriores a nós e nos sobreviverão depois de nos moldarem. Que é possível, por isso, ir contra os valores da época para fazer viver aquilo que nos une, em vez de seguir a inclinação natural, ouvindo a vozinha que fala em cada um de nós e nos incita a viver a nossa vida defendendo apenas os interesses individuais.

Numa França à beira do abismo, que podia ter escolhido barricar-se atrás das fronteiras da fantasia a recordar o seu passado, a vitória de François Hollande demonstra que o país preferiu a esperança. Olhou para a frente e não para trás. Saboreemos este momento em que um povo decide fazer uma tal escolha. E olhar o futuro.

Porque esta é a tarefa que espera François Hollande. Reparar o país, certamente. Refazer a sociedade, evidentemente. Reduzir as desigualdades de destino entre os franceses, sejam eles quem forem e venham de onde vierem. Mas, para que tudo isto seja possível: sobretudo, desenhar o futuro. Mostrar que a França não é apenas um património, uma história, um grande passado. Que pode, também, projetar-se no futuro e reinventar-se.

Esta página em branco, inquietante em muitos aspetos, exaltante em muitos outros, tem de começar a ser escrita. De maneira resoluta, imperativa, para não dececionar este voto e a confiança que ele ainda manifesta na capacidade de mudar as coisas da política, ainda que não possa mudar a vida. O trabalho mal começou e vai ser difícil, já a partir de amanhã. Mas hoje, sejamos felizes e vivamos plenamente este feliz mês de maio.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 21:20

Este discurso é um exemplo da falta de capacidade de decisão, da forma atabalhoada como os políticos olham para os problemas reais, como embrulham tudo por forma a não dizerem nada.

"O autarca voltou hoje a opor-se ao encerramento daquela unidade hospitalar de Lisboa antes de Julho, enquanto não houver nenhuma decisão quanto à construção do Hospital de Todos os Santos". Reparem que não é existir o Hospital é "enquanto não houver decisão", forma de pressionar o governo para tomar a decisão quanto à construção do novo hospital ( que eu aplaudo com ambas as mãos).

"Seria um erro gravíssimo desperdiçar este capital que temos: o saber, a capacidade técnica e os recursos existentes", disse o presidente da câmara.  António Costa defende a integração da MAC no novo Hospital de Todos os Santos, cuja construção na zona oriental da cidade está ainda a ser equacionada pelo Governo" . Como se "o saber, a capacidade técnica e os recursos existentes" não possam ser transferidos já para um hospital multivalente, mais moderno e eficaz  existente.
"Não faz sentido antecipar a decisão da MAC, sem decidir Todos os Santos. É preciso decidir de forma racional e depois preparar suavemente a transição a 4/5 anos", disse aos jornalistas." Ora 4/5 anos é o tempo necessário para construir o novo hospital e não se pode "transferir suavemente" nada para um hospital que está em construção. Logo a passagem "suave" seria feita para um ou dois dos hospitais já construídos.( o contrário do que disse acima)
Não faças nem deixes fazer, estamos perto de eleições há que agradar a todos nem que para isso se faça  contorcionismo. Não interessa que as parturientes e as crianças corram riscos mais elevados que os necessários (numa maternidade univalente) nem interessa que a capacidade de partos instalada se mantenha subutilizada e que nos custe milhões todos os anos. Um mimo!

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 19:20

E ao primeiro dia “os mercados” reagiram ...

Faz parte de um novo estádio superior da democracia, uma nova extensão do Pensamento Único, é o retorno – para ficar -do Fim da História.

Para além dos políticos e das suas propostas existe agora uma elite opiniosa com abundante representação nos media que entre discursos apologéticos da “liberdade” e da “democracia” se auto-erigiu como porta voz dos “mercados”.

Oráculos, sacerdotes, mediúnicos pára-raios-os-partam com pernas por onde desce à terra a energia criativa dos mercados...

Ao sufrágio universal, sobrepõe-se agora o mandato dos “mercados” por interposta pessoa dos seus médiums.

Em certas forças políticas mais vocacionadas ou mais rápidas no processo de aggiornamento, já começa a não se distinguir entre uns e outros.

Felizmente que os partidos que compõem o nosso Governo já empreenderam essa crucial reforma estrutural.

Previamente aos actos eleitorais, esta elite previne-nos num tom entre o compungido ( “não há alternativa...”) e o eufórico, percorrendo consoante o protagonista e a circunstância todas as tonalidades da escala histriónica da arrogância (não há alternativa!”), das consequências inevitáveis das reacções dos “mercados” a cada uma das nossas escolhas.

Sem nos dar escolha.

Porque escolher, pode ser nefasto.

Portas-te bem (fazes o que te dizem e permites ao “mercado” “serenar”, tranquilo quanto às “medidas” com que te vai entalar entre elogios que soam ao afago que o dono prodigaliza ao cão que lhe foi apanhar um galho de árvore na passeata matinal pelo parque e protestos de que tu estás disposto a todos os sacrifícios pelo dono) ou portas-te mal, não elegendo quem os mercados ou os seus médiums te “aconselharam”, e arcarás com a culpa pela reacção naturalmente “negativa” desses mercados.

Complementarmente, os médiums transformam-se em oráculos que alertam atempada e preventivamente “os mercados”.

Olhem que o Monsieur Hollande é “dangereux", delatava há dias a capa da libérrima Economist, procurando descaradamente influenciar as eleições francesas.

Nesta fase de progressiva irrelevância dos políticos e da política e a sua substituição por este espiritismo sem mística, pergunta-se se não seria mais fácil (mais racional, menos “despesista”) mais honesto até, e mais divertido, acabar de vez com o sufrágio universal (vendo bem, uma chatice...) e instituir a eleição das figuras de topo do Estado (os “nossos” representantes) por um colégio de opinion makers, jornalistas da área económica e empresários aos quais procuram desesperadamente agradar (é que “não há alternativa!”) os jornalistas da área económica e os opinion makers.

Não precisamos já de deputados, precisamos é de gente – desejavelmente muito menos do que os deputados e por isso maior a poupança – Estado mais pequeno - um dogma essencial da Fé - que saiba interpretar o sentir soberano dos mercados. E agir em consonância. Uma nova Igreja.

Nós manter-nos-mos tranquilos consumidores, “rebeldes” nos anúncios de jeans, cheios de vitalidade no apoio à selecção nacional.

É uma utopia (diziam que eram perigosas) realizada. E é mau? É que não há alternativa. Podemos começar a balir.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 17:23

A corrupção é devida a vários factores:

"Há um misto de incompetência, de intencionalidade ou de falta de cultura cívica que contribui para esta situação", diz o investigador. Para Luís Sousa, há legislação "mal elaborada" que dificulta, na prática, que a corrupção seja combatida. "Alguma será intencionalmente assim elaborada", prossegue o investigador. Outra, nem tanto. A esta dificuldade, junta-se um aparelho do Estado cujo "principal problema é o da independência" e um sistema de Justiça lento, mal coordenado e ineficaz. Daí que, conclui o estudo, "a Administração Pública e o sistema de repressão criminal são as áreas mais frágeis do Sistema Nacional de Integridade".

A verdade é que "sem vontade política, um adequado controlo da Administração Pública e um aparelho de Justiça capaz e resoluto, não pode haver um combate eficaz à corrupção", afirma o relatório. Os princípios - consagrados na lei - de combate à corrupção são, em Portugal, "acima de tudo simbólicos", diz Luís Sousa. E o caminho para aproximar os princípios da prática promete ser longo.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/justica-e-vulneravel-a-corrupcao=f723670#ixzz1uCK9niBL

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 16:20

Mário Draghi, presidente do BCE :..."Sugerindo que uma união económica poderia ver a luz do dia dentro de dez anos, Draghi disse que tal comportaria transferências de soberania dos Estados-membros para uma autoridade central. Essa seria a dimensão política do ‘pacto de crescimento’, segundo Draghi.

se as promessas dos últimos dias se realizarem, seria iniciada uma inversão significativa das funções fundamentais entre a UE e os Estados membros: a responsabilidade das despesas para a UE e o controlo dos orçamentos para os Estados membros. [Através do Banco Europeu de Investimentos] a UE poderá financiar grandes infraestruturas, capazes de relançar o emprego, a taxas muito mais baixas do que deveriam pagar Roma ou Madrid, já para não falar de Atenas ou Lisboa.

As crises que abanam certezas e reunem vontades representam grandes oportunidades para  a mudança.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 14:25

Merkel já propôs a Hollande que os dois maiores países da Europa se entendam para um pacto de crescimento em paralelo com o pacto de consolidação orçamental já aceite por 25 dos 27 membros da zona euro.

"Iremos elaborar em conjunto um pacto de crescimento na Europa, que crie mais crescimento económico com mais competitividade", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Guido Westerwelle, na recepção da Embaixada de França em Berlim, no domingo à noite."

"Ao mesmo tempo, o político alemão abriu a porta a um compromisso com Paris, indicando que a disciplina orçamental e uma política orientada para o crescimento económica "são duas faces da mesma moeda".

Enfim parece que o bom senso está de volta o que não é coisa pouca.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 13:00

Capture-20120507-110855.jpg

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 11:30

Aristóteles e a classe média

por Miguel Cardoso, em 07.05.12

 

Exercício de análise textual para alunos de 10º ano (mas que pode ser aproveitado por todos):

Todo o Estado, ou sociedade política, se compõe de três partes ou classes de cidadãos: os que são muito ricos, os que são muito pobres e, enfim, aqueles que se encontram numa condição média, ou intermediária, entre os dois primeiros (...). Os homens (que estão) nessa situação (os da classe média) submetem-se facilmente à razão; pelo contrário, naquele que possui no mais alto grau as vantagens da beleza, da força, do nascimento ou da riqueza, e bem assim naquele que possui em excesso a pobreza, a fraqueza ou a abjecção, tal submissão é muito difícil de obter. Pois os primeiros estão mais sujeitos a tornar-se violentos e arrebatados e a tentar actuações audaciosas contra o Estado; e os segundos são mais inclinados à intriga e à prática de numerosas pequenas desordens. Ora, a violência e a intriga são duas fontes de iniquidades. Pelo contrário os cidadãos de condição média não empregam violências nem intrigas, porque não ambicionam as magistraturas.

Aqueles que gozam de vantagens imensas (...) não querem nem sabem obedecer aos magistrados; e este espírito de insubordinação manifesta-se neles desde a infância; pois a moleza em que são educados impede-os de contrair o hábito da obediência, mesmo nas escolas. Ao passo que aqueles que têm uma carência excessiva de todas essas vantagens tornam-se demasiado humildes e rastejantes. De maneira que estes, incapazes de comandar, não sabem senão mostrar uma submissão servil; e aqueles, incapazes de se submeter a qualquer poder legítimo, não sabem senão exercer uma autoridade despótica.

Se numa cidade só há gente muito rica e gente muito pobre isso implica que a Cidade não se compõe senão de senhores e de escravos - e não de homens livres; uns, cheios de desprezo pelos seus concidadãos, os outros tomados pelo sentimento da inveja; o que fica muito longe da boa vontade e do carácter de sociabilidade que são apanágio do verdadeiro cidadão. Pois a benevolência é o elemento ou condição da sociabilidade: é assim que nós não apreciamos de todo fazer uma viagem com inimigos nossos. Por isso, é necessário que a república seja composta o mais possível por cidadãos semelhantes e iguais; o que só acontece quando todos estão, o mais possível, numa condição média.

Os cidadãos da classe média são também os que se mantêm e conservam melhor: pois não desejam os bens dos outros, como os pobres, nem são eles próprios objecto de inveja ou de ciúme, como os ricos (...). Não são tentados a prejudicar ninguém, e ninguém procura prejudicá-los a eles. (...) É evidente que a sociedade civil mais perfeita é a que existe entre cidadãos que vivem numa condição média; e que não pode haver Estados bem administrados senão aí onde a classe média é numerosa, e mais poderosa do que as outras duas, ou pelo menos mais poderosa do que cada uma das outras; porque ela pode fazer inclinar a balança em favor do partido a que se juntar e, por este meio, pode impedir que uma ou outra (das outras duas) obtenha uma superioridade decisiva.

E pois uma grande sorte que os cidadãos possuam uma fortuna mediana, suficiente para as suas necessidades. Pois, quando uns têm riquezas imensas e os outros não têm nada, daí resulta sempre ou a pior das democracias, ou uma oligarquia desenfreada, ou uma tirania insuportável, consequência necessária dos dois excessos opostos.

(Aristóteles, A Política)

 

Agora, explica as razões que levam Aristóteles a defender que uma sociedade harmoniosa deve possuir uma classe média numerosa.

(imagem: Escola de Atenas de Rafael) - negrito meu

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 11:09

Esta política é bem mais meritória do que cortar despesa, aumentar impostos, aumentar desemprego... mas a vitória de Hollande e o resultado das eleições da Grécia apontam para que o crescimentopasse a ser um objectivo com a necessária prioridade. "

"A redução da despesa pública não pode ser obtida através da redução da despesa de capital, dos investimentos", afirmou Mário Draghi, o presidente do Banco Central Europeu, na conferência de imprensa realizada em Barcelona a seguir à reunião do conselho de governadores do banco.

Draghi sublinhou este aspeto explicando o que entendia por "pacto de crescimento" (growth compact) a que se referiu no Parlamento Europeu em 25 de abril, como complemento ao "pacto orçamental" (fiscal compact) já aprovado por 25 dos 27 membros da União Europeia, pacto que inclui a chamada regra de ouro de limite do défice orçamental.

Mesmo admitindo que, no curto prazo, alguns países, em situação de emergência, tenham de lançar mão de "medidas fáceis", como cortar nos investimentos e aumentar os impostos, isso não pode ser mantido no médio prazo, ou depois de passada a urgência. Os cortes devem ser feitos nas despesas correntes, disse o presidente

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/austeridade-nao-pode-significar-corte-nos-investimentos=f723226#ixzz1u8q8bww7
É preciso conseguir conter a despesa estrutural e assegurar que a despesa de investimento não arraste consumos intermédios enquanto não há retorno. Isto obriga a uma escolha muito criteriosa das actividades para onde se dirige o investimento. Não pode aumentar importações, como seria o caso de investir na renovação do parque industrial. Mas em actividades como na agricultura e pescas não só aumenta a oferta de produtos essenciais como substitui importações, pois o país importa 60% do que consome.

Investir  nos clusteres de bens e serviços com comportamento positivo nas exportações e nos que criam rapidamente emprego, como a reabilitação dos centros das cidades. Na eficácia das estruturas de distribuição de água e energia baixando as perdas que agora andam pelos 60%. Reforçar o ritmo da rega do Alqueva...

Numa segunda fase os grandes investimentos nos portos e na ferrovia de apoio a Sines e a Leixões.

E, claro, aumentar o nível de apoio à investigação, educação e ao empreendorismo. Financiar as PMEs por forma a aliviar a asfixia da tesouraria. Reforçar os capitais da banca assegurando que o dinheiro é canalizado para a economia real.

É um exercício muito difícil mas também muito meritório. Controlar a despesa aumentando-a!

Oxalá tenhamos políticos capazes sem os quais não vamos lá! Dar à manivela da betoneira é uma tentação!

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 10:00

Dívida pública(Expresso) :

Num estudo publicado na semana passada pelos dois autores, intitulado "Debt Overhangs: Past and Present" (NBER Working Paper, nº18015), identificam-se 26 episódios de sobreendividamento público desde 1800 em 22 países desenvolvidos que apontam para duas conclusões dramáticas: o crescimento anual foi em média 1,2% mais baixo do que poderia ser (se não houvesse aquela situação de sobreendividamento) e a duração média de tais episódios foi de 23 anos. No caso português, a situação de sobreendividamento durou 33 anos seguidos, entre 1875 e 1908.

No final desse período médio apontado pelo estudo, o efeito acumulado no PIB foi de cerca de 25% menos do que nos períodos em que não houve sobreendividamento. O que sugere, também, que a relação entre sobreendividamento e crescimento fraco "não é apenas um fenómeno cíclico".

Os dois autores advertem que muitos países enfrentam problemas de sobreendividamento em cinco frentes - dívida pública, dívida privada (empresas e famílias), dívida externa (tanto pública como privada na mão de entidades estrangeiras) e nos fundos de pensões e de programas de saúde. "O que sugere que pode ser muito pior do que no passado", referem. Sublinham, ainda, que não tomaram em conta, neste estudo, as "dívidas escondidas", sobretudo no sector público.

No entanto, a finalizar, ressalvam que o artigo agora publicado "não deve ser interpretado como um manifesto para uma desalavancagem rápida da dívida pública num ambiente de crescimento extremamente fraco e de alto nível de desemprego".


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/sobreendividamento-provoca-reducao-no-crescimento=f722897#ixzz1u88ktTs5

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 09:00

Uma subtileza. O partido vencedor tem direito a um "bónus" de 50 deputados. Assim, a Nova Democracia e o PASOK que não têm juntos a maioria dos votos têm a maioria dos deputados, o que leva a uma conclusão engraçada. São os dois partidos que os Gregos quiseram castigar. A subida da direita e da esquerda em termos parlamentares não tem qualquer efeito, embora não se possa esquecer a força social e política que ganharam nas urnas.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 08:30

 Com fúria e raiva acuso o demagogo
E o seu capitalismo das palavras

Pois é preciso saber que a palavra é sagrada
Que de longe muito longe um povo a trouxe
E nela pôs sua alma confiada

De longe muito longe desde o início
O homem soube de si pela palavra
E nomeou a pedra a flor a água
E tudo emergiu porque ele disse

Com fúria e raiva acuso o demagogo
Que se promove à sombra da palavra
E da palavra faz poder e jogo
E transforma as palavras em moeda
Como se fez com o trigo e com a terra

Sophia de Mello Breyner Andresen, in "O Nome das Coisas"
Tema(s): Palavra  Ler outros poemas de Sophia de Mello Breyner Andresen 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 08:00

Capture-20120506-115939.jpg

Ela quer ver se lhe vais lá beijar a patita. Está já a testar-te. Começou a guerra e acabou-se o espectáculo. Parabéns e tal, mas agora, e a partir já de hoje, dedica-te à política tal como a prometeste ao teu povo.
Espero que tenha sido essa, do título, a tua resposta. É que da tua resposta pode depender o futuro da Europa. És o gajo que vai já ao beija-mão? Ou disseste a essa "senhora" que terás de consultar a tua agenda para verificar quando a podes receber?

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 00:26


Tchaikovsky – Compositor russo

por António Filipe, em 07.05.12

No dia 7 de Maio de 1840 nasceu, na cidade de Kamsko-Votkinsk, que actualmente se chama Tchaikovsky, na Rússia, o compositor Piotr Ilich Tchaikovsky. O seu primeiro contacto com a música foi aos cinco anos, com um velho órgão mecânico que havia em casa, onde aprendeu a tocar, ajudado pela mãe. Em 1848 a família fixa-se em São Petersburgo, onde o compositor recebe as primeiras aulas teóricas musicais com vários professores particulares. Mas em 1850 os desejos da família eram que fosse advogado. Tchaikovsky foi para a Escola de Direito de São Petersburgo, que frequentou até 1859, mostrando-se um estudante muito aplicado e, antes mesmo de se formar, foi empregado do Ministério da Justiça. Em 1863 decide dedicar-se inteiramente à carreira musical. Abdica da carreira jurídica e matricula-se no Conservatório de São Petersburgo, onde permanece três anos. Em 1866 é convidado pelo director do Conservatório de Moscovo, para dar aulas de Teoria Musical e Composição. Foi professor até 1878. Numa carta de 1876 ao seu irmão, Tchaikovsky confessa estar atormentado por tendências homossexuais desde a juventude, e que faria tudo o que fosse possível para se casar e afastar todos os rumores que o incomodavam. Em 1877 casa-se com uma aluna do Conservatório de Moscovo. Este casamento foi um suplício desde o começo. A mulher nunca se interessou pelas suas composições e projectos artísticos. Em Junho de 1893, Tchaikovsky recebe o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Cambrigde. Em Outubro do mesmo ano a sua saúde agrava-se profundamente. Faleceu no dia 6 de Novembro de 1893, em São Petersburgo.


Final da Abertura 1812, de Tchaikovsky
Hallé Orchestra
Maestro: Mark Elder

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 00:01


página facebook da pegadatwitter da pegadaemail da pegada



Comentários recentes

  • mariamemenez

    BEM-VINDO: O EMPRÉSTIMO ONLINE ENTRE PESSOAS GRAVE...

  • Endre

    Você quer pedir dinheiro emprestado? se sim, entre...

  • Endre

    Você quer pedir dinheiro emprestado? se sim, entre...

  • Endre

    Você quer pedir dinheiro emprestado? se sim, entre...

  • DAVID

    Saudações da temporada, eu sou David e sou um hack...

  • Welty Jeffrey

    MARTINS HACKERS have special cash HACKED ATM CARDS...

  • sandra

    I wanna say a very big thank you to dr agbadudu fo...

  • DAVID

    Olá senhoras e senhores!O ano está acabando e esta...

  • Maria

    God is great i never thought i could ever get loan...

  • edwin roberto

    I am Edwin Roberto and a construction engineer by ...


Arquivo

  1. 2014
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2013
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2012
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2011
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2010
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2009
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2008
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D

Pesquisar

Pesquisar no Blog  



subscrever feeds