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O que realmente me indignou não foi o facto de a Maitê (e que Maitê) ter gozado com Portugal e com os portugueses. O que me aborreceu um bocadinho foi o facto de o ter feito sem um pinguinho (ou uma pinguinha) de piada. Se é para gozar com a malta (e se a malta merece ser gozada), ao menos que o façam como deve ser, porra. Já gostei mais do pedido de desculpas, Maitê, esse já teve alguma piada. Já se viu por ali alguma suavidade no toque, mas aquilo ainda nem era bem ironia. Estás a ver a forma como os ingleses gozam com os escoceses, Maitê? É mais isso que se pretende! Aguardo pelas sequelas, Maitê (gosto muito de dizer Maitê. Maitê. Maitê. Maitê.). Nunca me deixaste mal, não me envergonhes agora, Maitê. Gosto muito de te ver trabalhar, Maitê. Sempre gostei. Desde os treze ou catorze anos. Dona Beija, cachoeira, Maitê. Portugal é um país de ingratos sem memória.
João de Deus Pinheiro renunciou ao cargo de deputado 30 minutos depois de tomar posse, o que só prova que as funções para as quais tinha acabado de ser eleito, para além de extremamente exigentes e extenuantes, expõem o organismo, nos primeiros 30 minutos do respectivo exercício, a sintomatologia que logo ali pode dar cabo dum gajo.
Os primeiros 10 minutos, dizem-me, ainda se aguentam bem. Depois vêm as cefaleias, a irritabilidade, as alterações do humor. A partir dos 20 minutos, é raro encontrar quem não sofra de enjoos, vómitos, tremores. O 28º minuto - esse - é tramado: visão turva, confusão mental, problemas da articulação da fala e dificuldade nos movimentos. O 29º minuto, regra geral, é fulcral. Por essa altura é normal surgir a vontade de se ser vice-presidente da Assembleia de República. Nessa altura, o padecente entra num estado tal que o leva a afiançar que "ou isso ou vou-me embora". A S29M (Síndroma do 29º Minuto), também conhecida por "era-o-que-mais-faltava-ir-para-ali-p
Daí a minha estranheza neste caso, o qual só pode ser explicado pela forma violenta como a S29M irrompeu por aquele organismo adentro. Efectivamente, João de Deus Pinheiro tinha concorrido como cabeça-de-lista por Braga, depois de uns anos afastado da política, e não duvido do peso que a sua figura teve no facto de o PSD não ter alcançado ainda piores resultados naquele Distrito.
Lamento imenso que isto tenha sucedido. Se residisse em Braga e tivesse votado PSD estar-me-ia por certo a sentir enganado. Isto, se não conhecesse - o que seria ridículo em pleno século XXI - a S29M. Deixo aqui dois desejos e um conselho: o desejo de rápidas melhoras ao ex-deputado (lembre-se que há mais eleições que deputados); o desejo à comunidade científica de que desenvolva de uma vez o raio de vacina que anda há anos em testes e que até já foi baptizada de "por um pouco de vergonha na cara"; e o conselho ao Jaime Gama para que mande limpar o raio dos filtros do ar condicionado (que - em sujos - contribuem para o alojamento e disseminação do vírus).
Como eu dizia no post anterior: após catorze anos a ouvir testemunhas em tribunal, começo a especializar-me em detectar mentirosos e em desmontar-lhes o raciocínio. Ajuda-me muito nos julgamentos onde intervenho como advogado (às vezes resulta útil - pasmem - conseguir demonstrar-se que uma testemunha está a mentir) e também me dá uma mãozinha na percepção de coisas que se passam fora dos Tribunais.
Após catorze anos a ouvir testemunhas em tribunal, começo a especializar-me em detectar mentirosos e em desmontar-lhes o raciocínio. A forma como não olham nos olhos, como os fecham ou os piscam ao dobro da velocidade normal. A forma como parecem sempre fugir ao assunto que se pretende - um dia uma testemunha chegou mesmo a dizer-me que não tinha ido ali para falar daquilo. A maneira como, às vezes com uma sobranceria que enoja, pegam em tresleituras de factos para tentar corroborar algo em que eles próprios já não acreditam. Ainda assim avançam, para se justificarem aos botões do seu grilinho falante. Isto faz-me sempre lembrar o mito urbano do gato no micro-ondas, que a senhora lá tinha colocado porque as instruções não diziam que tal era de todo desaconselhável. Desculpas fracas, que procedem perante tontos ou fanáticos. No que me toca, detesto que façam de mim parvo. Pergunto-lhes sempre quantos dentes têm.
Ao ler as leituras do Valupi (o anjinho ainda perde tempo com a Helena Matos e - pasmem - com as caixas de comentários do Blasfémias), só estranho não me entrar pela janela adentro uma puta duma vaca com asas e a verter vinho pelas tetas. O estranho é isso não acontecer. Eh toiro lindo!
O que a nível autárquico aconteceu ontem ao PP e ao BE é, muito justamente, a spitting image do que aqueles partidos são - como em: a imagem que o povo deles tem - a nível nacional. O primeiro mostrou que o papel que lhe reserva o país é o de lhe permitir o poder (apenas) quando coligado com os PSD. O BE - que lhe falta o Zé - mostrou que não passa de um partido de protesto - não passará nunca. Se esta realidade, que é só uma, se esbate ligeiramente a nível nacional, a nível local revela-se em todo o seu esplendor.
Quando é hora de lhes atribuir responsabilidades sobre algo que os portugueses julgam poder ver a um abrir de janela, estes (os portugueses) fecham-se em copas. Assobiam para o lado e - vamos lá votar a sério, que aqui trata-se do alcatrão da minha rua - cruzam no de cima ou no de baixo. Nas legislativas, com a distância entre eleitor e candidato a aumentar (olhos que não vêem, coração que não sente), os portugueses até lhes acham piada, até arriscam a cruzinha, acreditando que tais partidos não passarão daquilo que o destino lhes reservou - governar em coligação, o PP, ou ser o pateante da corte - o BE.
Ponte de Lima e Salvaterra de Magos cumprem o irónico de papel que a voz do povo - sempre ele - destinou às excepções.
O tipo vai continuar a andar por aí, não é?
Marinha Grande: PS; Leiria: PS; Fundão: PSD; Covilhã: PSD; Coimbra: PSD; Lisboa: PS; Castelo Branco: PS; Felgueiras: PSD+PP; Marco de Canaveses: PSD.
Presságio 2666 de Nostradamus: "Liedson aplaudido por 50 mil na Luz, depois de marcar um golo". Era isto que Bolaño temia. Arrumem as gavetas.
Ricardo Araújo Pereira pede a marinho pinto para caracterizar a Justiça portuguesa "numa palavrinha só". O bastonário da Ordem do Advogados - da minha Ordem - não hesita: "Fujam!". Um fujam exclamado é a escolha do bastonário que temos e, provavelmente, merecemos. Assim se cumprem, à la marinho, as atribuições da Ordem dos Advogados.
Urge desprezar coisas tontas como: defender o Estado de direito e os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos e colaborar na administração da justiça; assegurar o acesso ao direito, nos termos da Constituição; zelar pela função social, dignidade e prestígio da profissão de advogado. "Fujam!" mas é!
Tudo por uma boa gargalhada.
Tentei reconhecer-nos em ti, reconhecer-te em nós. Hoje estava para te escrever um texto diferente, um texto novo. Um texto onde eu dissesse coisas como: já te vejo em nós, já nos vejo em ti. Já te conheço, já te sei. Hoje já somos mais que três pares de olhos esbugalhados.
Vou antes contar-te uma história - diferente das que te leio todas as noites. Esta não vem com princesas, nem dragões, nem grutas, nem castelos. Nem com um beijinho de boa noite, nem com a garantia de que já não está tempo para ir à praia.
Esta vai como foi. A história nem é bem uma história. É uma espécie de jogo. Vou publicar o mesmo texto que publiquei há um ano. E tu vais levantar-te daí e perguntar-me – ou à mamã – porque não te escrevi um texto novo. Mais uma coisa, F., hoje, como há dois anos, foi de parir. Continua a ser de parir. Todos os dias.
Há exactamente um ano dois anos percebi na plenitude a propriedade da expressão “dar à luz”. Dei por mim contigo nos braços. Um desconhecido, que nem meio metro de gente era. E no entanto daria naquele momento a minha vida por ti. Tentei reconhecer-nos em ti, reconhecer-te em nós. Nada. Não pude. Lembro-me da primeira roupinha que te vesti, ali, com 5 minutos de vida. Tu e eu, ambos com 5 minutos de vida. Um casaco azul [a mamã garante que era branco] por cima. Vou ali já venho, disse a enfermeira - vá-o vestindo. E vesti. Ao mesmo tempo que me degladiava com as instruções da caixa de recolha das células estaminais. E tu dormias ou tinhas os olhos fechados. Coisa que o valha. Deus meu. Que coisa tão forte, quem é que se recusa a passar por isto? Quem é que voluntariamente se recusa a ter um vislumbre de Deus? A mamã, exaurida, ainda não te tinha visto. O que é que eu faço? De que cor são as paredes? O tecto? Chove ou faz sol? Que dizem os jornais? Pára! Pára de rodar por um instante, que eu quero apreender tudo, até ao mais ínfimo pormenor. Antes, minutos antes: não queira ter o filho pela boca, mulher, que seria caso nunca visto. Força, força, amor. Já o vejo. Já o vejo. Já nos vê. Levantei a cabeça, tu choravas, eu chorava, ele chorava, o quarto sangrava. Os internos que assistiam olhavam para nós fascinados. Era fascínio, espanto, era também alguma cegueira, causada pela luz imensa que se fez naquela sala. E para a qual eles não estavam preparados. Nem nós, mas nós pudemos chorar para limpar os olhos. Ainda hoje sinto um nó de felicidade na garganta de cada vez que me lembro desse dia, desses instantes. As palavras são muito pouco e poderia estar aqui o resto do dia a debitá-las que nada acrescentaria ao que já disse. Luz, acima de tudo é isso. Uma luz imensa, divina. Como se alguém muito grande e com uma mão muito grande, tivesse carregado num interruptor muito grande e acendido uma lâmpada muito grande. Foi de parir. Esse alguém e essa mão e esse interruptor e essa luz. Foi de parir. Ao parir assim, e parimos os três, faz-se essa luz imensa. Dá-se essa luz, diferente de dar alguém à luz. Filho, um ano dois anos - e no entanto parece que foi no início desta carta que ora te deixo. Sei que daqui a cinquenta anos te diria o mesmo. Parece que foi mesmo agora. Há-de parecer sempre. Como se mesmo agora. E cada vez que te olho, a mesma luz desce sobre mim. A luz que nos alumiará aos três, para sempre. Haja o que houver. Ser pai, ser mãe, ser filho. Há um ano dois anos. Parabéns, meus amores.
O prémio Nobel da paz atribuído a Obama não é bem um prémio. Normalmente, um prémio é o reconhecimento por actos valorosos praticados. Este caso é bem diferente. Trata-se de uma espécie de carta de recomendação para o Mundo. Hoje, como ontem, a Academia deixou-me de boca aberta. Ontem fiquei próximo do indiferente. Hoje estou deveras satisfeito.
Fez-se Justiça. A autora de Der Mensch ist ein grosser Fasan auf der Welt ganhou o Nobel. Agora a sério, quem é a senhora? Parece que já estou a ver os críticos (alguns) a tropeçarem pelas livrarias acima, para ainda hoje poderem vir dizer que são Mülleristas desde pequeninos. E quando é que os tipos que atribuem os prémios começam falar a sério? No dia em que ninguém os levar a sério?
Como terão reparado, o nosso sistema foi ontem à noite atacado pelas entidades. Se eu tivesse que fazer agora uma declaração ao país, era tipo para não me conseguir fazer perceber. Mas, e isto é que interessa - meditem nas palavras que vos deixo -, as entidades existem. As minhas suspeitas, nascidas aquando da publicação do mail no DN, transformaram-se em certezas. Valha-nos Deus. Elas andem aí.
"Foi claro e estava muito bem escrita a declaração", Marcelo Rebelo de Sousa, hoje na RTP1. E sim, a declaração a que professor alude é mesmo A Declaração.
«Na exclusiva qualidade de secretário-geral do PS, José Sócrates irá hoje ser recebido em Belém pelo Presidente da República, a pedido deste. Será o primeiro encontro entre os dois depois da polémica comunicação de Cavaco Silva ao País sobre o "caso das escutas" (anteontem) e das eleições legislativas (domingo passado), que o PS venceu com maioria relativa.» [DN]
BEM-VINDO: O EMPRÉSTIMO ONLINE ENTRE PESSOAS GRAVE...
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Olá senhoras e senhores!O ano está acabando e esta...
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