William Howard Taft foi
o 27º Presidente dos Estados Unidos. Jurista de formação, presidiu a um período nem muito simples, nem muito complicado. Se a história acabasse aqui, teria entrado directamente para a categoria das notas de rodapé: parece mal esquecê-lo, mas também não há muito para recordar.
Foi depois da sua saída da Casa Branca que William Taft encontrou o seu lugar na História. Em 1923, foi nomeado árbitro da
Disputa Tinoco, entre a Costa Rica e o Banco de Inglaterra. A sua conclusão deveria, deve, ser ensinada às crianças ainda em idade pré-escolar:
"[A dívida] é pública, no sentido em que é do conhecimento público; é pública, no sentido em que foi contraída pelos poderes públicos. Não foi contraída no interesse público, logo, é odiosa."
Ensinamos as nossas crianças a distinguirem entre o bem e o mal; ensinamo-las como a vasta maioria das pessoas são seres gentis e de bem. Temos também que lhes ensinar que existem
lobos entre nós.
Se há algo que define a espécie humana, é a sua capacidade de aprender. Podemos resumi-lo:
o Homem é o animal que aprende. Em circunstâncias extremas, muito extremas, até
a aprendizagem do ódio pode ser sistematizada.
Ainda não estamos lá, não estamos longe. Como acontece sempre que os lobos descem ao povoado, a escolha é simples:
temos que acabar com eles, antes que eles acabem connosco. Se não formos capazes de o fazer hoje, em sentido figurado, pela revolta pacífica, vamos ter que o fazer amanhã, pela violência extrema, como aquele tenente de Sholokov, admirador do engenho alemão, descobriu à sua própria custa.
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