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Não culpem os alemães

por Luis Moreira, em 22.05.12

No Independent : Fúria crescente da população alemã (The Independent - Dominique Lawson )

Com efeito, na cimeira de chefes de Governo do G8, em Washington, a chanceler alemã, Angela Merkel, foi colocada numa posição difícil: todos os outros dirigentes, a começar por Obama, disseram-lhe, à vez, que concordasse com o lançamento das chamadas euro-obrigações, na prática servindo-se dos contribuintes alemães para garantir as enormes dívidas da zona da moeda única.

Mesmo pondo de lado o facto de o seu Tribunal Constitucional ter dito que o Governo alemão não podia fazer tal coisa, isso seria totalmente inaceitável para a população do próprio país – como seria para qualquer povo soberano que se encontrasse numa posição semelhante. Na verdade, Merkel já foi muito além daquilo que o seu eleitorado desejaria, em termos de garantias.

A ideia de terem de pôr em risco as suas pensões, em vez de pressionarem os seus vizinhos mais imprevidentes para estes "agirem de forma responsável", está a provocar uma fúria crescente por parte da população alemã. De facto, não seria de espantar, se se verificasse um aumento das pressões nacionais, no sentido do abandono do euro e do regresso à moeda nacional.

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publicado às 22:30


4 comentários

De jeremias a 23.05.2012 às 19:27

Meu Caro,

desculpe lá, mas este texto que apresenta é redutor e desonesto!

Em 2003 e 2004 quer a Alemanha, quer a França, violaram grosseiramente o pacto de estabilidade, designadamente os limites ao déficit.

No seu conjunto, e ao longo da história do euro, os bancos alemães e franceses emprestaram a Portugueses, Gregos e Italianos, sem pestanejar, cerca de 714 mil milhões de euros! Não consta que o tenham feito de pistola apontada.

Entretanto, a Alemanha aprovou diversa legislação tendo por efeito manter os salários alemães anormalmente baixos, ao ponto de mesmo a partir do colapso financeiro de 2008 a taxa de desemprego na Alemanha continuar a acentuar uma descida sem comparação na Europa.

Alimentada a procura externa com aqueles milhões e com custos laborais artificialmente baixos, a Alemanha disparou as exportações, de que resultam os substanciais desequilíbrios entre excedentes na Alemanha e contas negativas nos países importadores. Só a título de exemplo: enquanto a Grécia se enterrava em dívida, as importações de carros alemães representaram mais de 12 mil milhões de euros. Desde 2008 (com grande parte da Europa numa situação anémica) a expansão alemã acentua-se ainda mais em contra-corrente: tem uma moeda única mais barata do que o valor que corresponderia ao marco se tivesse moeda própria; isto porque a expansão económica forçaria necessariamente a valorização substancial de uma moeda própria, com a consequente desvantagem para a manutenção do mesmo ritmo exportador. Está, tal como a China tem gozado em relação ao valor artificial do yuan, a beneficiar de uma divisa anormalmente baixa para o valor da economia alemã; mas anormalmente alta para a sustentabilidade e competitividade dos restantes países europeus em recessão.

Para piorar ainda mais a coisa, está a parasitar toda a poupança da periferia, com os escassos depósitos a serem exportados para bancos alemães. Em suma, estamos perante isso mesmo: uma situação parasitária, que a não ser alterada, acabará por ter de ser reconhecida como deve sê-lo: a Alemanha, por OMISSÃO (entre os efeitos que provocou e as desvantagens que não quer assumir, pelas vantagens que tirou de tais efeitos e de que crê poder continuar a beneficiar indefinidamente), declarou guerra económica à Europa. Tarde perceberemos que se trata exactamente disso: estamos em economia de GUERRA!

De Luis Moreira a 23.05.2012 às 19:39

Eles fizeram o trabalho de casa. E os eurobondes aumentam-lhes a taxa de juro e são garantidos pelas suas pensões. Não estão para isso. É só colocarmo-nos na posição deles. Se calhar tambem não iamos na cantiga. (quer dizer, ir, iamos, porque não pensamos a prazo)

De jeremias a 23.05.2012 às 20:35

Que eles fizeram bem o trabalho de casa, não haja dúvidas: o da casa deles e o da casa dos outros. Quanto ao que refere do interesse dos alemães: pela mesma lógica, os alemães não tinham interesse em que existisse uma comunidade europeia do carvão e do aço...mas teve de ser.

De Luis Moreira a 23.05.2012 às 22:50

Tratam da vida. Agora estão a ser financiados a taxa zero.

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